O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 30
Planos e desconfiança


Notas iniciais do capítulo

Música que acompanha o capítulo:

Welcome to the jungle - Guns N' Roses

http://br.youtube.com/watch?v=XHr8EXCitdI



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Capítulo 30 – Planos e desconfiança Mônica franziu o cenho, apertava os dedos contra sua mão. Escolhia as palavras corretas a dizer, fitava Denise, examinando seu olhar preocupado e cauteloso. Naquele instante, tocava em um carro estacionado lá perto uma música agitada: - Então, vai dizer o que quer ou vai tentar secar minha beleza? Esquece, meu bem! Minha beleza é impenetrável – gabava-se Denise. Welcome to the jungle We got fun 'n' games - Eu, na verdade, vim lhe dar os parabéns! We got everything you want Honey we know the names - Mas por que? Nem é meu aniversário fofa, é daqui a duas semanas, e infelizmente você será convidada para a festa... We are the people that can find Whatever you may need - Meus parabéns, Denise. – aplaudia Mônica, sem se importar com o que sua rival acabara de dizer – Além de ferir meus sentimentos, roubou o Cebola para você. E se ainda não bastasse, você está ficando com outro garoto. Que proeza, hum? – aplaudia com mais força, deixando Denise corada. If you got the money, honey We got your disease - Ta bom, fofa! Não precisa tanto! Eu sei que sou bela. – piscou Denise, abrindo seu sorriso sarcástico. – Pelo menos eu sou inteligente o suficiente para conquista-lo. In the jungle Welcome to the Jungle - Então você admite que você armou uma armadilha na qual eu e o Cebola caímos e ainda por cima tem um cúmplice, que aliás é seu confidente e ficante? Denise, você é surpreendentemente eficaz! Estou impressionada! Watch it bring it to your knees, knees I wanna watch you bleed - Fofa, eu não sou de ferro, convenhamos, o Reinaldinho é um gato, além de ter muita grana, não é? Agora não me venha dizer que foi um plano, fofa! Porque eu tenho certeza que se não fosse o Cebola, você tinha beijado ele! Você tem uma quedinha pelo Reinaldinho, isso você tem mesmo! Welcome to the jungle We take it day by day - Denise, eu TINHA uma quedinha por ele, por que ele se tornou detestável! E eu não o beijaria, porque não sou que nem certas pessoas que aceitam qualquer um que tenha ao menos um rosto bonito! If you want it you're gonna bleed But it's the price you pay And you a very sexy girl That's very hard to please - Quer saber? SIM! Eu, Denise Fonseca, armei um plano contra você, Mônica Souza, juntamente com o Reinaldo Rishinger, para que eu pudesse ter em meus braços o nobre e adorável Diego Cebola Ribeiro, o famoso “Cê”!! Satisfeita agora, Mônica Souza? You can taste the bright lights But you won't get them for free Antes que respondesse a pergunta, o celular da Mônica alertava bateria fraca, apitando constantemente, o que alarmou Denise. In the jungle Welcome to the jungle Feel my, my, my, my serpentine I, I wanna hear you scream - Ai meu senhor, que barulho chato é esse?? Welcome to the jungle It gets worse here everyday Ya learn ta live like an animal In the jungle where we play - Ah, desculpe! É meu celular, ele deve estar com a bateria fraca! Estranho... Ele ainda tinha metade da carga, acabou tão rápido! If you got a hunger for what you see You'll take it eventually You can have anything you want But you better not take it from me (Ah, Não! Mônica, sua asna, como você pode dar a roupa pra patricinha!! Não acredito que eu fiz isso! Ah, MEU DEUS!!) In the jungle Welcome to the Jungle Watch it bring it to your knees, knees I wanna watch you bleed And when you're high you never Ever want to come down - Ah, tudo bem! Nossa, o meu também acabou!! Será que você não poderia emprestar o seu que tem um pouco de carga, preciso ligar pra minha mãe avisando que eu já estou indo para casa. Se importa? So down So down So down YEAHHH!! - Não, pode usar! You know where you are? You're in the jungle baby You're gonna die (Mônica, você é doente?? Ela vai descobrir o plano. Pegue de volta...Argh! Mas não da mais, ela vai descobrir.) In the jungle Welcome to the jungle Watch it bring you to your knees, knees - Humm, então a senhorita está gravando a nossa conversa, quanta sutileza, não? Que pena que esse seu plano tão genial não tenha tanto sucesso quanto o meu. – Denise fechava o aparelho, tacando-o fortemente contra o chão, partindo-o aos mil pedaços. – Tchau, fofa...tente da próxima vez, quem sabe eu não quebro outro aparelho seu? HAHAHA! Ah, agora eu e o Ce podemos dar um passo a frente... In the jungle Welcome to the jungle Feel my, my, my, serpentine - PASSO A FRENTE? QUE PASSO?? DIGA!!! In the jungle Welcome to the jungle Watch it bring you to your knees, knees - Use a imaginação, querida! Você tem cachola para isso. Adeus, darling! – Denise se afastava da pracinha, rindo da dentuça. Watch it bring you to your It's gonna bring you down-HA! Depois daquilo, o dia havia acabado para a dentuça. Além de ver seu amado nos braços de outra, sua rival descobrira seu plano e informou que ela daria um passo a frente na relação dela com o Cebola, o que estraçalhava aquela ferida quase incurável. (Maldita Denise, ela vai ver só!! MALDITA!!!) Coool Durante o resto da tarde e no dia seguinte, nada animava Mônica, nem Magali, que tentava fazer graça, contando piadas, histórias idiotas. Nenhum resultado, nenhum! A “vingança” da Denise havia deixado-a muito desanimada, a ponto de não querer comer. A única coisa que a dentuça havia feito durante esse tempo todo fora comprar um celular novo com sua mesada, pois já estava guardando há um tempo para fazer isso, porém, acabou gastando mais um pouco porque precisava trocar o chip. O ânimo dela só voltara ao “normal” na quarta-feira, depois dela fazer a prova de geografia, no meio da aula de literatura: A professora Lílian, a qual mandara a turma fazer um trabalho sobre o livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, aquele que Cebola ajudara Mônica a fazer (ver capítulo 10). A classe discutia todos os assuntos tratados no livro, cada detalhe que lá estava escrito. Naquele momento, Magali tagarelava sobre a relação amorosa entre Capitu e Bentinho na adolescência: - Bentinho e Capitu viveram um lindo amor. Eles eram amigos de infância, eram vizinhos e viviam a brincar um na casa do outro. Bentinho acaba descobrindo seu amor por Capitu quando a promessa de sua mãe de leva-lo ao convento estava próxima de se realizar, fazendo o casal armar um plano para ficarem juntos para sempre, além de fazerem a promessa de se casarem um com o outro. - Realmente, - interrompia Lílian – o amor dos dois foi realmente muito bonito, verdadeiro e intenso. Bom, como já discutimos a adolescência de Bentinho, vamos para a pergunta que acho que realmente estão interessados! Bom, o livro deixa uma pergunta em aberto, tendo assim duas conclusões possíveis, as quais há provas em ambas as conclusões. A pergunta é: Capitu traiu Bentinho? Gostaria de uma voluntária para expor sua opinião. Mônica gostava de discutir sobre livros e se interessou em Dom Casmurro. Dessa maneira levantava sua mão direita: - Certo, pode dizer Mônica! - Eu acho que Capitu não traiu Bentinho! - Já EU acho que ela trai o Bentinho, eu tenho certeza! – retrucou Cebola na mesma hora. - Você tem provas da traição? - Não é necessário, Bentinho havia notado seus olhos de ressaca, típicos de sua adolescência, no enterro de Escobar, seu melhor amigo. Um olhar vale mais do que mil provas na mão!! - Isso porque ele concluía as coisas antes de investigar, ele era precipitado! - Precipitado, mas correto. Não percebeu que ele fala que Ezequiel era a cara de Escobar, as mesmas feições, as mesmas habilidades em cálculos, o mesmo modo de agir. Tudo se encaixa perfeitamente! - Claro que não!! Ele era precipitado, isso fica bem claro no capítulo Otelo, além disso mostra o quão paranóico ele era!! - Ela o traiu e ponto final!! - Eu que digo que ela não traiu e ponto de exclamação!! - Ela traiu. - Não traiu - Traiu. - Não traiu! - Ta bom alunos, não precisamos exagerar. Já ficou bem claro para mim que vocês leram e defendem arduamente seu ponto de vista! Bom pessoal, como já está para bater o sinal, vou libera-los mais cedo, devido ao interesse na turma pelo livro. Mônica e Cebola haviam fechado a cara. Aquela discussão estava além das barreiras do livro, era uma briga pessoal. Cada um tentava provar de que estava correto e nesse caso a dentuça estava com completa razão. Toda a classe percebeu o clima pesado entre eles. Eles estranharam, porque entre Mônica e Cebola tudo não passava de uma simples briga e logo depois estavam amigos de novo, como se nada entre eles tivesse acontecido. Mas aquilo era muito mais complexo e parecia que eles eram inimigos mortais, prontos para o combate. Todavia, engana-se quem acha que Cebola confiava plenamente em Denise. Depois daquela ligação de segunda-feira, ele estava desconfiando cada vez mais dela, pois toda vez que ele quer leva-la para casa, ela arranjava uma desculpa esfarrapada e tão banal que qualquer que era mentira. Hoje ele tentava de novo leva-la para casa: - Dê, vai, deixa eu te levar! Que que tem? - Amorzinho fofo do meu coração, eu já disse que não precisa se preocupar comigo, eu vou sozinha... - Mas eu insisto, deixa eu te levar, Denise, por favor – olhava para ela com os olhos meigos. - Fofo, o problema não é você me levar, é que eu vou dar uma passadinha lá naquela boutique e eu sei que os garotos DETESTAM acompanhar as namoradas nesses lugares. É por isso que não precisa se preocupar! - Mas eu não ligo, sério... eu faço um esforço... - Ta vendo, você não vai gostar, eu to indo, tchau, amor... - Não, hoje eu vou te levar e ninguém vai me impedir. Triim. Tocava o celular da Denise. - Alô! Já disse para não ligar para mim essa hora! Não, hoje não dá! NÃO DÁ! Eu vou! Uhum! Ta, a gente se vê! Também, beijos! - Quem era? – indagou Cebola, curioso. - A Carmem, ela tava perguntando se eu ia junto com ela na boutique, mas eu não vou, porque meu amorzinho vai me levara para casa... - Mas não precisa adiar seus compromissos por minha causa, já disse que eu te acompanho na loja. - Não, amor... Vamos para a minha casa, outro dia eu marco com a Carmem! - Ta bom, já que insiste! – respondia Cebola, vencido. Aquilo intrigou e muito Cebola. Antes da ligação ela só recusava, recusava e recusava. Mas depois dela aceitou, mas não iria mais a boutique. Era muito estranho, porque ele sabia que as mulheres geralmente não recusam sair com as amigas, mesmo que isso deixe o ficante ou namorado de lado. A desconfiança crescia de uma forma acelerada e voraz, algo dentro dele dizia incessantemente que havia algo errado naquilo. Mas hoje não era o dia certo de pesquisar a fundo, já que Denise o convencera de que não era necessário ir à boutique e que já estava de bom tamanho eles irem juntos à casa da Denise. Porém, logo iria investigar detalhe por detalhe toda essa história mal-contada. Qual das meninas está certa, afinal? Mônica ou Denise? Mônica ou Denise? Ele só saberia se ele seguisse a garota ruiva depois da aula, quando ela ia à pracinha ou na boutique encontrar a Carmem. Quando ele iria fazer isso? Não sabia ainda, mas não passaria dessa semana. Fim do 30º capítulo

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Notas finais do capítulo

Música que acompanha o capítulo:

Welcome to the jungle - Guns N' Roses

http://br.youtube.com/watch?v=XHr8EXCitdI



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