17 Meses escrita por Aninha Cristal


Capítulo 1
17 meses


Notas iniciais do capítulo

Primeira fanfic HitsuKarin, porque existem poucas fanfics desse casal filler lindoo!
PS: Escrevi essa fanfic em 2012, por isso o Isshin está... diferente aqui. Infelizmente, não sabíamos de seu passado nessa época e resolvi não alterar a fanfic depois.



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2 meses

Karin treinava futebol com seus amigos como sempre, mas pela terceira vez um garoto de cabelos prateados e face séria jogava com eles. Hitsugaya conseguira uma folga de seu trabalho e fora ao mundo humano visitar sua velha amiga vovó Haru. No caminho até a casa da velha senhora, Karin o encontrou e convidou-o, ou melhor, forçou-o a jogar um pouco com eles. “Mais tarde nós vamos lá”, foram as palavras da jovem que com um puxão o levara para o campo. Sem escolhas, lá estava ele.

– Karin-chan, nosso tempo acabou, a turma mais velha chegou. – um dos amigos de Karin disse apontando para alguns garotos de aproximadamente catorze anos.

– Ei, vamos visitar a vovó Haru? – Karin perguntou aos seus amigos assim que saíram do campo.

– Eh... Tenho que ajudar minha mãe hoje. – um dos amigos disse.

– Eu tenho que limpar meu quarto. – outro comentou.

Todos encontraram alguma desculpa para não ir até a casa de Haru. Karin mostrava um semblante triste ao ver todos os seus amigos irem embora. Hitsugaya viu sua face, mas apenas começou a andar deixando a menina para trás. Ela assim que percebeu deu um grito e correu atrás do garoto de cabelos claros.

O caminho foi calmo, Karin falava algumas coisas e Hitsugaya apenas assentia ou fazia um leve comentário. A garota já sabia que ele era calado e não se importava com o modo frio que respondia às vezes. E ele, apesar do modo calado, não ligava que a garota que conversasse com ele.

Chegaram à casa da velha Haru e a cumprimentaram.

– Olá Toushirou-kun, Karin-chan. – a senhora cumprimentou-os - Vocês realmente estão namorando, ne? – deu um pequeno sorriso e saiu da frente da entrada da porta.

– Nós não somos namorados! – ambos responderam juntos.

– Ne Karin-chan, não se esqueça que no dia que achar um namorado você irá contar pra sua vovó, tudo bem? – Karin corou e assentiu. Elas sempre conversavam e a senhora sempre perguntava sobre a vida amorosa da garota.

A senhora sorriu novamente e entraram. Conversaram um pouco, enquanto comiam feijões doces e observavam o céu. Logo Haru entrou para terminar alguns afazeres, deixando Hitsugaya e Karin sozinhos. Ambos não falavam nada, até Hitsugaya quebrar o silêncio.

– Por que seus amigos não quiseram vir? – perguntou e continuou comendo seus feijões.

– Eh? – Karin percebeu que Hitsugaya sabia que seus amigos haviam mentido. Pensou um pouco e começou a falar – Depois que conheci a vovó Haru, trouxe meus amigos para conhecê-la também. Durante um tempo todos gostavam muito de vir, mas um dia, um hollow apareceu aqui... – Karin parou um pouco – Eles ficaram com medo das coisas sem explicação que estavam acontecendo e saíram correndo. Eu o destruí depois. Eles não quiseram voltar depois mais.

– Entendo.

– Mas eu ainda venho toda semana nesta casa para conversar com a vovó Haru. – Karin deu um sorriso e teve a leve impressão de ver Toushirou ficar vermelho – Está bem Toushirou?

– S-sim. – disse virando a cara emburrado.

– Onde você vai ficar Toushirou? – Karin perguntou – Se quiser pode ficar lá em casa de novo.

– Não posso. A Seireitei acha melhor não aparecermos para o Kurosaki. – Hitsugaya respondeu – Vou voltar para a Soul Society, amanhã tenho que voltar ao trabalho.

– Ne, você é mesmo bem ocupado para um aluno do primário. – Karin disse.

– Eu já disse que não sou aluno do primário! – Hitsugaya gritou bravo, o que fez Karin soltar um riso.

– Eu sei disso, mas é legal ver você bravo ás vezes Toushirou.

Eles continuaram na casa de Haru até anoitecer. Hitsugaya voltou para seu mundo e Karin foi para casa. Ao chegar lá escutou seu pai fazer um de seus usuais dramas por ela ter chegado tarde e seus dramas só pioraram quando Yuzu perguntou se ela não estava com seu namorado. Ela simplesmente subiu e ignorou todo o drama do pai e irmã que começaram a discutir sobre o suposto namorado de Karin.

7 meses

Hitsugaya apareceu no mundo humano novamente. Foi até a casa de Haru e encontrou uma garota de cabelos negros saindo do lugar. Ela levantou a cabeça e viu Toushirou com aquelas roupas estranhas que vira no primeiro dia que se encontraram. Correu em direção ao garoto e começou a perguntar quase desesperada.

– Ne, Toushirou, você sabe onde a vovó Haru está?

– Você não ficou sabendo Kurosaki? – ele perguntou. Viu a garota acenar que não com a cabeça e calmamente falou – A vovó Haru morreu há algumas semanas.

Lágrimas começaram a rolar pelo rosto da garota e ela caiu ajoelhada no chão. Fazia algumas semanas que não via a senhora e estava preocupada, mas morte nunca passara por sua cabeça. Hitsugaya abaixou-se e abraçou a garota para consolá-la. Também ficara triste quando descobrira sobre a morte de sua “vovó”, mas já havia mostrado suas emoções para si próprio quando a notícia apareceu.

Permaneceram assim por alguns minutos. Karin não chorava facilmente, se proibira de chorar após a morte de sua mãe, mas a idosa era importante para Karin, ela havia se tornada sua melhor amiga, a qual podia confiar e conversar. Haru era quase uma avó de verdade para ela e era triste perdê-la.

Assim que a garota parou de chorar, Hitsugaya e ela foram até uma colina, onde toda cidade podia ser vista. Era o lugar onde Hitsugaya e Haru haviam se conhecido. Eles colocaram uma cruz com uma foto da senhora no topo e permaneceram lá por algum tempo. Falavam algumas coisas, lembravam de fatos que envolviam a vovó, riam um pouco com alguns, mas suas feições mudavam totalmente com outros. Ao surgir do pôr-do-sol, eles levantaram-se e resolveram ir embora. Karin agachou e olhando para a foto de Haru começou a falar.

– No dia que eu tiver um namorado, eu com certeza o trarei aqui para a senhora conhecê-lo, tudo bem? – a garota deu um sorriso, mas logo voltou a chorar, lembrando de sua amiga. Hitsugaya a abraçou novamente por trás e corou. Por mais estranho que fosse ele gostava de abraçá-la e ela sentia-se bem quando ele o fazia. Ela também corou, mas ambos não podiam ver a face um do outro por sorte.

Ambos foram embora com o coração um pouco acelerado, sem entender muito bem o porquê.

11 meses

Era quase Ano Novo e a cidade de Karakura toda estava reunida no parque para ver os fogos de artifício. Isshin obviamente arrastou toda sua família para um ‘programa em família’ com direito a tentar embebedar suas filhas e chorar por sua mulher no ombro de todo mundo.

Karin já estava acostumada com seu pai bêbado tentando deixar ela e Yuzu no mesmo estado. Ela já não bebia mais o que seu pai lhe dava e não permitia que sua irmã bebesse também. Isshin brigava com Ichigo toda hora e depois chorava pelos cantos.

Faltava alguns segundos para a virada e Isshin fez com que todos ficassem juntos. Naquele momento todos estavam felizes. Isshin parara com seus dramas e brigas. Abraçou seus filhos sorrindo e eles também sorriam. A virada era um dos poucos momentos que sua família toda estava reunida e feliz. Mas logo Isshin voltou a ser Isshin, e não mais o bom pai da virada. Karin saiu de perto deles e foi apreciar os fogos que ainda eram soltos em um lugar mais calmo.

Saiu disfarçadamente, apenas avisando seu irmão e pedindo que ele tomasse conta de sua irmã gêmea, e começou a andar pela cidade sem rumo. Quando se deu conta, estava na rua, perto da colina, onde Hitsugaya sempre estava. O melhor lugar para se ver o céu. Talvez fosse por isso que seus pés escolheram aquele lugar para ir. A medida que andou, viu um garoto de cabelos prateados apoiado no corrimão(N/A: Não sei o que é aquilo). Aproximou-se mais para ter certeza de que era Toushirou.

– Yo, Toushirou! – a garota gritou animada ao perceber que era mesmo seu amigo shinigami. Ele estava diferente, seu cabelo havia mudado e usava um cachecol. Entretanto sua altura continuava a mesma.

– Kurosaki! – o capitão olhou para a direção de onde ouvira seu nome ser gritado e encontrou a garota numa yukata azul com flores rosa. Ela estava linda aos seus olhos, parecia ter crescido um pouco e seus cabelos soltos estavam mais compridos.

– Há quanto tempo Toushirou! – a garota se sentou do lado dele – O que faz por aqui?

– A Soul Society estava um pouco chata e quis vir ao mundo humano. – ele respondeu olhando o céu – O que faz aqui?

– É o melhor lugar para se olhar o céu não é? – ela sorriu. Viu Toushirou olhar seu traje de canto e continuou – Meu pai obrigou eu e minha irmã a usarmos isso. – riu sem jeito – Você mudou Toushirou.

O silêncio pairou por algum tempo, até Hitsugaya começar a falar.

– Esse lugar, me faz lembrar uma antiga paixão. – ele disse com voz baixa, mas não o suficiente para Karin não escutá-lo.

– Por que antiga? – Karin perguntou. Mentalmente estava se perguntando por que Toushirou resolvera fazer este comentário, não parecia normal – Não deu certo?

– Encontrei uma nova. – ele disse olhando o céu que ainda possuía alguns fogos.

– Eh? – Karin espantou-se um pouco com a resposta, seu coração estava agitado e a garota não sabia porquê – Quem? – perguntou sem querer, automaticamente. O garoto não respondeu e logo o silêncio voltou por alguns segundos. Ela voltou a olhar o céu, mas logo ouviu a voz de Hitsugaya.

– Karin... – a garota se virou para ouvir o que ele tinha para falar, surpresa por ouvi-lo chamá-la pelo nome, e foi surpreendida ao sentir seus lábios serem tocados pelos do garoto de cabelos prateados. Permaneceu de olhos abertos, espantada pela atitude do capitão, que logo se afastou e continuou a falar – Karin... Este é o nome da garota que me apaixonei.

Ela estava sem palavras, ainda com os olhos arregalados e com o rosto quente e vermelho, tentava ter alguma reação, mas não conseguia. Ele estava corado olhando para baixo, talvez esperando por uma resposta, mas só havia o barulho dos fogos.

Karin saiu de seu transe e abriu sua boca para falar algo, mas foi interrompida por um grito de uma voz fina conhecida. Era sua irmã Yuzu que gritava seu nome no topo da escada.

– Karin-chaan! – Yuzu gritou – Finalmente te achei! O papai está preocupado!

Karin olhou para a irmã e gritou – Está tudo bem Yuzu, eu já volto! – sorriu e esperou que a irmã fosse embora para poder falar com Toushirou, mas a garota de cabelos claros desceu as escadas e puxou Karin.

– O papai está totalmente bêbado e o Ichi-nii está tendo que lidar com os dramas dele. Ele acha que você foi seqüestrada, abusada, drogada e tudo mais! – a garota puxou sua irmã emburrada, afinal, agüentar seu pai era difícil – Temos que ir para casa.

Yuzu não podia ver Hitsugaya e Karin nem sequer conseguira despedir-se dele. Ele deu um riso de canto ao ouvir sobre os dramas de Isshin enquanto Karin se distanciava e ele observava. No meio da escada, Karin virou-se e deu um sorriso na direção que Toushirou estava.

– O que foi Karin-chan? – Yuzu perguntou.

A garota não respondeu, estava nervosa e ao mesmo tempo feliz pelo que acontecera. Seu coração batia rápido ainda. Aquele fora seu primeiro beijo e estava confusa em relação aos seus sentimentos por Hitsugaya ainda, mas assim que chegou ao local que Ichigo e seu pai estavam esses pensamentos logo se distanciaram devido ao pai dramático no seu pé, o qual foi chutado por Karin e pisoteado por Ichigo depois.

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1° dia do ano na Soul Society e Hitsugaya estava relaxando sentado no telhado de seu esquadrão enquanto observava algumas pipas com formatos estranhos, como gatos pretos e rostos dos capitães do 11° e 13° esquadrões. Estava de ótimo humor devido ao que acontecera nos primeiros momentos de seu ano e parecia que nada poderia estragá-lo. Isso até uma mulher de cabelos ruivos e seios fartos aparecer no telhado.

– Capitão! – a ruiva encostou seus peitos na cabeça de seu capitão.

– Matsumoto! – ele gritou, mas logo se acalmou – O que aconteceu?

– Ah capitão, o senhor sumiu ontem, fiquei preocupada! – ela disse de forma meiga.

– Eu fui ao Mundo Humano. – ele respondeu friamente.

– Fazer o que capitão? – a ruiva perguntou animada, mas Hitsugaya não respondeu, fazendo com que a ruiva tentasse tirar suas próprias conclusões – é aquela garota daquela vez não é, ca-pi-tão?

– Não! – ele gritou corando – E eu já disse que eu estava aprendendo a jogar futebol aquela vez!

– Então por que está tão vermelho capitão? – ela perguntou maliciosamente, mas não obteve resposta, Hitsugaya apenas virou o rosto – Aww, meu capitão está gostando da irmã do Kurosaki! E ela gosta do senhor?

– Não te interessa! – ele desceu do telhado irritado e vermelho com as perguntas de sua tenente.

13 meses

Era o dia dos namorados, Valentine’s Day! Karin foi até sua escola e viu inúmeras garotas com seus chocolates na carteira, esperando para entregar para seus amados. Yuzu era uma delas. A Kurosaki era apaixonada por um garoto da sala B e iria entregar mais tarde, junto com sua amiga.

Para Karin o Dia dos Namorados sempre fora um saco. Talvez porque nunca gostara de alguém ou porque só tinha amigos garotos que só serviam para jogar futebol e reclamar que não receberam nenhum chocolate. Ela detestava admitir, e não o faria para ninguém além de sua irmã, mas naquele ano ela também havia feito algo para aquela data estúpida.

No dia anterior, Yuzu preparava chocolates para a ocasião, aproveitando que seu pai não estava em casa. Karin passou por ela algumas vezes e Yuzu perguntava toda vez se ela não queria fazer também, até que uma hora a garota resolveu tentar. Não tinha certeza se deveria fazer isso ou não, afinal, não sabia se os sentimentos do shinigami eram verdadeiros. Não sabia se deveria entregá-los e nem como o faria! Estavam muito bem guardados na sua mochila para que ninguém encontrasse.

A aula terminou e Yuzu foi entregar seus chocolates para o garoto da sala B. Karin começou a pensar em como faria para entregar. Chegou a conclusão de que era idiotice! Nada conspirava a seu favor e nada era certo. Nem seus sentimentos, nem os dele.

A garota então teve uma última idéia. Ela foi até a casa de sua velha amiga Haru e deixou a pequena embalagem cor de rosa com um laço na varanda onde ela e Hitsugaya conversavam. Se ele fosse lá e pegasse tudo bem, se não, também estava bem. Era esse o pensamento da garota. Ela ficou um tempo encarando a embalagem e desistiu, mas mudou de idéia mais de dez vezes até ir embora e deixar seu presente lá.

– Quem liga pra isso afinal. – ela disse dando os ombros e saindo do lugar.

14 meses

Karin se dirigia até uma casa abandonada e por ela muitas vezes visitada. Por algum motivo Hitsugaya queria que ela fosse lá e ela, sem entender nada, foi. Estava de férias então não teve problemas com horários. No caminho lembrava-se das palavras de Matsumoto, que encontrara fazendo compras no Mundo Humano alguns dias antes. “O capitão pediu para você ir à casa da vovó Haru dia 14”. Por que justo naquele dia?

Mesmo estando confusa, também estava ansiosa para encontrar Toushirou depois de tanto tempo. Queria saber como estava e se encontrara seu presente. Fora na casa um dia depois e a embalagem havia sumido. Provavelmente era só algum qualquer que entrara na casa e pegara, mas seu coração ainda tinha esperanças do capitão do 10° esquadrão ter pego.

Chegou à casa e encontrou Hitsugaya na varanda, junto a um piquenique muito bem feito. Havia algumas frutas e pães, junto com uma jarra de suco e uma cesta fechada. Hitsugaya então percebeu que ela chegara e cumprimentou-a com um sorriso. Ela estava diferente, ele pensou. Seus cabelos estavam soltos e mais compridos e usava um vestido azul claro simples, com algumas rendas nas mangas que eram curtas e na ponta. Era realmente estranho vê-la daquele jeito. Ele também estava bem arrumado, mas nada diferente, estava em um gigai, com suas roupas costumeiras.

– O que é isso? – ela perguntou ainda surpresa. Não era todo dia que se via um piquenique numa casa abandonada, ainda mais se o organizador for o capitão de olhos turquesa!

– Normalmente quando um garoto recebe um presente no dia 14 de fevereiro, ele tem que recompensar a garota um mês depois, não é? – ele disse ruborizando, logo virando o rosto.

– Então você recebeu! – Karin não queria demonstrar como ficara feliz, mas não conseguiu esconder a animação, o que fez a garota corar também.

– Matsumoto disse que encontrou e me entregou. – ele respondeu. Omitiu alguns fatos como o de sua tenente ter seguido a garota após vê-la andando pelas ruas e indo a um lugar diferente de sua casa e ter esperado até a garota sair para ver o que deixara no lugar – E da próxima vez escreva um cartão mais amigável. – o capitão disse emburrado.

Karin riu ao ver a face de Toushirou e lembrar-se do cartão “amigável” de Dia dos Namorados que escrevera. “Para o aluno do primário mais ocupado que já conheci, Hitsugaya Toushirou.” Passara um tempo pensando em frases amáveis para colocar no cartão, não podia negar, mas aquela parecia ser a melhor, mesmo que não expressasse seus sentimentos muito bem.

– Você está muito bonita. – o garoto disse baixinho.

– Ah! – a garota corou - É que a Yuzu teve alguns problemas com as roupas de casa e eu não tinha nada limpo, então tive que pegar uma dela. – a garota riu sem graça, mirando o chão.

– Isto é para você. – disse entregando um narciso para a garota, a flor de seu esquadrão.

Continuaram conversando por algum tempo, às vezes parando devido ao rubor, mas na maioria do tempo rindo. Karin estava descobrindo um novo lado de Hitsugaya, um que nem imaginava que o capitão tivesse, mas que também não ligava de existir.

Após alguns minutos de silêncio, quando o sol já se punha, Hitsugaya levantou-se e agachou-se em frente a Karin. Olhou nos olhos obsidiana da garota que estava sentada e pegou suas mãos, fazendo a garota corar como uma pimenta.

– Karin... –começou a falar – Você gostaria de ser minha namorada? – ele perguntou e Karin ficou sem reação. Estava nervosa, surpresa, assustada, feliz, na verdade nem sabia mais como estava se sentindo de verdade!

– Tou... shirou... – ela não conseguia falar direito.

– Eu sei que é meio rápido e repentino, mas... – o garoto falava sem jeito olhando para o chão, entretanto foi interrompido pela voz da garota.

– Sim.

– O que? – ele olhou para o rosto da garota novamente que o olhava com um sorriso em seus lábios. Ele também sorriu ao ouvir a garota repetir sua resposta.

Levantou-se e tomou os lábios da garota para si. Desta vez Karin fechou seus olhos e retribuiu o beijo do garoto. Foi calmo e terno. Quando se separaram olharam um para o outro e Karin deu um riso. Estava feliz. Não imaginara antes, mas estava realmente apaixonada por aquele baixinho de cabelos prateados e olhos turquesa.

– Ne, Karin... – Hitsugaya começou com um tom meio triste, fazendo a garota também ficar séria – Você sabe que eu não posso aparecer muito aqui no mundo humano e... – ele parecia triste e estava preocupado, mas foi interrompido por uma voz feminina.

– Tudo bem. – ela respondeu sorrindo – Eu sei que você é uma criança muito ocupada lá na Soul Society. – Hitsugaya iria ficar bravo se não fosse aquela situação. Sua preocupação foi embora ao ver a garota responder tão bem e ele também sorriu.

Continuaram lá mais um pouco, até Karin o puxar dizendo que precisavam ir a um lugar. O capitão apenas a seguiu e seu destino final era a colina onde uma cruz com uma foto estava. Karin se aproximou da cruz e olhando a foto começou a falar.

– Vovó Haru, eu prometi que quando tivesse um namorado você seria a primeira pessoa a saber não é? – a garota sorriu – Acho que a senhora previa o futuro quando dizia que eu e o Toushirou éramos namorados. – ainda sorrindo soltou algumas lágrimas, olhando para a foto e logo depois para o céu.

Hitsugaya observava-a de longe. Enquanto a garota estava parada olhando para o céu, percebeu como ela havia crescido desde que se conheceram. Estava mais alta, mais que ele, seus cabelos haviam crescido, suas feições estavam mais belas e seu corpo... bem, ele também havia crescido e se tornado mais belo. O capitão corou ao pensar e foi ao lado da garota, observar o céu com ela.

Logo Karin disse que precisava ir, ou seu pai faria um de seus dramas e Yuzu começaria a falar em sua cabeça. Karin não poderia falar que namorava Toushirou em sua casa, nem pensar! Hitsugaya pensava nisso preocupado, como falaria com a família de Karin? Era um shinigami e o único que sabia de sua existência era Ichigo e ele nem sequer podia vê-lo. Isso realmente o preocupava.

Karin já se distanciava com passos rápidos, mas parou e olhou para trás ao ouvir Hitsugaya chamar seu nome.

– Karin... – garoto pausou e olhou para ela com olhos ternos – Daisuki!

A garota de cabelos negros sorriu ao ouvir e gritou de volta – Daisuki, Toushirou! – virou-se e continuou correndo.

16 meses

Hitsugaya e Karin comemoravam o aniversário da garota na velha casa. Aquele já havia se tornado seu ponto de encontro. Ninguém ia lá por ter a fama de ser mal-assombrada, então não havia com que se preocupar.

Ela havia encontrado uma carta em sua carteira na escola. “Encontre-me na casa da vovó Haru hoje se quiser receber seu presente de aniversário.” Riu pensando no garoto que reclamava de seus bilhetes nada “amigáveis” e escrevia assim. Quando chegara na casa, Hitsugaya a surpreendeu com um beijo e um pacote nas mãos. O presente era uma pulseira com um narciso, para a garota era apenas um belo acessório e o capitão não diria a verdade por detrás do presente. Se ela estivesse em perigo, o pingente o avisaria.

– Como tem sido cuidar de alguns hollows? – Hitsugaya perguntou enquanto comiam o pequeno bolo que ele havia levado.

Há pouco tempo a garota começara a enfrentar alguns hollows com suas habilidades e alguns itens que Urahara lhe dava. Somente o shinigami responsável por Karakura não estava dando conta, por isso aceitara cuidar da cidade um pouco.

– Urahara tem me ajudado muito dando algumas coisas. Ele me deu este colar, - a garota apontou para o colar em seu pescoço – ele disse que vira algo como uma bola quando eu precisar.

Hitsugaya constantemente pensava em como ela seria uma boa shinigami se virasse uma. Sem nem mesmo uma zampakutou já conseguia derrotar hollows. Mas a garota deveria aproveitar sua vida, era nova demais ainda para ser uma shinigami.

– Toushirou, como sabia que meu aniversário era hoje? – Karin perguntou.

– Ah... – Hitsugaya tentava criar uma desculpa. Não contaria que andara investigando – Yuzu me contou quando fui à casa de vocês aquela vez.

– Hum. – Karin resmungou – Quantos anos você tem Toushirou?

– Cinquenta. – ele respondeu normalmente.

– Cinquenta?! – a garota ficou engasgou surpresa – Co-como?

– Na Soul Society nós demoramos mais para envelhecer do que no Mundo Humano. Eu sou bem novo lá. Aqui no Mundo Humano tenho uns dezessete.

– Ne, acho que não poderei mais te chamar de criança ou aluno do primário mesmo. – ela riu baixo.

Passaram a tarde juntos e a noite Karin foi para sua casa, pois Isshin com certeza teria feito algo para suas filhas e a falta de Karin na casa deveria ter feito com que ele pirasse. A garota até perguntou se o capitão não gostaria de ir à sua casa comemorar com eles, mas ele lembrou-a que não podia se encontrar com o irmão da jovem de agora 13 anos.

17 meses

Ichigo chegou em casa e passou por suas irmãs que estavam sentadas na cozinha. Karin logo arregalou os olhos ao perceber que a reiatsu de seu irmão havia voltado.

– Tadaima. – Ichigo disse.

– Okaeri! – Yuzu respondeu feliz, enquanto seu irmão subia as escadas indo em direção ao seu quarto – Hã, Karin-chan, o que aconteceu?

Karin ficou parada por um tempo, estática, sem reação. Quando voltou a si, subiu as escadas indo atrás do irmão. Entrou no quarto e encontrou-o sentado em sua cama olhando para a janela. Ele se virou com o barulho da porta.

– Yo, Karin.

– Ichi-nii, seus poderes voltaram? – ela perguntou.

– Sim. – ele respondeu com um pequeno sorriso.

– Que bom. – ela disse sorrindo.

– Agora você poderá voltar a sua vida de antes Karin. Eu cuidarei dos hollows como shinigami substituto. – Ichigo disse – Você nunca gostou de ver fantasmas não é mesmo?

– Eu já não me importo mais. – ela disse e sorriu saindo do quarto – Descobri que eles podem ser legais.

Ela saiu, deixando seu irmão sem entender dentro do quarto. Karin finalmente entendera que sempre houve um motivo para ter seus poderes.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Yo! Bem, eu deixei feijões doces mesmo ao invés de colocar o nome, porque achei que teria que explicar e quem curte HitsuiKarin obviamente assistiu os eps 132 e 316, ou seja, sabem de que feijões estou falando.
Espero que tenham gostado, e... esse não é o fim! MWAHAHAHAHA! Vejam o Bônus por favor! Mandem o que acharam e bye bye!