PDV Penny

  A pior coisa que pode existir no mundo depois da volta dos Titãs, é um filho de Apolo apaixonado. Mark estava apaixonado, ou seja, quando eu tentava conversar com ele, ele começava a falar sem parar dos motivos que a garota deveria gostar dele. Ficamos nessa tentativa de mudar de assunto por uns vinte minutos andando na floresta até que não aguentei mais, e para não pegar minha espada e mata–ló, inventei uma desculpa esparramada sobre o meu cabelo e a umidade que, graça aos deuses, ele acreditou.

  Quando estava indo para o meu chalé notei um movimento muito suspeito de vestidos de gala, ternos e gravatas entre os campistas. Parecia que era o fim do mundo, e eles queriam ficar bonitos para situação. Vi uma garota com uns três chapéus, empilhados na cabeça, outra com um brinco de pérolas de um lado e um brinco bem longo que ia até o ombro no outro, um menino com várias gravatas nas mãos, outros escolhendo as cores de ternos, entre outros, o que para mim não fazia sentido nenhum.

  Fiquei tentando me lembrar do que estava acontecendo até que uma garota filha de Apolo deixou cair um folheto cair na minha frente e eu li (N/A: Imaginem como aqueles folhetos de bailes):

  ‘’Primeiro Baile Anual Do Acampamento Meio-Sangue

    Campistas que treinam tanto merecem um descanso, não é mesmo?

    E para mudar a rotina começamos esse ano o Primeiro Baile do Acampamento Meio-Sangue dirigido totalmente pela Deusa do Amor e da Beleza, Afrodite!!!

Traje: Gala

Horário: 21:00

Local: Refeitório’’

  Fiquei tão pasma ao saber que a minha própria mãe havia feito isso sabendo a minha história, que deixei a folha que estava na minha mão cair, me deixando apenas com os meus pensamentos. Havia decidido que não iria para o baile, mas me lembrei do Connor, e da promessa que havia feito para ele e me arrependi mentalmente por ter feito isso. Depois de um longo tempo de reclamações mentais, sai da pose de estátua, e sai correndo para o Chalé de Afrodite arrumar logo um vestido, pois pelo o que conheço das minhas irmãs, elas iriam acabar com eles.

  E ao entrar no chalé quase dei um chilique de tanto horror.

PDV Connor

  Uau, a cara de desespero da Penny era impagável, ela parecia estar vendo a pior coisa do mundo, o que é possível. E assim que se acalmou seu olhar deu medo, mas muito medo. Ela deu tipo um daqueles olhares de filhos de Athena enraivecidos, como se estivéssemos destruído todas as bibliotecas do mundo, mas para Penny era apenas um chalé, mas todas as roupas estavam bagunçadas

  Espero apenas que ela não mate alguém, e para um caso de emergência eu vou dizer que era para a minha segurança.

PDV Penny         

  Eu não acreditava que aquelas pestes haviam feito isso com o meu chalé, MEU CHALÉ.

  Havia roupas espalhadas por todo chão, frascos de perfumes em cima da cama, sapatos em todos os lugares até debaixo do tapete que eu estava pisando, acessórios por todo chão e em cima das cômodas... Estava tudo um terror, menos uma cômoda, o que eu não entendi mas deixe para lá.

  Naquele momento eu tinha vontade de estrangular o Connor e o Travis que meio que estavam escondidos: o Travis debaixo de uns vestidos com uma cara de medo, e o Connor fazendo pose de manequim como se eu não pudesse vê-lo, é ele é um bobão mesmo.

  - O QUE VOCÊS FIZERAM AQUI? – berrei.

  - Ah, é que Penny, eu e o Travis estávamos atrás da minha mochila – falou Connor, dando um sorriso amarelo.

  - Que mochila? – falei tentando falar normalmente, pois ainda não estava totalmente calma.

  - A mochila que eu achei que o Connor ia trazer – falou Travis se escondendo ainda mais debaixo das roupas.

  - Só um minutinho, vocês reviraram todo o chalé só para achar uma MOCHILA? – disse, mas berrei a última parte.

  - Siiim – falaram em uníssono.

  - Como é essa mochila, só para vocês não bagunçarem mais do que já está o chalé.

  - Bem, ela é azul escura toda esmurrada, com um chaveiro de asinhas – falou Connor dando um sorrisinho, como se pensasse nas suas aventuras com aquela mochila.

  - Ela tem um cadeado prata?

  - Sim, tem você a viu?

  - Não é essa aqui não? – falei pegando a mochila que estava em cima da única cômoda que não haviam mexido.

  - Argh – disseram em uníssono e batendo a mão na testa. Meninos...

  - Mas então, por que você voltou para o chalé? – perguntou Connor, ainda com a marca de mão na testa.

  - Porque eu tenho que escolher um vestido para o Baile, e você também Connie – falei, dando muita ênfase em Connie, o fazendo ficar da cor de uma pimenta, e o Travis cair na gargalhada.

  - Ai, ai, cara, quero só ver você com vestido e maquiagem – falou Travis ainda dando uns risinhos.

  - Tá, tá, tá, mas vamos logo acertar o que vamos fazer – falou o Connor ainda um pouco envergonhado pela idéia do vestido – Penny você procura um vestido para você, enquanto eu e o Travis vemos... – parou Connor.

  Ele mexia loucamente na mochila, mas não havia nada dentro dela, ele quase a rasgava daquele jeito; ele estava tão nervoso que falava sussurrava para si mesmo não um monte de vezes, até que notou que não havia nada na mochila, e congelou. O Travis estava tão desesperado quanto o Connor, que fez a mesma coisa que ele: revirou a mochila e congelou ao notar que não havia nada.

  - Ei, por que vocês estão assim? – falei passando as mãos na frente dos dois para ver se acordavam.

  - O livro não está aqui – falaram em uníssono.

  - Que livro?

  - O livro de encantos – falaram em uníssono novamente, e começando a me dar medo.

  - Como ele é?

  - Tem uma capa dura verde, com detalhes dourados – falaram em uníssono de novo, e agora sim eu estava realmente com medo.

  - Mas vocês podem usar outro livro de encantos? – sugeri.

  - Sim, se você tiver – falou Travis, me olhando com um sorriso enorme, junto de Connor.

  - Bem, aqui no Chalé de Afrodite, nós temos nosso próprio livro de encantos, talvez não seja igual ao de vocês, mas deve servir pro gasto.

  - Claro, e onde livro está? – perguntou Connor.

  Nem respondi, fui direto para uma das cômodas que eles haviam mexido, e tirei o fundo falso da primeira gaveta. Ali só havia aquele livro, ele era rosa choque com detalhes pratas, e parecia ter sido usado há pouco tempo.

  - Aqui – falei entregando ao Travis – agora eu vou – comecei, mas não pude terminar, pois ouvi uma concha sinalizando o almoço – almoçar, e quando voltar se o chalé ainda estiver assim, teram que lidar com um Chalé de Afrodite raivoso – falei, e eles engoliram em seco.

  - Ainda me lembro das roupas justas... – começou Connor.

  - ... E da maquiagem que nunca saia - e completou Travis.

  Sai com um sorriso vitorioso do medo deles e fui almoçar pensando em vestidos bonitos.