PDV Connor

– Finalmente achei você, sua peste! – exclamou, vindo em minha direção. Normalmente eu teria muito medo, mas ela maquiada e arrumada dava vontade de rir, e como eu sou fraco comecei a gargalhar.

E gargalhava enquanto ela vinha em minha direção furiosa, ela até pegou sua lança, mas eu não conseguia parar de ouvir, até que ouvi um clique, que não parecia ser coisa boa.

- HÁ, HÁ, HÁ, ai Connor, se você não tivesse feito isso eu te mataria – falava meio que rindo toda hora, e olha que eu nem sequer vi a Clarisse dá um risinho, muito menos gargalhar.

- Do que você está... – parei, e me olhe em um reflexo de uma colher, e eu tinha que admitir aquele seria o pior dia da minha vida. Na colher não estava Connie estava eu, o Connor.

- Ahhhhhhhhh, o que está acontecendo, quem é este na colher? – depositei minhas últimas esperanças nessa frase muito inteligente, da minha parte.

- Connor você não me engana, todos sabem que você é um horrível ator, mas como ninguém ainda descobriu que você é a filhinha de Afrodite eu não sei – falou ainda gargalhando, e eu tentando não ficar da cor de uma pimenta fiquei olhando para os lados até que uns cachos loiros se mexeram atrás de uns arbustos, persegui eles com o olhar, mas de alguma forma eles desapareceram, quem poderia ser?

- Pennyyyyyyyyyyyyyyyy- gritei com a voz mais fina que consegui fazer, neste momento ela era a única que poderia me salvar desta situação humilhante, ao lado da Clarisse.

De repente vi um pontinho preto vindo da praia, quando chegou mais perto percebi que era a Penny, e quando ela me viu ela também riu da minha cara junto com a Clarisse, e ainda do lado dela, até que lancei meu melhor olhar ‘você vai morrer’ e ela estalou os dedos me transformando novamente em Connie, filha de Afrodite.

- Quem fez isso com você? – falou ainda dando uns risinhos, enquanto Clarisse tinha um sorriso brincalhão.

- Eu tenho minhas hipóteses, mas primeiro quero saber por que a Clarisse tá aqui e de maquiagem! – falei não em uma indireta, era uma direta mesmo, e rindo um pouco da última parte.

- É que uma de suas irmãzinhas – disse apontando para a Penny – ficou com raiva por eu empurra - lá no lago e decidiu ser vingativa.

- Não tenho idéia de quem você está falando, pois ontem eu sai – disse essa parte olhando para mim e depois voltando seus olhos novamente à Clarisse-, mas você se lembra de como ela era?

- Ah, ela era como a maioria de vocês são, de cabelos loiros e um estojo de maquiagem toda hora na mão.

- É, sua descrição bem detalhada vai me ajudar bastante, sabe? – ironizou Penny, é talvez ela esteja andando demais comigo.

- Ou você a acha ou eu acabo com você, está ouvindo? – pronto, Clarisse voltou ao normal, ou seja, ela está bem da frente da Penny com uma lança na garganta dela.

- Tá, tá tudo bem vou acha – lá e leva até você Clarisse, agora vou indo – fugiu a Penny, me deixando sozinho com a Clarisse, isso sim que era uma amiga de verdade.

- Então, senhorita Connor? – começou, mas não agüentou e começou a ter um ataque de risos, mas tão grande que teve que se sentar para não se jogar no chão.

- HÁ, HÁ, HÁ, que engraçado, agora se não se importa eu quero tomar café – falei do jeito mais irônico que consegui.

- Claro, madame Stoll – e teve de novo um ataque de risos.

- Sabe, se você não parar- comecei de um jeito persuasivo – eu vou contar para todos o seu segredo.

- Que segredo? – disse, parando imediatamente com as risadas e me olhando seriamente.

- Você sabe aquele segredo que se eu falar você vai virar motivo de risada – disse, e quando ela me olhou descrente mandei meu sorriso irônico e risonho, como se pensasse o que aconteceria se eu contasse o ‘segredo’ dela.

- Ok, está bem – bufou irritada, percebendo que eu tinha ganhado a batalha – eu não vou contar para ninguém sobre o seu segredo e agora já vou.

- Não fique – falei quando ela estava indo embora – jure pelo Rio Estige que não irá contar para ninguém.

- Mas que isso Connor, você não precisa envolver o Estige – falou dando risos nervosos, pois ela sabia que tudo jurado pelo Estige tinha conseqüências muito graves.

- Não, jure e se quiser eu juro também para manter seu segredo a salvo.

- Ok, eu, Clarisse La Rue, juro pelo Estige que não irei contar o seu segredo, Connor, agora você.

- Eu, Connor Stoll, juro pelo Estige não contar o seu segredo, Clarisse – terminei e ouvi um trovão que selava o juramento.

- Agora eu vou indo – disse, mas quando eu finalmente achei que ia me livrar dela ela se virou e disse – e como eu vou me livrar disso? – disse gesticulando para o rosto.

Eu daria uma resposta mal educada como: ‘’eu não sou filha de Afrodite pra saber’’, ou ‘’você já tentou sabonete, pois sei que você não o usa’’, mas nesse corpo de garota eu tinha mais limitações, ou seja, não lutava tão bem, principalmente contra a Clarisse.

- Vá para onde a Penny foi, provavelmente ela vai te ajudar, e qualquer coisa fale pra ela sobre uma certa ajuda que ela está me devendo.

- Ok.

Ela falou e foi embora, e agora eu vou assumir uma verdade. Eu não faço a mínima idéia de qual é o segredo da Clarisse, eu apenas blefei e parece que ela acreditou, graças aos deuses. E agora eu me lembrei, tenho que terminar meu café e oferecer algo a algum deus, pra quem será que eu agradeço? Ares? Não, eu enganei a filha dele; Afrodite? Acho que não, pois uma das filhas dela maquiou a Clarisse, me fazendo contar meu segredo para a Clarisse. Athena? Sim, ela me ajudou com a Clarisse. Então a escolhida para a oferenda de hoje vai ser ela.

Depois de tomar café e jogar a oferenda para Athena, fui para corrida com as ninfas, algo que por eu ser filho de Hermes seria ótimo para fazer os adversários comerem poeira, mas infelizmente não vou poder.