Dez Anos escrita por NothinBetter


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente, eu disse que voltaria, não disse? Ainda não é pra postar a fic que eu queria e estou planejando, mas enfim, essa é legal também!
Minha professora de redação mandou a gente escrever uma crônica e como eu não fazia a menos ideia de como começar, minha irmã me emprestou o livro dela, "O Melhor das Comédias da Vida Privada", de Luis Fernando Veríssimo, que é uma coletânea de crônicas. Tudo bem que ainda assim a minha redação ficou um lixo, mas eu vi essa história dentre outras tantas e achei que ficaria bom. Se quiserem ler a original... Seria legal! Mas agora eu vou calar a boca.
Divirtam-se!



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A casa estava cheia, bebidas eram servidas e todos conversavam alegremente entre si. Eu acabara de chegar e a dona da casa me guiava até a sala, onde eu a vi com seus cabelos brilhantes e corpo perfeito. Não dei atenção ao que a mulher ao meu lado dizia, apenas foquei meu olhar na pequena figura diante de mim. Aproximei-me e lhe toquei o ombro, ela se virou e um lindo sorriso iluminou seu rosto.

- Oi, como você está? – Perguntei sorrindo do mesmo jeito.

- Vocês se conhecem? – A mulher que eu até esquecera que estava ali disse maravilhada como se fosse um milagre duas pessoas se conhecerem.

Não respondi a pergunta e esperei que ela se pronunciasse por nós duas, que ela dissesse “Sim, nós nos conhecemos. Há anos. Apaixonamos-nos em um verão, o melhor de minha vida, e nos amamos intensamente. Ainda me mataria por ela, se fosse preciso.”

Mas a frase que chegara aos meus ouvidos não foi o que eu esperava.

- Já – Ela disse simplesmente, mas o sorriso nunca deixando o rosto.

Segurei-me para não falar nada sobre isso e arrastei-me até uma área mais reservada da casa, onde apenas algumas pessoas conversavam. Sentei-me na poltrona. Ela me seguiu e sentou-se no sofá ao lado, virada para mim. Estava quieta, como se esperando eu começar a falar. Sua personalidade mudara, pude perceber. Seus olhos ainda brilhavam, pelo menos.

Após lutar com meu eu interior e deixar a emoção do reencontro de lado, consegui proferir algumas palavras. Aquela mulher deixava minhas emoções confusas.

- Dez anos. – Minha voz estava embargada.

- Já faz tanto tempo assim? – Ela ainda sorria. – Meu Deus, estou ficando velha! – Sua gargalhada deliciosa ressoou pelo cômodo, fazendo meu sorriso aumentar.

E depois de se recuperar do ataque de riso, disse:

- Daqui a pouco vou ficar com rugas!

Interessante. Ela estava mais encorpada, mais madura, é claro. As marcas de expressão perto de seus olhos e boca estavam um pouco mais visíveis. Mas a mudança mais notória era em sua voz. Será que ela ainda cantava? Provavelmente não, não acho que ela tenha seguido deu sonho. Não vi nada com seu nome na Broadway, nada estrelando Rachel Berry. Então será que sua voz sempre fora assim, rouca? Impossível. Eu me lembro de tudo dela. Absolutamente tudo. Ela fora, e ainda é, o amor da minha vida, porém, pelo destino, talvez, não ficamos juntas e nossas vidas se separaram.

Ela se debruçou sobre o braço do sofá e repousou a mão em meu ombro, sorrindo.

- Você está ótima, hein? – Ela disse afastando uma mecha do meu cabelo curto que caía em meus olhos.

- O que aconteceu com você? – Olhei fundo em seus olhos castanhos. – Quer dizer...

- Bem, pois é... Sabia que já sou mãe?

- Não!

Não consegui conter o desespero em minha voz e sei que ele refletia em meus olhos também. Acho que ela levou como um elogio. Eu não acreditei no que ouvi, estava pasma e meu olhar congelou em seu rosto. Ela se virou e procurou entre as pessoas. Um homem alto encontrou seu olhas e sorriu. Não. Não podia ser verdade. Aquele filho da puta não.

- Finn! – Ela gritou e meus pesadelos se confirmaram. Ele se aproximou e ela ficou de pé me puxando junto. – Querido – Querido. QUERIDO! Que porra de querido?! –, você se lembra dela, nossa velha amiga... – Nossa amiga!E ela nem disse a merda do meu nome! Será que ela se esqueceu? Não acredito que ela esqueceu meu nome! A porra do meu nome! Talvez ela tenha esquecido todo o resto também.

- Quinn! Quinn Fabray! Quanto tempo! – Ele me envolveu em seus braços, os braços que eu desejava serem dela. Forcei um sorriso.

- Como você está? – Ativei o meu lado falso que não tenho usado desde o colegial e perguntei.

- Mostra uma foto do Júnior. – Ela disse antes que ele pudesse responder. – Você vai ver que menino lindo, Quinn. – Agora ela lembra meu nome. – Fez seis anos no mês passado. É a cara do pai!

- Que infelicidade. – Acho que falei em voz alta, pois ela se virou e fixou os olhos em mim, me olhando de cima a baixo.

- O que disse, Quinn? – Ela murmurou.

Finn tirou a carteira do bolso da calça. Ignorei a pergunta. Quer dizer que agora ela não parava mais de dizer meu nome, caralho. Eu nunca me esquecera de nada dela. Nada mesmo. Desde a marquinha de catapora em sua testa; a covinha que aparecia perto do queixo quando ela sorria; até a primeira vez que transamos; “Nunca vou te esquecer, nunca!” E agora ela mal sabia a droga do meu nome.

Finn pegou a foto da carteira de couro e me entregou. Segurei a fotografia. O menininho olhava diretamente para a câmera. Ele era mesmo parecido com o pai. Uma pena. A única coisa que herdara da mãe eram os olhos: castanhos, brilhantes e expressivos. Algo dentro de meu peito começou a queimar. Eu não costumava sentir inveja, mas olhando o casal se abraçando diante de mim e a foto do filho deles em minhas mãos... O filho que deveria ser meu. Meu e dela. Nós deveríamos estar abraçadas como um casal feliz. Não ela e aquele troglodita filho da mãe. Olha o tamanho das mãos dele envolvendo a cintura pequena e delicada dela!

- Ele não é uma gracinha? – Ela perguntou me tirando dos devaneios.

Devolvi a fotografia do pequeno Finn. Que criatividade. Aposto que ele deu o nome para o filho. Já não bastava a porra da estrela?

- Não. – Eu disse simplesmente.

- Como “não”? – Ela perguntou. Eu estava enganada ou um brilho de culpa passou por seus olhos?

- Não achei. Simples.

Dei as costas para o casal e os deixei boquiaberto, seus olhares queimando em minha pele. Saí pela casa à procura de uísque. Novamente ele seria minha companhia nas noites em que a saudade de certa morena era grande demais para agüentar sozinha.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Não, eu não sei escrever só história dramática e onde elas não ficam juntas... É que é mais legal, poxa! Espero que tenham gostado! Eu achei melhor colocar +16 por causa dos palavrões, mas nada de mais, vocês viram.
E acho que volto logo, minha amiga quer que eu escreva pezberry ou quinntana, vou avaliar o caso...