— Rápido, rápido! — Um estranho com roupas rasgadas e sujas disse. — Ele está chegando, rápido Marcus! — Eddie estava vendo aquela cena em uma forma de projeção astral, ele já sabia que estava em um sonho, aquilo, era algo que não queria que acontecesse novamente.

Dois homens com roupas desfalcadas estavam levando um baú, dentro de uma espécie de caverna. Era um furto contra alguém que habitava na região, em algum momento, uma espécie de mago se deparou de frente com os estranhos, há alguns metros deles. A cada passo de aproximação, batia seu cajado ao chão, estremecendo toda a caverna. Tinha uma túnica preta e vermelha, não era possível ver seu rosto, porém dentro do capuz era possível ver seus olhos brilhantes, roxos e maléficos. Seu cajado tinha a ponta de um cristal, e o tronco era uma madeira enrolada em faixas de pano. Os estranhos ao enxergar o mago, começaram a correr para o lado oposto com expressão de desespero em seus rostos.

— Ai meu deus! Um Arcano! CORRE Marcus! — Gritou com medo um dos estranhos, os dois saíram correndo para a escuridão da caverna, no entanto, outro Arcano apareceu, e dessa vez, do mesmo jeito que o outro, em frente a eles.

Eles pararam imediatamente, olhando para os olhos do Arcano maldito. Tinham um olhar de medo, suas mãos molhadas mostravam isso. Suavam pelo corpo inteiro, seus olhos mostravam que eram inocentes ao mesmo tempo culpados por se meterem com quem não devia. Os dois soltaram o baú, e se ajoelharam com as mãos na cabeça, pedindo perdão. A cada segundo um Arcano a mais ia se juntando a turma, e todos fazendo um círculo em volta de ambos, os cercando. A visão de Eddie ia ficando embaçada, porém, conseguia ouvir gritos de dor, vinda dos estranhos.

Eddie acordou, respirando ofegante e seu corpo inteiro estava molhado de suor, seu coração batia tão rápido quando uma bola de basquete sendo quicada ao chão. Levantou-se da cama, pegou uma armadura de bronze com alguns estragos e arranhões, porém, servia da mesma forma. Abriu a porta, colocou sua mão em frente seus olhos, pela forte luz do sol após ficar no escuro do depósito por tanto tempo. Saiu do quarto, fechou a porta, e se dirigiu a sua próxima aventura.

Ao sair do depósito, dois cavaleiros o orientaram ao barco pirata para sua missão. Chegou até a praia, de longe, via a Ilha de Mekir, haviam dragões sobrevoando a ilha, porém, ela era linda de todos os aspectos. Haviam tendas e cabanas por lá, cercavam uma tenda maior, que aparentava um pequeno palácio. Eddie colocou suas mãos dentro da bermuda de xadrez, tirando sua mão esquerda logo em seguida para cumprimentar Vladmir, porém, Vladmir não olhava para Eddie, e sim atrás dele. Olhou para Eddie como, ‘’Se vire’’, então, Eddie seguiu a mensagem. Virou-se e viu todo o povo de Azaran aplaudindo Eddie. Suas mãos já suavam, molhavam o tecido da sua bermuda, porém, ele não se importava mais com roupas. Logo chegou Francis, acenando a ‘’platéia’’ como um apresentador de reality show, já tinha retirado seu curativo do nariz, podia já sentir o ar naquela região. Tinha uma armadura dourada, de acordo com seus cabelos. Lisa vinha logo em seguida, tinha soltado seus lindos cabelos castanhos, com o qual deixou ao lado esquerdo de seu ombro. Seus lábios carnudos eram exuberantes ao nascer do sol, vestia uma armadura de prata com auxílios para ombro de couro. Todos apertaram a mão de Vladmir, e subiram no barco. Lá tinha uma tripulação já preparada, e seu comandante. Com um tapa-olho e chapéu de Barba negra.

— Subir as velas! Observador, ao mastro! Faxineiros comecem a limpar! — Gritava alto, com sua voz rouca e imperativa. — Subam a bordo marujos! Bem vindos ao Tempestade! — Um barco chamado tempestade? Pensou Eddie. Aquilo não parecia ser algo de sorte. Atrás, todo o reino aplaudia e se despediam, enquanto os servos melancólicos de Vladmir subiam a bordo.

Longo tempo depois, o barco já estava ao mar, as ondas eram incontroláveis, a maré estava absurdamente alta. O barco balançava como um balão de hélio. Francis foi à frente, colocou seu pé, como um pirata, na ponta do barco e com seus dedos imitava um fumar de um charuto. O barco remexeu e ele quase caiu, Eddie tinha o segurado.

— Valeu amigão. — Agradeceu Francis. — Olha, eu sonho com isso desde pequeno, sabe?

— É, é bom lembrar-se de seus desejos, infância... Pais.

— Ué, do que você está falan... — Três crocodilos gigantes interromperam Francis.

Eram imensos, tinham olhos verdes sem íris, suas escamas aparentavam ser fortes como ferro. Rugiam e e babavam como se estivessem famintos. Um dos três começou a atacar o trio. Os outros danificavam o Tempestade. Eddie catou um escudo do chão, e rolou para o lado se desviando de uma mordida do crocodilo. Pegou sua Nodachi e golpeou a gengiva do grandalhão, o monstro foi para trás, se contorcendo de dor.

Lisa pegou uma flecha, e apontou para o olho do monstro, porém, suas escamas fortes e ferozes agüentaram a flecha como um palito de dente. O monstro riu, e atacou Francis, então, ele fincou a Natascha, seu machado, na mão do gigante. Enquanto isso, Eddie disse.

— O distraia enquanto eu subo no mastro para pular em seu olho! — Os dois concordaram, e Lisa atirou outra flecha, desta vez no canto de sua boca, no grandalhão. Ele fitou os dois, enquanto Eddie subia no mastro. Eddie subiu no mastro e pulou e fincou sua Nodachi no olho do crocodilo, ele caiu ao mar, morto. Eddie pulou para o mastro, mas um dos crocodilos percebeu, e então bateu em Eddie com uma força suficiente para lhe derrubar ao mar.

Eddie foi afundando, a cada segundo, dentro do abundante oceano. Seu pulso estava quase nulo, estava em um estado de coma. Enquanto descia mais e mais, recebeu mensagens.

Fúria, a fúria.

Charin? Tio?

Use a fúria, use-a, ela vai intensificar seus poderes.

Eddie estava caindo cada vez mais, entanto, abriu seus olhos, em um reflexo extraordinário, e eles estavam vermelhos. Subiu até alcançar a cabeça do crocodilo, em uma força impossível, em um super pulo. Deu um grito firme, com uma voz alterada. Fincou sua Nodachi na cabeça do crocodilo, mais um, morto.

Assim, sobrava mais um, o outro, parecia ser o chefe de todos, era o maior, e tinha uma espécie de espada em formato de um arco. Eddie fez um arco com a Nodachi, portanto o crocodilo defendeu. O crocodilo sabia o que era a fúria, portanto, desistiu, foi ao fundo do mar, e deixou Eddie em paz. Mas Eddie não queria abandonar a luta, foi com uma velocidade fenomenal até o crocodilo e fincou sua espada até a barriga do monstro, porém, o monstro sobreviveu, e deu uma patada em Eddie, o garoto demônio foi para a trás, e no mesmo instante, foi um uma imensa velocidade atrás do maior crocodilo, chegando nele, lhe deu um chute, o qual caiu nas profundezas do oceano. Subiu novamente ao navio, e ficou parado enquanto todos olhavam para o demônio dentro do menino. E em uma fração de segundos, desmaiou.

FIM DO EPISÓDIO 6.