No dia seguinte, Hana estava na faculdade, esperando ansiosamente a aula acabar para que pudesse ir à reunião do caso Kira. O sinal foi dado, e agora era o intervalo para o almoço. Ela foi caminhando para o refeitório, mas no caminho encontrou a loira que ela odiava.

– Olha só! A amiguinha do nerd estranho. – falou a Hana.

– E vejam só! A puta da faculdade! – disse irônica, continuou a andar para o refeitório. Tentaria ignorá-la o máximo possível.

– Nossa, por que tanta raiva? – respondeu também irônica. Mas ela simplesmente ignorou. Hana logo chegou no refeitório, mas a loira continuava a seguindo. Hana encheu seu prato com comida, tanto doce quando salgado.

– Coitado para não ficar mais obesa do que é, esquisita! – implicou a loira. Hana continuou ignorando-a. – E o seu amiguinho esquisito, como vai? Você já viu como se veste? Ou o jeito de como segura as coisas? Ele é muito idiota, nem sei como conseguiu passar em primeiro lugar... Raito é bem... – Hana não aguentava mais, e a interrompeu.

– Você pode me xingar do que quiser, e quantas vezes quiser. Mas se você xingar ele de novo, eu irei arrancar cada membro seu, um por um, sua vadia. – ela disse num tom alto o suficiente para todos do local ouvir, mas ela falou de um jeito que deixou todos do refeitório assustados. Ela percebeu que agora todos a olhavam, então ela apenas pegou um pedaço de bolo que tinha na sua bandeja, e saiu do refeitório, que estava em silêncio.

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Já era dia 25, um dia após terem feito a segunda pesquisa de campo. Estavam discutindo que não viram nenhum suspeito nos dois dias, e que talvez, a última opção seria o dia 30. Porém, já falaram que fechariam o dome, então não conseguiriam encontrar o segundo Kira. Porém, os pensamentos de todos foram interrompidos pela voz no computador. Outro vídeo havia chegado no dia 23.

O vídeo apenas dizia que ele achara o segundo Kira, e que agradeceu a todos dos programas de TV. L deduzia que o segundo Kira então o encontrou no dia 22, em Aoyama, e os únicos que estavam lá eram Matsuda e Raito, o que deixava o Yagami com mais suspeita. Porém ele não podia dizer com certeza que se encontraram no dia 22.

Todos já se desesperavam com fato de que eles se encontraram. Mas L os acalmou, dizendo que o segundo Kira não deve ter entrado o verdadeiro, uma vez que ele usou a palavra “achei”. Logo depois, ele explicou que, como o impostor ainda não contatara Kira, eles poderiam armar uma armadilha, para que possam pegara o segundo Kira.

L pediu para que Soichiro preparasse um vídeo para ser exibido no mesmo dia, no jornal às 8h55m. Assim, que Yagami terminou de fazer o vídeo, Raito foi para sua casa.

- Aonde você vai? – L perguntou a ela quando a viu indo para a cozinha.

- Eu vou fazer pipoca, é claro. Não podemos assistir ao noticiário sem pipoca. – falou rindo – Isso se você tiver pipoca. – deu outra risada, pois a única coisa que praticamente tinha era doce. Mas por um milagre, achou um saco minúsculo de pipoca. Após assistirem os vídeos, o detetive começou a assistir aos vídeos do dia 22 em Aoyama, junto com Hana.

Aizawa até perguntou a ele se realmente iria assistir aos vídeos apenas com a companhia da garota, mas ele apenas confirmou. Ryuzaki pediu para Yagami dizer a Mogi que a família Kitamura não estava mais sobre suspeita, e que a partir de agora, ele deveria investigar Raito.

- Você já percebeu que Hana está cada vez mais parecida com L? – perguntou Aizawa para Matsuda. Ela estava sentada que nem o detetive, pois achava engraçado, e estava com ligeiras olheiras pelas noites mal dormidas. – E você já viu o Ryuzaki dormindo?

- Eu já. – respondeu Matsuda – Ele estava dormindo no sofá na mesma posição que tá agora. – Aizawa duvidou um pouco do que ele disse. Pois quem dormiria daquele jeito no sofá? – É verdade!

- Se quiserem, já podem ir, mas eu Hana-chan iremos ficar assistindo as fitas

- Tudo bem, Ryuzaki... – disse Matsuda. Assim que todos foram saindo, o silêncio foi prevalecendo cada vez mais. Havia pelo menos mais de dez vídeos para serem assistidos. Porém, em uma das fitas, algo lhes chamou a atenção.

- Ryuzaki! Veja isso... – apontando para o vídeo.

- Eu também vi. – confirmou

- Este local se chama “Caderno Azul”. Não acha estranho que coincide com o “caderno” que ele escreveu?

- Sim. – L pegou o celular e ligou para Watari. – Watari, preciso que arranje as fitas das câmeras de segurança de um local que se chama Caderno Azul. Fica em Aoyama.

- Nós precisamos ver se existe alguém suspeito lá dentro... – começou Hana, e L a completou.

- E esse suspeito provavelmente deve ter saído após algum tempo que Raito-kun e Matsuda passaram pelo local.

Watari, eficiente como sempre, não demorou muito para voltar com as fitas de vídeo. Ele cumprimentou Hana e entregou também mais doces a eles, mas logo se retirou.

Nas fitas que viram, não havia muitas pessoas que saíram depois de um curto tempo que Raito passara. Entre eles, havia uma família com duas crianças, uma menina baixa com cabelo curto preto e óculos, e mais um grupo de amigos. Porém, algo naquela menina os intrigava, afinal ela saíra bem depois que eles passaram, mas podia ser apenas coincidência. L ligou de novo a Watari, e pediu para que conferisse os rostos dessas pessoas com as impressões digitais que haviam encontrado.

- Hana-chan, só conseguiremos obter o resultado com precisão amanhã, então se você quiser ir... – ele disse com certa tristeza.

- Ah não, eu irei ficar aqui com você. Já está bem tarde mesmo. – falou sorrindo para ele, como sempre. – Além disso, eu já trouxe o material para amanhã. – deu uma risada.

- Hana-chan, estou um pouco preocupado. – disse formalmente enquanto tomava seu café.

- Com o quê, Ryuzaki? – disse com preocupação em sua voz.

- É que, caso Raito-kun fosse mesmo Kira, eu iria perder meu primeiro amigo... – disse cabisbaixo. Hana, dessa vez, não sentiu ciúmes ou nada parecido. Apenas pena. Ele realmente havia conhecido Raito primeiro, não podia negar isso. Só não sabia que isso era tão importante a ele.

- L... Não importa o que aconteça, eu também sou sua amiga. Saiba que eu sempre estarei aqui. – respondeu e sorriu. Ela havia decidido sorrir para ele. Sorrir para informá-lo que sempre estará ali, que ele sempre deve ser forte. Sorrir para dizer que ele deve sorrir também.

- Obrigado, Hana-chan. – respondeu. Apesar de tudo, ele ainda tinha receio se deveria voltar a se esconder ou não.

Depois disso, nada muito novo aconteceu. Apenas comeram alguns doces, pensaram mais um pouco, e Hana caiu no sono enquanto estava no sofá. E o detetive, no final, também acabou dormindo.

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No dia seguinte, Hana já estava saindo da faculdade, e indo ao hotel. Quando chegou lá, viu L comendo uma rosquinha.

- Hana-chan, a nossa resposta chegou. – falava de boca cheia – E, além disso, chegou outra fita, mas vamos esperar os outros para assistirmos.

- Ah, sim. – respondeu. Ela pegou uma rosquinha, e sentou-se com ele esperando os outros chegarem.

Assim que os membros da polícia chegaram, começaram a assistir ao vídeo. Logo, disse aos outros que não deveriam falar nada sobre isso até Raito ver o vídeo. E como dito, Raito chegara um pouco depois, e assistiu à fita em silêncio. Então L concluiu:

- Após ver essa fita, eu digo que o segundo Kira já entrou em contato com o Kira original. - Raito não pode deixar de ficar surpreso, mas não demonstrou nada.

Raito perguntara por que pensava assim, e ele achou até estranho porque Yagami não pensara igual. Ele explicou que nessa fita, o impostor não comentava mais sobre encontrar Kira, e disse agora que iria julgar as pessoas que ele não julgou, mas esse não era seu objetivo inicial.

Mas ele explicou também, que a chance Raito ser Kira decresceu, pois ele não faria desse jeito. Porém, ele contestou, dizendo que se fosse Kira não iria fazer o que L pensou. Isso fez com que o Soichiro ficasse mais preocupado com o seu filho, pois lhe doía até ouvir uma hipótese se fosse Kira. Contudo, o detetive ainda estava aflito, e então falou:

- Raito-kun pode não ser o Kira. Mas, se ele fosse, eu estaria muito preocupado. Porque Raito-kun... É o primeiro amigo que eu já tive.

Isso era de se esperar que deixasse todos muito surpresos. Até Hana, que já sabia disso. Ela não pode deixar de sentir um aperto no peito, ela não gostava de ver L triste. Ainda mais por causa de alguém como Yagami Raito.

Raito apenas disse que também considera o detetive como seu amigo, e outras coisas que Hana nem ouviu, porque ela não acreditava nisso, e isso a deixou mais brava com ele.

L continuou conversando com ele, e falou:

- Atualmente, não importa aonde eu vá, eu sinto calafrios ao perceber as pessoas olhando para mim. Talvez seja melhor não me esconder... – Hana ficou mais espantada com isso. Ela já o levara para tantos lugares, não sabia como realmente se sentia. Mas quando o xingavam, ela o defendia lá na Faculdade. Entretanto, isso não a deixou com menos peso na consciência.

- Vocês podem ir agora... – Ryuzaki falou. Raito começava a pegar suas coisas para ir embora, e L fora a cozinha pegar mais doces. Hana apenas observou Raito. O mesmo vira algo, como se fosse um retrato caído. Ele o levantou, mas não havia nada. Porém, um pouco distante, escondido entre as coisas de Hana, havia uma foto. Ele a pegou, e viu Hana com L, vestidos da mesma forma.

“Uma foto do L! Como ele pode deixar isso aqui? Isso irá facilitar para que Remu o mate...” estava pensando, quando foi interrompido por alguém tirando a foto de sua mão.

- Isso me pertence. – mentiu Hana. A foto não poderia ser dela, afinal a dela sempre está na cabeceira de cama. – Você pode até enganar Ryuzaki dizendo que é seu amigo, mas você não me engana. E não subestime L, ele pode até pensar que são amigos, mas se você for Kira, ele irá te prender. – disse Hana decidida, um pouco baixo para os outros que ainda estava presentes não ouvirem.

- Por que tanta confiança de que eu sou Kira? – perguntou ele.

- Talvez pelo simples fato de estar tentando roubar essa foto. – ela apenas disse, e foi à cozinha comer doces com L. Um curto período de tempo se passou, e todos já se foram.

- Vamos checar o resultado, Hana. – falou ele. As impressões digitais não tinham nada em comum com as pessoas que estavam no Caderno Azul. Porém, haviam chegado também outras digitais do envelope que veio junto com a última fita. Lá também tinha migalhas de biscoito e fios de cabelos. Esses também não tinham nenhuma semelhança com as pessoas no Caderno Azul.

- Talvez estamos na pista errada... – comentou para L – Ah, a propósito L, me desculpe...

- Pelo que?

- Por eu ter te arrastado para tantos lugares... Eu realmente não sabia que se sentia assim. – falou tristemente.

- Mas não tem problema, eu me diverti bastante, apesar de tudo. – falou enquanto se lembrava do parque com Hana, quando eles estava na roda gigante...

- É sério L. E bem, não sei se irá gostar muito dessa notícia, mas eu vi Raito mexendo na nossa foto... Tenho quase certeza que iria pegá-la. Ele mexeu no retrato vazio também. Mas eu peguei a foto. – falou mostrando a foto para ele.

- Hm, isso torna Raito-kun mais suspeito... E obrigado por ter pegado a foto. - agradeceu e pegou a foto. Ele observou a foto por alguns instantes, e logo depois a guardou. Assim que guardou, seu celular tocou.

Ele atendeu, e disse era Watari, avisando que viria para dizer o que Mogi investigou. Como sempre, não demorou muito para chegar, e Hana se perguntou onde Watari ficava enquanto não estava com Ryuzaki.

- Ryuzaki, Hana. – cumprimentou ele. Começou a relatar resumidamente o que Mogi descobrira, e por fim, ele disse:

– Mogi –san disse que ele vira que Raito tem saído ultimamente com algumas garotas... Mas o que ele estranhou mais foi que ele saíra com a modelo Misa Amane, sendo que no dia anterior ele estava saindo com outra.

– Hum... Interessante... – comentou L. Hana também achara isso interessante. – Watari, você poderia comparar o rosto da garota do Caderno Azul e com a de Misa Amane? Talvez, sem os óculos e a peruca...

– Sim senhor. – Watari abriu o computador e entrou no arquivo que fazia coisas assim. Rapidamente, ele conseguiu comparar os rostos, que eram idênticos. L sorriu com a descoberta, apesar de que podia se tratar apenas de uma hipótese.

– Hm... Misa Amane... – repetiu ele, com o polegar na boca.