Tempestade escrita por Aislyn


Capítulo 8
Surpresa?


Notas iniciais do capítulo

Depois de muuuuuito tempo e um bebê de um ano, resolvi continuar a fic!



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Reiko estava andando para todos os lados no grande salão onde encontrava-se o seu escritório. Não se conformava com o fato de estar acontecendo a batalha contra Aizen na réplica da cidade de Karakura e ela estar lá de mãos atadas. Poderia ajudar muito com suas técnicas, defender e curar quem precisasse. Odiava ter que seguir a ordem do soutaichou e desde que ajudou a construir o Tenkai Kecchuu, mesmo sabendo que Urahara Kisuke levaria todo o mérito, tinha que se conformar em ficar apenas aguardando tudo terminar.
Kiyoku havia ficado responsável pela supervisão do Tenkai Kecchuu, caso algo acontecesse com o senkaimon, ele saberia o que fazer. Muitos pensavam que ele só era fukutaichou por ser irmão de Reiko, contudo, os poderes dele chegavam quase ao nível dos de Hachigen Ushouda. O maior orgulho dele era também ser habilidoso na arte da espada e aquilo com certeza fazia com que fosse um adversário perigoso para qualquer um que pisasse em seu caminho.

– Taichou... A senhora quer que eu traga um chá? – Perguntou gentilmente a sanseki, Akiyama Mariko. Era uma jovem que há pouco mais de um ano estava com o cargo, tinha se mostrado muito eficiente na arte de kidous na academia e após um longo tempo como sensei, resolveu aceitar o convite de Reiko para o posto. – Talvez possa acalmá-la.

– Mariko-chan, – chamou Reiko, sua voz denotava uma certa tristeza – será que algum dos seus chás pode tirar esta sensação horrível que sinto?

– A senhora nunca foi de conversas, taichou... Mas, sei do que está falando – respondeu Mariko enquanto preparava o chá em uma mesinha ali mesmo no salão. – Os Vaizards estão lutando também, não é mesmo? Kiyo-kun me passou um relatório agora há pouco...

– Kensei – disse Reiko em meio a suspiro. – Ele já entrou no campo de batalha?

– Sim, senhora – assentiu a oficial. – Está tudo bem com ele e a Kuna, fique em paz por hora.

Mariko sentou-se após Reiko e serviu chá para ambas. Ela se espelhava em Reiko, até mesmo aulas de etiqueta tinha com a sua taichou nas horas vagas. Fazia questão de se arrumar seguindo as dicas dela, há muito tempo não havia nada para se fazer no bantai, a não ser o básico, pois até mesmo as defesas agora eram 100% providenciadas pelo Juunibantai. Talvez o Kidoushuu há muito tivesse perdido o prestígio, contudo, Reiko não se preocupava com isto – exceto por aquele dia em especial, quando queria estar no fronte junto aos outros do Gotei Juusan.

– Eu gostaria de dormir e acordar somente quando tudo acabasse – desabafou Reiko após bebericar o chá. – Ao menos, não sofreria tanto... Aquele idiota do Kensei, nem mesmo depois de tantos anos me dá paz!

– O Hisagi-san falava muito de Muguruma Kensei na academia... Acredito que seja um homem forte, e ele não vai se deixar abater depois de ter reencontrado a senhora. Se me permite dar um conselho, confie nele, Shimazu-taichou.

– Obrigada, Mariko-chan. Assim que tudo acabar eu vou até Karakura, sei que não vão precisar de mim por aqui. Você e o Kiyoku conseguem lidar com tudo perfeitamente...

Um bom tempo passou, Reiko estava trancada em seu quarto na Casa Shimazu e não falava com ninguém. Nem mesmo Kiyoku havia conseguido entrar no quarto da irmã. Ela olhava pela janela, não acreditava que Muguruma Kensei havia desaparecido. Não encontrou vestígio algum dele em Karakura, entretanto, tinha certeza de que nenhum deles havia sido ferido mortalmente. A única explicação era óbvia para ela, Kensei estava fugindo do compromisso entre eles. Parecia um tanto infantil pensar daquela forma, mas, pensaria de que jeito?
Ela olhava para o anel que ele havia lhe dado, as palavras dele ressoavam em sua mente, parecia que a promessa dele se quebrou. Não queria tirar o anel do dedo, todavia, estava com raiva e a vontade de jogá-lo longe foi maior.

– Idiotas! Me soltem... Eu exijo que tirem estas mãos nojentas de mim!

Reiko ouviu vários gritos vindos do seu jardim, estava tão distraída que não havia prestado atenção na reiatsu que agora vibrava lá. Aquela voz era inconfundível, ainda mais o mau humor e a falta de educação.

– Senhor, por favor, tenha calma! – Pedia a governanta da casa. – Os guardas só estão fazendo o papel deles.

– Que papel o quê! Eu estou há uma hora pedindo para chamarem a Reiko e vocês só ficam dando desculpas.

– Mas a Shimazu-sama ordenou que ninguém interrompesse seu descanso! – Continuou a governanta com calma. – Voltei outro dia, por favor!

– Ah, já enchi o saco! - Berrou. – Vou arrebentar esse lugar se não chamarem a Reiko agora!

Reiko surgiu no jardim, seu coração acelerou quando o viu ali, cercado pelos guardas particulares da mansão. A governanta fez sinal para que a guarda em peso largasse o invasor, antes que acontecesse algo. Com um sorriso, Reiko assentiu para a governanta.

– Tamada-san, guardas, podem ficar tranquilos. Eu cuido desse mal educado pessoalmente!

Ela esperou até que ficassem sozinhos e o estudou por todos os ângulos. Era tão impossível o que via, que não sabia nem o que perguntar. Muguruma Kensei estava ali, diante dela, imponente como sempre... Trajando o uniforme típico dos shinigamis, mais fechado do que ele costumava usar, um cinto metálico e a haori que só os taichous usavam. Ele havia mudado um pouco o cabelo, agora estava totalmente para cima como se fosse um moicano e ela não sabia se tinha gostado daquela transformação.

– Como...

– Não quero nem saber das suas perguntas – Kensei a enlaçou em um piscar de olhos pela cintura e encostou os lábios nos dela com força. Só restava se render e foi isto que Reiko fez.

– Você está me sufocando – ela afastou o rosto do dele e o olhou com o cenho franzido. – Agora, vai responder sim tudo o que eu perguntar!

– Não vou perder mesmo meu tempo com suas mil perguntas – disse ele após soltá-la. – Resumindo, perdoaram os pecados que não cometemos... Ficaram comovidos e agradecidos pela ajuda que demos contra o babaca do Aizen e seus amiguinhos, nos bajularam pra caramba e devolveram nosso posto. Antes que você encha meu saco, o Hirako, o Rose e a pentelha da Mashiro estão de volta também. Os outros ficaram em Karakura.

– Mashiro? Mas e o Hisagi-san?

– Ué, continua no mesmo lugar... a Mashiro inventou o tal cargo de super-fukutaichou para si mesma e eu aceitei. Já me acostumei com ela – falou ele num tom de confissão, era difícil admitir. – E se eu sumi, foi por pura burocracia e também porque eu queria fazer uma surpresa. Dei muita sorte por você ser uma preguiçosa e não gostar de ir às reuniões oficiais.

– Surpresa? Isto foi um tremendo susto! E este cabelo aí, não me diga que vai ficar assim mesmo – criticou Reiko. Parecia que não havia se passado um dia sequer desde que se separaram. Ela lembrou-se dos tempos em que trabalhava no Kyubantai e uma saudade imensa invadiu seu ser. – E eu não sou preguiçosa... Só me perturbam quando precisam de algo grandioso, ou seja, quase nunca.

– Eu mal voltei e você já está me irritando... Agora vamos, me mostre seu quarto – bradou ele como se fosse uma ordem. – Peguei uma folga hoje já no segundo dia, então, vim matar a saudade.

– Você realmente está achando que é só chegar aqui e começar a dar ordens? – Reiko estava acostumada com o jeito dele, mas nem que se passassem mil anos deixaria Kensei mandar nela. – Primeiro vamos tomar um chá, conversar e depois eu penso se mostro ou não meu quarto para você.

– Está de brincadeira!

Ele pegou Reiko e a jogou em suas costas como se fosse um saco de qualquer coisa. Nem em sonho tomaria chá antes de saciar toda a vontade que tinha em tê-la outra vez junto ao seu corpo. Reiko murmurou vários insultos, não sabia como ele encontrou o quarto tão facilmente, provavelmente fora guiado pelo perfume dela.
Sem cerimônias, Kensei a jogou na cama enorme e procurou os lábios da mulher que tanto amava, afoito, a beijou como se pudesse descontar o tempo que haviam ficado longe um do outro. Desta vez, ela não protestou nem um pouco.
Ela estremeceu quando Kensei enfiou as mãos pela abertura do shihakushou procurando os seios dela, seu corpo já ardia apenas com o toque dele. Ele a olhou de uma forma que a deixou inquieta, era um olhar de um predador e por mais estranho que parecesse, adorava aquilo. Ele sempre mostrou pelos olhos a vontade que sentia de possuí-la e falava com ela com a sua autoridade de sempre.

– Tira logo esta roupa... Senão vou rasgar!

Reiko sibilou e o fuzilou com o olhar, no fundo, ela queria que ele fosse só um pouco mais romântico. Enquanto ela tirava a roupa, rapidamente ele também livrou-se das dele e já exibia seu físico incrível e uma “amostra” de todo o desejo que sentia por ela. Reiko corou quando viu ele daquela forma, contudo, a visão durou apenas alguns segundos... Mal ela se despiu e ele já colocou-se novamente em cima dela, fazendo-a sentir sem delongas o corpo ficar em brasas quando a invadiu, certeiro e com todo o vigor. Ela respirou com dificuldade, sabia que na primeira vez ele sempre a tomaria daquele jeito, com vontade e toda a intensidade de seu desejo podia ser notada na forma como se movia por cima dela. Aqueles movimentos fortes arrancavam-lhe suspiros, gemidos que enlouqueciam Muguruma Kensei.

– Nunca mais, – começou ele ofegante – vou deixar você sair de perto de mim, entendeu?

– Nunca – murmurou ela com a boca grudada na dele. Kensei a apertou de forma possessiva, beijou-lhe o pescoço e diminuiu o ritmo do vai e vem. – O que foi? Cansou?

– Me deu vontade de dizer que amo você, neste momento – ele a fitou, desta vez com uma doçura que não correspondia ao seu jeito na cama. – Amo, amo, amo você... Não sei bem o motivo, mas eu já deveria ter dito isto há cem anos pelo menos. Será que posso passar mais cem anos falando que a amo pra compensar?

Reiko escondeu o rosto no pescoço dele e o abraçou com força. Não sabia o que dizer, realmente ele a havia surpreendido. Sentiu algo diferente no peito, uma sensação de segurança que nunca sentira antes. Daquele jeito, atentou-se no perfume dele, era irresistível. Ela fechou os olhos e novamente foi levada à loucura pelo beijo dele, tão suave, mais ao mesmo tempo firme. Novamente Kensei aumentou a velocidade e tornou seus movimentos cada vez mais intensos dentro dela.
Reiko sentiu o corpo tremer inteiro, mais uma vez experimentava uma explosão dentro dela... Segundos que poderiam durar uma eternidade. Kensei também atingiu o ápice, como se um raio tivesse percorrido seu corpo inteiro de tanto prazer, quase ao mesmo tempo em que ela. Parecia mestre em segurar-se para então só chegar lá depois dela.

– Acho que hoje, somente hoje vou querer ficar abraçando você por horas depois disto – falou ele em tom maroto. Normalmente, cinco minutos depois já estava pronto para outra. – Vem cá, me deixa acariciar seu rosto e mimar você do jeito que sempre mereceu.

– Não estou reconhecendo você – ela balançou a cabeça e acomodou-se no peito dele enroscando as pernas nele. – Se soubesse o quanto senti a sua falta... Mesmo do seu jeito grosseiro de ser... Aliás, Kensei, você pode ser um ogro pelo resto dos nossos dias, mas eu...

– Você está chorando, sua boba? – Perguntou ele sorrindo do jeito mais sexy do universo. – Sei o que vai dizer. Lembra da promessa que eu fiz? – Ele viu que ela assentiu e continuou. – Vamos ficar juntos para sempre! Ninguém nunca será capaz de cortar os fios que unem nossas almas.

– Novamente, você lembrou dos fios – sussurrou ela em meio ao choro. – Agora que estamos aqui, juntos outra vez neste lugar, tudo será mais fácil. Quero que você fique comigo aqui todos os dias depois do expediente... Vamos ser novamente uma família.

– Acho que você perdeu isto – Kensei mostrou a aliança que ela havia jogado no chão com uma expressão jovial. – Vamos de novo, me dê seu dedo, sua relaxada.

– Tava demorando – Reiko sentiu uma enorme satisfação quando o viu colocar o anel no dedo dela, mas não gostou de ser chamada de relaxada. – E pelo jeito o romantismo foi pra...

– Desbocada! – Ele tapou a boca dela com a mão. – Uma mulher tão elegante não pode falar essas coisas... Agora, fique quieta e aproveite um pouco este momento. Não sei quando vou estar tão romântico outra vez a ponto de ficar assim em vez de pegá-la de jeito.

– Seu safado, e se eu pegar você de jeito?

Kensei nunca viu Reiko com aquele olhar, ela colocou-se em cima dele e começou a beijá-lo com volúpia. Definitivamente, romantismo não combinava com nenhum dos dois. Ainda tinham muitas horas até o amanhecer e Reiko havia deixado muito claro que poderia fazer amor com ele sem parar por horas.


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