Tempestade escrita por Aislyn


Capítulo 2
O segredo de Reiko




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Cerca de onze horas da manhã, Kensei recebia um arauto do Ichibantai que entregara uma missiva em suas mãos, com o carimbo de Yamamoto Genryuusai. Ele leu com má vontade, em seguida, chamou um de seus subordinados e deu-lhe uma ordem um tanto a contragosto. Reiko ouvia tudo pela porta, estava rindo sozinha, sentia-se vitoriosa.

– Consegui!

Ela vibrou e assim que o shinigami deixou o escritório, Reiko entrou logo que controlou seus risos. Sua expressão jovial contrastava com a seriedade de Kensei, ele mais uma vez ignorou a presença da oficial, que não fez por menos.

– Bom dia, Muguruma-taichou! Esqueci a minha caneta aqui ontem, espero que não se importe.

– Dormiu bem, Takeuchi? – Ele quis alfinetar, sabia bem onde ela havia passado a noite.

– Não tão bem quanto irei dormir nesta noite, taichou. Fico feliz em ver que não ficou nenhuma marca em seu nariz... Bem, agora que peguei a caneta, devo começar os meus afazeres.

– Um pouco tarde, não é? – Ele colocou os cotovelos sobre a mesa e entrelaçou as mãos diante de seu rosto, queria esconder o sorriso cínico.

– Pelo contrário. É um bom horário... Afinal, seus shinigamis só mostram serviço na hora em que você acorda – ela retribuiu, petulante à altura.

– Hoje eu não vou discutir com você, Takeuchi. Tenho muito para fazer.

– Precisa de ajuda? – Perguntou sorrindo, queria incomodá-lo.

– Será bem vinda – a resposta dele tomou Reiko de surpresa e ele gostou da expressão dela. – Vou para o campo de treinamento... Pensando bem, preciso muito da sua ajuda lá.

– Desculpe, mas... – Reiko começou a gaguejar, odiava qualquer coisa que lembrasse treinamento, com exceção dos seus solitários de kidou. – Achei que era apenas algo por aqui mesmo, então, eu já vou indo.

– Não – Kensei levantou-se e pegou ela pelo braço quando tentava ir embora. – Todos os meus homens vão estar no campo de treinamento, então, não precisará fazer nenhum relatório. E como você é do meu time, também irá treinar. E claro, se assim preferir, isto é uma ordem.

Ordem. Alguém como ela sabia bem o peso desta palavra e querendo ou não, ele era o seu superior, mesmo que respondesse primeiramente ao Ichibantai. Não tinha desculpas para sair dali, o problema seria ter que empunhar a zanpakutou.
Chegando ao campo de treinamento junto a Kensei, Mashiro e os quatro oficiais, Reiko parecia estar congelada. O sol brilhava forte demais em meio ao azul do céu límpido, ouviam-se os brados de centenas de homens que lutavam entre si, a maioria com as armas. Os quatro oficiais tomavam os seus lugares e iniciavam treinamentos individuais com os grupos que formavam. Mashiro havia se sentado sob a sombra de uma árvore, torcia pelos shinigamis que caiam perto dela, querendo que eles se levantassem. Muguruma Kensei olhou para Reiko de um jeito estranho, ela poderia jurar que estava lendo os pensamentos dele.

– Bem, como eu fiquei de fora, você vai ser a minha parceira.

“Não... Não... Não.” – Reiko sequer conseguia falar algo, estava paralisada. – “Ele não pode estar querendo lutar... Não comigo”.

– Oe... Eu não vou machucar você, se é isto que a preocupa. Só quero que saque a sua zanpakutou para que possamos no mínimo nos entrosar.

– Isso... Isto não é bem a minha idéia de entrosamento. Mas, tudo bem.

Fingir. Reiko teria que fingir conhecer a sua zanpakutou. Sabia empunhá-la com firmeza, era mediana em zanjutsu, se saia bem quando tinha que usar velocidade e conhecia técnicas corpo a corpo. Retirou a zanpakutou da bainha, sua empunhadura tinha a amarração de seda num tom de rosa. Kensei fez o mesmo e tomou um pouco de distância, logo, partiu para cima de Reiko e desferiu o primeiro golpe, sendo que ela conseguiu amparar com a lâmina e o choque entre ambas foi muito forte. Notava-se que ele levava um treinamento muito a sério, tanto que empregou bastante força no ataque.

– Muito bom,Takeuchi! Não esperava menos de você.

Kensei colocou-se novamente em posição de ataque, mas desta vez, Reiko tomou a iniciativa e o golpeou. Como viu que ele não estava brincando, queria ao menos mostrar que poderia ser boa naquilo, antes de inventar alguma desculpa para sentar-se junto à Mashiro. Ele desviava de todos os ataques dela, até que Reiko desferiu um ataque contra o peito dele que estava aberto. Kensei defendeu usando a sua zanpakutou, contudo, ela o chutou na altura do baço, fazendo-o empurrar a lâmina de sua zanpakutou contra a dela. Como ele era forte demais, Reiko caiu no chão e sua zanpakutou caiu um pouco longe. Ele ergueu a arma e ameaçou golpeá-la, então, a oficial sem saber o que fazer, preferiu utilizar o que sabia de melhor.
Um pouco desajeitada, levantou-se rapidamente e posicionou o corpo de lado, frente ao oponente, com a base de pernas afastadas à largura de um ombro. Com velocidade, porém, esbanjando graciosidade, seu braço esquerdo levantou-se em linha reta numa fração de segundos, trazendo consigo sua mão, a qual estava direcionada para frente com todos os dedos juntos, esticados e alinhados uns aos outros à exceção de um, o polegar, que igualmente esticado encontrava-se uma polegada afastada abaixo dos demais. Sabendo que seria necessária toda a cautela possível para o próximo movimento, para dar apoio e sustentação ao seu braço erguido, levou a mão direita a segurá-lo à altura do antebraço. Sua expressão facial firmou-se em uma seriedade ameaçadora, no exato momento em que bradou o nome da técnica que estava por conjurar.

– Hadou número trinta e três, Soukatsui!

Uma série de raios elétricos partiram da mão da shinigami em direção a seu adversário, e antes mesmo que estes o tocassem, uma explosão de reiatsu de igual essência partiu em mesma direção. Um clarão imenso tomou conta do cenário de combate, acompanhado centésimos de segundos depois por um estrondo altíssimo que acobertaria qualquer som manifestado ao mesmo tempo que este. Kensei precisou saltar o mais alto e para o mais longe possível em que conseguiu, abismado, assobiou e não quis esconder a surpresa que teve:

– Nem todos conseguem conjurar um hadou sem o canto... Apesar de não ser dos mais fortes, você conseguiu colocar nele uma quantia considerável de reiatsu.

– Isso é um elogio, taichou? – Indagou a jovem com as sobrancelhas arqueadas. – Se foi, acho que eu já posso ir. Não me entenda mal, mas...

– Eu já entendi tudo – Kensei guardou a zanpakutou na bainha e aproximou-se de Reiko, falando num tom mais baixo. – Você tem potencial com uma zanpakutou, só não consegue controlá-la ainda. Não vou forçá-la a treinar, só acho que deveria ter um preparo, afinal, nunca saberemos o que pode acontecer. Acredito que alguém tão independente não gostaria de depender de outros para protegê-la no caso de algum ataque, ou, missão em campo.

– Obrigada, taichou... Entretanto, a minha função é melhor desempenhada num papel.

– Takeuchi... Você sabe qual o nome da sua zanpakutou?

– Esqueça isto, Muguruma-taichou. – Reiko fez uma reverência, era óbvio que não queria continuar aquela conversa. – Licença.

Kensei não entendeu a reação da nanaseki que foi sentar-se em cima de uma pedra, a alguns metros dali. Reiko não gostava de falar sobre o assunto, importava-se sim com o fato de não saber o nome de sua zanpakutou, a única coisa que conhecia era a forma dela, um pouco assustadora. Parecia um demônio negro com asas e no primeiro contato, não conseguiu saber seu nome, apenas chegou à conclusão que poderia ter a ver com trovões, já que podia ouvir seu ressoar nas três únicas vezes em que tentou. Gostou do fato de seu taichou ter a tratado bem ao tocar naquele assunto, não parecia muito o homem irritadiço do dia anterior. Ela o observava atentamente, Kensei até divertia-se com seus oficiais e soldados. Achava que ele sofria de algum distúrbio de bipolaridade ou então, fazia aquelas cenas todas para chamar atenção.
Reiko ficou ali umas duas horas até ver que todos estavam indo embora. Realmente ninguém lembrou que ela existia, o campo em poucos minutos ficou vazio, assim como a sensação que ela teve em seu interior... Um imenso vazio. O sol já estava quase desaparecendo, havia ficado mais alguns minutos sentada, com os pensamentos bem longe.

– Ninguém do Kyuubantai fica para trás! – Kensei apareceu diante dela, estava com os braços cruzados e batia o pé direito. – Vamos todos jantar juntos... Por que você não vem também, Takeuchi?

– Achei que o senhor já estava longe.

– Será que podemos cortar um pouco a formalidade? Não estou gostando muito dessa história de senhor.

– Hai, vou tentar ser um pouco informal... – Ela suspirou e arriscou. – Muguruma-taichou, está bem assim?

– Bem melhor... Agora, vamos? É capaz de não sobrar nada quando chegarmos.

Ela estranhou a gentileza dele, o sorriso forçado de Kensei era muito assustador, poderia dizer que era algo quase sombrio. Reiko saltou da pedra e colocou-se ao lado dele para começarem o trajeto até a base do Kyuubantai. Quando estavam chegando, tentou puxar assunto.

– Taichou... Desculpe pelo começo difícil. Acho que vou pegar mais leve com o meu trabalho e não vou incomodar tanto os shinigamis.

– Sem problemas... Na verdade, não gosto desta palavra, “desculpa”. Você não fez nada demais para precisar pedir desculpas. Vamos esquecer o passado.

– Amigos, então? – Ela estendeu a mão para Kensei.

– Claro... Nunca imaginei como seria ter um oficial em meu time que não fosse meu amigo – respondeu ele enquanto apertava a mão dela, para variar, usou um pouco de sua força. – Você tem dez minutos para o banho. Seu quarto será ao lado do de Mashiro, aos poucos, pode ir arrumando suas coisas lá.

– Agradeço por isso. Farei valer a pena ter uma instalação aqui no Kyuubantai! Então, vou tomar um banho e nos vemos no jantar, taichou.

Kensei esperou que ela entrasse e foi logo em seguida, também queria tomar um banho antes do jantar. Mais do que nunca tinha que aprender a lidar com mulheres, já havia percebido que não podia simplesmente ignorar que Reiko era diferente de seus outros homens. Estava tão acostumado a pular em cima de Mashiro, ameaçá-la e até mesmo socá-la, pois a via como uma criança... Já uma shinigami mais madura precisaria de outras formas de tratamento. Quando chegou até seu quarto, jogou a zanpakutou em cima da cama e começou a despir-se. Deixava peças de suas vestes em todos os cantos. Já despido, passou em frente ao espelho que havia em seu quarto, seu corpo escultural era resultado de muito treinamento diário, mas ainda assim não estava muito satisfeito. Olhou para o seu abdômen e decidiu que teria de se exercitar um pouco mais, graças à tranqüilidade da Soul Society, costumava se entregar às refeições que fazia com seu grupo. O banho havia sido rápido, o mais demorado mesmo era o tempo que levava para secar o cabelo e ajeitá-lo, quem visse, não imaginaria que era tão vaidoso. Chegando ao refeitório, viu que todos discutiam. Reiko estava no meio da discussão, falava mais alto que qualquer um.

– O que está acontecendo aqui? – Gritou Kensei chamando a atenção para si. – Este deveria ser o lugar mais calmo do nosso quartel!

Todos os shinigamis apontavam para Reiko, seus quatro oficiais estavam quietos, após quinze minutos, haviam chegado à conclusão de que era inútil intercederem e Mashiro não estava ali ainda.

– Se ninguém for me dizer o que aconteceu, todos vão ficar sem jantar por esta noite!

– A nanaseki ordenou que o jantar fosse servido somente na hora em que você chegasse, taichou! Isso não é justo – protestou um dos shinigamis.

Kensei respirou profundamente e colocou as mãos no rosto, esfregando-o.

– Takeuchi! – Chamou ele gesticulando de forma exagerada. – O que estava pensando?

– Ah... Eu apenas quis que todos esperassem por você, afinal, esta reunião é importante para a integração do grupo. Não acho certo que cada um jante na hora em que quiser! Você é o taichou, deveria começar o agradecimento antes da refeição e finalizar – Reiko explicava de forma tranqüila, seu olhar parecia inocente demais. – Se achar que eu fiz mal, peço desculpas e me retiro.

– Espere um pouco! Você não vai a lugar nenhum – Kensei apontou para Reiko, falava como se estivesse dando uma ordem, e logo em seguida para os outros que estavam ao redor dela. – E vocês tratem de sentar! Teremos uma noite agradável e vamos colocar uma pedra em cima desse assunto por hora. Amanhã eu converso com a nanaseki sobre os costumes daqui.

– Costumes – resmungou Reiko. – Vocês são todos uns selvagens!

– Vadia! Vai aprender a morder a língua, mulher! – Ayano Katsuo, um dos shinigamis mais antigos no Kyuubantai que sempre almejou a posição que Reiko conseguiu tão facilmente, retirou a zanpakutou da bainha e saltou na direção dela. Kensei fez sinal para que todos permanecessem sentados e ficou observando. Queria saber qual seria a reação de sua oficial. – E então, vai ficar parada?

– Desculpe, mas eu não gosto de armas na hora do jantar... Por isso mesmo, deixei a minha no dormitório – Reiko parecia serena, até sorria. Aquilo irritava ainda mais Katsuo e ele a atacou. A oficial desviou rapidamente e saltou para trás, numa velocidade que o Shinigami mal pôde acompanhar. – Bakudou número quatro, Hainawa!

Uma corda de energia pura saiu da palma da mão de Reiko e envolveu o corpo de Katsuo, amarrando-o e fazendo-o largar a zanpakutou. Talvez fosse uma prova de que ele ainda não estava pronto para um cargo no Kyubantai, afinal, aquele bakudou era um dos mais fracos.

– Mas, isso é impossível... Eu não consigo me livrar!– Gritou o shinigami, parecia desesperado. – Não pode ser um bakudou tão fraco!

– Yare, yare – Kensei tocou o ombro de Katsuo e assentiu para Reiko, que desfez a conjuração. – Será que agora podemos jantar em paz?

O shinigami deu as costas e saiu do refeitório. Kensei fez uma careta e sentou-se no lugar do meio em uma das mesas, Reiko sentou-se ao seu lado direito e Heizou Kasaki do outro lado. Ela estranhou o fato de todos terem avançado na comida, sem qualquer cerimônia, mas não abandonaria os seus hábitos por causa de homens tão grosseiros.

– Itadakimasu! – Reiko colocou um guardanapo sobre o colo e pegou com classe a tigela com a mão esquerda e os hashis delicadamente com a direita. Enquanto elevava o alimento até a sua boca, olhou de canto para Kensei, ele já havia comido tudo e repetia. Estava com o peitoral à mostra, deixando em evidência a tatuagem que trazia no abdômen e claro, seus músculos bem definidos. – “É... acho que tudo isso merece um pouco de atenção. Uma tigela apenas não é capaz de saciar um homem como ele”.

– Perdeu alguma coisa aqui, mulher? – Kensei reparou que a oficial estava olhando diretamente para ele, tanto que ela havia parado com os hashis próximos à boca. No momento em que ele a questionou, Reiko acabara de engolir a comida, havia engasgado e tossia sem parar. – Beba isso, vai fazer bem.

– Desgraçado, isso é sakê! – A oficial cuspiu a bebida, todos riam dela. – Eu vou te matar, cretino!

– Pelo menos desengasgou! – Ele esticou o braço e colocou a mão espalmada na testa de Reiko que movia os braços tentando bater nele. – Gotisousama! Estou satisfeito.

“Que vergonha” – Reiko saiu do refeitório fazendo o possível para manter a pose, mas assim que se distanciou, sentiu um peso nos ombros e caminhou cabisbaixa. Quando chegou a seu novo quarto, bateu a porta com força e se jogou na cama. As coisas estavam mais difíceis do que ela imaginou, ser mulher em um bantai só de homens era muito complicado. Pensava em desistir, até que veio em sua cabeça a imagem de Kensei. – Não! Eu não vou dar este gostinho para ele... Vou mostrar que sou melhor do que cada um destes animais do Kyuubantai. Está mais do que na hora de largar aquela porcaria de caneta e começar a empunhar a minha zanpakutou. Danem-se os relatórios, estes dementes fazem todo o dia a mesma coisa. A partir de hoje, vou provar que mereço o cargo que tenho não só por ser inteligente ou ter vindo de uma boa casta.

– Takeuchi... Abra! – Batidas fortes na porta cortaram seus pensamentos, não queria acreditar de quem era aquela voz. – Eu sei que você está aí.

– Ore, ore... O que você quer aqui, Ayano? – Reiko abriu a porta o suficiente para colocar a cabeça para fora. – Ao contrário de você, eu acordo cedo.

– Quero que você pegue a sua zanpakutou! Vou esperá-la no campo de treinamento – anunciou ele com arrogância. – Desejo ver se é tão forte sem Kidou.

– Que eu saiba, um desafio deve ser formalizado. E outra, não estou afim disso, grata.

Reiko ia fechar a porta, contudo, o shinigami colocou a lâmina da sua arma impedindo-a de ser fechada.

– Você consegue manter bem a pose quando está lidando com papéis. Vamos, Takeuchi! Ou será que não sabe nem usar uma zanpakutou?

O sangue da oficial ferveu naquele momento, tinha que aprender a não se importar com provocações. O que a incomodava era o fato de ele estar certo. Reiko sacudiu a cabeça e pegou a sua zanpakutou que estava guardada em um armário. Sem dizer uma palavra, ela acompanhou Katsuo até o campo. A luz da lua cheia era o suficiente para iluminar tudo, estava uma temperatura agradável e não havia ninguém por perto.

“Perfeito... Ao menos ninguém irá cortar a minha concentração”.

– Nada de kidou, Takeuchi. Você já mostrou que é boa com eles, não preciso de outra demonstração.

– Certo, certo... Eu já entendi!

A luta durou cerca de dez minutos, Reiko não agüentava mais se esquivar e saltar para não ser atingida pelos golpes de Ayano Katsuo. Estava com vários cortes nos ombros e um no peito, não muito profundo, mas suficiente para ela preocupar-se. Seu adversário não tinha nenhum corte causado por sua lâmina, somente hematomas pelo rosto, não conseguia desviar quando ela usava os punhos ou pernas. Katsuo era superior à Reiko somente na arte de lutar com uma zanpakutou.

“Droga! Se eu continuar desse jeito... Vou perder”.

Reiko não sabia mais o que fazer para tirá-lo do combate, temia que ele despertasse a sua zanpakutou. Tinha que assustá-lo, mas como? A melhor idéia que teve foi usar shunpo. Atacava-o por vários ângulos e ele era tão rápido quanto ela, porém, havia momentos em que não conseguia superá-la. Aproveitando-se de uma brecha, a oficial aplicou um chute no rosto dele que foi forçado a recuar. Katsuo cuspiu sangue no chão e a encarou com fúria.

– Você vai pagar por isto! – Reiko nem viu de onde veio o ataque, a lâmina dele só não ultrapassou a sua barriga por ela ter a segurado com a mão esquerda. Não quis demonstrar a dor e conteve-se, no entanto, o corte na palma da sua mão fora profundo. Katsuo recolheu a zanpakutou e a guardou. – Não vale nem a pena mostrar a verdadeira forma da minha zanpakutou para alguém como você, Takeuchi Reiko. É uma vergonha para este bantai ter você trajando nosso uniforme, o qual temos orgulho de usar.

– Isso é despeito... Ayano. Você pode ser bom com uma zanpakutou, entretanto, eu o derrotaria com os olhos fechados.

– Está no bantai errado, Takeuchi. Um shinigami de verdade não pode se virar somente com kidou. Se tivesse ao menos um pouco de respeito pelo Kyuubantai, renunciaria ao seu posto e iria para outro bantai!

– E deixá-lo para você? Nunca! Você não deve nem saber escrever o próprio nome – ela falava com desdém, apesar da situação. – Jamais desempenharia a minha função. E agora que já teve o que queria, pode sair por aí se vangloriando.

– Idiota! – Ayano desferiu um chute contra o estômago ferido de Reiko, ela não revidou e ficou olhando fixamente para ele. – Eu a desprezo... E não é por ser mulher. Gostaria de saber como conseguiu chegar até aqui, no mínimo, deve ter vindo de alguma boa família.


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