Tempestade escrita por Aislyn


Capítulo 10
A Verdadeira Shikai De Reiko




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– Então, Kensei, pegue esse brinquedinho que chama de zanpakutou e vamos logo! Não tenho tempo a parder – provocou a taichou.

– Vou mostrar o brinquedinho, sua convecida – bradou ele, então, retirou a zanpakutou da bainha e a apontou na direção de Reiko, para provoca-la, deixaria na forma selada. – Não preciso usar nem shikai com você.

– Ah é? – Ela exaltou-se, Kensei realmente sabia como provoca-la. – Eu vou abaixar esse seu topete, seu idiota!

– Que medo... Aliás, até hoje só vi você usando essa zanpakutou para conjurar trovões e potencializar kidous, mas nunca mostrou sua shikai – ele deu um sorriso cínico, achava que Reiko até aquele momento continuava a mesma quando se tratava da arte com a zanpakutou. – Apesar que para o Kidoushuu, você não precisa de grandes coisas, né?

– Fique vendo, Kensei... Logo você vai entender o porquê de eu não usar!

Ela tranquilamente retirou a zanpakutou da bainha e apertou em sua mão, poderia ganhar uma luta facilmente usando kidou, contudo, já era momento de mostrar para ele a forma shikai que tanto escondeu. Encarando o taichou, Reiko segurou a zanpakutou no meio da lâmina e esta transformou-se em luz dando inicio a sua modificação.

– Agora sim – ela suspirou. – Ressoe e perfure com toda a sua fúria, Raiden!

Kensei arregalou os olhos quando viu que a arma dela havia tomado a forma de um belo arco dourado, assimétrico e curvado. Ele via alguns desenhos sob a forma de raios gravados em seu comprimento cravejado de pedras azuis. Reiko não parecia satisfeita segurando sua arma, pelo contrário, estava envergonhada.

– Aquela frase de liberação que você usava, não estava completa – lembrou Kensei. – Sua zanpakutou também é do tipo kidou, para usar apenas parte do poder, você não completava. Confesso que estou surpreso, pois não lembro de shinigami algum ter um arco como shikai. Por que escondeu isso de mim, Reiko?

– Porque eu tive vergonha, Kensei... Medo de que me comparassem a um Quincy, mesmo que meu poder não tenha nada a ver com o deles. As piadinhas seriam horríveis, você conhecia bem os homens do Kyuubantai na época! Por isso, fiz questão de aperfeiçoar apenas aquilo que eu achava relevante... Se minha zanpakutou era eficiente em potencializar magia, ninguém questionaria. Na verdade, ela é mais complexa do que você pode imaginar.

– Eu entendi que você controla eletricidade com ela também, estou errado?

– Está certo... Vou demonstrar.

Os deboches por conta de sua arma teriam explodido, não fosse estarem ali somente Kensei e ela. De certa forma, podia confiar nele, tinha certeza que ele não zombaria dela jamais. Entrementes, não se movia mais.
A respiração de Reiko quase não era ouvida e diante da sua falta de movimento, poderia ver pelas feições de Kensei que ele ainda assim a menosprezava achando que era somente detentora de kidous e mesmo sua shikai não seria diferente.
Um sorriso surgiu na bela face, de modo a achar graça em ver a reação de seu amado.
Nuvens começavam a se desenhar no céu, escurecendo opressoras, de forma a consumir a luz do sol e o azul do firmamento. O vento também respondia àquela mudança climática repentina, soprando de forma feroz e açoitando-lhes o corpo com toda a sua fúria. Não demorou para que o céu se tornasse tormentoso, relâmpagos se faziam e alguns trovões cortavam o silêncio entre os dois taichous.

– Hmm... Vai chover – comentou Kensei fazendo pouco caso, para ele um treinamento poderia ser sob qualquer tipo de clima. – Bem, se quer usar seus raios, por que não aproveita a tempestade?

– Vejamos, parece que você ainda realmente não se deu conta...

Ao fim de sua ultima sílaba, um raio se destacava no céu tempestuoso, atingindo então onde outrora estava Reiko, provocando forte ofuscação. Kensei levou o braço a frente dos olhos como proteção, contudo, seu olhar agora denotava preocupação. Era como se nem mesmo ele esperasse por tal acontecimento, assim, deu um passo adiante.

– Não se preocupe...

A voz de Reiko era acompanhada dos estalos elétricos remanescentes do toque daquele grandioso elemento proveniente dos relâmpagos. A luz se findava e deixava uma poeira incandescente pelo ar, quando isto ocorreu, a silhueta da taichou logo começava ser recortada daquela vasta imensidão ofuscada.
Lá estava Reiko, linda como sempre e adornada pela poeira incandescente que sobrara do raio, não obstante, em suas mãos, continuava aquele estranho arco belamente trabalhado. Sua zanpakutou. Agora esse possuía corda, não uma qualquer, mas sim uma luz cálida que emendava ambas as extremidades com certa delicadeza e vigor ao mesmo tempo, era eletricidade. Contudo não somente esse era o ponto em destaque, já que em sua extensão máxima de puxar, estava presa à corda uma flecha reluzente e crepitante. Tudo era resultado do raio que havia lhe atingido.

– Mas, o quê? Não me diga...

– Ah, finalmente entendeu, seu bobo.

Apontando para uma rocha, Reiko puxou a corda e lançou a flecha, que durante o percurso foi ganhando maiores proporções. Para o espanto de Kensei, aquilo se transforma em uma espécie de dragão formado por energia elétrica imponente que emitiu um bramido ensurdecedor antes de engolir a rocha e volta-la ao pó. Ele havia reconhecido o som que o dragão fez, era o mesmo que ouvira quando Reiko descobriu o nome da zanpakutou.
Ela abaixou o arco e o encarou, era a primeira pessoa que estava vendo aquilo.

– Estou impressionado, – ele olhou seriamente para Reiko – o estrago ao atingir um ser vivo deve ser grande.

– Nunca testei... Quer ser o primeiro a ter uma amostra? – Propôs ela com a voz meiga. – Prometo que coloco pouca carga na próxima flecha...

– Pare de falar então e manda ver!

Reiko apertou os lábios como se quisesse sorrir e Muguruma Kensei colocou-se em posição de defesa, contudo, sentiram uma presença ali no campo e a sensação indescritível que ambos sentiam daquele possível confronto se findou. Shimazu Kiyoku surgiu no meio dos dois e antes de falar qualquer coisa, olhou para o arco nas mãos da irmã.

– Uau... Finalmente você resolveu mostrar a shikai, nee-sama!

– Kiyo... Como assim?

– Já vi você treinando na área secreta da mansão, mas sabia que se não mostrava, era por boas razões. Você deveria ter muito orgulho do seu poder, sabia?

– Depois conversamos – ela fez com que a zanpakutou voltasse ao normal e a guardou, estava claro que o treinamento havia se encerrado. – O que faz aqui?

– Esqueceu que hoje é o dia em que a academia enviará os alunos que se destacaram em kidou para nós? – Ele aproximou-se de Kensei e o cumprimentou com um soco no ombro. – Mais tarde podemos jantar todos juntos, o que acha?

– Eu esqueci completamente, Kiyo – Reiko sentiu de repente um peso nas costas e suspirou. – Você pode entrevista-los e fazer os testes sem mim? Assim que puder eu darei as boas vindas para os seus escolhidos.

– Tem certeza? – Ele ergueu a sobrancelha, Reiko sempre fizera questão de escolher muito bem seus subordinados. – Você nunca quis que eu tratasse nada disso sozinho...

– Tenho sim, querido! Já está na hora de você começar a ter maiores responsabilidades... Não falta muito para um dia você estar apto a me suceder como taichou.

– Nem ouse falar assim, nee-sama! – Ele a olhou seriamente. – Só existe um jeito de você deixar de ser taichou e isso nunca vai acontecer! Não diga besteiras...

– Vejo que você ainda não cresceu... Outra hora falamos disso. Não se esqueça de pedir para que a Mariko-chan o ajude. Ela também precisa de maiores responsabilidades daqui por diante. E sobre o jantar, está certo... Nos encontramos à noite.

Kensei olhou para Reiko, não entendia o porquê dela ter mudado tão de repente o humor. Sentiu como se ela não estivesse tão satisfeita com o seu cargo e aquilo o preocupava. Só por aquele dia deixaria passar o fato de não terem treinado realmente e foi até ela, abraçando-a por trás. Após encostar o queixo na cabeça dela, resolveu quebrar o silêncio.

– O que foi agora, hein?

– Eu não contei o motivo de eu ter vindo aqui hoje – ela virou-se e o abraçou ainda mais forte, olhando-o nos olhos. – Existe alguém utilizando kidous proibidos no Mundo Real... O soutaichou pediu para que eu escolhesse mais um taichou para ir comigo investigar e um fukutaichou, já que o Kiyo vai cuidar de tudo na minha ausência.

– Eu vou – Reiko poderia jurar que os olhos de Kensei estavam brilhando. – O Hisagi também!

– Mas, Kensei... Acho que o Hisagi-kun deve ficar por aqui, não é uma boa deixar a Mashiro sozinha.

– Os outros oficiais dão conta – ele começou a fazer um alongamento nas costas. – Quando vamos?

– Amanhã vou abrir o senkaimon para irmos, logo cedo... E sobre o convite do Kiyo, depois do expediente na Casa Shimazu eu espero você.

– Estarei lá!

– Certo! – Ela precisou ficar na ponta dos pés para beijá-lo. – Preciso resolver alguns assuntos agora, até depois.

– Até!

Reiko sorriu e deu às costas. Não quis sair por onde entrou, então, fez a volta para evitar o máximo que qualquer um a visse. Para não ouvir a mesma coisa pelo caminho outra vez, fez questão de usar shunpo até chegar em sua casa.


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