Capitulo Dez.

            O barulho irritante do despertador começou a soar pelos meus ouvidos. Dei um tapa no aparelho que caiu no chão e se calou. Coloquei novamente o lençol sobre o rosto com a intenção de voltar a dormir, mas ouvi a porta abrir e segundos depois alguém tirou o lençol.

- Nada de dormir de novo senhorita – ouvi a voz do meu irmão dizer.

- HUMMM, mas eu estou com sono – fiz um bico.

- Isso que dá ficar no telefone com a Mel até mais tarde – ele riu.

            Resmunguei mais um pouco. Harry segurou delicadamente pelos meus ombros e me levantou da cama.

- Será que eu vou ter que te dar banho e te arrumar maninha? – perguntou Harry rindo.

- Sabe que eu acho isso uma ideia maravilhosa – falei quase dormindo de novo com a cabeça encostada em seu peito.

- Sério Lola. Agora é sério. Levante ou vai se atrasar pra escola e sabe como nossos pais são né – meu irmão disse passando a mão pelos meus cabelos.

- Ok! Ok! Já estou indo – com muito esforço levantei da cama e fui me arrumar.

            Me arrumei, tomei o café da manha com papai, mamãe e o Harry. Até tomar o café da manha ali começava a ficar insuportável. Eles me faziam perguntas o tempo todo. Queriam saber o que eu achava do Liam, se ele estava sendo gentil comigo. O que vou falar agora vai parecer cruel, mas preciso admitir que senti muita vontade de falar horrores sobre ele apenas para que meus pais calassem a boca! Mas eu jamais iria fazer uma coisa dessas, claro. Não seria justo com Liam. Não mesmo.

            Assim que entrei no carro. Comecei a conversar com Mic e tudo começou a ficar melhor. Fora de casa eu não sentia aquela pressão. Não sentia aquele clima tenso que tomava conta de mim sempre que meus pais apareciam com alguma novidade sobre o casamento.  Com alguma pergunta que eu não queria e nem tinha como responder. Minha tranquilidade já começava desde o carro com minhas conversas nada a ver com o meu motorista muito simpático. E na escola a minha tranquilidade ficava completa quando eu me juntava aos meus melhores amigos.

            Minha primeira aula naquele dia era álgebra e eu a teria junto com Niall. A primeira aula de Louis não seria junto com a gente ele ia ter história. A aula passou rápido até. Não aconteceu nada fora do normal. Em certo momento pedi para ir ao banheiro. Precisava lavar o rosto porque eu estava realmente com muito sono. Sai da sala e fui cambaleando até o banheiro. Lavei meu rosto varias vezes pra ver se o sono ia embora. Até que melhorou um pouco. Sai do banheiro andando lentamente ainda por causa da preguiça. Estava passando as mãos pelo rosto e senti que esbarrei em alguém.

- Me desculpe – eu disse sem nem mesmo ver quem era.

- Tudo bem a culpa foi minha – ouvi a voz da outra pessoa dizer e automaticamente levantei meu rosto.

            Sabe quando acontece ao extraordinário. E então parece que tudo a sua volta simplesmente para? Ou então fica em câmera lenta? Foi exatamente assim que eu me senti naquela hora. Todos os sons que eu ouvia antes pararam, as poucas pessoas que passavam ali pelo corredor pareceram parar também. E eu não conseguia enxergar mais nada eu só conseguia enxergar ELE! Aqueles olhos castanhos, brilhantes e misteriosos sobre mim. O cabelo muito escuro que combinava perfeitamente com a cor de sua pele, os lábios perfeitamente desenhados, o nariz que parecia ter sido feito por um artista que beirava a perfeição em suas artes.

- Hey você está bem? – o menino perguntou e sua voz fez com que eu saísse do transe. Despertei-me. Dei conta de que deveria estar um bom tempo encarando ele sem dizer nada. O menino devia estar pensando horrores de mim.

Balancei a cabeça tentando me livrar por completo daqueles pensamentos.

- Aham estou bem sim – encarei o chão. Provavelmente estava com as bochechas vermelhas, pois senti as mesmas esquentarem.  Era ele... O menino que havia falado comigo no dia que sai correndo da Starbucks.

- Que... – de repente o sinal anunciando a hora do intervalo começou a tocar. Levamos um susto com o som extremamente alto e irritante. O menino fez uma careta engraçada. Em seguida voltou a me encarar – Acho que... Conheço você de algum lugar.