Capitulo Um.

            Eu nasci numa família tradicional de Londres. Quando era menor isso não fazia muita diferença na minha vida. Na verdade, até fazia sim. Eu não podia brincar como as outras crianças, pois não podia sujar o meu vestido. Desde novinha tive aulas de etiqueta. Passava parte do meu dia tendo aulas de outras línguas como, por exemplo, alemão e francês. Pequena parte do meu dia era livre para eu brincar e fazer coisas que e crianças normais fazem. Mas por eu ser criança não tinha como protestar por não ter a vida de uma criança normal. Enfim... Eu cresci. E aquele negócio de ser de uma família tradicional começou a ficar muito chato. Incomodava-me muito porque nossos pais – meu e de meu irmão – pareciam controlar toda a nossa vida. Eles já tinham tudo planejado para nós. E o maior problema era... O que eles planejavam para mim não era o mesmo que EU planejava pra mim. A maioria das meninas de famílias tradicionais já vive conformada com esse tipo de situação. Sabem que mesmo depois de crianças os pais continuaram tomando as suas decisões. Decidindo o que elas farão no futuro. Mas EU não me conformava com aquilo. Não achava aquilo normal, não achava certo. Se tinha alguém que poderia saber do meu futuro e do que faria nele esse alguém era EU! E não meus pais e qualquer outra pessoa de minha família. Meu irmão – Harry – também meio que se conformava com isso. Na verdade, ele não se conformava. Sabia, pois sempre fomos irmãos muito unidos. Só que ele tinha medo de demonstrar isso. Ao contrario de mim que sempre deixei bem claro que era contra as decisões de meus pais. Desde meus quatorze anos já comecei a mostrar que era bem diferente daquelas meninas certinhas. Meus pais – Anne e George – já começaram a se preocupar por eu não ser como elas, na verdade.

            Morávamos em Notting Hill e nossa família... A família Styles era muito conhecida. E muito respeitada. Mamãe não trabalhava, quero dizer, ela trabalhava sim, mas em nada que lhe desse dinheiro. Ela era dona de uma instituição para crianças carentes com câncer. Senhora Anne podia fazer muitas coisas que eu não concordava, mas eu a admirava MUITO por tudo que ela fazia por aquelas crianças. Seu trabalho era incrível e eu tinha o maior prazer em ajudar. Papai era dono de uma rede de hotéis em toda Londres, por conta disso viajava muito.

            Fiz 18 anos. Estava no meu ultimo ano da escola. Para famílias como a minha essa era uma idade muito importante. E eu na verdade tinha muito medo dessa idade. A maioria das minhas amigas se casou com 18 anos e não porque queriam. De uma coisa eu sabia: não iria ter um casamento arranjado. NÃO MESMO!