P.O,V Justin Bieber

“Levar o lixo para fora”

Li o quadro com a letra da minha mãe.

Não, é sacanagem né?

A culpa é minha que os empregados saíram bem no dia em que eles foram pra uma viajem de negócios? Mas ok né.  

Peguei dois BIG sacos de lixo na mão e enrolei a coleira do Sammy na outra mão e lá fui eu colocar o lixo no bang.

Só que eu deveria ter sido mais esperto e fazer duas viagens.

Por que?

MEU CACHORRO TA ME ARRASTANDO.

Ouvi um grito agudo, mas quando olhei para os lados, não vi nada

-Vamos garoto –Sammy estava inquieto e para variar, ele escapou. Ele saiu correndo, cruzando a esquina, mas ele olhava para trás para ver se eu o seguia.

Bom, aí você imagina um moleque de camisa regata branca e calça moletom correndo na rua.

Incrível, não?

Sammy parou de frente a um beco ou viela, sei la.

-Ei garoto, vem cá! –parei de correr e fui chegando perto mas ele nem me deu atenção, estava focado na cena em sua frente. Ele rosnava muito.

E então eu ouvi um choro, basicamente ‘’me soltem, por favor’’. Olhei para onde Sammy olhava e vi quatro caras e uma moça sendo segurada. Eles haviam cortado sua camisa, porque parte dela estava no chão e enquanto isso, dois dos caras abriam a braguilha. A menina chorava muito.

-Ei, deixem ela –Disse em bom tom. Os caras me perceberam e se afastaram um pouco dela com um sorriso nos cantos dos lábios. E assim, eu tive a visão, de que a menina era a May. Meus olhos quase pularam do rosto e minha boca se formou em um perfeito ‘’o’’

-MAY? –ela olhou pra mim e então desabou

-namoradinho dela? –um deles zombou

-não sou namorado. Mas nenhum de vocês vai ser hoje a noite –disse estralando os dedos

-e o que a bichinha vai fazer? –sorri apenas

-venha conferir. –Um dos brutamontes veio pra perto de mim. Peguei seu braço e o virei, apertando uma das veias no pescoço. O cara caiu imobilizado no mesmo momento.

-o que fez com o Jonh? –um cara perguntou

-O mesmo que tua mãe pediu pra mim fazer a noite toda –Foi tosco. Mas o suficiente para o cara vir me bater, fiz a mesma coisa, e assim com o outro tio que veio o defender. Mas o ultimo sacou uma arma

-se nós não a tivemos, você não vai ter

-deixa ela em paz, otário. –disse sem me mover

-vamos ver quem é otário! –ele ia apertar o gatilho, mas antes, uma coisa, que prefiro chamar de Sammy Hero o atacou, Ou melhor, ‘’abocanhou suas partes baixas’’. O cara caiu na hora. Fui até ele e apertei sua veia. Mesmo gemendo de dor, ele desmaiou. Tirei o celular do bolso e disquei para a polícia.

Disse que havia quatro caros no beco, informei o local e quem falava. Eles estariam ali em poucos minutos devido eu ser da família Bieber. Assim que desliguei o telefone, olhei para o ângulo do beco.

May estava sentada, sem a camiseta olhando um ponto fixo no nada. Sammy estava ao seu lado, ele deu algumas lambidas mas ela nem ligou. Fechei os olhos tentando pensar em algo certo a se fazer agora.

-Ei, vem cá –disse baixo e fui até ela. A chamei umas três vezes e ela não dizia nada

-Vamos em casa, eu vou pegar uma blusa pra você –ela negou com a cabeça

-Você prefere voltar assim? –apontei pra ela, já de pé. E então ela me seguiu até em casa. Sammy tentava brincar com ela, mas ela não reagia. Não reagia a absolutamente nada.

Assim que entramos em casa, tranquei a porta. Ela olhou os cadeados e engoliu seco.

-pode se sentar. Eu vou pegar uma camiseta –ela se sentou no sofá, toda cheia de receio. Fui até o quarto da minha mãe e peguei uma roupa. É. Conjunto. Porque pelo que percebi, a calça e sutiã já haviam rasgado. Então mesmo com medo de mexer na gaveta da minha mãe, achei um pacotinho de lingerie que por estar embrulhado, nunca havia sido usado. Problema mesmo é que minha mãe quase não tinha roupa confortável. Então peguei uma blusa minha.

-Aqui está, May –fui ao lado dela mas ela não olhou pra mim. Só olhava o chão.  Joguei a roupa em seu colo e então ela olhou para mim

-Era só a blusa... –ela disse baixo

-Eu sei, mas sobe aqui –Disse subindo as escadas. Vi que ela me acompanhava então a levei até o banheiro principal, peguei uma toalha e enchi a banheira em uma temperatura confortável.

-Toma um banho, aí você relaxa. A roupa está aí, não precisa se preocupar. Eu te levo pra casa . Agora, se arruma aí e nos vemos lá em baixo. E depois pode colocar sua roupa aqui –dei para ela uma sacola de pano e saí do banheiro fechando a porta.

Desci as escadas e fui até a cozinha preparando duas xícaras de chocolate quente.

Depois de um tempo, ela desceu. Havia molhado os cabelos, mas não estavam fininhos porque provavelmente, ela secou com a toalha. Ela estava com uma calça legging e um de meus moletons da GAP

-Senta no sofá, já vou –sorri amigável. Ela apenas me olhou e foi se sentar. Peguei as duas xícaras e coloquei na mesinha de centro. Ela olhava fixamente as mãos.

-May –ela nem se moveu

-MAY –gritei e sem sucesso algum.

-Ma... –coloquei a mão em seu ombro e ela fez algo pra lá de inesperado : Ela gritou. Muito. Eu tentava a acalmar, mas o que ela fez foi se jogar no chão, gritando e tapando os ouvidos e de olhos fechados. Ela tentava se afastar. E eu ainda na tentando acalma-la. Me ajoelhei na sua frente e tirei suas mãos dos ouvidos falando em um tom mais alto

-May, Espera. Para. Sou eu, Justin! May! Só o Justin! –ela abriu os olhos devagar e então parou de gritar

-Calma, não vou te machucar –disse baixo, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. Ela olhou em meus olhos e ali, eu pude sentir todo o medo dela. Então, ela fez a segunda coisa inesperada : me abraçou. Ela me apertava forte, e chorava muito. Retribui o abraço na mesma intensidade, como se tudo aquilo apenas tivesse sido um pesadelo e ela estaria segura em meus braços.