Novos Tempos Em Hogwarts 2 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 36
O inicio da segunda tarefa


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, mil desculpas a todos por minha ausencia, LEIAM É IMPORTANTE:Sei que desapereci sem dar explicações, que deixei de postar os capitulos semanalmente mas quero que saibam que não desisti da fic.
Estou passando por um periodo puxado na escola, estudo de manhã no ensino medio e tenho curso tecnico a noite e os finais de semana que é o periodo no qual eu escrevo não tem me rendido muito por conta de provas e mais estudos, como o curso de ingles que faço, por conta de que nesse ano terei que prestar o ENEM. Bem, é isso, então...me perdoem novamente, e espero que todos vocês entendam.
Mais um capitulo para vocês, espero que gostem.



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O mês de novembro passara rapidamente, logo chegando ao seu término no dia em que seria realizada a segunda prova do Torneio Tribruxo. Durante todo esse período a arena foi trabalhada e modificada ficando oculta de todos os alunos que apenas especulavam o que seria feito para o próximo desafio que os campeões teriam que cumprir. Tiago começara a estudar para a segunda prova, deixando um pouco o ciúmes e a bebida de lado, você poderia vê-lo na biblioteca, coisa rara, ainda mais com a companhia de Fred que tentava ajudá-lo no que precisasse, também recebia ajuda do irmão mais novo e de Rose que lhe dava os livros que julgava necessários que ele lesse, até aquele dia não havia lido nenhum, afinal todos eram sem figuras e verdadeiras enciclopédias, fazendo com que seu maior material de estudo fosse um pequeno livro de charadas e enigmas que seu primo havia ganhado de seu pai há muito tempo atrás.


Fora essas mudanças, não tivemos grandes novidades desde o baile de Halloween que fora marcado por várias coisas, entre elas o início do namoro de Alvo e Alice, todos haviam se surpreendido com a coragem que o Sonserino tivera para se declarar em frente a escola toda, ainda mais para a garota que era par do campeão de Dursmtrang, agora era natural ver os dois namorados aos beijos e felizes pelo castelo de Beauxbatons ou mesmo quando estavam no trem ou entre amigos. Não era apenas eles que eram vistos em situações do tipo, Lorcan e Chloe também haviam se acertado e mesmo que o namoro ainda não fosse oficial podia se ver ambos juntos na maior parte das vezes conversando sozinhos, eram com toda a certeza mais discretos que o outro casal.


Lysander e Lily não haviam se falado desde o baile, mesmo porque desde que fora visto cantando o gêmeo sofrera uma grande onda de assedio de garotas o que meio que causava um pouco o afastamento de ambos e a impossibilidade de ficarem sozinhos um com o outro, alem é claro que a fama repentina do garoto meio que deixara enciumada a ruiva que acreditava que teria sido um erro ficar com alguém tão popular como ele havia ficado de repente.


O quarteto estava no grande salão principal de Beauxbatons, a mesa deles ainda era ocupada pelas garotas. Lorcan e Chloe estavam um ao lado do outro, ambos comiam em silêncio apenas trocando olhares de vez em quando e o loiro lançava alguns sorrisos para a garota na maioria das vezes. Scorpio estava sentado de frente para Rose, o que fazia com que ambos evitassem se olhar por conta de uma pequena discussão que haviam tido no dia anterior, Lysander estava a seu lado e entre o gêmeo e Lily estava o casal formado por Alvo e Alice, que naquele momento se encontravam aos beijos e carinhos, a ruivinha olhara para os dois com uma expressão de desagrado, fora quando ela puxara o irmão pela manga e os namorados se separaram.


_ Desculpem, eu sei que é lindo o namoro de vocês, ainda mais depois de tanto tempo em que meu irmão foi se tocar e parar de ser um lerdo, mas eu quero comer – disse Lily olhando para Alvo e Alice que se beijavam – Não dá para deixar isso para depois do café da manhã?


_ Oh, que é isso Lily, ciúmes de seu irmão? – disse Alice brincando enquanto Alvo mexia com seus cabelos.


_ Eu com ciúmes dele? Faça-me o favor, é toda essa melação logo de manhã que está fazendo com que eu quase vomite em meu sanduíche – disse Lily, dando uma mordida nervosa em seu Croissant com peito de peru e queijo cottage Agora, me expliquem por que acabei sentando no meio de dois casais? Que é isso, tenho cara de candelabro por acaso? – ela olhara Chloe ao seu lado, a garota engasgara com a comida, tentando reprimir um riso.

_ Você sentou ai primeiro que eles – disse Lysander, bebendo um pouco de suco de abobora – Teve o azar que os dois escolhessem sentar do seu lado.

_ Obrigado por dizer algo que eu já sabia – disse Lily, de mau humor.

_ Nem tenta cara, ela está um pouco atacada hoje – disse Scorpio baixo só para Lysander ouvir.



Fora então que um grupo de garotas com as vestes de Beauxbatons se aproximara da mesa e pararam atrás de Lysander, todos lançaram olhares a elas se perguntando o que elas queriam ali. Fora quando uma delas estendera a mão e tocara o ombro do loiro que as encarou sem entender o que queriam com ele.


_ Bonjour Monsieur Scamander – disse a francesa atrás de Lysander, que se voltara para os amigos e tornara a encarar a garota novamente, não entendendo o porque dela estar ali, mesmo assim fora gentil e também a saudara.

_ Bonjour Mesdemoiselles – disse Lysander e, ninguém percebeu, mas Lily bufara ao vê-lo sorrindo para aquele grupo de garotas – O que poderia fazer por vocês, entendem minha língua?

_ Oui, mais pour ne pas parler – disse a garota,

_ Sim, mas não para falar – traduzira Scorpio e todos o encararam confusos, ele os olhou tentando entender o porque daquilo.

_ Desde quando fala francês? – disse Alice, surpresa. .

_ Minha família tem origem francesa, não sabiam disso? – disse Scorpio - Achei que fosse natural terem desconfiado, afinal meu sobrenome já é uma pista.

_ Ok, poderiam me dizer o que gostariam comigo? – disse Lysander sendo educado, as garotas se entre olharam e soltaram pequenos risinhos para então uma delas dizer.

_ Nous sommes venus le féliciter et dire que nous sommes leurs grands fans – disse a garota e Scorpio riu, olhando o amigo com um olhar travesso, o gêmeo aguardava que o outro traduzisse.

_ Nós viemos para parabenizá-lo e dizer que somos suas maiores fãs – traduziu Scorpio sorrindo marotamente.


_ Oh, merci – disse Lysander. Sorrira timidamente, um pouco envergonhado. Tinha sido assim aqueles últimos dias, várias garotas o procuravam daquela forma desde que ele cantara no baile.

_ Sa voix est belle – disse outra garota - Comme la chanson que tu chantais ce soir-là.

_ Sua voz é tão bonita - disse Scorpio com uma voz fina e delicada como das Francesas, enquanto as pessoas na mesa riam e Lysander tinha a face começando a ficar rosada– Assim como a música que você cantou aquela noite – traduzira, fazendo Lily bufar, como se já não bastasse ver Alice e Alvo se agarrando ao seu lado ainda tinham que vir essas garotas babarem por Lysander bem na frente dela.

_ Mer... - começou Lysander, mas não terminou, pois uma das garotas estendeu uma flor para ele, o garoto sem muita reação a pegou achando que seria o melhor a se fazer, fora então que elas foram embora deixando para trás o gêmeo um pouco atordoado e envergonhado de ver todos aqueles olhares dos amigos sobre ele – Que foi?

_ Sua voz é tão bonita – disse Alvo fazendo uma voz feminina.

_ Somos suas grandes fãns – disse Scorpio na mesma voz que o moreno usara.

_ Olha só, Andy arrasando corações – disse Lorcan sorrindo infantilmente para o irmão, que o encarara incrédulo.

_ Até você vai me zoar? – disse Lysander, para então se deixar deslizar sobre a cadeira.

_ Estamos brincando, eu pensei que fosse encantar com a música que cantei – disse Scorpio, pescando mais algumas panquecas para seu prato – Mas não recebi tanta atenção assim – ele rira enquanto Rose revirava os olhos – Talvez as garotas tenham ficado balançadas por você, querido... – ele fez um tom de voz muito suspeito fazendo os outros na mesa rirem.

_ A música dele foi romântica, Malfoy – disse Rose, seriamente – Garotas se sentem mais balançadas por canções deste tipo do que por atos de exibicionismo, elas gostam de letras que tocam o coração não de pessoas que ficam pulando e bancando babuínos bobocas sobre um palco e se jogando para a platéia.

_ Eu não tenho culpa, Weasley, se eu sou um astro do Rock – disse Scorpio cinicamente, fazendo a garota bufar – E as garotas me acharam muito sexy enquanto cantava, principalmente minha voz...

_ Garotas? – disse Rose rindo – De que planeta? Você não canta tão bem assim...

_ Eu canto mal? – disse Scorpio, gargalhando.

_ Sim canta, e eu tive que ouvir você cantar a musica mais longa daquele baile – disse Rose sem muita sinceridade.

_ Oh claro... – disse Scorpio – Deve ter sido uma verdadeira tortura.

_ E foi, que tipo de garota pode achar que você canta bem? – disse Rose e Scorpio riu.

_ As do tipo normal Weasley, sabe garotas como as que têm nessa mesa menos você – disse Scorpio - Mesmo suas amigas admitem que eu arrasei.

_ Idiota – disse Rose se levantando e saindo da mesa.

_ Pegou pesado dessa vez – disse Alvo para o melhor amigo com um tom repreendedor.

_ Ela que pediu falando que eu não cantava bem – disse Scorpio dando de ombros – Mas vamos retornar a, vejamos, sim o fato de Lysander de repente estar fazendo mais sucesso com as mulheres – E o gêmeo em questão o encarou sério.

_ Não sou um sucesso com as mulheres – disse Lysander quando um par de garotas passou próximo a mesa deles, cochichando e lançando olhares e risinhos ao loiro que olhara elas pelo canto de olho – Isso é apenas temporário.

_ Aposto como elas também estariam assanhadas assim com o Alvo – disse Alice – se ele já não tivesse uma dona, no caso eu – as pessoas riram enquanto o moreno passava o braço ao redor dos ombros da garota.

_ O que acho bem possível de acontecer se ele não tivesse se declarado para você aquela noite – disse Lily – As garotas ficam assim com o Lysander por que ele é sozinho, e não tem ninguém achando que elas tem alguma chance com ele...


_ Realmente, vocês dois escolheram canções bem bonitas para aquela noite – disse Chloe –Bem românticas e suaves, do tipo perfeito para declarações...


_ Lorcan pode cantar qualquer dia desses para você – disse Scorpio e o loirinho o encarou com cara do tipo como se ele não estivesse falando sério.


_ Você quer? – disse Lorcan e a garota ficou calada voltando a comer com o rosto um pouco corado.


_ Com licença, eu acho que vou me retirar – disse Lily ao ver Lysander ainda encarando a flor que lhe fora dada pela garota francesa, o gêmeo a encarara sem entender enquanto ela se levantava e saia do salão.


Lysander olhou a garota saindo e suspirou, tinha ficado difícil falar com ela com todas aquelas garotas que agora o perseguiam, isso os estava deixando doido, não esperava chamar tanta atenção assim apenas por ter cantado no baile.


Lily acabara trombando com Louis, que estava vindo em direção a mesa dos Sonserinos, mas nem sequer parara para pedir desculpas ao primo continuando seu caminho até a saída do salão. O loiro encarou a ruiva, para então terminar seu trajeto parando junto aos lugares que Alvo e Alice ocupavam. Todos o encararam, e Scorpio lançara um olhar frio ao estudante de Beauxbatons que fez de conta que não notara, se voltando para o primo.


_ Temos que ir Alvo, estão nos esperando – disse Louis e o olhar de todos foi para o moreno que simplesmente tentara se levantar de sua cadeira, mas Alice o pegara pela mão.


_ Onde você tem que ir? – disse Alice preocupada – E quem está esperando por vocês?


_ Não se preocupe, eu vou voltar – disse Alvo se aproximando da garota e lhe dando um selinho.


_ Quando? – disse Alice se perguntando ainda porque o garoto não lhe dissera nada.


_ Ah, deixa o Alvo ir Alice... – disse Scorpio – Às vezes os namorados precisam ficar longe um do outro para poder respirarem, não precisam sempre estar grudados...


_ Ok, pode ir Alvo, nos vemos daqui a pouco na prova do Torneio – disse Alice e o garoto assentiu.



Dominique acabara de acordar aquela manhã, se espreguiçando à medida que se levantava de sua cama, andava até o banheiro e se encarava no espelho. Estava horrível em decorrência de uma noite mal dormida, ligara o chuveiro deixando que a agua caísse calma e quente sobre seu rosto, a fazendo se sentir um pouco melhor, ela suspirara por conta da maldita preocupação que a assombrara e a fizera perder o sono, se lembrando do dia que teria, pois naquela tarde ocorreria a segunda tarefa do Torneio Tribruxo com ela e os outros três campeões enfrentando Esfinges, certamente que não era tão fácil quanto parecia, não facilitariam tanto para eles e sua mãe também falara dos grandes e aterrorizantes Sereianos que enfrentara e de como entrou em pânico quase se afogando e perdendo a chance de salvar sua irmã, no caso da ruiva, sua Tia Gabrielle.


Ela se perguntava se haveria reféns dessa vez, não havia qualquer indicio de que haveria, e se houve quem poderia ser? Seu irmão Louis seria a melhor escolha, alguém próximo a ela, que sempre estivera ali em seu lado com a garota protegendo o caçula a todo o custo. Mas talvez, quem sabe não fosse uma de suas amigas, ou mesmo outra pessoa. Talvez Fred fosse escolhido para que ela o resgatasse, ela balançou a cabeça tentando afastar a imagem que se formara em sua cabeça do Grifinório amarrado e sendo segurado pelos dentes da Esfinge. Após aquilo, resolvera limpar de sua mente sobre qualquer coisa referente ao Torneio, terminando assim seu banho em paz, e se aprontando para descer para tomar o seu café da manhã. Vestira as vestes de escola, mas quando saíra se deparara com uma bandeja sobre sua cama que deveriam ter trazido enquanto estava no banho, nela havia uma refeição certamente bastante digna para ser dispensada, mas ela o fizera, ao constatar um bilhete com a letra de sua Tia Gabrielle a parabenizando por aquele dia, talvez fosse mais alguma ideia dela, alguma poção que a ajudaria na prova do Torneio. Desde que descobrira as armações da professora de professora de poções para ganhar a competição vinha confiando cada vez menos em tudo relacionado a ela.


Dominique então resolvera descer as escadas, e dar uma volta pelo castelo. Estava sem qualquer fome depois de ler o bilhete deixado por sua Tia. Muitas pessoas olhavam para ela acenando e a cumprimentando sendo que ela apenas dava leves acenos de cabeça. Ela finalmente vira uma passagem no final dos corredores, descendo por uma nova escada em caracol onde encontrara em seu término as portas do grande salão onde começara a se dirigir, se não fosse algo lhe chamar a atenção pareciam conversas e risos vindos de alguns metros adiante. A garota caminhara até os sons, se deparando com uma cena que já esperava ver a qualquer hora daqueles.


Próximos da réplica da Fontana de Trevi estava um casal sentado a sua beirada, ela ria muito do rapaz que estava deitado em seu colo enquanto ele brincava com seus cabelos e vez ou outra se inclinava para beijá-la. Ela os conhecia muito bem, o rapaz era alto e forte, de pele pálida e cabelos negros e lisos, vestindo naquele dia sua tradicional veste negra e as botas de couro de dragão enquanto a garota era loira, cabelos longos e loiros que ela resolvera deixar soltos aquela manhã, sua pele era um pouco bronzeada pelo sol devido a várias partidas de Quadribol e usava vestes da Sonserina. Dominique sorrira ao vê-los juntos, não esperara que um casal tão inesperado assim fosse surgir no baile de Halloween, mas acabara por fim, Raven Skeeter aceitara as investidas de Nickollaus Karkaroff após quase um mês em que os dois se conheceram. Resolvera sair dali antes que fosse vista, e assim o fez retornando para o grande salão onde se sentara ao lado de algumas garotas de Beauxbatons que falavam de coisas triviais como o quanto um garoto de Hogwarts era bonito, ou soube outras coisas sem importância.


Dominique começara a comer, quando vira entrar no salão principal o campeão de Durmstrang com sua nova namorada, muitas pessoas soltaram exclamações e burburinhos ao vê-los de mãos dadas e caminhando até uma mesa repleta de alunos da escola Búlgara. A ruiva sorria com sigo mesma, era verdade o que Raven dissera aquela noite na festa do pijama sobre não estar interessada em Fred, mas nunca imaginara que a Sonserina fosse acabar com aquele garoto, fora meio que inesperado, mas fora bom pelo menos se sentia mais segura naquele momento vendo que não havia motivos para pensar que seu primo e Raven tivessem algo. Isso a lembrava também de que Alvo podia ficar sossegado agora, pensara a ruiva, não havia mais chances de alguém lhe roubar a sua tão adorada Alice, apesar de que ele e a garota estavam namorando desde o baile de inverno, o que era uma das coisas que marcara aquela noite. A outra apenas ela havia presenciado, pois fora algo especial apenas para ela.



Flashback On.

Dominique havia acabado de retornar a seu dormitório depois do anoitecer, todas suas colegas de quarto já dormiam profundamente em suas camas. O dormitório das garotas de Beauxbatons ficava em uma torre, possuía as paredes cobertas de gesso com colunas de mármore branco e pisos da mesma cor, suas camas eram de madeira clara, e possuíam dosséis com cortinas azuis celestes, havia quadros de pintores famosos da França nos tempos da renascença. A garota olhara ao redor, contemplando suas colegas de quarto até seus olhos se depararem com uma imagem de alguém que não deveria estar ali em um horário tão inoportuno. Próximo da grande janela estava sentado em sua beirada uma pessoa que ela ainda não conseguira reconhecer, o vento daquela noite batia contra as cortinas transparentes as fazendo esvoaçar de forma ameaçadora e sombria, cobrindo assim o visitante, deixando apenas a sua silhueta iluminada pela pouca luz emitida pelo luar.

_ Quem é você? – disse Dominique seriamente, não estava com medo, estava muito tranquila para alguém que acabara de encontrar uma pessoa estranha em seu quarto – vamos, diga agora...

_ Atacaria alguém de sua família dessa forma? – disse uma voz rindo, e ela logo sabia quem era, nunca que iria confundir aquele riso muito menos o tom que o garoto usava.

Fred se levantara do espaço da janela em que havia se sentado, e agora caminhava até onde ela podia vê-lo. A garota guardara a varinha sem desviar os olhos do grifinório a sua frente, usava as vestes do baile daquela noite. O terno esporte estava sobre a murada da janela ao lado dos óculos de aviador, sua camisa estava com alguns botões abertos o que chamou a atenção de Dominique, principalmente quando ela pode notar melhor o peitoral atlético do moreno, que não era tão musculoso assim mas conseguia chamar atenção, e as mangas dobradas deixando os antebraços à mostra, eles eram fortes e o modo como ele cruzara os braços conseguia realçar isso, e também havia algumas cicatrizes decorrentes de talvez vários treinos e partidas de quadribol.

_ Quer parar de me olhar assim – disse Fred, começando a se incomodar com o olhar da garota sobre ele, se ficara sem graça sobre os olhos azuis elétricos da garota que parecia analisar cada parte do seu corpo, é estava, nunca ficara assim antes com nenhuma garota, afinal de contas não era o tipo de garoto que se deixava intimidar por olhares ou se abalar por qualquer coisa que não fosse contato fisico – Gostaria de lhe perguntar uma coisa, se não se importa...

_ E invadiu meu dormitório para me perguntar algo? – disse Dominique, arqueando a sobrancelha, os dois haviam passado a noite toda no baile, por que ele esperara justo o momento aquela hora ali no dormitório dela para conversarem um com o outro – o que seria de tão importante para vir até aqui essa hora? – ele demorara alguns segundos para responder, talvez esperando ou escolhendo as melhores palavras para poder dizer, ela sorrira vendo-o tentar achar um jeito para fazer a pergunta, ele conseguia ficar realmente interessante quando estava daquele jeito, confuso e nervoso, nem parecia o garoto que estava sempre fazendo graça e piadas o tempo todo.

_ Bem, eu queria dizer para você tomar cuidado na próxima prova do torneio – disse Fred seriamente, a olhando a garota parecera um pouco decepcionada, pois desviara o olharm além soltar um pequeno suspiro. Ele não conseguia entender o porque daquilo – São Esfinges a próxima tarefa, você sabia disso não é?

_ Sim, sabia, Tiago me contou esses dias atrás – disse Dominique e ela pode ver Fred parecendo um tanto zangado, ou nervoso com aquilo, mas fez de conta que não ligara.

_ Sabe, para alguém que não está interessada no Tiago você finge muito bem – disse Fred logo se amaldiçoando por suas palavras, maldito ciúmes, pensara ele, como podia ser tão difícil assim se manter sobre controle? Ele sabia, já se repetira milhares de vezes as palavras que a garota lhe dissera aquela vez sobre os dois serem apenas amigos, mas parecia que não funcionava.

_ Eu já cansei de te explicar que estou com o Tiago ainda é para... – disse Dominique, começando com o mesmo tom zangado que o garoto usara agora pouco, mas fora interrompida por ele.

_ Para quê? Você disse que tinha falado com a Narcisa e que tudo se resolveria entre eles – disse Fred nervoso, vê-la aquela noite ao lado dele no baile, com Tiago triste e obcecado olhando a loira, enquanto deixava Dominique de lado, e ele? Bem, o moreno levara uma garota ao baile, mas isso não o fizera bem, não quando viu o quanto a ruiva estava linda e sendo desprezada por seu par.

_ É, você deve ter razão, devo terminar com Tiago deixar ele sozinho encarando todo o sofrimento que aquela garota está o fazendo passar, grande amigo você é – disse Dominique e o garoto bufara, ela também se perguntava o porquê de ainda estar com o ruivo se não o amava, mas a resposta vinha sempre a sua mente quando ela o olhava, triste e depressivo, não podia deixá-lo e fazê-lo ficar pior com aquilo, era cruel demais, tinha de estar ao lado dele.

_ Sim, eu sou um grande amigo, e estou com Tiago desde o inicio, e quer saber? Eu acho que você está se aproveitando de tudo isso que tem acontecido – disse Fred com raiva, odiava quando colocavam que ele não era um amigo bom para Tiago, alguém que ele considerava um verdadeiro irmão e pelo qual varias vezes esteve lá para ajuda-lo nos piores momentos.

_ Eu me aproveitando como, posso saber? – disse Dominique, cruzando os braços e se aproximando dele ficando um de frente com o outro, sem cancelar qualquer contato visual.

_ Todos sabemos da queda que você tinha pelo Tiago, eu estava lá para você, Dominique – disse Fred em altos pulmões que teriam acordado todas as garotas se não tivesse lançado aquele feitiço – Você confidenciou a mim o que sentia pelo meu melhor amigo, e eu tive que guardar esse segredo por tanto tempo, por Merlin, desde crianças eu sei dessa sua paixão, o que vem a pergunta se você realmente está com ele por ser amiga e querer ajudar, ou se é apenas por puro e exclusivo interesse seu.

_ Eu amo Tiago como um dos meus irmãos Fred, ele é meu melhor amigo. Como eu poderia abandoná-lo dessa forma? – disse Dominique, tentando retornar a calma, agora falando de um modo bem lento como se estivesse explicando algo para uma criança pequena – Desculpe-me se não tenho meios melhores para fazer isso, mas eu penso que se há uma forma para fazer isso, é tentar reerguê-lo, mostrar que ainda vale a pena viver.

_ Você não existe, quer mesmo que eu acredite que não tem nada haver com o que sentia pelo Tiago? – disse Fred rindo secamente, a garota se manteve séria.

_ Acredite no que quiser, pense de mim as coisas que quer. Só vá embora, pois não gosto de discutir com você – disse Dominique cansada, e Fred suspirou derrotado. Podia ver que todo aquele ciúmes bobo que ele possuía havia de certa forma magoado a ruiva, e ele agora se sentia o pior de todos os homens por causa disso.

_ Desculpe – disse Fred, segurando a mão da garota, ela sorrira levemente enquanto ele puxava sua mão e a beijava, cada dedo e centímetro vago. Ela sentira a face esquentar e um ligeiro arrepio lhe percorrer o corpo, o moreno então soltara sua mão a encarando e ela sorriu para ele novamente.

_ Tudo bem – disse Dominique simplesmente, enquanto andava até a janela encarando a noite lá fora, as estrelas e a lua que parecia muito brilhante naquele momento, ela suspirara quando sentira alguém ao seu lado. Fred estava posicionado atrás dela e a abraçara pela cintura causando arrepios repentinos na pele da garota, que o encarara por cima dos ombros surpresa.

_ Me diz uma coisa, por acaso o Potter te elogiou essa noite? – disse Fred rindo ao ouvido dela, que também rira, nem parecia que tinham acabado de discutir, sempre havia sido assim entre eles, nada sério o bastante que os afastasse um do outro, ela se voltou para o moreno.

_ Sim, falou. Mas porque diz isso, Frederick? – disse Dominique e o rapaz riu novamente.

_ Ah, só para avaliar a sanidade mental do meu amigo, sabe? Ele ainda não está tão mal assim, se notou o quão bela estava seu par essa noite no baile – disse Fred se separando da garota – Apesar de que... - e pegou a sua mão a fazendo dar uma volta de 360 graus no mesmo lugar, a ruiva rira do rapaz – É quase impossível de não se notar tão bela garota assim...

_ Que é isso, não estou tão bonita – disse Dominique um tanto sem graça, olhando para o vestido que usava no reflexo de um espelho que havia ali perto – Me sinto estranha desse jeito.

_ É, você tem razão – disse Fred seriamente e a garota ficou confusa.

_ Sobre o quê? – disse Dominique arqueando a sobrancelha.

_ Sobre as duas coisas, você não está tão bonita, você é bonita – disse Fred fazendo a garota rir fracamente, aquele elogio há deixara um pouco sem graça, mas pelo menos não corara – No entanto, ainda é estranha...

_ Estranha como? – disse Dominique, curiosa.

_ Bem, estranho não seria a palavra certa, mas diferente de um jeito bom – disse Fred e a garota rira, sim ele conseguira dar a volta na situação ou fora apenas um jeito de fazer graça naquela situação, a segunda opção pensara.

_ E como seria isso? – disse Dominique.

_ Não vou te dizer – disse Fred, sorrindo malvadamente.

_ Não é? – disse Dominique, se fazendo de séria.

_ Não – disse Fred, um tanto cínico.

_ Então já pode ir embora – disse Dominique, voltando as costas ao moreno que a olhara confuso correndo para se colocar a sua frente.

_ Está falando sério? – disse Fred e ela riu.

_ Tem mais alguma coisa para falar comigo? – disse Dominique enquanto se dirigia atrás de um biombo onde começara a tirar o vestido de baile que usava, Fred conseguiu ver por um reflexo dos espelhos as curvas da prima, suas pernas, cintura e colo, se sentindo bastante sujo por fazer aquilo ao vê-la quase seminua daquela forma, virando as costas e tentando se distrair com qualquer outra coisa do quarto – Fred? – ela colocara a cabeça para fora do biombo, e olhara o primo que quase derrubara uma pilha de livros da escrivaninha de uma de suas colegas de quarto.

_ Hã? – disse Fred sem saber o que responder ao certo naquela situação.

_ Pega meu pijama ali no guarda-roupa – disse Dominique e o rapaz andara até lá, retirando dois cabides contendo roupas diferentes, um deles era uma camisola curta e azul bebê e o outro era um conjunto de frio, com calça e blusa.

_ Qual deles? – disse Fred, balançando ambos os cabides nas mãos.

_ Me dá os dois aqui, eu escolho – disse Dominique e ele entregara, momentos depois ela saíra de lá usando a camisola que deixava boa parte de suas pernas a mostra, o que fez Fred fita-las por longos segundos – Dá para parar com isso... – ela retirara um roupão de uma das gavetas e o vestiu – Se não se importa, gostaria de dormir...

_ Vou indo então – disse Fred, abrindo a janela e a garota gritara quando ele saltara, correndo para ver que não houvera qualquer queda nenhum corpo se encontrava a vários metros abaixo na torre, apenas um moreno que ria muito montado em sua vassoura – Algum problema, Dommy?

_ Fora você quase me matar do coração, seu idiota? Nenhum, então foi assim que chegou ao meu quarto, voando? – disse Dominique respirando fundo, enquanto Fred ainda acenava positivamente e ria muito.

_ É, foi a melhor das opções – disse Fred como se fosse o óbvio – Deve saber que sua torre é protegida por um feitiço que impede os rapazes de entrarem, como Louis me disse a muito tempo, então de certa forma, tive que improvisar.

_ Então, gostaria de dar uma volta? – disse Fred sorrindo marotamente.

_ Quer que eu faça companhia para você? – disse Dominique rindo – certo, vou pegar minha vassoura.

_ Acho que tem bastante espaço na minha – disse Fred, se aproximando da janela.

_ Certo, vem então até aqui perto, não quero cair de cima da torre – disse Dominique e Fred abaixara sua vassoura até a janela novamente e a garota se sentara na traseira, segurando firmemente a cintura do rapaz que alcançara voo e logo ambos estavam muito altos e distantes do castelo, sobrevoando os terrenos à noite com a ruiva se deitando contra as costas do rapaz e sorrindo por poder estar ali aquele momento com ele.

Flashback off.


Ela sorrira com as lembranças daquela noite, não houve nada mais além do voo de vassoura, e algumas conversas animadas relembrando antigos momentos da infância de ambos que não voltariam nunca. Fora aquele simples momento que ela gostara, não precisava ser grandes atos, mas o fato dele estar lá para ela para fazê-la rir já era algo muito especial. Talvez devesse tomar alguma atitude, aquela noite afinal ele cobrara o fato de ela supostamente ainda estar namorando Tiago, aquilo poderia ser julgado como ciúmes não? É, com toda certeza era, e talvez estivesse certo em ter ciúmes. Quanto tempo já não poderiam estar juntos um com o outro, talvez devesse fazer o mesmo que aquela garota irmã de Raven, e ir atrás do garoto que gostava. É, ela faria isso, sabia que gostava de Fred e arriscaria tudo para que ficassem juntos. Então ela tomara a decisão, de que depois da tarefa do Torneio Tribruxo ela diria a ele o que sentia.



Tiago encarava o fogo da lareira, estava nervoso, a menos de algumas horas ele estaria em uma arena enfrentando Esfinges, ainda se perguntava qual seria o truque por trás de algo tão simples, um desafio de raciocínio lógico para responder a um enigma que não podia ser tão fácil, mas devia também estar no nível deles, nada impossível de se realizar. Deveria ter algo mais, ele sentia que não haviam dito tudo que aconteceria aquele dia para eles. Ele e Fred se encontravam no salão comunal do trem, onde ambos se encontravam estirados em poltronas com o moreno folheando as páginas de um livro que se chamava “Enigmas e Xaradas”.



_ Ei, olha essa, típica de uma esfinge perguntar – disse Fred e Tiago se ajeitou melhor na poltrona para ouvir o primo, o rosto de Fred estava iluminado por uma luz intensa que vinha da lareira, já era manhã, mas o dia amanhecera nublado e tempestuoso de modo que preferiram acender um fogo para se esquentarem.


_ Pode mandar Fred, vejamos como é essa – disse Tiago e Fred depois de pigarrear pronunciara as palavras com uma voz clara e tentando dar um ar sombrio, que conseguiu.


_ "Primeiro, pense no lugar reservado aos sacrifícios, seja em que templo for – disse Fred - Depois, me diga que é que se desfolha no inverno e torna a brotar na primavera? E finalmente, me diga qual é o objeto que tem som, luz e ar e flutua na superfície do mar? Agora junte tudo e me responda o seguinte, que tipo de criatura você não gostaria de beijar?”.


Tiago tentou pensar, e a sua mente automaticamente veio a face de um dementador, e seu beijo que era capaz de roubar sua alma por completo, mas não seria isso. Ele passara as mãos no cabelo, nervoso, enquanto tentava unir as peças do enigma. Droga, ele não conseguia pensar em nada ainda, o ruivo tornara a encarar o primo e Fred sorria maroto aguardando a resposta.


_ Pode repetir? – disse Tiago e Fred refez o enigma – Hum... lugar reservado a sacrifícios, um altar vem a minha mente mas não é isso... Em que templo for...


_ Acho que uma ara é o melhor nesse caso talvez – disse uma voz que não pertencia a Fred, mas ao mesmo tempo conhecida de Tiago. O olhar dos primos se dirigiu a lareira, onde as chamas estavam verdes e um rosto se mostrava.


O rosto da lareira era de um jovem, de cabelos negros perfeitamente penteados e volumosos, seu rosto era redondo e possuía um queixo forte, nariz reto e olhos castanhos. O rapaz sorria para os dois que também exibiam sorrisos ao reconhecer o amigo que havia a cerca de dois meses deixado em Hogwarts.


_ Frank – disse Fred e Tiago ao mesmo tempo se sentando no chão próximo a imagem do amigo, ele piscara para ambos que riram – Então, o que faz o monitor-chefe da Grifinoria quebrando as regras ao usar a rede de flu para fazer mensagens internacionais, aliás onde está? Não é o salão comunal.


_ Estou na sala de meu pai – disse a cabeça verde e flutuante de Frank Longbottom - Ao que tudo indica estou em uma visita a Hogsmeade com os alunos, mas em todo o caso vim para saber como andam as coisas, não tem escrito muito ultimamente.


_ As coisas estão uma loucura Frank, você tem que ver como estamos... Tiago é um dos campeões, e isso não é algo tão legal assim, sabia? – disse Fred – mas e as coisas em Hogwarts, como andam?


_ Vamos bem, aliás que lance é esse de minha irmãzinha está namorando o Alvo? – disse Frank encarando Tiago, que dera de ombros – Eu te falei para protegê-la dos garotos, e ela acaba namorando seu irmão?


_ Ah, pega leve Frank – disse Tiago – meu irmão é um cara legal, certo ele é Sonserino, mas ninguém é perfeito... e outra eu gosto da ideia de sermos todos uma grande família unida – o garoto da lareira rira e com concordara com acenos de cabeça.


_ Sim, eu sei também concordo, Alvo é legal. Se tivesse sido o outro irmão Potter ai que eu teria de ficar de olho – disse Frank e Tiago fez uma cara falsa de quem tinha se ofendido com aquilo.


_ E eu? O que aconteceria se eu por acaso me relacionasse com uma de suas irmãs? – disse Fred com um tom de falsa inocência.


_ Eu nunca que ia deixar alguém como você se aproximar de minhas irmãs – disse Frank e Fred fez uma cara de quem tinha se ofendido – Vocês dois, seus cães velhos e sarnentos tirem os olhos da Alice e da Augusta, principalmente você Weasley...


_ Assim me magoa... e falando em garotas, como anda a Molly? Fizeram algum bebê enquanto estivemos fora? – disse Fred e Frank sorriu sem graça, quando do outro lado uma voz soara.


_ Diga ao meu primo idiota que ele não tem nada haver com nossa vida, Frank – disse uma voz muito parecida com a de Molly Weasley II e os grifinórios riram.


_ Também te amo priminha, um beijo para você – disse Fred enquanto Frank arrastava Molly para perto da lareira, agora o rosto de ambos aparecia nas chamas.


_ Olha meu casalzinho cuti-cuti ai... – disse Fred, e Tiago riu dos olhares sérios que o casal lançou para os dois, apesar de que Frank parecia mais estar segurando a risada além de parecer estar um pouco corado, o que não deu para ver direito por conta da coloração verde das chamas.


_ Dá para parar, Fred – disse Molly – isso não tem graça.


_ Eu gosto, vocês são bem fofos juntos – disse Fred para então se voltar para Frank – nada de passar do sério com ela ouviu Longbottom? Nada de magoar minha priminha nem fazê-la infeliz.


_ Longe de eu fazer isso, Fred – disse Frank.


_ Então, o que fazem? – disse Tiago e o casal se encarou.


_ Viemos desejar boa sorte com as Esfinges – disse Molly – e vocês, o que fazem? Se preparando para a prova?


_ Sim, o Fred estava lendo um enigma e vou tentar desvendar – disse Tiago e o primo concordou repetindo o que havia lido antes para o primo e os dois amigos ouvirem.


_ É um enigma fácil, já o ouvi uma vez – disse Frank mas Tiago ainda tentava raciocinar.


_ Bem, algo que desaparece no inverno e reaparece na primavera, vejamos folhas? Não, galhos, rama talvez? – disse Tiago olhando para os amigos que não lhe passavam qualquer dica.


_ É, está bem perto – disse Molly.


_ Hum... Agora qual é a última mesmo? – disse Tiago e Fred repetira o ultimo verso – algo que flutua no mar, tem ar... Boia? É, talvez seja uma boia... Agora é só juntar todos e eu terei o nome de uma criatura que eu não gostaria de beijar.


_ Aham – disse Fred.


_ Hum... Talvez... Vejamos ararama... Boia... Arg... Fala sério, não podiam ter uma criatura assassina que não gostasse de jogos? – disse Tiago se estressando ao imaginar como seria ter que pensar em uma resposta para a xarada da Esfinge, tendo ela o encarando frente a frente.


_ Se acalme, e apenas junte as palavras – disse Frank sabiamente.


_ Ara... Ramaboia... Aram... Aramaboia, espere ai eu sei – disse Tiago animado dando um salto no lugar - uma ararambóia, essa é a criatura que eu não gostaria de beijar.


_ Está certo – disse Fred – ainda tem esperança para você não morrer nas mãos daquele bicho...


_ Que animador – disse Tiago para então se voltar para o casal – por que vocês não aproveitam para assistir a segunda prova? Deem uma escapada de Hogwarts e venham para cá...


_ É, vem para cá... Até o Hagrid foi convidado pela Madame Maxime para assistir, e ninguém notará mais dois alunos de Hogwarts no meio de vários – disse Fred, mas os dois pareciam receosos disso.


_ O que acha, Frank? – disse Molly para o namorado.


_ Não vejo porque não, estamos em um final de semana e é de visita a Hogsmeade – disse Frank pensativo – mas papai pode ficar preocupado se Filch disser para ele que não nos viu chegar...


_ E alguém lá liga para o que Filch diz? – disse Fred – todos sabem que ele está caduco...


_ ...Mas ele foi naquela reunião com o conselho de Hogwarts – continuou Frank como se não tivesse sido interrompido - e só retorna mais a tarde junto com Slughorn o que no deixa todo o dia até o anoitecer livres.


_ Então o que me diz? – disse Fred, estendendo a mão para o fogo onde outro par surgiu, e com a ajuda de Tiago ele puxara os dois grifinórios para fora da lareira.


Logo estavam ali, os dois grifinórios, ambos pareciam zonzos pela viagem meio que inesperada, se já era ruim viajar por rede de Flu imagina ser puxado de uma chaminé por outra até a França não era muito agradável. Frank encarara com admiração as paredes, e a sala onde se encontravam, já Molly parecia bastante zonza para fazer qualquer coisa que fosse.


_ Uau, me senti passando pelo buraco de uma agulha – disse Molly, caindo de joelhos no tapete do salão comunal do trem.


_ Bom vê-los de novo – disse Tiago apertando a mão de Frank e depois o abraçando enquanto Fred erguia Molly do tapete para então lhe dar um abraço – você aceitou muito rápido esse lance de dar uma fugida para a França...


_ Apenas saudades de vocês – disse Frank sorrindo – Hogwarts está muito chata sem vocês dois para me infernizarem a vida...


_ Quem ouve pensa que nossa priminha não está fazendo o trabalho direito – disse Fred passando as mãos ao redor dos ombros da garota, que lhe dera uma cotovelada no estômago – certo, me desculpe... mas foi o que deu a impressão.


_ Você é muito idiota, sabia? – disse Molly e os três rapazes riram.


_ Ficamos felizes que sejamos tão importantes assim na sua vida, Frankie, chega a nos emocionar – disse Tiago com um tom maroto que há tempos não usava.


_ É, e gostamos de ter vindo – disse Fred – vamos conseguir deixá-los disfarçados em meio a multidão de estudantes de Hogwarts, certo não somos tantos, mas ninguém reparara a menos que você chamem a atenção para vocês... Isso nos leva, ao problema McGonagall e professores – falou Fred pensativo enquanto Molly batia no namorado murmurando repreensões - Talvez? Hum... Espere, tive uma ideia – tirou um galeão do bolso.


_ O que vai fazer com essa moeda? – disse Tiago.


_ Escolham, cara ou coroa? – disse Fred e os três o encararam como se fosse de outro mundo.


_ Está brincando com algo tão sério Fred? – disse Molly, incrédula.


_ Só estou tentando me decidi sobre duas ideias que tive – disse Fred – apesar de que, não vamos usar Polissuco já usamos isso antes... Talvez, quem sabe a capa da invisibilidade do Alvo? É, uma ideia... Vá pegá-la Tiago.


Molly novamente encarava o namorado com raiva, suas bochechas estavam avermelhadas enquanto o garoto sorria amarelo, mas não deveriam voltar dali, mesmo a ruiva tinha que admitir que estava um pouco animada com a ideia de poder assistir a uma prova do Torneio Tribruxo de perto. Ambos haviam visto a primeira prova pelos telões que haviam sido instalados no salão principal de Hogwarts a alguns meses atrás. E ainda duvidavam do modo como Tiago pegara o medalhão em plena queda livre daquela forma, o conheciam muito bem para saber que não era do tipo de fazer tais coisas. O ruivo retornara com a capa da invisibilidade do irmão e atirara ao casal, Frank a pegou admirando de perto, pois nunca tivera a oportunidade de vê-la pessoalmente, até então só havia ouvido relatos de pessoas próximas.


_ Vai servir. Se não, ninguém reparará em dois pares de pés andando por ai – disse Tiago e ambos se cobriram para experimentar o manto, lhes serviu bem não houve qualquer problema com partes suas aparecendo, logo eles o retiraram.


_ Obrigado – disse Frank sorrindo.


_ Não há de que – disse Tiago.


_ Ah, isso me lembra – disse Frank como se tivesse acabado de lembrar de algo - estou com o que me pediu Fred, quer que eu te entregue agora? – Tiago encarou o primo e o amigo sem entenderem.


_ Claro – disse Fred e Frank acenou positivamente com a cabeça, remexendo nas vestes em busca de algo.


_ E o que vocês estão tramando? – disse Tiago mais do que confuso.


_ Então era essa a razão de estarmos na sala do seu pai afinal, e pensei que era para você matar saudades de seus amigos – disse Molly compreendendo tudo enquanto Frank estendia a Fred um vidro de conserva com um estranho pó amarelado no interior, Tiago achou que aquilo era familiar por alguma razão.


_ Excelente, e bem a tempo para a próxima prova – disse Fred, com os olhos faiscando de animação.


_ E o que é isso? – disse Tiago sem entender direito – vai me ajudar para a próxima prova pelo que entendi...


_ Sim, vai e vou te explicar o que vai ser feito – disse Fred – mas antes preciso trabalhar, enquanto isso distraia nossos amigos – e saiu do salão comunal com o vidro para algum outro lugar.


Tiago encarara os amigos, e logo os três estavam travando uma conversa sobre assuntos diversos e sem importância, nada sobre o Torneio ou como estavam sendo as coisas na França, o que era bom para o ruivo para não ter que entrar em assuntos que não gostava em um pouco, como Narcisa e o fato dela agora estar noiva de Eduard Zabini. Molly e Tiago até tentaram arrancar alguma coisa do monitor-chefe sobre o estranho objeto que entregara a Fred, mas Frank disse que não contaria para eles pois acreditava que o Weasley adoraria contar. Fora assim até o horário de estarem preparados para irem ao estádio, nem sinal de Fred por todo aquele período, o que preocupava Tiago seriamente. O ruivo retornara para o quarto, onde encontrou sobre a cama uma veste muito estranha em sua concepção para se vestir, se tratava de um conjunto de vestuário que se via em praias ou piscinas, eram roupas de banho. Ele vestira e se admirara no espelho, usava shorts vermelhos e uma camiseta regata vermelha com detalhes em preto, como o grande leão da Grifinoria que se encontrava no centro de seu peito, ele então pegara seu roupão de banho e se cobrira tornando a sair do quarto.


Ele caminhara com o casal de amigos, sendo que Frank e Molly estavam encobertos pela capa de invisibilidade até a tenda dos campeões localizada ao lado do estádio onde podiam se ver dezenas de pessoas em filas para poder entrarem, os dois monitores-chefes se despediram em sussurros para não serem vistos e seguiram para a multidão, certamente.


A tenda novamente possuía o mesmo clima de antes, era uma grande lona e em seu interior havia uma mesa circular onde estavam sentados todos os campeões, um tanto apreensivos, quando uma voz chamou Tiago, sendo que o garoto parecera não perceber de inicio até que escutara se deixando guiar pela voz até próximo de uma das saídas, onde foi puxado fortemente por um par de mãos. O ruivo encara o primo surpreso, enquanto o moreno fazia um sinal para que seguisse e ambos se moveram um pouco para que não ficassem tão expostos ali, na porta da tenda, acabaram por ir para um lugar ali perto, se escondendo atrás de algumas árvores onde não poderiam ser vistos.


_ Onde esteve, o que era aquela coisa que o Frank te trouxe? – disse Tiago enquanto Fred tentava acalmá-lo, certamente que estava nervoso com toda aquela história.


_ Acalme-se – disse Fred – Que é isso primo, até parece seu irmão desse jeito, o Alvo ficou muito nervoso com toda aquela história de se passar por você durante a primeira prova.


_ E eu também fiquei depois que soube, você não podia ter armado para ele participar no meu lugar Fred – disse Tiago, repreendedor.


_ Certo, eu me arrependi, beleza? Mas você tem que admitir que o garoto fez muito bem seu papel – disse Fred sorrindo marotamente enquanto Tiago bufafa – algum problema?


_ Você me chamou aqui para falar sobre o Alvo e como ele foi um grande campeão do Torneio Tribruxo ou sobre algo importante? – disse Tiago e Fred fez uma careta.


_ Credo priminho, está com tanto mau humor assim? – disse Fred – cuidado hein, isso não faz bem a saúde.


_ Obrigado pela dica Dr. Fred Weasley – disse Tiago e o garoto e os dois riram.


_ De nada meu caro, apenas lembre de pagar a consulta – disse Fred com uma voz muito formal.


_ Certo Doutor, me diga o qual foi o motivo de tanto esperar até agora? – disse Tiago e Fred sorrira, enquanto exibia um pequeno saco de couro de dragão que trazia, o abrindo.


Tiago inclinara a cabeça para ver o que era, e se surpreendeu ao notar pequenas esferas de vidro contendo o mesmo pó amarelado que Frank trouxera, mas no caso ele parecia ter se dissolvido em alguma substância. Ele pegou uma das pequenas esferas do tamanho de bolas de gude, deveriam haver várias ali, ele as balançou entre os dedos para ver seu conteúdo se mover, mas Fred fez com que ele parasse de fazer aquilo, arrancando dele e colocando novamente no saco.


_ Que são essas coisas? – disse Tiago, curioso.


_ São minha mais nova invenção, bolas com gás do sono – disse Fred e Tiago ficou um tanto admirado, pois seu primo não havia lhe contado sobre aquele invento – foram criadas com um líquido explosivo que tinha desenvolvido algum tempo atrás com os esporos de cogumelos atordoantes que temos em Hogwarts, lembrasse daqueles em que trabalhamos antes de vir para a França? – o ruivo franzira as sobrancelhas tentando se lembrar, quando teve a lembrança das estufas da sua escola onde eles cuidaram daquela grande planta, onde em meio à aula do professor Longbottom eles haviam sido selecionados para a viagem a Beauxbatons para assistir o Torneio. Fora ali que começara tudo, se pudesse ter pedido para ficar em Hogwarts talvez as coisas fossem diferentes.


_ Lembrei – disse Tiago - mas então, como essa coisa pode me ajudar nessa prova do torneio? – Fred sorriu, enquanto retirava uma das pequenas esferas e a trazia a frente dos olhos do primo começando a explicação.


_ Caso você tenha dificuldades para descobrir o enigma, use uma delas contra a esfinge e então, você terá posto fim na prova – disse Fred sabiamente – entendeu o que quis dizer?


_ Claro, a Esfinge vai para o mundo dos sonhos – disse Tiago sorrindo marotamente – brilhante, realmente brilhante – Fred fez uma pequena reverência em agradecimento.


_ Agora pegue algumas, e as coloque no bolso – disse Fred e o ruivo o fizera.


_ Mas e se eles se quebrarem? Não quero virar uma grande nuvem de gás amarelo e desmaiar no meio da prova, e isso não é meio que contra as regras? – disse Tiago, parecendo preocupado.


_ Cuidado com movimentos bruscos, o cristal é fortalecido, mas estourará se pressionado muito forte – disse Fred – Pois assim como você, também não quero que se quebrem, e quanto estar contra as regras, creio que não, afinal é apenas mais alguma coisa que ajudara na sua sobrevivência, não?


_ Tem razão, agora tenho que ir – disse Tiago apertando a mão do primo – obrigado por tudo Fred, você realmente é um grande amigo – fora então que os dois se abraçaram fortemente, com o moreno se envergonhado por ter sentido inveja e ciúmes do ruivo com Dominique e por ter ficado tanto tempo sem falar com ele.


_ É, eu faço o possível – disse Fred abalado de certa forma com o abraço – Agora vá lá e arrase, do contrário todas as apostas que fiz em você não passaram de dinheiro perdido – o ruivo assentiu com um sorriso simples, se afastando.


_ Quero minha parte das apostas, hein? Não ouse ganhar dinheiro às minhas custas sem dar nenhum galeão sequer para mim – disse Tiago enquanto corria de volta à tenda.


O ruivo correra novamente para a tenda, onde todos os campeões o encararam com curiosidade, mas fora Gabrielle Delacour que parecia observá-lo com a feição mais raivosa de todos, certamente que ele os havia atrasado, mas o garoto agiu com naturalidade enquanto se aproximava do pequeno circulo formado ao redor da mesa. Tiago se sentara no único lugar vago a mesa onde uma refeição leve havia sido posta, algumas frutas e suco, nada que fosse pesar muito o estômago. O Grifinório pegara uma maçã, arrancando um bom pedaço em uma só mordida, mas seus olhos correram pelas expressões de todos enquanto comia. Nickollaus Karkaroff estava pensativo em seu canto da mesa, ele vestia um grande roupão de pele negra de urso, que não deixava nenhum sinal de sua roupa de baixo, e ele comia com ferocidade algo que pareceu aos olhos do ruivo uma pera. Ao perceber que estava sendo observado, o Búlgaro lançara um aceno de cabeça e um sorriso torto a Tiago que fizera o mesmo, para então desviar os olhos para o que havia pendurado na cadeira do rapaz, uma grande espada como a que haviam usado a alguns meses atrás na sua chegada a Beauxbatons, agora estava ali em uma proteção de couro que parecia de dragão e se mostrava bastante afiada. Ele desviara os olhos para Dominique que estava a seu lado, ela parecia distraída enquanto lia um livro e comia alguns morangos, a garota ruiva usava um roupão branco felpudo com o brasão de sua escola bordado do lado, dava para ver por baixo o maio azul que usava, liso e sem qualquer detalhe que tirasse os olhos das belas curvas que possuía. Ele então olhara para a outra extremidade, onde Eduard se encontrava, o garoto vestia um roupão negro com o brasão de Sonserina do lado esquerdo, ele parecia nervoso, pois batucava os dedos na mesa além de parecer ter a cabeça distante dali, ele comia algumas uvas. Gabrielle se erguera da mesa, e após olhar a todos que estava ali, fizera sinal para que se levantassem.


_ Ocorrerá a segunda prova, agora todos nós nos dirigiremos para o estádio – disse Gabrielle, mas fora interrompida por Nickollaus.


_ Isso que não entendo, se vamos nadar ou enfrentar esfinges – disse Nickollaus.


_ Creio que os dois – disse Eduard – os franceses não iriam facilitar tanto assim.


_ Exatamente, todos vocês estão com roupas de banho para facilitar a locomoção no terreno que entrarão em poucos minutos – disse Gabrielle – continuando, quero agora que peguem essas ampulhetas – ela entregara pequenas correntes onde se encontravam em sua ponta o relógio de areia – Elas são mágicas, e a areia parará de cair no momento que tiverem... Não, isso eu creio que será melhor ser explicado pelos juizes, agora vamos ao estádio...


Todos saíram, caminhando pelo caminho que levava até o estádio. O lugar estava incrivelmente frio, nem parecia aquela manhã de sol que haviam tido naquele mesmo dia. Acabaram por chegar a uma grande porta que fora aperta e juntos seguiram por um comprido e estreito corredor, acima deles podia se ouvir sons de tambores de Durmstrang, que fizeram Nickollaus sorrir, assim como também gritos e manifestações dos outros alunos que lotavam as arquibancadas sobre suas cabeças. Fora quando os sons estavam ficando mais claros que perceberam que se aproximavam da saída, onde uma pequena passagem os aguardava ao atravessarem seus olhos não puderam crer no que viam.


O Estádio parecia ter sido ampliado varias vezes, agora tomando a forma de um grande coliseu. O centro da arena possuía uma grande névoa cobrindo seu ar enquanto seu chão não podia mais ser visto, pois estava coberto por algo que Tiago não soube dizer ao certo o que parecia, pois era claramente algo entre água e lama, muito parecido com um pântano. Eles correram os olhos pelas arquibancadas, mas estavam escuras, não podendo identificar qualquer um dos que fossem seus amigos ou pessoas de sua escola. Eles estavam em um pequeno píer de madeira parecendo muito velha e frágil, onde havia em uma das encostas um barco comprido e negro com detalhes que lembravam a uma serpente marinha esquelética com olhos que reluziam em chamas azuis sinistramente, em uma das bordas se encontrava uma estranha figura alta e grande usando um grande manto negro com um capuz lhe cobrindo a cabeça, suas mãos seguravam firmemente o que parecia ser um remo.


Tiago engolira em seco, enquanto via seus colegas de Torneio parecerem, assim como ele, um tanto assustados com tudo aquilo, mas aos poucos se recuperavam tirando os roupões e ficando apenas nos trajes de banho e o ruivo os acompanhou, todos andaram até a beirada do pequeno porto e se instalaram no barco, se sentando em algumas tábuas que existiam ali. Dominique recusara a ajuda oferecida pelo estranho barqueiro, se sentando ao lado do primo. Nickollaus trajava um short negro e uma camisa regata branca, deixando marcado seu peitoral e braços musculosos cobertos por tatuagens. O Búlgaro prendera firmemente a espada e sua bainha nas costas. Eduard usava assim como ele um short negro, sua camiseta possuía as mangas longas e era verde escuro com detalhes em preto, incluindo o brasão da sonserina que era enorme e se encontrava no centro de seu peito.


O barqueiro fizera o barco se mover, e logo o pequeno píer ficara para trás com Gabrielle Delacour, que observava a tudo com uma expressão séria e preocupada. O coração de Tiago acelerara cada vez mais, podia ter certeza de que todos estavam tão ansiosos quanto ele e confusos com tudo aquilo que estava acontecendo. Os gritos e o alvoroço da platéia havia se extinguido, não havia mais nenhum som enquanto o barco deslizava nas águas podres do pântano que parecia exalar um cheiro horrível. Os olhares de Tiago e Dominique se cruzaram, ambos estavam tensos e aguardavam qualquer ataque fosse por parte do barqueiro ou de alguma criatura que deveria existir no pântano, mas o que veio surpreendeu a todos.


A estranha figura retirara o capuz, revelando seu rosto, muito familiar da maioria das pessoas ali. O rosto era de um homem negro, careca, de olhos negros bondosos e sábios, possuía profundas olheiras e uma densa barba branca lhe cobrindo a face. Pela primeira vez todos eles pareciam ter notado a altura do barqueiro, alto de ombros e peitoral largos, fora então que ele falara, e sua voz soara lenta e profunda.


_ Boa tarde a todos, como notaram não sou qualquer criatura que vá atacá-los ou mesmo um simples barqueiro – disse o homem – creio que todos sabem quem sou, mas acho devo me apresentar mesmo assim sou Kingsley Shacklebolt e sou ministro da magia da Inglaterra – Tiago sorrira ao ver o velho amigo da família que conhecia desde criança, de alguma forma a sua simples presença conseguira tranquiliza-lo - Fui convidado como um dos Juizes para essa prova, que será a seguinte, a arena foi transformada, como podem ver, em um Pântano, a missão de vocês se inicia na tentativa de sobreviver a ele...


_ Você disse ‘sobreviver’? – disse Eduard, erguendo a sobrancelha.


_ É força de expressão, ninguém morreria numa prova do Torneio, tomamos precauções para que não tenham grandes danos durante a execução dela – disse Kingsley – Mas retornando, existe uma ilha de rochedos ao centro da arena e vocês deverão chegar até ela, não importando que meios usarão para fazer isso – a névoa se dissipara um pouco, dando aos campeões a oportunidade para ver um grande amontoado de rochas gigantes e cinzentas muito visível a todos – Uma vez na ilha, encontraram as Esfinges que falarão o enigma, uma vez acertado vocês terão o que foi tirado de vocês facilmente.


_ Espera um pouco, Kingsley – disse Tiago confuso – Como assim o que ‘foi tirado de nós’? – o ruivo pode ver expressões semelhantes nos outros campeões, todos pareciam surpresos com aquilo.


_ Olhem as ampulhetas que lhes foram dadas – disse Kingsley, simplesmente.


Tiago pegou o colar que usava e olhou com atenção para ele, se surpreendendo mais ainda com o que havia no interior da ampulheta cuja areia ainda estava intacta. Dentro do objeto, havia um pequeno garoto de pouco mais de dois centímetros, seus cabelos eram negros e sua pele branca estava de joelhos sobre o fundo e parecia em alguma espécie de transe adormecido, o ruivo tornara a engolir em seco ao ver as vestes que o garoto usava, eram de Hogwarts e ele tinha certeza de que pertenciam a Sonserina. Os olhos dele queimaram em raiva quando ele encarou Kingsley, que não possuía qualquer expressão. Ao lado dele Dominique soltara uma exclamação ao constatar o que havia em sua ampulheta, Nickollaus fechara os olhos suspirando tristemente enquanto Eduard não parecia nem um pouco abalado com a descoberta.


_ Vocês terão quatro horas para resgatá-los – disse Kingsley – Sejam rápidos para atravessar o pântano e responder o enigma e nada acontecerá a eles – ele voltara seus olhos a cada um dos campeões, parecia difícil para o ministro estar ali, Tiago entendia bem sabia que o velho Auror não queria que fosse realizado um novo Torneio, com um suspiro triste ele voltara a falar – Boa sorte a todos, façam o melhor que puderem – ele desaparatara depois daquilo, surpreendendo a todos, mas era natural que como uma pessoa de respeito ele tivesse privilégios como aquele.


O novo som rouco e alto da trombeta soara, e as areias das ampulhetas começaram a cair, como Tiago pode notar pela que havia em sua mão. O ruivo encarou os outros que pareciam estáticos sem saber o que fazer, era exatamente isso que queriam que acontecesse, a surpresa com a revelação dos reféns poucos segundos antes da prova e impondo outros desafios alem das esfinges. Chegava a ser cruel, o ruivo pensara, mas tinha que admitir que fora uma jogada de mestre aquela.


Dominique suspirara, fechando os olhos enquanto tentava não pirar com tudo aquilo que estava acontecendo. Ela encarara os outros competidores, e Tiago que ainda encarava a ampulheta que possuía em mãos. Estava prestes a se levantar e dizer algo, se mexer chamar a atenção dos outros, mas alguém fez isso antes dela.


_ Vamos mesmo ficar aqui sentados olhando nosso tempo passar? – disse Eduard se erguendo de seu lugar, e Dominique pode ver Tiago fuzilando o Sonserino com o olhar, certamente imaginando o quão bom seria ver as esfinges o estraçalhando.


_ Ele tem razão, odeio isso, mas ele tem razão – disse Tiago, se erguendo de seu lugar – Acho que querem que naveguemos no barco, afinal deixaram ele com a gente.


Fora então que foi escutado um grande solavanco, e o barco balançou de um lado para o outro. Tiago teria caído na água, se não fosse por Dominique segurá-lo e puxá-lo novamente para se sentar em seu lugar, Eduard chegara a cair desaparecendo por entre as águas negras e lamosas do pântano. O barco continuara a balançar de um lado para o outro, fora então que começaram a surgir algo, coisas verdes e compridas de aspecto pegajoso começaram a envolver as bordas do barco tentando atingir os campeões e envolvê-los. Tiago se livrara de alguns com a ajuda de Dominique, e ele ajudara a garota que estava prestes a ser arrastada para fora do barco por alguma daquelas coisas. Nickollaus retirara sua espada das costas e começara a cortá-las antes que tomassem todo o barco, e fora então que Tiago pode ver que não era qualquer criatura, mas sim plantas, muito semelhantes a cipós, mas com pequenos espinhos, ele já as vira uma vez em livros de Herbologia e havia um exemplar muito parecido nas estufas de Hogwarts.


_ É Visgo do Diabo – disse Tiago enquanto Dominique usava um feitiço de corte para se livrar de algumas que a envolvia, o que restava dos cipós selvagens agora estavam espalhados pelas águas e pelo barco cortados pelo feitiço da ruiva.


_ Oh, jura?! Sabe que nem tinha notado – disse Dominique sendo irônica, enquanto saía da borda do barco caminhando para mais próximo dele, o mesmo fazia Nickollaus – Precisamos sair daqui.


_ Esse Visgo do Diabo é uma espécie com a qual não estamos acostumados – disse Nickollaus – São mais resistentes e parecem mais ferozes até... – fora quando o garoto foi preso pelos pés caindo no barco, enquanto era arrastado para fora dele pelas plantas, Tiago pegara a espada e cortara as vinhas libertando o rapaz e entregando a ele sua arma.


_ Para não falar em traiçoeiras – disse Tiago, ajudando o campeão de Durmstrang a se levantar.


Fora então que escutaram um barulho de algo saindo do pântano, e um par de mãos enlameadas segurou as bordas do barco. Dominique caminhara até próximo com cuidado de ter a varinha em mãos, para então ver de que se tratava de Eduard Zabini que retornara. O sonserino fora puxado para dentro, estava todo sujo, e ofegante, mas parecia estar bem fora isso. Fora então que Dominique notara que havia algumas rachaduras no casco do barco, causado pelo Visgo do Diabo e por onde entrava a água do pântano, logo estariam submersos. Tiago também notara que parecia que a água estava tomando conta do barco, e talvez a melhor opção fosse abandoná-lo. Os primos trocaram olhares, ambos tinham os mesmo pensamentos.


_ Temos que sair daqui – disse Tiago enquanto Zabini se erguia com dificuldade.


_ Está brincando, não é? – disse Eduard quase sem fôlego – Eu acabei de sair de lá e você quer me fazer voltar?


_ Fique então, não precisamos de você – disse Tiago se aproximando da borda e colocando um dos pés sobre ela, ele então se voltou para os outros dois campeões – Vamos antes que o barco afunde – Dominique assentira e Nickollaus fizera o mesmo.



Os três se lançaram na água lamosa, onde tentaram nadar, o que descobriram ser um tanto difícil, mas conseguiram evitar que afundassem. Tiago procurara os outros com o olhar, e pode vê-los ali, próximos a ele ainda inteiros, era horrível estar naquela situação, a água era imunda e exalava um cheiro podre que parecia se impregnar neles após terem saltado, fora quando viram o que já esperavam: o barco afundando e Eduard, mesmo contra sua vontade, abandonando-o e alcançando o grupo a nado. Estavam nervosos, e respiravam rapidamente tentando se acalmar. Tiago procurava um modo de reverter à situação para que pudessem chegar à ilha rapidamente, fora então que o ruivo sentira seu corpo sendo atado, o visgo do diabo retornara e agora o envolvia novamente, assim como os outros, ele teve suas pernas presas e sua cintura envolta e o mesmo ocorrera com os braços.


Tiago vira ao seu lado os outros campeões sendo envoltos, Dominique lutava contra o visgo que a cada segundo mais ia se apertando ao seu redor. Ele não poderia ajudá-la, não conseguia nem sequer se livrar das que o sufocavam aquele momento. Esta fora a última visão que tivera, pois após isso fora puxado para as profundezas do pântano.


Ele se sentira sendo arrastado pelas plantas para o interior das águas lamacentas, pode sentir aquele gosto horrível em sua boca e tentava lutar para conseguir alcançar novamente a superfície sem sucesso. Parecia que quanto mais lutasse, as plantas iam se prendendo nele, o sufocando e o espremendo cada vez mais. Fora quando ele parara de lutar, se deixando afundar na escuridão que era aquela que agora o vendara. Agora não havia qualquer coisa, a não ser a escuridão em frente a seus olhos que se fecharam.


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Notas finais do capítulo

Espero Reviews caso vocês ainda estejam por ai.
Ps: Muito obrigado a LadyWeasley26 pela bela recomendação que deixou para a Fic, muito obrigado mesmo.



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