Dois Mundos: Entre A Magia E O Poder. escrita por Tye


Capítulo 6
King’s Cross


Notas iniciais do capítulo

Cheguei meu povo u-u
Demorei demais? Acho que se compararmos aos outros capítulos, eu postei esse bem rapidinho sauhsushd
Geeeente, esse capitulo ficou enorme e.e bati meu recorde!
Mas eu gostei dele, sinceramente, espero que vocês gostem também!
Obrigada por tudo *-*
Boa leitura e até lá embaixo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/196169/chapter/6

Argos – um cara legal, cheio de olhos espalhados pelo corpo – nos deixou no aeroporto as seis em ponto.

O sol estava fraco e impotente, perante as nuvens cinzas que se espalhavam pelo céu. Tal como nosso humor – cheio de nuvens. Caio estava sorrindo como sempre, mas era um sorriso apagado, sem muita sinceridade. Clarisse estava revoltada e mal humorada, parecia que ela queria variar um pouco hoje. E eu... bem, o que podemos dizer? Não faço ideia do que me aguarda e muito menos do porque de eu estar indo. Para ser sincera, eu ainda não acreditaria em deuses se Hécate não tivesse aparecido lá no acampamento.

Suspirei. Não há mais volta – disse a mim mesma.

– Nós vamos conseguir. – disse Caio, otimista.

– Mas é claro que vamos panaca. Se vocês não entrarem no meu caminho. – disse Clarisse.

Caio sorriu mais abertamente ainda – o que fez Clarisse ficar realmente irritada – e se virou em direção a lojinha de docês do aeroporto. Olhei para Clarisse divertida, pensando no que poderia haver por trás de toda aquela armadura de mau humor e má educação. Uma garota sem amigos talvez? Não, Clarisse devia ter seus amigos... tinha até namorado! Quem sabe Clarisse fosse no fundo – bem, bem, beeeeeeeem no fundo – uma garota que só queria ter uma vida normal, amigos, familia...

– Não pense que somos amigas por causa disso Miss Coragem. – disse ela rispidamente.

– Hum? – perguntei.

– Só porque me colocou nessa missão, não significa que somos amigas. – esclareceu ela.

– Claro que não, isso nem passou pela minha cabeça. – respondi prontamente, com um sorrisinho no rosto.

A garota estreitou os olhos.

– Ótimo. Veja, faltam cinco minutos para o nosso vôo.

A brusca mudança de assunto me fez, de fato, olhar no relógio. Senti um frio na barriga – nunca havia usado um meio de transporte trouxa que não fosse um carro. Apesar de tudo, não queria perder o avião, então chamei Caio de volta e fomos em direção ao portão de embarque.

– Que cara é essa Lyss? – perguntou Caio quando nos sentamos, já no avião.

– E-eu... nunca andei de avião. Acho que estou nervosa.

Caio e Clarisse me olharam incrédulos.

– Nunca? Tipo, nunca mesmo? – perguntou o filho de Hécate.

– Nunca.

– Então como você... onde você mora?

– Londres. – okay, não moro em Londres. Moro no fim do mundo, a oeste do vilarejo de Saint Cattepole, mas como não poderia dizer isso a eles, Londres era a melhor opção de casa para mim.

– Você mora em Londres? Miss Coragem, percebeu que está nos Estados Unidos? Como foi que você chegou aqui sem um avião? Sabia que tem um oceano separando nossos continentes?

– Bem Clarisse, eu... vim de outro modo. – respondi meio encurralada. – E então, como foi quando vocês foram reclamados?

Minha patética tentativa de mudar de assunto apenas resultou em mais curiosidade e desconfiança da parte deles. Felizmente eles não me pressionaram e eu pude fingir que dormia pelas quatro horas seguintes. “Acordei” faminta, olhando ao redor. Caio e Clarisse aparentemente, dormiam de verdade. Olhei em volta e vi uma aeromoça vindo em minha direção.

– Deseja alguma coisa senhorita? Algo para comer, beber...? – perguntou ela sorridentemente.

– Hmm... vocês tem torta de frango? – perguntei, pois torta de frango foi a primeira coisa que me veio na cabeça.

– Sim. E vai beber o que?

– Vocês tem cerveja amanteigada? – perguntei. Uma coisa familiar seria maravilhoso.

A mulher me olhou como se eu fosse louca – sem o menor motivo, pois se até o Três Vassouras tem cerveja amanteigada, a primeira classe também deveria ter.

– Desculpe senhorita, mas não temos isso. E aliás, quantos anos você tem mesmo? Alcool é proibido para menores, certo? Vou trazer um refrigerante.

Ia contestar – ia fazer bem mais do que isso na verdade, do que é que essa louca estava falando? Alcool para menores? Hã? – mas a aeromoça já havia ido. Agarrei minha mochila com força – Caio e Clarisse haviam guardado as deles no compartimento de bagagens, acima de nós, mas não achei bom fazer o mesmo.

Minha varinha estava no bolso de fora, era a única coisa realmente minha que eu havia trazido – exceto é claro, minhas roupas e minha espada. Pode parecer loucura, mas eu sentia como se mousití sempre tivesse me pertencido - passei a mão pela madeira familiar e me senti novamente certa. Sim, porque estava me sentido completamente errada ainda ontem, como se nada fizesse sentido...

A mulher voltou com a minha torta e uma lata. Agradeci. Olhei para o que tinha em mãos... Coca-cola. Abri lata e provei um gole.

– Pelo menino-que-sobreviveu, o que é isso?! – era ótimo. Refrescante, doce e... eu não sei, gasoso? Bebi mais um pouco e provei a torta. Delícia. Por longos – e maravilhosos - minutos tudo o que eu tive de fazer foi mastigar e engolir, estava quase acabando quando Caio acordou.

– Hmmmm, que fome. – murmurou ele. Olhei para a minha torta praticamente acabada e para a lata de coca-cola que estava pela metade. Estendi a bebida em sua direção e ele aceitou.

– É ótimo... coca-cola. – eu disse.

– Eu sei. – ele disse gargalhando. Lembrei-me de que ele era trouxa e me senti estúpida outra vez – sim, por não saber o que era coca-cola.

– E então, dormiu bem? – perguntei.

– Melhor impossivel. – disse ele ironicamente. – Quatro horas de pesadelo. Nada melhor do que isso certo?

– Você parecia tão tranquilo dormindo... – respondi incerta.

– Não expresso meu desespero com muito frequencia. – disse ele. Lembrei da noite anterior, quando ele havia ficado irritado por sua mãe. Ele pareceu lembrar também pois logo completou. – Quer dizer, quase nunca expresso.

– “Quase” é uma palavra que está sempre com você. – observei.

Ele pensou um pouco.

– Não dá pra ser perfeito em tudo, sendo assim, sou quase perfeito em tudo. – brincou ele. Eu ri de sua presunção e esperei a aeromoça voltar, para que ele pudesse pedir uma pizza e eu outra torta. Nesse momento, Clarisse resolveu acordar e aproveitou a deixa para pedir seu almoço também. Comemos em silêncio depois disso, apenas pensando no que seria de nós. Quando acabamos nos pusemos a falar. Não sei se é possivel chamar aquilo de conversa, já que Clarisse basicamente xingava enquanto Caio ria e eu ficava sem saber o que fazer. Ouvimos um “pliiin” e fomos informados de que já estávamos sobrevoando Londres. Juntamos nossas coisas e finalmente, colocamos nossos pés no chão – no aeroporto da cidade. Até que tinha gostado de “voar”, mas seria com certeza muito melhor fazer isso sem um monte de metal a sua volta. Tipo em uma vassoura.

Do lado de fora do aeroporto decidimos pegar um táxi até a estação.

– E o que é que tem demais em uma estação de trem? - perguntou Clarisse outra vez.

– Você vai ver quando chegarmos. Nunca teve uma intuição não? – disse outra vez também.

– Intuição é coisa de idiotas. Quando temos uma missão devemos seguir para ela totalmente decididos de nossas escolhas. Sem intuição, apenas certeza. – respondeu a garota.

– Está falando sério? – disse Caio. – Quando você foi para o mar de monstros atrás do velocino de ouro, teve certeza durante a missão inteira? Ou foi só quando o Jackson chegou lá?

Clarisse inflou. Achei que explodiria – ou que explodiria Caio.

– Retire o que disse fadinha encantada. – disse ela com os dentes trincados.

– Me chamou do que? – Caio ficou ligeiramente sério – não completamente, é claro. Como sempre o “quase” estava lá. Ele tinha um meio sorriso nos lábios, como que por ironia.

– Só porque sua mãe pega fogo e brilha, você se acha superior, certo? Pois eu sugiro que cale a boca e pare de tentar ser engraçado, porque esse seu sorrisinho ridiculo já está me irritando! E só não esmago sua cabeça aqui e agora, porque esses ingleses gordos nos notariam.

– Ei, ei. Parou ai. Vamos, o táxi chegou. Já basta termos uma missão impossivel para realizar, não precisamos de vocês dois brigando também. – eu disse e entrei no carro, seguida logo pelos dois.





Kings Cross estava, como sempre, apinhada de trouxas. Famílias e mais famílias iam e vinham, pessoas carregando malas e bolsas desembarcavam aos montes. Caminhamos naturalmente até a plataforma oito. E agora?

– Hmm, Lyss por que paramos? – Caio arqueou uma das sobrancelhas.

– É que... bem...

– É que você não sabe o que está fazendo. – disse Clarisse. – E nem porque estamos aqui.

– Não! Quer dizer... eu...

Nesse momento algo me salvou. Meus olhos brilharam e uma sensação boa tomou conta de mim. Era uma coruja. Marrom com cinza, como as corujas de Hogwarts. Na bolsinha da perna, se encontrava uma carta. Retirei o envelope e lá estava o brasão de Hogwarts. Perdi o fôlego por um segundo. Fui em frente e abri a carta. Lá estava um bilhetinho, dobrado em quatro. Abri.

Cara Elyssa, sabemos sobre sua missão e sentimos muito.

Realmente, não faziamos idéia disso tudo, mas agora estamos todos a par de toda a situação.

Deve manter sigilo absoluto sobre Hogwarts, não importa as circunstâncias!

A passagem entre as plataformas nove e dez se abrirá por 15 minutos assim que você redobrar esta carta, creio que seja de vital importância que venha a Hogwarts, então demos um jeito de arranjar uma carona.

Quanto a sua amiga, mande-a esperar, alguém irá busca-la.

Boa Sorte.

Neville Longbottom, diretor e professor de Hogwarts.

– Não acredito. – suspirei. Não podia ser melhor, não podia ter tido mais sorte.

Olhei para Clarisse e Caio esperando ver sorrisos enormes, mas apenas encontrei confusão. Ah, é. Eles são trouxas e provavelmente acharam essa cena muito estranha. Droga.

– V-você... você fala com corujas? – perguntou Caio.

– Pelo visto, não só fala com corujas como também troca bilhetinhos com elas. – disse Clarisse meio pasma.

– Não, eu... ah, isso não importa. Vamos, venham comigo.

Dobrei o bilhete e fui em direção as plataformas nove e dez. Estaquei. Na carta dizia que minha amiga deveria ficar esperando. Amiga e não amigo, certo?

– Clarisse. – disse virando-me. – Você vai ter que esperar aqui...

A garota estreitou os olhos, com raiva.

– Ficou maluca é? Por que razão eu não iria com vocês? – Clarisse praticamente cuspiu as palavras.

– Clarisse eu... não posso dizer. A carta... simplesmente você não pode. Alguém vai vir te buscar, a carta era de um... amigo meu. Nos deu algumas instruções...

– Eu não vou ficar aqui.

Franzi o cenho. Como iria convencer Clarisse a ficar? Parecia mais impossivel do que recuperar o Cetro de Hécate sem as mãos.

– Clarisse você...

Nesse momento algo me interrompeu. Um guincho. Um som horroroso, como se uma galinha gigante estivesse sendo estrangulada. Se aproximava cada vez mais. Nós olhamos em volta buscando a fonte daquilo, quando um hipogrifo vermelho e dourado entrou feito louco na estação. Os trouxas gritaram. Clarisse pegou sua lança elétrica e se preparou. O animal desgovernado veio em nossa direção e a filha de Ares avançou.

– NÃO! – eu berrei. Veja, eu amo hipogrifos. O ponto alto da aula de Trato das Criaturas Mágicas foi quando estudamos essas criaturas maravilhosas. Eu me apaixonei por elas e nunca deixaria Clarisse machucar uma delas.

– Não o que criatura?! – berrou Clarisse. – Isso é um grifo! Veio nos matar!

– Grifo? Quer dizer hipogrifo, certo?

– O que? – Clarisse fez cara de incredulidade. – Não acredito que estamos batendo papo! Okay, você conseguiu o que queria. Dê o fora daqui Miss Coragem e leve seu namorado junto! Alcanço vocês em algum tempo.

Caio olhou para mim incerto, com a espada em mãos.

– Vou ficar e ajudar ela Lyss eu...

– VOCÊ VAI EMBORA! – berrou a garota enquanto desviava de um dos ataques do hipogrifo. Ora, o que queriam? Nem sequer fizeram a reverência ao bicho, lógico que ele ia ficar agressivo.

– Eu vou ficar e lutar! Não vou fugir! – disse Caio determinado.

– Caio, precisamos ir. Nosso tempo está acabando! A passagem vai se fechar! – gritei e ele concordou comigo. E isso é algo que eu não entendo: a facilidade com que eu consigo convencer as pessoas a fazerem as coisas.

Segurei na mão de Caio e o arrastei até a plataforma. Atravessamos a pedra e encontramos a plataforma 9 ¾ vazia. Olhei em volta em busca de instruções ou de não sei o que.

– C-como... como... nós fizemos isso? – perguntou Caio abobado.

– Caio,espere um instante. Estou tentando entender o que...

– Como é que você me convenceu a entrar aqui? – ele estava confuso.

– Eu...

– Você é filha de Afrodite.

– Caio, já conversamos sobre isso, já te disse que tenho uma mãe.

– Lyss, você tem charme. – ele pareceu perceber o que tinha dito. – Quer dizer, não charme do tipo...Quer dizer, você também tem esse tipo de charme mas...

Olhei fixamente para ele.

– O que estou dizendo é: filhos de Afrodite, apenas alguns, os mais poderosos, podem manipular as pessoas. Eles “convencem” os outros com suas palavras, os fazem fazer coisas que muitas vezes ele não querem... como o que você fez agora pouco.

Pisquei.

– Impressionante. Muito impressionante. Mas não sou de Afrodite...

– Olha, pode ser Hermes também... o deus dos ladrões. Lábia é algo importante para os filhos dele.

Ia responder quando ouvi algo. Som de trem. Me virei e senti meu coração flutuar. O Expresso de Hogwarts.

– O que é isso? – perguntou Caio.

– Um trem.

– Jura? Mesmo? Por um momento pensei que fossem um bando de cachorros.

– Ora, não seja irônico Caio. Venha, vamos embarcar. – eu disse sorrindo.

– Mas e Clarisse?

– Alguém vai buscar ela. Já disse... ela vai nos encontrar lá. – disse convencida.

– Lá aonde? Pelos deuses, o que estamos fazendo? – percebi que nem mesmo eu sabia do porque de estarmos indo a Hogwarts.

– Vamos a... minha escola. – respondi.

– A sua escola? Está falando sério? Ficou doida é? Lyss, estamos em uma missão, não é brincadeira, eu sei que você... – ele se calou.

– Caio, pode confiar em mim? Por favor? – pedi. – Vamos embarcar. – disse novamente.

– Tudo bem. – disse ele meio incerto.

Entramos no vagão da Grifinória. Pode parecer ridiculo, mas eu queria chegar até Hogwarts da mesma maneira que sempre chegava. O trem estava, logicamente, deserto.

– É impressionante. – eu disse. Caio me olhou nos olhos. – Não imaginava que pudesse ser importante o suficiente para que mandassem o Expresso só para me buscar... mas acho que, julgando a gravidade das coisas...

– Lyss... não quero ser incoveniente, chato, ou... sei lá. Mas, você pode começar a me explicar as coisas? – Caio tomou fôlego e disparou -Por que tivemos de deixar Clarisse? Não, espera ai, para começar, por que viemos até Londres? Como chegamos a essa plataforma esquisita, que trem é esse e para onde estamos indo? Como isso vai nos ajudar? O que...

– Calma. – eu disse. – Vou responder uma de cada vez...

Respirei fundo. Como explicar a ele sem falar sobre Hogwarts? Não havia jeito. Tomei então, uma decisão importante. Decidi confiar inteiramente no filho de Hécate. Se me perguntassem o porque disso, eu realmente não saberia a resposta. E sim, eu sabia a loucura que estava fazendo.

– Eu sou uma bruxa Caio.

– Lyss, não brinque com a minha cara. Eu realmente preciso entender o que...

– Não estou brincando Caio. Estamos indo para a Escola de magia e bruxaria de Hogwarts. É lá que eu estudo.

Explicar tudo a Caio foi complicado. E, apesar de um ter ocultado muitos, muitos, muuuuuitos fato, passei a viagem inteira explicando a ele. Obviamente, minha consciencia estava pesando uns mil quilos – eu não deveria estar dizendo nada daquilo. Mas foi bom dividir tudo com Caio e foi bom também receber seu apoio sobre ir para Hogwarts.

– Como era para você em Hogwarts? – ele perguntou quando eu terminei de explicar algumas coisas.

– Hum, como assim? – perguntei.

– Suas notas, amigos, essas coisas...

– Bem eu... tenho quatro amigos bem íntimos. O Lucas, o Mike, a Liv e a Kate. Eu amo eles e estamos sempre juntos. Bom, eu e as meninas estamos indo para o quarto ano e Lucas e Mike para o quinto. Somos todos da Grifinória e sou artilheira do time de quadribol da minha Casa. Sem querer me gabar, sou a melhor artilheira de Hogwarts, atualmente. Também ganhei alguns prêmios por conta das minhas notas e habilidades com feitiços...

– Uau. Você era tipo a bam bam bam de Hogwarts? – perguntou ele sorrindo.

– Pare de falar de Hogwarts como se estivesse no passado... ainda estudo lá – disse carrancuda.

– Okay, okay. Você é popular lá? – insistiu ele.

– Bem eu... acho que sim. – fitei a janela da nossa cabine, meio constrangida. A essa altura ele estava esticado em um banco e eu no outro.

– Você acha é?

– Tudo bem, tudo bem, eu sou sim. Por alguma razão as pessoas parecem gostar mim.

– Por “alguma razão”. Lyss, é mais do que obvio o porque delas gostarem de você! Você é inteligente, boa em esportes, decidida, simpática, linda. – disse ele.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

– Você acha isso tudo de mim? – perguntei bobamente. É incrivel como tenho o poder de dizer coisas estúpidas nas horas mais impróprias...

– Acho. – respondeu ele. – Você acha que Clarisse está bem?

– Um hipogrifo não parecia muito desafio para ela...

– Geralmente eu tinha raiva dela. Na realidade, ainda tenho. Ela é arrogante. – disse ele. – Mas você a escolheu por alguma razão... por que?

Contei a ele sobre minha “conversa” com Clarisse, quando estavamos indo jantar. Ele fitou o teto da cabine e depois disse:

– Quer saber quem é Silena Beauregard? Ou melhor, quem foi.

– Acho que sim. Já que fui comparada a ela não é?

– Silena. – começou ele. – Foi a última conselheira do chalé de Afrodite antes de Drew.

– Drew?

– A asiática ridicula.

– Ah sim. – eu disse rindo.

– Durante a batalha no ano passado, descobrimos que havia um espião no Acampamento, alguém que passava informações diretamente a Cronos, nosso inimigo. No dia da batalha de Manhattam, Clarisse decidiu fazer birrinha e não apareceu para ajudar...

– Calma, estava tendo uma guerra? Tipo, de verdade e ela não foi ajudar?

– Exatamente. Silena tomou uma atitude. Pegou a armadura de Clarisse e liderou o chalé de Ares ela mesma, fingindo ser Clarisse, para depois, morrer enfrentando um dragão furioso. Depois disso nós descobrimos que era ela a espiã. Mas isso não importou no final das contas. Ela foi uma heroina.

Silêncio novamente.

– Por que Clarisse me comparou a ela?

– Elas eram amigas. Entre todas as amizades impossiveis que eu já vi, a delas levava o prêmio. A barbie e Clarisse... você sem duvida lembrou ela, já que você ao invéz de abaixar a cabeça pra Clarisse, tentou compreende-la. Algo do tipo.

– Você gostava dela Caio? Da Silena... – perguntei.

–Huuum... vou confessar que tive uma quedinha por ela uns anos atrás. Mas passou assim que eu vi o modo como ela e Charlie, seu antigo namorado, se olhavam. Eles eram tipo, o par perfeito.

– E onde está o Charlie? – perguntei.

– Junto de Silena. – ele respondeu.

– Oh. – foi tudo o que eu consegui dizer. Pelo visto, os semideuses passaram por coisas bastante dificeis nos últimos tempos... coisas que estavam voltando. Suspirei, meio deprimida. Uma nova onda de simpatia por Clarisse cresceu dentro de mim. O trem foi desacelerando, até parar e pela janela eu pude ver Hogsmeade.

– Vamos Caio. Quero te mostrar um pouquinho do meu mundo agora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Na boa, eu fique muito assim, escrevendo a sobre a Silena... quase chorei e.e
kkkkkkkkk, gostaram? Se sim, comentem! Se não, comentem!

Beeeeeeeeijo gente *-*
Até os reviews, ou até o próximo cap. :D
Cris >,



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dois Mundos: Entre A Magia E O Poder." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.