Como Sobreviver Num Acampamento De Nerds escrita por Pequena em Paranoia


Capítulo 3
Dica 03 - Cuidado com seus colegas de dormitório


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pouquinho, mas saiu! Espero que gostem da terceira dica do acampamento :D



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Terceira dica: Cuidado com seus colegas de dormitório.

Observem bem esta dica. Prestem atenção. Continuem com ela mentalizada! Agora que já decoraram, eu espero realmente que não esqueçam.

Uma das regras para a boa convivência num acampamento é que inimigos não compartilhem do mesmo espaço. Entretanto, ainda não entendi o porquê do Sr. Turner ter deixado as cabanas livres para Vermelhos e Azuis... Logo vocês entenderão o que quero dizer.

.

– Sejam bem-vindos ao acampamento do Sr. Turner para jovens! – berrava Valentina, enquanto coçava o próprio nariz. – Veteranos sigam direto para suas barracas, novatos fiquem em uma fila ao lado do ônibus para pegar suas malas antes dos outros! Andem logo!

Eu, como uma novata exemplar, levantei-me no mesmo instante no corredor do ônibus. Eric estava ao meu lado e me mandou um tchauzinho muito simpático, enquanto do outro lado eu via Matt mandar uns beijinhos. Nossa, eles eram perfeitos contrastes.

Quando saí do ônibus vi que não estava sozinha no meio dos novatos, havia um menininho que não tinha mais de doze anos e uma garota alta e magricela ao meu lado. Ela era incrivelmente alta, principalmente se fosse comparada a mim, uma simples anã de jardim.

Nós três ficamos em fila. Eu olhei para os lados e vi um tipo de campo enorme com areia se estendendo por todos os cantos. Era o estacionamento dos ônibus, onde havia mais uns sete iguais ao meu, sempre com uma pequena fila de crianças e criaturas estranhas do lado de fora. Bem a frente tinha uma casa enorme de madeira, para onde todos os outros iam à medida que pegavam suas malas. Aquela era a entrada e, também, refeitório e “barraca” do diretor.

– Vocês são os bichos deste ano, então? – uma voz veio aos meus ouvidos, me assustando.

Olhei para trás e vi uma moça muito bonita. Bonita era pouco! Era uma garota loira com longos cabelos caindo sobre os ombros, olhos claros e corpo típico escultural. Ela estava com um boné na cabeça escrito “A.T.”, que mais na frente fui descobri que significava Acampamento Turner.

– Oi? – engasguei – Está falando comigo?

– Lógico. – ela disse – Bem, meu nome é Jean Devosso e eu também sou monitora do acampamento este ano, por isso gostaria que me acompanhassem para poderem colocar as coisas de vocês em suas respectivas cabanas.

Tudo bem, eu a segui. Eu e o resto dos novatos que, somados, éramos mais ou menos uns quinze. E, por mais incrível que fosse, eu não era a menor dentre eles! Na verdade, os hobbits do acampamento tinham menos de quatorze anos, tirando a minha pessoa, em plenos dezesseis anos de idade.

Ela começou a chamar os nomes dos novatos da lista, dava um mapa e largava a pessoa ao léu.

– Bem, pessoal, nos mapas vocês vão poder ver que temos o marco inicial, também chamado de Grande Casa, que é aquele lugar enorme ali na frente. Lá nós teremos todas as refeições do acampamento, pontos de encontro para as atividades e etc. Agora vocês vão para suas barracas, meninas do lado direito e meninos do lado esquerdo encontrarão um conjunto grande de casinhas de madeira, escolham cuidadosamente onde ficarão, pois será lá que passarão o resto de suas noites do acampamento! Boa sorte e nos vemos em meia hora na Grande Casa.

Num tipo de preguiça enorme eu peguei minha malinha e saí acompanhando as outras garotas, indo até o meu suposto dormitório.

Quando passei pela entrada da Grande Casa me deparei com um campo imenso com uma bifurcação. Parecia um tipo de fazenda gigante com um caminho de areia que tinha umas placas de indicação:

NORTE: Cachoeira – Clareira da Fogueira – Parque Aquático – Pântano – Caverna da Coragem

NORDESTE: Trilha do Desespero – Fazendinha – Heliporto

LESTE: Barracas Femininas – Viveiro – Estufa – Arco e Flecha – Paintball

OESTE: Barracas Másculas – Sala de Projeção – Campo – Quadra Desportiva

“QUE TIPO DE ACAMPAMENTO TEM TUDO ISSO?” gritei. Gritei nos meus pensamentos, na verdade. Bem que o Sr. Turner poderia ter gastado o dinheiro de maneira mais... Produtiva, não?

Segui pelo caminho do leste, para as barracas, junto das meninas novatas que também seguiam as veteranas. Depois de uma caminhada eu encontrei com várias casinhas. Casinhas de madeira com telhados se espalhavam umas frente às outras, com uma casinha mais separada, onde tinha escrito “Banheiro”.

– Ei, novata, quer ajuda? – alguém falou ao meu encalço.

Na minha frente estava uma garota loira. Era Jean Devosso, a monitora. Calma. Não era. Mas era incrivelmente parecida com ela, só que mais nova e um pouco mais baixa.

– Não. – eu disse com um sorriso amarelo e dando um passo para trás.

– VOCÊ NÃO VAI RECRUTÁ-LA, CHARLOTTE! – alguém berrou atrás da loira.

A menina loira se virou, chocando olhares fumegantes com a louca do ônibus: Bette-alguma-coisa.

– Se eu quisesse recrutar alguém, com certeza seria mais discreta que você, Bette. – riu a loira, logo em seguida se virando para mim – Relaxe, não estou querendo te recrutar nem nada.

– Tenho certeza que quer! – berrou Bette, choramingando.

A menina chamada Bette começou a falar coisas aleatórias que eu realmente não estava a fim de escutar. Meus pés se moveram “involuntariamente” e eu dei meia volta! Comecei a andar. Não continuaria ali como um troféu. Troféu esse que Bette-alguma-coisa tentava tomar da loira-alguma-coisa, que não se importava.

– Ei, novata! – berrou Bette, indo atrás de mim – Oh, céus, qual o nome dela? GAROTA! VOCÊ! EI!

Olhei para trás e vi a estranha Bette praticamente galopando em suas próprias pernas até o meu encontro, enquanto a outra garota vinha até nós, disfarçando o riso com a mão na boca.

– Meu nome é Lucy, não novata. – eu disse, sorrindo levemente por pura educação...

– Lucy, então. – as duas disseram em uníssono. Fiquei realmente assombrada...

Começamos a andar na direção das barracas. Bette saiu bem a nossa frente, saltitando com o vestido bufante pulando com ela, enquanto a loira ficou ao meu lado.

– Desculpe-me, ainda não me apresentei direito. – ela disse, estendo a mão – Sou Charlotte Devosso, líder do Grupo Azul.

Devosso! Por isso achei a garota tão parecida com a monitora!

– Você é parente da monitora? Jean Devosso, eu acho...

– É. – a garota sorriu. Olhei para ela e era bem mais alta que eu, devia passar de 1,70m, tendo os cabelos loiros lisos e grandes olhos azuis (parecendo com os meus até haha). Nossa, ela era realmente alta! – Ela é minha irmã mais velha.

– Huum...

Comecei a buscar meu nome em alguma lista na frente das casinhas. Tinham nos organizado por número de inscrição no acampamento e dei a entender que o meu estaria na última, já que fui a ÚLTIMA pobre criatura a ser inscrita.

E assim como eu, Charlotte ia procurando seu nome. E a medida que as casas iam acabando eu tive a ligeira impressão de que ficaríamos juntas... Vi mais a frente e, assim como nós, Bette procurava seu nome.

A última cabana chegou e encontrei, finalmente, meu nome.

17ª BARRACA: Devosso, Charlotte. Farrell, Lucia. Larsen, Bette. Morgan, Louise. Pierce, Anna. Summers, Jenna.

Bette olhou seu nome e entrou pulando, enquanto Charlotte revirou os olhos e entrou. Tudo bem, eu já estava ali, não podia voltar...

Abri lentamente a porta, que rangeu e derrubou um pouco de pó de madeira em cima de mim, dando de cara com um desastre. Eram camas amontoadas, dois beliches e duas garotas berrando umas com as outras por alguma coisa. Céus, onde eu estava?!

– SAIA DA MINHA CAMA! – berrava uma delas, uma das de cabelo escuro.

– A CAMA É MINHA, EU PEGUEI PRIMEIRO! – gritava outra, com o aparelho saltando para fora da boca.

– Alguém, por favor, cale essas duas... – completava uma terceira, enfiando a cabeça num travesseiro.

– Charlotte, não pense que você vai ficar perto de mim! Não quero nenhuma Azul dormindo perto de mim! – disse Bette, se jogando na cama de solteiro do cantinho como se fosse uma criança.

Charlotte revirou os olhos e levou a própria mala para a cama de baixo do beliche, falando:

– Relaxe, Bette, eu não faço a mínima questão de ficar perto de você. – em seguida ela me olhou de maneira dócil com seus olhos do tamanho dos óculos do Eric – E você, Lucy? Vai entrar na discussão?

Ela era uma garota legal, por isso peguei minha mala e joguei na cama de cima do beliche que ela estava. E, levando em consideração o que Matt disse sobre me colocar no grupo Azul enquanto estávamos no ônibus, imaginei que pudesse ser até divertido ficar na mesma barraca que ela, a líder do grupo.

Agora, como funcionava isso de grupo? E por que diabos tinha tanta coisa naquele acampamento?!


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Notas finais do capítulo

A fic está correndo lenta e vagarosamente, o próximo capítulo tem a escolha de que grupo a Lucy vai ficar, o Vermelho da louca chamada Bette ou o Azul, do Eric e da Charlotte... O único problema do Azul é que o Matt também está nele KKK mas isso é de cenas dos próximos capítulos!



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