Pov. Vanessa

Observamos papai e mamãe partirem, nos deixando naquele lugar totalmente novo e desconhecido. Eram tantas novidades, minha cabeça girava com tantas informações.

De repente, duas imagens surgiram acima de minha cabeça. Um tridente verde e um elmo negro. 

- O tridente de Poseidon e o Elmo das Trevas de Hades. Interessante. Dois pais divinos. - Filosofou Quíron, meio distante.

- O q-que isso quer dizer? - Perguntou Leo, o medo visível em seus olhos negros.

- Os deuses estão reclamando vocês. Te reconhecendo como seus filhos. - Concluiu o centauro. - Venham, crianças. Vou levá-los até o chalé de vocês.

Ainda meio confusos, seguimos Quíron pelo acampamento, passando por vários campistas que nos olhavam curiosamente. Chegamos a uma área com várias casinhas distribuídas em forma de U invertido. Cada uma tinha uma decoração especial, como flores, rochas, prata, ossos, etc. Paramos em frente à de rochas e Quíron abriu a porta, fazendo menção para que entrássemos. Lá dentro, pude ver um grande tridente de pedra apoiado na parede, assim como outras coisas que me faziam sentir em casa. Coisas que me lembravam o mar.

Andei até uma cama e reparei que tinha algo escrito na cabeceira. 

Percy Jackson.

- Leo. Olha isso. - Chamei.

- É o... É O TIO PERCY! QUE MANEIRO! - Disse Leo, e eu ri.

- Exato, crianças. - Disse Quíron, com um sorriso no rosto. - Leo, pode vir até aqui? Vou levá-lo para seu chalé.

- Meu chalé? Não é aqui? - Ele perguntou a mesma coisa que eu me perguntava mentalmente.

- Sim, é aqui. Mas é em outro lugar também. Entendam, crianças, esse é o chalé dos filhos de Poseidon. Existe um chalé para os filhos de Hades, e é lá que você vai ficar, para equilibrarmos as coisas.

Assim, Leo e Quíron saíram do chalé de Poseidon, me deixando sozinha em meu novo lar.

Pov. Leonardo

- QUE. MANEIRO. - Foi minha reação ao entrar no chalé de Hades. Era muito louco, tinha paredes pintadas de vermelho sangue e lençóis pretos, além de uma guitarra apoiada nos fundos do quarto. Tinham alguns ossos pendurados nas paredes também. Eu curti. Peguei a guitarra e pulei na cama, tocando algumas notas e pulando no colchão. 

- Vejo que gostou de seu novo quarto, Leo.

- Tá brincando? ISSO É IRADO, E... Quíron, não tinha reparado em como sua voz é fina.

- Fui eu quem disse isso. - Risadinha. Olhei para o lado de fora do chalé e avistei uma garota nem muito alta e nem muito baixa, cabelos castanhos e olhos castanhos bem claros, quase amarelos. - Prazer, sou Hayley.

- Hã... O-oi, Hayley. - Eu disse, e senti minhas bochechas arderem. Cara, ela era muito linda. Ela riu do meu nervosismo claramente perceptível.

- Sou filha de Deméter, deusa da agricultura. Não é tão legal quanto ser um filho de Hades, mas é legal também. - Nós rimos.

- Ainda não sei usar meus poderes. Nem os de água, nem os das trevas. - Eu disse.

- Água? Como assim? - Seus olhos hipnotizantes assumiram um brilho confuso e eu expliquei tudo a ela. 

- Mas eu não sei se isso é uma coisa boa. Sei lá, meus pais ficaram bem preocupados quando descobriram. - Comentei.

- Eu nunca vi nada igual. Parece que você é... muito especial, né? - Ela disse e eu soltei uma risada.

- Especial? Sei lá, perigoso, talvez. - Concluí, e ela riu.

- Hm, eu não estava falando dos seus poderes. - Piscou, sorriu, virou-se e foi embora. Ela acabara de me dizer que eu era... especial pra ela?