Mulher Macho escrita por Lollichin


Capítulo 4
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Nada pra dizer aqui...
Boa Leitura gente =D



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Capítulo III-

Vinícius POV:

Depois daquela ceninha deprimente pela qual tive que passar com aquele tipinho mimado de garota que acha que manda no mundo, fui procurar saber qual era a dela. Claro que não viraria para o lado, onde a mesma se encontrava e perguntaria o que ela queria, ou algo do tipo, seria muita idiotice fazer isso.

Foi por esse motivo que me virei para trás e com um sorriso que eu denominava “sorriso interesseiro”, encarei a garota bonitinha que mais cedo tinha me avisado que sentar onde estava sentado nesse momento era treta na certa.

Se ela havia me alertado disso é porque alguma coisa deveria saber e eu estava muito a fim de saber por que diabos, aquela garota veio toda, toda pra cima de mim, se achando a rainha da cocada preta.

Provavelmente a bonitinha que estava escrevendo em seu caderno deve ter notado que alguém estava encarando-a, por isso levantou o rosto, que de branco passou a ficar vermelho. Que fofinha, ela ficava envergonhada quando recebia exclusivamente um olhar de um garoto. Acho que ela nunca teve um namorado, mas isso não é da minha conta e não vem ao caso.

– Er... Qual é o seu nome mesmo? – Perguntei, tinha problemas em decorar nomes, por sorte havia decorado o nome de Sara.

– Júlia. – Ela deu uma pausa, olhou para seu caderno e depois voltou a me encarar com a face ainda corada. Estava me segurando para não rir.

Não era todo dia que eu me deparava com uma garota dessas, tão envergonhada e tão fofinha, chegava a parecer uma ursinha.

– Está com algum problema com o exercício, quer que eu o ajude? – Perguntou-me.

Sorri mais largamente e Júlia novamente abaixou a cabeça, constrangida, ou era envergonhada? O que seria? Certo, era feio, mas eu estava me divertindo muito com isso. Acho que eu estava torturando-a, coitadinha, mas era por um bem maior, eu precisava saber de algumas coisas que aconteciam por essa escola.

– Estou com um problema e quero que você me ajude, mas não tem nada haver com os exercícios. – Falei.

Notei que Júlia arqueou uma sobrancelha e sua expressão tornou-se um pouco desconfiada. Sério, daria um doce pra quem me deixasse saber o que ela estava pensando.

– Não tem nada haver com o exercício? Então o que seria? – Indagou com a mesma cara de desconfiada.

– Bem, você assim que entrou na sala e me viu sentado aqui, disse que era melhor eu me sentar em outro lugar, correto? – Sussurrei, vendo-a afirmar com a cabeça. – Pois então, se você me alertou é porque você sabia que a senhora encrenca ali, - Apontei disfarçadamente na direção da garota TPM. – iria fazer alguma coisa, então, estava aqui pensando, qual é a daquela garota?

Júlia me encarou, de uma forma que mais parecia que ela estava me estudando, em momento algum eu deixei meu sorriso sumir de meu rosto, era possível que depois ficasse com dores de tanto sorrir.

Dando um suspiro, ela se aproximou de mim e começou a sussurrar:

– Digamos que aquela encrenca ali, - Da mesma forma que eu havia feito, Júlia também apontou para a garota – manda nessa escola..

Impossível, aquele projeto de garota não podia mandar numa escola como essa. Sem querer soltei uma risadinha que logo fiz o favor de contê-la para não chamar a atenção dos demais na sala.

– O pessoal dessa escola parece ser bastante piadista, não é mesmo? Você está brincando comigo, não é? Impossível aquela garota mandar num lugar como esse, olha pra ela. – Falei, olhando disfarçadamente pra menina TPM.

Sério, na boa, ela era muito “fofinha” pra ter uma moral dessas.

– Não estou brincando não, ela realmente bota o terror. Não se deixe enganar por aquele rosto angelical, aquela voz mansa ou a forma como ela parece ser inofensiva, aquela ali é um cão. – Júlia contou-me.

Ainda sim recusei-me a acreditar em suas palavras, não achava que fosse provável o que escutava.

Encarei mais uma vez a garota e dessa vez ela pareceu notar que era observada.

Foi quando ela me fuzilou com os olhos que eu não consegui me conter e ri. Ri descontroladamente, fala sério, aquilo era muito cômico pra ser verdade.

– Está rindo do que bobão? Está achando que tem algum palhaço aqui? – Ela estava tentando falar de forma feroz? Bom se essa era sua intenção ela não havia conseguido.

Ignorei-a e continuei a rir, trazendo para mim a atenção de todos na sala, que eu tinha certeza que estavam me achando um louco.

– Se continuar rindo eu te faço virar um palhaço em um segundo, quando eu acertar um soco no teu nariz e ele ficar vermelho de tanto sangue que vai descer. – Me ameaçou.

Se essa garota continuasse falando essas coisas, eu acho que minha bexiga poderia chegar ao ponto de estourar. Eu não conseguia fazer outra coisa, se não rir. Essa escola me estava saindo melhor que a encomenda.

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Bianca POV:

Estava começando a achar que havia virado a palhaça particular daquele bobalhão, durante todo o período de aula ele olhava para minha cara e balançava a cabeça negativamente e começada a rir. Isso estava começando a me dar nos nervos.

O que havia de tão engraçado em mim? Meu cabelo, mesmo que eu tenha acordado atrasada, estava penteado, não havia nenhuma remela nos meus olhos, meu nariz não estava escorrendo e eu não estava de maquiagem, até porque odiava passar essas coisas, então não havia o porquê dele rir da minha cara.

Foi com muito prazer que dei graças a Deus quando tocou o sinal da última aula. Pelo menos pelo restante do dia eu me livraria da presença indesejada desse garoto.

Se amanhã ele ficasse com essas gracinhas eu o arrebentaria. Posso ser uma mulher, mas sou muito mais homem do que muito macho que existe por ai e muito mais forte também.

Joguei meu caderno, sem nenhum cuidado, dentro da mochila. Meus olhos fuziladores fitavam a figura daquele garoto irritante. Percebendo que eu o encarava ele olhou para mim com o maior sorriso de deboche que eu já havia visto no rosto de uma pessoa e disse:

– Cuidado com esse seu olhar fuzilador, porque se ele fosse uma arma, há essa hora eu já estaria morto. – E com isso ele saiu pela sala.

Bufei. Garoto mais abusado, mal tinha chego nessa escola e já queria se mostrar o bambambã. Um ovo cru pra ele se estava achando que ia conseguir tal feito.

Sai da sala às pressas. Era provável que Guilherme já estivesse me esperando lá fora com sua moto.

Dito e feito. Lá estava ele, encostado naquela sua moto negra, parecendo um galã de cinema.

Ah Guilherme, o sonho de consumo que toda garota desejava ter ao seu lado, isso é, todas menos eu. Ele podia ser bonito, com aquela pele branquíssima, cabelos pretos e olhos intensos da mesma cor, mas não era o tipo de cara que fazia meu gosto. Isso talvez porque ele fosse meu irmão.

Sorri para ele, assim que o alcancei.

– Ei gatinha, como foi à aula hoje? – Perguntou dando um beijo demorado em minha bochecha.

Ele não deixava passar uma, adorava se passar por meu namorado em público, principalmente quando ia me buscar na escola. Isso acabava com minhas chances de conseguir arrumar um cara bacana pra ser meu Romeu, meu Edward, meu Dean, ou qualquer um desses gatos que eu tanto amo.

– Uma chatice, como sempre. E ai como passou o dia? – Perguntei enquanto colocava o capacete.

– Como sempre passo. – Respondeu.

Isso queria dizer que ele havia ficado o dia todo em casa jogando vídeo game com seu cunhado. Coisas de Guilherme,vai entender. Um marmanjão desse, de vinte e quatro anos nas costas, passando a manhã inteira com o cunhado ao invés de ficar com a namorada. Ai, ai, esse meu irmão é estranho.

Subi na moto e abracei Guilherme pela cintura, sentia-me mais segura abraçando ele do que me segurando naquele trequinho que é próprio para isso.

O percurso até nossa casa não havia sido muito longo, em uns cinco minutos ou menos ele já estava parado com a moto em frente de casa.

Desci um pouco tonta, como sempre ficava quando andava de moto, tirei o capacete e o entreguei.

– Não vai entrar? –Perguntei ao notar que ele não havia descido da moto.

– Não, vou buscar a Ana ou ela vai acabar me matando, ou matando o irmão dela, tanto faz. – Respondeu fazendo a volta.

Eu ri do que ele havia acabado de me dizer.

– Também pudera, né Gui, você anda trocando sua namorada pelo irmão dela, desse jeito vou começar a pensar que você está jogando para o lado do outro time. – Ri com a cara de nojo que ele fez. – Ela deve estar morrendo de ciúmes e ódio por estar sendo trocada pelo irmão e se eu fosse você, compraria belas flores e daria para ela. – Aconselhei.

– Duvido muito que ela aceite as flores, do jeito que é, é capaz que ela me faça comê-las. – Falou com uma cara apavorada, provavelmente imaginando a cena. - Ah essas mulheres da minha vida, tão complicadas, tão problemáticas...

Dramático como sempre, esse meu irmão.

– Tá, para de reclamar e dá logo o fora daqui, ou a sua namoradinha vai cavar um buraco na terra e te enterrar lá. – Falei rindo.

– Credo, Bi, não fala isso nem de brincadeira, sou muito novo pra morrer, mas é melhor mesmo eu ir. Até mais tarde, faz um bolinho pra gente, ok, maninha linda?

Sem esperar que eu respondesse ele partiu e eu fiquei lá fora rindo que nem boba. Meu irmão era mesmo uma figura, e das mais adoráveis.

Entrei em casa, larguei minha mochila no sofá e subi para tomar um banho relaxante. Precisava relaxar um pouco e nada melhor do que um bom banho.

Depois de ter ficado uns vinte minutos debaixo do chuveiro, coloquei uma roupa de ficar dentro de casa e fui até a cozinha ver o que minha mãe havia deixado para nós comermos. Não foi surpresa alguma ver que não havia nada, ela sequer ligava para os filhos. Se não fosse o Gui, para por comida dentro de casa, talvez eu estivesse passando fome nesse momento. Mentira, eu não iria passar fome, porque com certeza arrumaria um emprego para mim.

Abri a geladeira e dei uma boa olhada no que tinha para fazer. Aquele frango estava me chamando, ele queria que eu comesse-o, ele chamava por mim e eu não resisti ao seu chamado e o tirei de dentro da geladeira e fui temperá-lo.

Comida pronta, bolo no forno, bucho cheio, agora era a hora de sentar a bunda no sofá, pegar o controle e assistir uma das minhas séries prediletas.

Assim que ia me sentar no sofá ouvi o telefone de casa tocando. Eu odiava telefones, odiava ter que atendê-los. Era sempre um saco isso, mas como só havia eu dentro de casa, não me restou outra escolha se não ir atendê-lo, poderia ser algo sério.

– Alô. – Falei após ter pegado o bendito do telefone.

– Bi? – A voz do outro lado da linha perguntou.

– Não, a avó dela... É claro que sou eu, quem é? – Nem sabia quem era pra falar assim, ah problema.

Ouvi a voz do outro lado da linha rir. Pelo menos a pessoa não tinha levado isso pro lado pessoal.

– Simpática como sempre, ein gatinha. – A voz riu novamente do outro lado da linha e eu dei de ombros, como se a pessoa fosse ver essa minha reação. - Aqui é o Bruno. Liguei pra perguntar se você ta afim de ir numa festinha hoje?

Ele já devia estar bêbado ou drogado, sua voz estava muito animada para que ele estivesse são.

– Pô cara, nem sei, estou com uma puta ressaca de ontem, não sei nem como consegui ficar de pé até agora. – Não era de todo uma mentira, mas nem estava a fim de ir para festinha hoje.

– A Bizinha linda, vamos, vai ser divertido, a galera toda vai, se você não for não vai ser tão legal assim. – Insistiu.

– Sinto muito, Bruh, nem rola festinha pra mim hoje, a ressaca está braba, mas a gente marca outro dia e vai a galera toda, pode ser? – Perguntei.

– Certo, certo, vou cobrar hein? Beijos gatinha, melhoras viu.

– Beijo, boa festa. – Respondi e desliguei o telefone.

A questão de eu ter negado ir a essa festa era pelo simples fato de que, festas das quais o Bruno me convidava não eram nada boas, sempre acabavam com a gente tendo que correr da policia. Sim, eu era uma rebelde nata.

Adorava viver minha vida com bastante adrenalina, e de certa forma fugir dos policiais era muito divertido. Até hoje eu não havia sido pega nenhuma vez, o que acabava me tornando a fodona no meio do pessoal já que era a única que os policias ainda não tiveram o prazer de capturar. Háhá, bônus pra mim.

A questão dos policiais se envolverem era porque nessas festas rolavam muitas drogas, brigas e tudo o mais, era sempre a maior delinquência.

Devo confessar que me divertia bastante com tudo isso, mas hoje não estava com humor para esse tipo de festa, talvez eu ficasse pela casa mesmo, segurando vela enquanto o Gui e a Ana ficavam no outro sofá trocando carícias e eu nesse sofá, que agora estou deitada, comendo bolo e assistindo a um filme que eles tenham comprado e que só eu esteja realmente prestando atenção e depois vá dormir, afinal amanhã é sexta, o que significa que ainda tem aula.



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Notas finais do capítulo

E então o que estão achando, gostaram da participação do Guilherme? O que acharam desse capítulo, bom, ruim? Críticas, sugestões? Comentem!
Nos vemos no próximo capítulo, beijos da Lolli =)