O Caminho Do Skinwalker escrita por Willian Picorelli


Capítulo 2
O Caminho do Fim




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Após Gorman, Teresa e seu filho mais novo Mike abrirem a enorme cerca de entrada de sua nova casa, o chefe da família estaciona sua caminhonete em um canto qualquer, descia do veículo e retirando seu óculos escuro, deixava com que o forte sol cobrisse sua pele vermelha, olhava admirado para sua casa que era 2, não, pra ser mais exato, 3 vezes maior que sua anterior, havia espaço para uma família de 10 pessoas, seria preciso muita energia para limpar toda casa, era essa a preocupação de Teresa. Os 3 caminhões de mudança chegaram segundos depois, seus três cachorros, viriam mais tarde com o dono de um veterinário que transporta animais da redondeza, não se arriscou em colocar três pastores alemães bem nutridos em sua caminhonete que acabara de comprar á 3 meses. Mike se apressara e corria para dentro, porém, havia esquecido que as chaves estavam com sua mãe:
- Abre logo mãe, quero escolher o quarto maior antes do Hil! – Dizia o jovem com certa malícia.
Teresa lhe apontava o olhar, um pouco compreensiva com a atitude do garoto, mas logo o responderá não querendo desapontá-lo:
- Mas querido, a dimensão dos quartos são todas iguais, não tem porque escolher, haha. – Sorria enquanto via a expressão de descontentamento do filho, este queria poder tomar vantagem de seu irmão ao menos uma vez na vida.
No total a casa possuía 7 cômodos, 3 quartos, cozinha, sala de estar, lavanderia e banheiro, além é claro da grande área que ficara na frente da residência.
- Podem começar a descarregar as coisas, vocês já sabem o que fazer não é? – Gorman avisava os empregados, anteriormente, havia feito todos os preparativos para eles organizarem as mudanças, não precisa se preocupar, como em sua visita anterior não tinha dado uma olhada mais detalhada na casa, resolveu fazer isso mais uma vez.
Se aproximando da porta de entrada, o velho homem suspirava fundo, colocando seu chapéu de couro em cima de uma mesa de madeira que havia na varanda, pegara o molho de chaves que o proprietário anterior havia lhe dado, e se lembrava qual era a chave que abrira cada porta, porém, tais portas, possuíam algo de peculiar, fora o que Teresa tinha notado, como mulher observadora que é:
- John, vejo que as pessoas que moravam aqui visavam muita segurança, veja!
Ela aponta até a fechadura da porta, que na verdade, possuía 4 trancas enormes, como um portão que guardava algo bem secreto, parecia uma base de forças militares, tudo bem que o local possuía grande fama de saqueadores, mas seria um exagero colocar tantas travas, pensou Teresa.
- Talvez aqui tenha sido uma das sub-bases da área 51, e no porão pode haver vestígios de vida alienígena, eu preciso pesquisar! – Mike parecia bem animado com a hipótese que sua vértil imaginação criara.
O primeiro cômodo após a varanda, era a sala, um lugar espaçoso e bem preservado, a mobilha parecia não ter sido tão usada, não havia sinais de cupins ou arranhões, os donos anteriores eram bem cuidados, imaginava os Gorman:
- Você não sabe nada sobre os proprietários anteriores querido? – Indagava Teresa enquanto girava seu corpo olhando os arredores do local.
- Tudo que sei, é que eram uma família de 3, o dono da casa, sua mulher e sua filha de 9 anos. – Dizia Gorman enquanto parecia um pouco deprimido ao falar do assunto. Teresa logo percebia seu desconforto, e procurava saber se sua pergunta havia algo de errado:
- E por quê eles resolveram abandonar uma casa tão boa? – As perguntas de Teresa, cada vez mais, traziam mais infortúnio para o homem, que respondera sem muitas delongas:
- Foi no verão passado, uma tragédia conhecida nas redondezas. Uma mutilação, Ruby, filha do casal, foi encontrada com as tripas para fora dentro da lagoa próxima do curral. A polícia até hoje investiga o caso, mas suspeitas indicam que teria sido uma gangue barra pesada que foi capturada 2 semanas depois pelo xerife, os rapazes se negaram a falar, eles pareciam com amnésia e bem perturbados, foi um caso que chocou até Nova York, o mais estranho aconteceu bem depois. – Teresa, com os olhos arregalados, ouvia atentamente o que marido tinha a dizer, meio arrependida por ter perguntado:
- No total, eram 5 homens, todos fortemente armados, claro que um homem, em questão, o xerife, não seria capaz de deter todos apenas com um revólver barato do interior, então você se pergunta, como ele conseguiu tal proeza. A gangue simplesmente se entregou. Era uma noite chuvosa, os 5 apareceram na beira da estrada enquanto o xerife fazia ronda pela região leste de Utah, quando ele se deparou com os rapazes todos sem roupa e gritando desesperadamente por ajuda, quando levados para a delegacia, apenas um conseguia falar, o resto mantinha-se em choque, paralisados e depressivos, o que parecia ser o líder da quadrilha, ainda possuía certa consciência, ele confessou seus crimes e pediu para que os levassem para uma cadeia bem longe dali. As autoridades fizeram um grande tumulto sobre isso, os rapazes apenas não se lembravam de nada do que havia acontecido naquela noite, apenas sentiam medo e desejo de ir para longe, jogaram fora quase 1 milhão em bens materiais e foram todos para um centro de tratamento em Phoenix. Um cientista famoso na região, perito em casos de serials killer constatou que os 5 usaram substâncias bem fortes que lhe causaram a perda de memória, e supostamente, foram eles a matarem Ruby, já que dias antes, haviam roubado 4 cabeças de gado dos pais da menina. Bem, isso é tudo que sei. – O silêncio predominava durante alguns segundos, realmente, era uma tragédia, mas esse instante em que marido e esposa ficaram calados, fora interrompido por Mike, que exclamava:
- Deve ser por isso que reforçaram tanto a segurança da casa, vejam.
O garoto apontara para mais uma porta, e depois outra, e outra, todas elas possuíam trancas e cadeados, e não era só isso, armários, pequenos cofres e tudo que podia ser aberto, estava trancado e bem protegido, como se estivesse dentro de um campo penetrável a qualquer momento.
- Mas que caralho é esse? – John já começara a achar um tremendo exagero todas essas trancas, não era algo comum.
- Depois de ter a filha assassinada dessa forma...acho que as pessoas podem ficar um pouco paranoicas não acha? – Dizia Teresa precavendo a atitude de seu marido.
Haviam outras bizarrices na casa, na parte dos fundos, a caixa d’água, ao invés de estar na parte de cima, ficava no terreno, e também, onde parecia ser o lugar dos cachorros dos antigos proprietários, haviam grandes pedaços de ferro que eram usados para supostamente prender os cachorros, que no total, somavam-se 7, era até inacreditável que uma família possuísse 7 cachorros, e pelo visto, todos grandes.
- Pelo visto eles tomaram todas as medidas possíveis de segurança! – Gorman ficara cada vez mais surpreendido com o que via. Voltando para a varanda, ele se espantava com Hilton em sua frente, a aparição repentina de seu filho lhe causara um grande susto que fazia o garoto rir:
- Calma pai, não sou o um esquartejador que anda pelado por aí.
- Então você ouviu a conversa? – Gorman apontava para o garoto que parecia ter se escondido para ouvir tudo dos pais.
- Cheguei á alguns minutos e sim, ouvi tudo, mas nada de anormal, crimes assim acontecem em todo lugar. – O garoto dizia tais palavra com total conformidade, realmente, assassinos em série eram grande número nos Estados Unidos, e com tantas cabeças premiadas de gado que possuíam, os Gorman deveriam tomar precauções.
- O que você foi ver lá atrás garoto? Demorou muito pra apenas fazer suas necessidades. – Gorman percebia a demoro de seu filho, e assim, o jogara contra a parede:
- Vim devagar dando uma olhada pelo lugar, até que não é tão ruim assim. – Hilton mantinha em segredo o que tinha encontrado, provavelmente, seu pai iria tirar sarro e não acreditar.
- Que tal darmos uma volta por aí até o curral? Quero ver se tem mesmo espaço o bastante. – Convidara Gorman seu filho mais velho para uma caminhada.
Os dois saíram despreocupados pelas trilhas da fazenda, o tempo era bem seco, porém, um pouco menos que o de sua fazenda antiga, o que já ajudava muito, Hilton parecia entediado, não havia mais nada de irregular por lá, apenas pasto para o gado, vegetação densa ao fundo, uma torre de celular poucos metros dali, uma pequena estufa, rochas vermelhas espalhadas pelo chão e nada que chamasse atenção. Chegando até o curral, John observava o lago que tanto falavam, onde Ruby fora encontrada morta, o vento soprava mais forte dessa vez, fazendo um ruído relaxante do chocar da vegetação, a sombra de uma mangueira fazia com que o homem se jogasse impulsivamente no chão, e encostando suas costas no grosso tronco, esticara suas pernas, e relaxava:
- Fazer mudança é realmente algo que cansa. – Dizia para si mesmo enquanto Hilton entrava no curral. Parecia haver algo ali que lhe passasse uma certa estranheza, aquele lugar era mais frio que sua casa, talvez pelo lago, mas, sentia um pequeno arrepio na espinha ao ficar sozinho, voltando para a direção do seu pai, o garoto, assim como sua mãe, possuía um grande senso de observação, e ao perceber que seu pai olhara para o céu com a boca semi aberta, movia seus olhos claros para onde seu velho se focava, e percebia um objeto em forma de xaruto se mover em direções retilíneas, se movimentava de forma desorientada parecendo um boomerang. Hilton se aproximava de seu pai e questionava logo de cara:
- Viu aquilo!? – Ao bater os olhos de  novo, o garoto percebia que o objeto não estava mais por lá, ficara desapontado, queria poder tirar uma foto e mostrar para seu irmão.
- Aquilo? Não era um boomerang? Os vizinhos daqui tem vários filhos, é normal brincarem com algo assim em um lugar aberto. – Afirmava Gorman sem nenhuma preocupação.
- Acha mesmo isso? Viu a altura que estava? – Hilton ficara indignado com a resposta de seu pai.
- Bom, não podemos ter certeza, mas, não acredito ser nada de mais. – O homem parecia não ter opnião própria sobre o que tinha visto, mas, Hilton percebera seu olhar de admiração pelo objeto, antes de poder indagar seu pai novamente, um longo e sombrio uivo os pegara a atenção vindo de longe. Com o conhecimento que Gorman possuía em vida no campo, já tinha certeza, se tratava de um lobo.
- Isso realmente é problemático. – Dizia o rapaz enquanto coçava lentamente sua barba.


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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo: Gorman e seus filhos se deparam com uma situação alarmante, um lobo cinzento aparece em sua residência com intenções sangrentas, mas há algo de peculiar nesse animal que intriga sua família.



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