André estava “recuperado” de seu acidente, Foi pra casa com Kenji e sua Mãe foi para o trabalho em um outro hospital. André despediu-se de Kenji e entrou em casa, fechou a porta. Tirou seus sapatos e os jogou no canto de sempre, ligou a tv e ficou entediado. Tinha mania de fechar a porta que dava para a sala de jantar. Estava jogado no sofá quando a mesma porta se abriu, levantou e a fechou. Novamente a porta sismou em abrir, levantou com raiva e gritou : - EU QUERO ASSIM PORRA!- e bateu a porta, sentou-se no sofá, a luz da outra sala acendeu e a porta se abriu. André não pensou duas vezes e correu pela porta que dava para o prédio e foi para casa de um de seus amigos que se chamava Luciano. Andou 15 minutos e estava na casa de seu amigo, tinha apenas 13 anos,porém, muito inteligente. - Entra ai véi!- Disse Luciano. -Baixei o I dose para ver como é.- André sorriu e foi pro quarto do seu amigo, Luciano deitou-se na cama e botou seus fones que estavam para tocar o “Death”(Som do Idoser). André sentou-se ao lado de seu amigo que estava deitado de olhos fechados. Luciano fazia caretas e se mexia e se contorcia, parou. Luciano não estava respirando e seus batimentos cardíacos estavam devagar, André tentou reanima-lo fazendo massagem cardíaca. Não sabia o que fazer. Cherry, o gato de estimação do Luciano saltou sobre o peito do seu dono e ficou encarando seu rosto como se estivesse esperando alguma coisa.

A alma de Luciano estava fora de seu corpo,observava tudo do alto. Quando foi tragado por um forte vento, agora estava sentado em cima de um muro e ao seu lado estava Cherry que encarava ele com seus olhos cor de mel. - O que há Cherry? Onde estamos?- O gato continuava a encarar-lo. Cherry estava ficando com seus olhos avermelhados e o pelo ouriçado. Do gato saiu uma voz rouca : - Você está morto moleque.- Luciano espantou-se ao ver que seu gato estava falando com ele : - HÃN? VOCÊ FALA? Como assim morto? Eu não morri! Não é possível!- Enquanto isso no mudo dos vivos , André tentava acordar seu amigo.

Luciano começava a perder a consciência no mundo dos mortos, sua alma estava se perdendo, olhou para seus braços e os viu sendo agarrados por várias mãos. Entrou em pânico e tentou gritar, agora estava em um lugar escuro e várias mãos o agarravam pelo corpo todo. Cherry no mundo dos vivos saltou sobre seu notebook que estava ao seu lado derrubando-o no chão fazendo quebrar. Luciano despertou totalmente suado e em sua frente viu uma pessoa com uma capa preta cobrindo o corpo que disse em uma voz rouca e grossa : - Dá próxima vez nem seu gato estúpido poderá me impedir de te levar.- Luciano gritou e abriu os olhos, estava em sua cama e André estava ao seu lado assustado. André se despediu e voltou para casa.

Já eram 19 horas e seu pai já devia estar em casa. Subiu as escadas correndo como de costume, entrou em casa e largou seus tênis no mesmo lugar e foi tomar um banho gelado. Enrolou-se na toalha e abriu a porta, penteava seu cabelo quando viu pelo reflexo do espelho o que parecia uma pessoa passar. Um arrepio correu pela sua espinha e resolveu ignorar. Escovou seus dentes e foi ouvir música em seu nintendo Ds.

Adormeceu e foi acordado por seu pai que gritava : - André! Largue essa faca agora!- Olhou para suas mãos e em uma delas estava uma faca de caça que seu pai guardava em cima do armário, seus pulsos estavam sangrando, mas, não era seu sangue. Aos seus pés viu uma criatura peluda sem pé nem mão, apenas uma bola peluda com dentes e grandes olhos. A criatura se desfez em uma camada fina de fumaça, André gritou apontando para o chão dizendo : - OLHA PAI! OLHA! VIROU FUMAÇA!- Porém, apenas André via a criatura.