Filha Do Amor escrita por Noderah


Capítulo 7
Only When I Sleep


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei, mas eu não conseguia lembrar, desculpa gente. E obrigada pelos reviews. :D
E gente, esse capítulo eu ache grande em palavras, mas pequeno em conteúdo. Mas eu gosti



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Arfei incrédula e o arco em minhas mãos se incinerou, sendo que eu não tivesse soltado, eu não teria dedos. E logo em seguida, um anel estava em meu dedo mindinho da mão direita.

Eu não conseguia respirar direito, meu peito parecia estar sendo apertado pelo vento e meus olhos teimavam em fechar. Fui caindo ao chão, mas não antes de sentir mãos me segurando. Então eu desmaiei.

...

Sonhei que ouvia uma interferência de rádio. Várias vozes nebulosas e confusas gritavam coisas diferentes, comecei a ver também. Era como se tivessem botado em um canal que não existia. Tudo chiava e no meio das vozes, escutei uma que foi mais forte e ela disse:

- Tudo dará certo.

Foi rápido e sútil, mas eu consegui ouvir. Eu tinha certeza que tinham dito isso e era para mim. A voz era suave e manhosa, e parecia um pouco preocupada, era como se dissesse que tudo daria certo mais para sim mesma, afinal o que estava errado?

Lentamente voltei a sentir meu corpo. Meus dedos, minhas pernas, minha cabeça, até chegar nos cilhos. Abri os olhos e tudo que eu vi foi preto. Tateei até meus olhos e senti um tecido.

- Não tire. A claridade pode te afetar. – Uma voz não muito longe de mim disse.

- Onde eu estou? Quem é você? O que aconteceu comigo? – Se a tal voz tivesse me dito que tudo ficaria bem, eu não teria ficado tao nervosa quanto fiquei.

- Fique tranquila. Vou chamar Quíron. – Ouvi a pessoa se levantando de onde quer que ela estivesse e andando por um chão de madeira.

Eu queria pedir para o dono daquela voz ficar comigo. Eu tinha medo. Tinha medo de o que poderia acontecer, medo do que a voz de meu sonho estivesse certa, de que eu pudesse estar correndo algum perigo, só que aquela voz me fez acreditar por um tempo que tudo realmente ficaria bem.

Ouvi o barulho de uma porta abrindo e pessoas entrando.

- Helena, como se sente? – Uma voz suave e calma perguntou parecia a voz de...

- Quíron?

- Sim, criança.

- Posso tirar isso? – Perguntei me referindo ao tecido grosso nos meus olhos.

- Pode. – Ele disse um pouco apreensivo pelo o que eu pude entender.

Tateei meu rosto a procura do tecido e o levantei ainda com os olhos fechados. Abri meus olhos e não precisei me acostumar a claridade. Eu via tudo mais claro e muito mais colorido. Eu podia ver a poeira no ar e quase podia ver o traço de calor espalhado no quarto.

Enquanto eu estava assombrada por tudo que eu podia ver, percebi Quíron se esquivando de mim, como se quisesse fazer parte da parede e um garoto atrás dele – que reconheci como Erik.

- O que foi? – Perguntei me sentando.

- Os... seus olhos.

- O que tem eles? – Eu me levantei tão rápido que Erik segurou meu braço com medo de eu cair.

- Eu estou bem. – Tirei sua mão de meu braço.

Olhei em volta e percebi que eu estava em um chalé com paredes pretas e duas camas de casal, dois armários e uma penteadeira encostada na parede. Fui até a penteadeira e olhei meu rosto, vendo meus olhos antes pretos, agora azuis. Me assustei, recuando. Meu cabelo também não era mais preto, era ruivo. Eu continuava branca como era, mas meus olhos e meu cabelo faziam tanta diferença que quase não me reconheci.

- Helena? Se acalme. – Quíron disse.

O centauro estava perto da porta e Erik estava ao meu lado. Toquei meu rosto.

- Por que? O que aconteceu comigo?

- Vamos descobrir. Provavelmente, seus pais darão explicações. – Erik disse.

- Ou não... Afinal, os deuses não podem manter com seus filhos. – Quíron disse desanimado.

Vire para ele.

- O que?! Quem decretou essa... – Fui interrompida por um raio que veio os céus.

- Zeus. – Quíron se encolheu.

- O que aconteceu? Eu sou filha de Afrodite e Eros? Mas... Como?

- Isso explica muita coisa... Como o por que de você não conhecer seus pais. – Quiron parecia pensativo perto da porta.

- Eu... Onde eu vou ficar? – Estava prestes a chorar.

- No chalé de Afrodite ou no de Eros. – Quíron disse.

- Acho melhor você ficar com o de Afrodite. – Erik murmurou sentando na cadeira ao lado da janela.

- Por que? O que tem de errado com o chalé de Eros?- Me virei para ele.

- O chalé não tem ninguém a muito tempo.

- Por que...?

- Normalmente, os filhos de Eros viram cupidos. Eles são mandados por Eros e assim, como seu pai, fazem as pessoas se apaixonarem, apenas Eros flecha aqueles que serão casais importantes, como Helena e Paris. – Quíron explicou.

- Mas a maioria morre. Já que ficam por ai no alto sendo vistos por monstros... – Erik disse colocando os braços atrás da cabeça.

Quíron suspirou indignado.

- Meus irmãos estão mortos...?

- A maioria. – Erik respondeu.

Eu tinha vontade de gritar, de chorar, de bater em Erik por ser insensível comigo... De matar meus pais que não ligaram para mim.

Sua voz parecia tão diferente de antes, quando eu ainda estava vendada. Antes ela era doce e suave, como se quisesse me acalmar, agora parecia não ligar mais.

- Eu vou chamar Mark, ficara feliz em ve-la.

Quíron saiu do chalé abaixando a cabeça.

- Onde está Mark?

- Ele ficou todo o tempo, mas Quíron pediu que ele fosse dormir.

- E onde eu estou? – Perguntei olhando ao redor.

- No meu chalé!

- Por que!? Por que eu não estou no chalé de Afrodite ou de Eros, ou até mesmo de Hermes.

- Mark não queria que suas irmãs te maquiassem enquanto estava desmaiada ou te vestissem em roupas de grife. – Ele deu de ombros.

- Hum, obrigada. – Disse tensa. – Eu fiquei inconsciente por quantos dias?

- Quase dois.

- O que?! Mas...

- Dá pra se acalmar. Eu tive que aguentar você por dois dias aqui e todos os seus irmãozinhos vindo aqui para perguntar de você, além dos seus amigos!

- Eu... eu... Humpf!

Fiquei tão brava que sai do quarto naquele momento. Bati a porta com tanta força, que o chalé todo tremeu e todos os semi deuses que estavam andando por lá, pararam para olhar mas aquele não era o tempo de parar e ficar constrangida. Com o meu vestido branco com dourado ao estilo grego, fui andando em direção a colina. Segurei a barra do vestido com uma das mãos e continuei andando.

- Helena? Helena! – Uma voz atrás de mim ecoou.

Olhei para trás e Mark vinha em alta velocidade ao meu encontro.

- Mark!

Ele me abraçou quase me derrubando. Soltei o vestido e envolvi seu pescoço com os braços.

- Eu pensei que você não fosse acordar nunca! – Ele disse se afastando de mim para me olhar melhor, mas sem tirar as mãos de minha cintura.

- Eu não acredito que eu desmaiei, e logo na frente de todo mundo.

- Os seus olhos! Estão... azuis? – Mark franziu as sombras celhas.

- É! Eu também não entendi.

- Quer vir em um lugar comigo? – Ele disse pegando minha mão.

- Tá, me deixa só trocar de roupa. – Disse soltando sua mão e virando para continuar subindo a colina.

Mas ele não deixou e pegou minha mão me fazendo virar de novo.

- Não, vamos agora. – Ele tinha um estranho brilho nos olhos.

- Eu acho que... Não tem problema, vamos.

Ele me puxou e saímos correndo em direção a praia. Segurei a barra do vestido com a mao livre e comecei a rir, o contagiando com minha risada.

- Espera!

Soltei sua mão e tirei as sandálias modelo gladiador e corri descalça na areia. Voltei a segurar a barra do vestido e as sandálias com uma mao e segurar a mão de Mark com a livre.

- Onde estamos indo? – Perguntei sem folego.

- Aqui!

Ele parou me rodando para ficar de frente para ele. O lugar era em frente a praia, não tinha nada de especial em relação ao resto da praia. É claro que era lindo de qualquer jeito, o por do sol, as ondas, o vento lambendo nossas pernas... Tudo fazia um clima romântico e cinematográfico.

- O que que tem aqui? – Perguntei olhando ao redor.

Mas ele não me disse. Pegou meu rosto com a mão esquerda e com o braço direito envolveu minha cintura e me puxou rápido mais para perto. Nos estávamos tão perto que eu sentia sua respiração acelerada, e ele a minha. Eu ia fazer alguma coisa, como colocar a mão na frente da sua boca e virar o rosto, mas não deu tempo – e depois eu me perguntei se eu teria mesmo feito isso – Mark me interrompeu selando nossos lábios e nossas línguas nos encontrando. Era um beijo quente e cheio de desejo. Foi tão rápido e tão desejado que eu não abri os olhos, fiquei lá sorrindo feito doida. Quando eu abri os olhos, Mark não estava mais lá.

Sorri tanto, que pensei que meus dentes iriam saltar da boca. Soltei o vestido e as sandálias e abracei meu corpo. Eu ria, jogava água pra todo canto e girava, até que vi Erik parado com uma das sombra celhas arqueadas. Sorri pra ele e o puxei girando.

- Você está assim só por que foi beijada? – Ele perguntou rindo de mim.

Parei de gira-lo e ri.

- Estou assim por que fui beijada por ele! – Levantei seus braços e soltei fazendo os cair ao redor de seu corpo.

Seu sorriso foi sumindo e ele franziu as sombra celhas tentando entender o que eu tinha dito. Eu ri e peguei minhas sandálias, dei tchau para ele e sai correndo em direção ao chalé de Afrodite.



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Notas finais do capítulo

Gente, aqui é o amigo da Amore, ela se enforcou PQ NAO RECEBE INDICAÇOES!



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