Dark Angel escrita por ABNiterói


Capítulo 39
Capítulo 38




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Capitulo 38

         Abri os olhos esperando que tivesse sido apenas um sonho. Como eu estava errada. Meu corpo repousava sobre algo macio, o que julguei ser uma cama. Assim que me acostumei com a claridade tentei sentar, mas fui impedida por uma voz doce.

         - Continue deitada. Você está fraca.

         Procurei a dona daquela voz, e encontrei Bellatrix. Ela parecia tão diferente de quando nos encontramos no ministério. Seu cabelo negro estava preso em um rabo, formando cachos pelo comprimento, sua pele não parecia estar mais tão pálida, mas as principais diferenças eram o sorriso delicado em seus lábios e o brilho em seus olhos.

         - Como você está se sentindo querida?

         - Estou bem. – apesar de tentar ser grossa, eu não consegui. Era estranho estar conversando com Bellatrix, isso fazia com que eu me sentisse bem e o fato dela aparentemente ter cuidado de mim me passava proteção. – O que aconteceu comigo?

         - Você desmaiou. O Lord ficou um tanto preocupado, eu nunca o havia visto assim.

         - Quanto tempo eu...

         - Está desacordada? Quase um dia. – ela abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas desistiu e permaneceu em silencio. – Como você descobriu? – ela perguntou curiosa, mas não entendi o que ela queria dizer. – Sobre mim e Sirius, quero dizer.

         - É uma longa história. – eu não estava com raiva dela, algo impedia que eu tivesse esse sentimento, eu apenas queria entender o porquê dela ter me abandonado. Sentei-me finalmente – Porque você fez isso? Porque você me deixou? Você poderia ao menos der me
deixado com Sirius, ele teria cuidado de mim...

         Comecei a chorar. Benditos hormônios! Eu estava emotiva de mais. Para minha surpresa Bella sentou-se ao meu lado e me abraçou.

            - Eu nunca quis te deixar, mas quando descobri que eu estava grávida meus pais já haviam marcado meu casamento com Rodolfo. Eu nunca quis te deixar, mas era o melhor jeito, era o mais seguro para você, e eu nunca realmente te deixei sozinha. Quando eu não estava em Azkaban, sempre que podia eu ia te ver, e quando estava presa Narcisa fazia isso por mim. Você não imagina o quão preocupada eu fiquei quando Severus interceptou uma carta de seus amigos dizendo que você tinha sumido.

         Ficamos em silencio. Era reconfortante estar assim. Do nada Bella começou a rir.

         - Qual é a graça Bella?

         - Nenhuma na verdade, eu estou feliz apenas. Mas a senhorita terá que explicar de onde essa gravidez surgiu – ela completou um pouco brava. Apenas então eu percebi que estava sem o feitiço ilusório e que minha barriga estava aparecendo. – Não se preocupe, seu filho está bem, ele não teve nenhuma consequência por causa da maldição. – senti um arrepio quando me lembrei de Tom me amaldiçoando. Bella se afastou um pouco de mim – É estranho sabe. Quando eu finalmente consigo encontrar minha filha e falar decentemente com ela, eu descubro que serei avó. Posso saber que é o pai? Espero que não seja o Potter ou algum dos seus amiguinhos traidores de sangue.

         - Não é nenhum deles. – acariciei minha barriga levemente enquanto decidia se falava a verdade ou não. Como eu sabia que mais cedo ou mais tarde ela descobriria, então decidi contar – É Tom... Ou melhor, Voldemort.

         Bella afastou-se e me encarou, provavelmente procurando algum sinal de que eu mentia. Como não achou nada, ela começou a rir. Era a típica risada por qual Bellatrix é conhecida.

         - Você tem muito a me contar.

         Neste momento um elfo apareceu no quarto.

         - O Lorde das Trevas mandou Hok ver se a Srta. Black já acordou. Como a Srta está acordada, o Lord mandou Hok dizer para ela a para a Sra. Bellatrix irem até a biblioteca.

         Com outro estalito o elfo sumiu.

         - É estranho me chamarem de Black.

         - É quem você é – disse Bella parecendo estar decepcionada.

         - Bella, você pode fazer com que ninguém veja minha barriga? – eu ainda estava sem varinha.

         - O Lord deve saber que você está grávida.

         - Vamos por partes, sim? Não conte nada a ele por enquanto.

         - Tudo bem. – ela fez o feitiço ilusório em minha barriga e depois me ajudou a ficar de pé. Segui Bella por vários corredores e escadas até chegarmos à biblioteca. Minha mãe bateu na porta e fez uma reverencia quando está se abriu. – My Lord.

         - Entrem.

         Entrei ao lado de Bella sem olhar para Tom. Quando as portas se fecharam atrás de nós eu olhei para cima, e surpreendi-me com o que vi. A minha frente estava Tom Riddle, não Voldemort com sua cara ofídica, mas o meu Tom, o Tom que eu conheci e me apaixonei. Ele estava um pouco mais velho, ele aparentava ter uns 28 anos, mas mesmo assim era mesmo homem de cabelo negro e olhos cinza e mais importante com um nariz humano. Ele estava lindo, perfeito melhor dizendo.

         - Surpresa?

         Não consegui responder, até sua voz era a mesma de antes. Ele riu, mas era uma risada verdadeira, não aquela sínica e sarcástica que ele usava antes.

         - Sentem. – ele apontou para o sofá que estava na frente dele. – As duas tem muito que me explicar.

         Olhei em volta e deparei-me com uma imensa biblioteca. As estantes iam do chão até o teto e todas as prateleiras estavam cheias de livros. No canto em que estávamos havia um conjunto de dois sofás de couro verde-escuro e uma poltrona, e na parede uma lareira estava ligada aquecendo o ambiente.

         - Agora Bella, você poderia explicar porque ninguém nunca soube que você tem uma filha, e sobre o se envolvimento com o traidor de sangue?

         - Se My Lord permitir, eu posso mostrar algumas lembranças. Hermione tem as mesmas duvidas.

         - Sim. Accio Penseira! – uma penseira pousou no chão em frente a Tom. Bella encostou a varinha em sua têmpora, tirou uma lembrança e despejou-a na penseira.

         - As damas primeiro – disse Tom. Eu mergulhei na penseira e me senti caindo, até que parei nos jardins de Hogwarts. Tom estava logo atrás de mim.

         Estava à noite e podia-se dizer que todos estavam respeitando o toque de recolher se não fosse por dois jovens que deviam estar em seu ultimo ano. Eles estavam perto de uma arvore, e eu me aproximei. Reconheci Sirius e Bella. Ele a prensava contra a árvore e
beijava seu pescoço.

         - Pare Sirius – ela disse baixinho e sem muita força de vontade.

         - Você não quer que eu pare. – ele sussurrou em seu ouvido. Eu mal podia escutar, então fui mais para perto. Tom estava ao meu lado.

         - Isso não está certo.

         - Você disse a mesma coisa da ultima vez, e nós acabamos por passar a noite na sala precisa com você gemendo meu nome. – ele disse malicioso e tomou sua boca em um beijo urgente.

         - Bella poderia ter deixado alguns detalhes de lado – sussurrou Tom em meu ouvido com a voz propositalmente rouca.

         A Bellatrix mais nova estava completamente agarrada a Sirius, mas antes que as coias começassem a esquentar, a imagem mudou.

         Agora estávamos em um quarto, provavelmente na mansão Black. Bella parecia um pouco mais velha e estava deitada na cama. Perto da janela havia uma garota um pouco mais velha.

         - Vocês tem que parar com isso Bella! – exclamou a outra.

         - Eu sei, mas não posso. Eu o amo Ciça.

         A garota que agora eu sabia ser Narcisa olhou estupefata para minha mãe.

         - Era só o que faltava. Você não pode ama-lo. Vocês estão de lados diferentes nessa guerra. Ele segue Dumbledore!

         - Eu sei que é errado...

         Mais uma vez a cena mudou. Alguns anos deviam ter passado. Bella já era uma mulher, não tinha mais o rostinho infantil de antes. Bella trajava um vestido longo e preto, os cabelos estavam soltos e em seu braço esquerdo já era possível ver a Marca Negra. Qualquer um podia ver a aflição estampada em seu rosto. Ela entrou na lareira, jogou o pó de flu, e disse, para minha surpresa, casa dos Potter.

         A cena mudou, mas diferentemente das outras vezes era como se eu e Tom tivéssemos entrado na lareira junto com Bella. Na sala onde nos encontrávamos agora, também era ocupada por Sirius Black, Remo Lupin, James Potter e Alvo Dumbledore. Todos ficaram em silencio por algum tempo, até que Bella andou até Sirius e disse “Precisamos conversar”.

     - Fale, estou ouvindo – respondeu ele fazendo uma careta. Os outros encaravam a
troca de palavras dos dois tão atentamente quanto eu – Se realmente que falar algo, fale na frente deles.

     - Eu estou grávida – ela disse de uma vez com raiva. Ele continuou olhando para ela como se ela não tivesse dito nada – Eu. Estou. Esperando. Um. Filho. Seu. – ela disse pausadamente.

     - E... Eu... O que eu tenho a ver com isso? – com certeza essa não foi a reação que Bellatrix esperava dele. Não era a reação que eu esperava dele.

     - O que você tem haver com isso?! A criança é sua. Meus pais estão resolvendo meu casamento, não posso chegar em casa simplesmente e dizer “’ Estou grávida!’” Você deve conseguir imaginar muito bem a reação dos meus pais quando descobrirem que você é o pai. Nós dois estaremos mortos em menos de um segundo! Por sorte eu consegui convencer meus pais a me deixarem viajar por quatro meses, e só casar quando eu voltar, mas já estou arriscando-me demais. Depois que essa criança nascer, eu não poderei ficar com ela. – minha mãe gritou.

     - E você quer que EU fique com essa criança? Só pode estar louca! Eu não vou perder toda a minha vida cuidando de um pirralho!

     - E como você quer que eu cuide dela? Talvez deva da-la para sua mãe, ela adoraria corrigir o erro que fez com você. – com isso ele ficou quieto. Não era novidade para ninguém que Sirius odiava a mãe.

     Bella espirou lentamente, provavelmente tentando me acalmar,

     - Ela está certa – disse Alvo. Todos que estavam na sala olharam para ele – Essa criança sofreria muito se ficasse com a família. Principalmente depois que você saiu de casa Sirius. Sente-se Srta Black. Vamos conversar.

     Minha mãe sentou em uma das poltronas ao mesmo tempo em que Sirius, James e Remo voltavam a sentar no sofá.

     - Você realmente não está disposto a ficar com essa criança? – perguntou Alvo a Sirius.

     - Não. – respondeu de uma vez.

     - Bom, acho que neste caso o melhor seria esperar a criança nascer, e então pedir para que algum casal de trouxas cuide dela. – concluiu Alvo

     - Mas se eu fizer isso, como ficará a educação mágica da criança? E como poderei saber se a família em que eu deixa-la vai cuidar bem de um bebe desconhecido?  – Bella perguntou preocupada.

     - Não se preocupe com isso, querida – disse Dumbledore – Eu mesmo acharei uma família boa, e te mandarei uma carta assim que puder.  Quando completar onze anos, seu filho receberá uma carta-convite para ingressar em Hogwarts como qualquer nascido trouxa.

     - Certo, pode ser... – ela ia se levantar, mas parou quando Alvo perguntou.

     - Só mais uma coisa. De quantos meses você está? Você disse que iria viajar. Quando vai?

     - Quatro meses. Irei no próximo fim de semana – ela afirmou.

     - A criança nascerá com sete meses. – Sirius disse – É a genética da família... Acontece sempre.

     - Interessante... Isso te dará um mês para cuidar do bebe... Bom... – murmurou Dumbledore. – Bem, se todos concordam; isso que será feito.

     - Concordo com isso com uma condição – disse Sirius

     - E que condição seria essa? – perguntou Bella.

     - Que nós façamos um voto perpétuo para que ninguém fale a essa criança quem são os pais dela.

     Ele só podia estar brincando. Eu não podia acreditar que era Sirius quem estava dizendo isso.

        - Agradeço sua ajuda – disse Bella a Dumbledore – e estarei aguardando sua carta, mas não contem comigo para fazer esse voto perpétuo.

         A imagem mudou mais uma vez.

         Minha mãe estava deitada em uma cama. Quando ela se levantou, vi seus olhos vermelhos e inchados, sinal de que havia chorado. Ela pegou sua varinha em cima da mesa de cabeceira, fez um aceno para o quarto em que estava, e enquanto seguida em direção ao banheiro, suas malas começaram a arrumarem-se sozinhas.

         Bella vestiu um vestido totalmente preto, foi até a cama e apenas então eu vi que um bebe dormia ali. Era eu. Minha mãe pegou minha versão mais nova no colo e envolveu em uma grossa manta antes de encolher as malas. Ela aparatou e chegou a uma rua que não tinha movimento algum. Ela andou até uma casa, beijou a testa da criança que ainda dormia e sussurro algo que parecia ser ‘Eu te amo. Sempre pensarei em você’. Ela se agachou, deixando a criança deitada no chão em frente à porta com um pequeno envelope ao lado. Tocou a campainha e aparatou.

         Dessa vez voltamos para a biblioteca e eu caí no sofá onde estava sentada antes.

         - Como Sirius pode fazer isso! Certo, ele sempre foi um cachorro, mas...

         - Eu me surpreendi também.

         - Eles chegaram a fazer o voto perpétuo? – perguntou Tom cortando nosso drama familiar.

         - Tenho quase certeza que sim. Depois daquele dia eu nunca mais falei com Sirius, da ultima vez que o vi foi quando invadimos o Ministério anos atrás.

         - Porque você o matou? – perguntei. Eu não estava protegendo Sirius, eu estava com raiva dele, mas eu precisava ouvir Bella dizendo o por que.

          - Quando o encontrei no ministério, e vi que ele estava protegendo o Potter, mas que não fazia nada a seu respeito, a raiva que eu senti quando ele te recusou, voltou, eu tinha que mata-lo.

         Acenei e baixei a cabeça. Minha mãe e Tom falavam sobre algo, mas eu estava devaneando. Eu vivi toda a minha vida no meio de mentiras e segredos. Talvez a única época em que eu vivi de verdade foi quando eu estava no passado. O que mais me chocava era que Lupin e Alvo sempre souberam e nunca me disseram nada. Talvez se Alvo não tivesse me dado à missão de voltar ao passado, eu nunca descobriria a verdade. Afinal,
parece que nem sempre o bem está certo. Mas tudo bem, não está tudo está perdido. Agora eu tinha uma nova chance, pelo menos era o que eu esperava.

         - Hermione, porque você não nos conta o que aconteceu.

         Olhei de Tom para minha mãe. Ele queria que eu falasse sobre como e fui para o passado, mas na frente de Bella?

         - Tenho certeza que sua mãe irá guardar o nosso segredo.

         Bella sorria para mim, ela deve ter percebido que no meio do que eu falaria, eu teria que dizer sobre a gravidez.

         - Há quase um ano, Alvo Dumbledore me ofereceu uma missão. Ele não tinha certeza se Harry conseguiria mata-lo, e seu plano B foi me enviar ao passado, para que eu tentasse descobrir mais sobre você. O tempo passou, e Snape matou Alvo. Pouco antes das aulas
voltarem, eu resolvi que estava na hora de ir para o passado.

         “Quando encontrai com Alvo no orfanato, contei porque eu estava ali. Ele me ofereceu uma vaga em Hogwarts, mas não conseguia acreditar que eu era nascida trouxa, então ele fez um feitiço que mostrou que eram meus pais. Foi assim que eu descobri.”

         “Em Hogwarts foi uma surpresa quando chapéu me mandou para a sonserina, ele mesmo disse que alguém devia tê-lo confundido para que ele me colocasse na grifinória antes. E eu passei a me aproximar de você. Em algum momento eu me encontrei perdida. Eu me apaixonei por você, e já não ligava mais para a missão, mas ainda assim eu não conseguia esquecer tudo que eu tinha passado ao lado de Harry e Ron.”

         Fiz uma pequena pausa e olhei para Tom. Ele tinha o olhar preso em mim.

         - Eu não sabia o que fazer. Eu te amava, mas ao mesmo tempo sentia medo. Eu precisava desabafar.

         “Um dia chamei Abraxas e contei toda a verdade a ele, contei como era o futuro e quem você havia se tornado. Foi ele que me convenceu a ficar. Depois daquele dia eu decidi que permaneceria no passado, mas nem tudo é como queremos“.

P.O.V. Tom Riddle

         Eu ainda não conseguia acreditar. Depois de anos procurando-a ela está na minha frente. Eu posso sentir seu perfume mais uma vez e se eu estender o braço tocarei nela. É como um sonho, mas espero que desta vez não acabe.

         - Avery te atacou. Você morreu. Eu te vi sem vida, sem respiração. Eu vi você sendo enterrada. E ainda assim você está aqui na minha frente agora. – disse exasperado.

         - Eu não morri de verdade, eu apenas voltei para este tempo. – ela disse mais uma vez encarando o chão.

         - Por quê?

         - Eu posso mostrar a vocês – ela disse desviando o olhar para a penseira. Entreguei a ela a minha varinha.

         - Estou confiando mais uma vez em você. Não pense em fugir.

          - Não se preocupe – ela sorriu e puxou uma lembrança de sua mente – Acho que você também vai querer ver, mamãe.

         Entrei na penseira mais uma vez, agora na companhia de Bella. Era estranho pensar que a minha mais fiel seguidora era a que guardava mais segredos.

         Olhando em volta senti um aperto no coração. Eu estava mais uma vez na enfermaria de Hogwarts vendo minha Hermione desacordada na maca.

         Um apito soou e Madame Braun foi correndo até Hermione. Aproximei-me dela e pude ver o exato instante em que Hermione abriu os olhos.

         - A senhorita acordou! Isso é realmente ótimo, eu estava começando a ficar preocupada.

         - O que aconteceu?

         Por um momento Ângela olhou para Hermione aparentando estar preocupada.

         - Qual a sua ultima lembrança?

         - Eu estava no jardim... Tinha alguém comigo... – Mione fechou os olhos e ficou em silencio. – Avery estava atrás de mim e ele me atacou então tudo ficou escuro. Eu só lembro-me disso.

         - O Sr. Riddle estava chegando ao jardim naquele momento, ele te trouxe para cá. A Srta ficou em coma por mais ou menos 20 dias.

         - 20 dias!

         - Se acalme. Eu preciso fazer alguns exames para saber como a Srta está, e se você não teve nenhuma consequência por causa do feitiço.

         Madame Braun ajudou Hermione a sentar e passou a murmurar vários feitiços. Ela parecia tranquila, até que seu rosto se contorceu em choque.

         - Madame Braun, eu estou bem? O que aconteceu? – perguntou Hermione.

         - Só um segundo. – a enfermeira murmurou mais alguns encantos – A Srta está bem, não sofreu nenhum dano.

         - Mas... – completou Hermione apreensiva.

         - Não me leve a mal Srta, mas existe a possibilidade de você estar grávida?

         Grávida?! Uma voz gritou em minha mente.  Sim, existia a possibilidade depois de todas as noites que passamos juntas, mas...

         - Provavelmente – sussurrou Hermione.

         - Eu não entendo. – Madame Braun parecia inconformada – eu fiz todos esses exames quando você chegou aqui, e até aquele dia era apenas você que habitava este corpo. Ao menos...

         - Você está me preocupando. Como eu não estava grávida há 20 dias e agora estou? Isso é impossível!

         - Não, talvez a senhorita já estivesse grávida, eu apenas não pude ver. Permaneça deitada, eu já volto.

         Enquanto Ângela se afastava, Hermione tinha o olhar vidrado. Eu não entendia, mesmo se ela estivesse grávida antes de Avery ataca-la, a força do feitiço teria matado a criança. Ainda sem desviar o olhar de um ponto na parede, Hermione passou a mão pela barriga.

         - Será? – perguntou ela em duvida e em seguida sorriu. Neste momento Madame Braun voltou trazendo consigo um frasco cheio com uma poção azul.

         - Beba isto querida.

         - Para que? – perguntou Hermione desconfiada olhando para o conteúdo em suas mãos.

         - É uma poção usada para saber se a pessoa apresenta magia. Normalmente é usada quando a criança alcança os nove anos e não apresentou nenhum sinal mágico. Eu a concentrei e dobrei a quantidade, de forma que a poção tenha efeito apenas na criança, e não em você.

         - E porque você quer saber se meu filho apresenta sinal de magia?

         - Beba a poção, depois eu te explico. – respondeu dura. Hermione bebeu toda a poção de uma vez. Primeiramente não aconteceu nada, mas depois de um minuto Hermione passou a emitir um brilho da cor da poção. – Oh! Isso não se vê todos os dias.

         - O que aconteceu? O que este brilho quer dizer.

         - Este brilho quer dizer que este bebe que não tem mais do que três meses já é mágico. Deixe-me explicar – disse quando Hermione tentou interrompe-la – Quando eu digo que o bebe é mágico, eu não estou dizendo do sangue que corre em suas veias. Até um aborto tem sangue mágico. Eu estou dizendo que ele já é capaz de realizar magia. Normalmente a criança apenas começa a fazer magia com seis ou sete anos, é o que chamamos de magia involuntária, mas existem casos em que essa magia é apresentada mais cedo, mais frequentemente quando o sangue mágico é mais poderoso. Existem outros casos, muito raramente, em que a criança apresenta sua magia ainda no útero da mãe.

         - Vo-você está dizendo que...

         - Que seu filho, quando pressentiu o ataque, realizou uma magia involuntária, protegendo-se. Deve ser por isso que a Srta entrou em coma mesmo não tendo sido  atingida diretamente pela maldição, e por isso eu não pude ver a sua gravidez antes.

         - Eu preciso de um tempo para pensar Madame Braun.

         - Claro, fique tranquila. Eu trarei algumas poções que te ajudarão a se fortalecer.

         - Obrigada, e a Sra poderia não dizer nada a ninguém por enquanto? Nem que eu acordei.

         - Tudo bem. Deixarei a Srta coloque a cabeça no lugar.

         A cena mudou. Ainda estávamos na enfermaria, mas agora parecia ser mais tarde. Hermione estava vestida e Ângela parecia afoita ao lado dela.

         - A Srta não pode ir embora. Você não está boa ainda.

         Hermione apontou a varinha para a enfermeira. “Imperio!” No mesmo instante a enfermeira parou de falar.

         - Pegue uma Poção Polissuco. Eu preciso de algo que dure 48 horas. Rápido! – disse Hermione nervosa. – Mili! – ela chamou e uma elfa apareceu.

         - Chamou senhora?

         - Sim. Eu preciso que você faça algo muito importante.

         - Mili fez o que a senhora quiser.

         - Ótimo. Desculpe-me Mili. Hermione apontou a varinha para a elfa – Mordere Mors!

         A elfa caiu sem vida. Mordere Mors tinha o mesmo efeito que o Avada Kedavra, mas não era proibido pelo ministério. Sua tradução seria ‘mordida da morte’, e foi deste feitiço que eu tive a ideia para criar a marca negra.

         Hermione colocou a elfa na maca onde ela estava deitada anteriormente e esperou Ângela voltar. Quando ela chegou, Hermione tomou a poção da mão da enfermeira e jogou alguns fios de cabelo antes de fazer a elfa beber.

         Enquanto a elfa transformava-se em Hermione, a verdadeira Hermione tinha mais uma vez a varinha apontada para Madame Braun.

         - Você vai dizer a todos que eu morri. Invente uma história que poderia ter acontecido. Ninguém pode desconfiar. Hermione Granger está morta, sim?

         - Hermione Granger está morta.

         - O que aconteceu com ela?

         - Ela sofreu uma morte encefálica, ela está morta.

         - Ótimo. – Hermione virou para a elfa, transfigurou as roupas para que fossem como as que ela usava antes, criou uma falsa corrente com um falso medalhão no pescoço da elfa e deixou a varinha em cima do criado onde estava antes.

         Apenas depois de conferir que tudo estava certo, ela apertou uma perola que estava presa em sua pulseira e a sala foi preenchida por uma nevoa verde.

         Em seguida eu estava de volta à biblioteca. Apesar de todas as minhas duvidas, a única coisa que saiu da minha boca foi:

         - Você está grávida?


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Provavelmente não conseguirei postar mais este ano ainda, então Feliz Fim do Mundo, Feliz Natal e Feliz Ano Novo a todos!
Kisses