Voyage escrita por Sally F4ce


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Os erros de português devem ser perdoados kkk



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– AHH, não diretora Vitória ! Me deixa com qualquer um menos ele- implorou Kyle.

– Vai ficar com o Cartman sim ! É uma ordem, agora os dois podem se sentar o avião já vai decolar e vocês tão ai em pé.

– Não acredito que vou ter que ficar com esse judeu - murmurou Cartman.



Pov Cartman


Uma troca de olhares e provocações a parte revelaram-se os melhores artifícios a serem utilizados naquele momento, em meio a gestos e expressões demonstrei insatisfação com o imprevisto de ultima hora, pois bem, nem tanto quando a vã filosofia dos medíocres possa compreender. Podemos avaliar os acontecimentos anteriores sobre a ótica da casualidade, assim esboçado na afirmação‘’Deus quis que eu sentasse com o judeu’’ ou a ação consciente de uma das partes com a pura vontade de realização da ação típica, ou seja, ‘Eu quis me sentar com o judeu”. Como não sou crente em manifestações do divino e sim em cálculos de probabilidade e lógica recapitularei o meu raciocínio A lá Sherlock Holmes ...ou Hercule Poirot sei la Foda-se! eu odeio os belgas e os ingleses... mas eu nunca mataria um belga, eles fazem os melhores chocolates...Ok continuando!

A possibilidade de uma pessoa mediana infligir uma norma lícita ou social e tentar esquivar-se da coerção sabendo que esse lugar camuflaria suas ações seria previsivelmente um ambiente fechado, como presumido o banheiro é o lugar de mais fácil acesso e visivelmente usual.

Estava ciente de que Craig e sua gangue passavam poucas e boas dentro do recinto, e não me surgiram muitas opções do que os levavam a permacerem tanto tempo no local. Fofocar? Creio que não, Craig é incomunicável e dificilmente falara sobre assuntos particulares. Tweek tem déficit de atenção e hiperatividade o que o faz incapaz de sustentar-se em uma conversa ou mesmo em ambientes fechados por muito tempo. E tem Clyde, que ao julgar pelo seu caráter narcíseo e intolerante causaria mal estar entres ele, incluindo a sua fixação descomedida por espelhos. Sexo? Uma hipótese tentadora, afinal são um bando de viadinhos domesticados (hehe), mas infelizmente pouco provável. A ejaculação masculina demora em media de três a cinco minutos e analisando que estão em lugar publico implica em um ato rápido. Farra? Muito mais plausível

Ponderando os dispositivos de um toalete, a faixa etária dos envolvidos, papel em abundancia e água implica automaticamente em uma brincadeira com papel ou água, os dois simultaneamente ou outro componente.

Bom se minha teoria estivesse certa ou não, persistiria em meu plano, pois com a proximidade do horário de embarque era necessário arriscar todas as minhas fichas, eu precisava de um bode expiatório com autoridade suficiente para entrar no banheiro e indignar-se com a cena a ponto de delatar aos responsáveis ou aos funcionários da companhia aérea, havia varias personalidades a vista como seguranças, comissários, atendentes e outros, todavia eu não pretendida expor-me ao constrangimento caso nada estivesse realmente acontecendo nada, optei em ser discreto e provocar uma situação inusitada na qual incitasse um dessas personagens a freqüentar o recinto em uma estratégia rápida e certeira, foi então que surgiu a peça principal do tabuleiro, Trey Stone, o financiador dessa viagem, e quem não menos que Sr.Stone, um empresário de renome preparado em preservar sua boa imagem e aparência para ser minha cobaia! Pouparia minutos preciosos e não custariam muitos recursos, bastaria empregar uma das minhas inúmeras facetas, nesse caso a ingenuidade, e o instrumento crucial... Um chase de ketchup.

Armado a representação o passo seguinte foi convencer o Kenniger (fusão de pobreza com miséria total) de que queria caminhar um pouco enquanto comia para fazer uma melhor digestão. Ofereci minhas fritas em troca da sua boa vontade. Ele e a tênia obviamente aceitaram. Caminhamos juntos por alguns instantes ate que passamos em frente a uma banca de jornal (nem preciso mencionar que a atenção do meu amigo permaneceu por La... Pela primeira vez eu agradeci Baywatch e Pamela Anderson por existirem) e ao me livrar da ‘’carga’’ segui ate o meu alvo. Era de se esperar que este andasse com pressa e a passos largos, sua atenção estava invariavelmente no aparelho celular ou em meditar sobre suas obrigações, simplesmente andei em sua direção quando o vi engatilhar o celular outra vez.

Fingindo estar distraído abri o chase com meus dentes e esperei nossos corpos se confrontarem. A contagem regressiva em.. 3...2..1...Bingo! A colisão surtiu em câmera lenta a ponto do ketchup demarcar a camisa social que como previsto era de uma cor clara, obviamente o alvo não perdera tempo em uma discussão banal comigo e apenas como imaginado me encarou nos olhos(idiota!), logo que a idéia de bater boca comigo estava fora de questão, a atitude seguinte por instinto foi dirigir-se ao banheiro , o que testara sua ignorância do quanto de água e sabão deve-se adicionar para se desfazer de uma mancha de ketchup, obvio que não sendo ele que lava ou passa a suas roupas e com seu tempo limítrofe não saberá ou lembrara que tal mancha não sairá da forma imaginada . E Tcharam! O plano esta arquitetado e evidentemente que o resto se dará pelas ‘’forças naturais’’ .Percebo depois de alguns minuto o tumulto se formar no local estipulado e de repente vejo, com ar glorioso, um grupo de crianças serem retiradas do recinto. Vaginal! O plano correu dentro do previsto e antes de alcançar o resultado esperado Sra. Vitoria tomou uma atitude coercitiva para mostrar competência aos olhos do empresário: permutar os alunos baderneiros com os alunos exemplares para maquiar a situação desconfortante.

Aguardei um pouco afastado apenas observando ela recitar alguns nomes, a chance oportuna seria chegar na roda quando os últimos alunos estiverem sidos emparelhados e a probabilidade de Kyle ser um dos últimos é considerável, pois o seu sobrenome exigia uma pronuncia mais trabalhada. Quando ouço Butters Stoch e Annie Faulk serem proferidos eu achego e posiciono-me atrás do judeu para que assim a diretora tenha uma visão privilegiada de ambos. Matei dois coelhos com uma cajadada só.

Eric Cartman e Kyle Broflovski


Nunca senti tamanha emoção em ouvir eu e o judeu em uma mesma frase, aquelas palavras fizeram cócegas aos meus ouvidos capazes de surtir uma vontade irresistível de gracejar um sorriso vitorioso, mas entregar o jogo naquela altura do campeonato era impensável e com louvor não transpareci suspeitas tanto ao judeu quanto a Sra. Vitoria. A reação do outro foi imediata e previsível, ate mesmo ao meu intelecto altamente refinado.


– AHH, não diretora Vitória ! Me deixa com qualquer um menos ele


Pronto! Desafio a autoridade, perdeu o direito de negociar o caso


– Vai ficar com o Cartman sim! É uma ordem, agora os dois podem se sentar o avião já vai decolar e vocês tão ai em pé.


Então eu entrei no personagem como tudo que eu sei fazer de melhor


– Não acredito que vou ter que ficar com esse judeu – murmurei


O truque esta nas mínimas palavras. A resposta curta seguida de um silencio é competente em colocar muitos na defensiva e conseqüentemente o desvio do tema, ou causar nervosismo se for como no caso de Kyle. Ele combinara o maximo de elementos possíveis para então tentar decifrar meus pensamentos, necessitando supor meus atos pela falta de informação, isso o fará aceitar a decisões inversas a minha, ou seja, se eu der a entender que estou insatisfeito em viajar com ele, tal acreditara que deve viajar comigo como uma "resposta desafio" em forma de atitude.

–Eu não acredito que vou ficar com essa bunda gorda-gracejou

Foram as únicas palavras trocadas durante nosso primeiro confronto oportuno do dia e as ultimas antes do embarque ao avião e eu então me sentaria ao lado do querido judeu ruivo. Porque eu mencionar o querido?Claro, puro sarcasmo. Confesso fantasiei com ele durante o vôo, enquanto todos dormiam eu o esganava com uma mão e a outra esquartejava com uma estrela de Davi. O sonho demonstrou ser mais prazeroso do que a intenção em si, na realidade eu jamais o faria, não com alguém que cultive tão longos anos da minha existência.

Há muito estou a investir na minha inimizade com o judeu, muito mais do que se preze um amigo, pois bem, poucos sabem ou saberão disso, mas se você não tem inimigo você não tem um ponto de apoio. Eles nada mais são diamantes que devemos aprender a lapidar.

Sem hostilidade a minha volta ficaria sem tato, sem pratica. Um oponente a espreita aguça minha percepção e raciocínio. Então, por uma e outras é melhor usá-los como adversários mesmo, em vez de transformá-los em amigos ou aliados. Um inimigo nitidamente definido é um argumento muito mais forte ao seu favor do que todas as palavras que você conseguir usar. Bush quem diga quando elegeu a estratégia maniqueísta de reduzir o mundo ao bem e ao mal após os atentados de 11 de setembro, estou melhor com um ou dois adversários declarados do que quando não sei quem é a ameaça, estou a declarar oficialmente nossos conflitos usando meus agressores para melhorar minha reputação e o confio em épocas incertas.



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