O vento soprava gelado em meu rosto, eu estava suando como nunca, o nervosismo, o medo, todas as sensações possíveis me dominavam. Edward me abraçava contra seu peito enquanto eu chorava desesperadas, as palavras não conseguiam sair de minha boca. Talvez eu devesse ter seguido o conselho de Charlie e ter contado tudo no início.

 Aos poucos minhas lágrimas e soluços foram cessando, tudo o que Edward fazia era carinhar minha cabeça e dizer que tudo estava bem. Enfim a coragem começou a voltar eu não tinha mais o que protelar, não tinha mais tempo, não tinha saída, e talvez, a única forma de salvar nossa Carlie.

Suspirei fundo algumas vez e esfreguei minhas aos em meu rosto em uma tentativa de melhorar enfim encarei os olhos preocupados de Edward.

-Tudo bem amor?-Perguntou Edward com a voz baixinha franzindo seu cenho delicadamente.

Meu coração pareceu parar de doer. Eu não conseguiria viver sem Edward e Carlie.

-Edward eu preciso te contar algo sobre meu passado que envolve Carlie. -Eu disse encarando suas orbes verdes, tão lindas e sinceras.

Ele me olhou um pouco confuso.

-Fale amor, o que Carlie tem haver com seu passado?-Ele perguntou acariciando meu rosto.

Sorri um pouco com seu carinho em meu rosto.

-Eu preciso que você me escute. -Eu disse enquanto ele assentia .-E por favor, não fique bravo.-Eu disse corando.

Suspirei fundo mais uma vez, tomando coragem de enfim contar a verdade para Edward.

-Antes de tudo Edward, quero deixar bem claro que tudo o que eu fiz foi por amor. -Eu disse segurando choro.  O vento soprou gelado mais uma vez me fazendo tremer de frio, Edward fez menção de me abraçar, mas eu não deixei eu tinha que ser forte o suficiente para contar minhas, aliás, nossa história, eu só ã sabia disso antes. -Aos 16 anos eu conheci um garoto uns dois anos mais velho que eu, não quero citar o nome do infeliz, mas u posso dizer que na época eu estava perdidamente apaixonada.-Eu disse com um pouco de amargura, meu olho começou a transbordar novamente, eu tentava segurar o choro a todo custo.-Charlie me alertou várias vezes sobre as intenções dele... Mas não me arrependo, ele pelo menos me deu um dos mais belos presentes que ganhei na vida. -Eu sorri um pouco. Edward me olhava confuso, e sempre quieto como eu havia pedido. -Eu fiquei grávida. E quando eu descobri fiquei muito feliz, eu só não contava que o garoto fosse embora e que negasse a paternidade ao meu bebê. -Eu disse com a voz um pouco arrastada segurando as malditas lágrimas que queriam sair de meus olhos.-Eu contei a Charlie e ele disse que faria o possível para me ajudar, quando  completei 3 meses de gestação descobri que eu tinha em meu ventre um princesinha.-Uma lágrima conseguiu escapar, Edward  secou a lágrima e deu um sorrido fraco, suspirei fundo antes de retomar a história.-Minha gestação foi maravilhosa, mas eu e meu pai passávamos por algumas dificuldades financeiras, e El tinha medo de não como  nos sustentar.-Eu disso deixando mais algumas lágrimas escaparem.-Eu parei de estudar,quando completei oito meses, minha barriga estava imensa, a ponto de eu precisar de  ajuda para subir as escadas. Quando eu completei nove meses eu tomei uma decisão. Eu daria minha princesinha para adoção para ela ter uma vida melhor. -Eu disse reprimindo o choro que  insistia escapar.-O dia do parto havia chegado e infelizmente eu não havia achado um casal para cuidar de minha princesa.-Eu sorri um pouco ao lembrar do nascimento de  Carlie, o dia mais feliz de minha vida.-Então ela nasceu, linda, saudável, perfeita.-Eu disse sorrindo um pouco.-Após o parto nos levaram ao quarto, um quarto duplo. Minha companheira de quarto se chamava... Victória. -Eu disse percebendo os olhos de Edward se arregalarem de espanto .-Ela estava fraca, debilitada, seu bebê também era uma menina, mais ela estava imóvel demais.-Eu disse tentando não chorar.-Então perguntei se estava tudo bem, ela disse que não, que sua filha havia morrido e que ela também não iria sobreviver, ela perguntou minha idade e eu disse que tinha 16 anos, então...-Lágrimas começaram a escorrer incontrolavelmente por meu rosto, Edward estava estático me encarando como se não acreditasse nas palavras que saiam de minha boca.-E Ela pediu que eu deixasse minha filha com ela, ela disse que tinha um marido que estava apaixonado por sua filha, e mesmo que ela não sobrevivesse minha filha seria amada...-Eu fiz uma pausa.-Eu estava desesperada, eu tinha 16 anos apenas, e eu sabia que minha filha ia ser amada pelo pai então não, eu segurei minha princesa apenas uma única vez quando bebê, eu lembro perfeitamente da textura macia de pele e o cheirinho delicioso de bebê que ela tinha, eu depositei um beijo delicado e demorado em sua testa e peguei a pobre bebê já morta dos braços de Victória entregando minha filha a ela. O último pedido de Victória fosse que a minha, quer dizer, nosso bebê se chamasse Carlie. -Eu disse. Edward estava perplexo imóvel parecia um fantasma, mais minha história ainda não tinha terminado. -Após este pedido Victória se foi, eu sai correndo do quarto com a bebê morta nos braços e fui chamar enfermeira. Eu batizei a linda menina de Eva. –Eu disse mordendo meu lábio. -Me desculpe por ter te escondido isto por tanto tempo Edward, mas apenas eu ou Charlie poderemos...-Minha voz saiu sufocada.-Salvar a vida de nossa filha.

Então foi o suficiente para eu desabar, mas eu tinha que contar simplesmente tudo o que aconteceu nos últimos oito anos. Edward continuava me olhando estático como se nunca fosse voltar a se mover. Sua respiração era lenta e saí pesados seus olhos estavam marejados. Eu respirei fundo e sequei as lágrimas, uma vez que eu já tinha contado a parte mais maçante da história, acho que o pior já tinha passado.

-Nesses últimos oito anos, eu me formei em Artes como você sabe. Sempre fui apaixonada por artes, sofri muito, eu passei uns cinco anos fora de Forks, eu nunca me esqueci de Carlie, então quando eu voltei decidi que eu iria trabalhar com crianças, montei a sala onde eu comecei a trabalhar com crianças, então há dois anos você apareceu lá com Carlie. -Eu sorri ao me lembrar do dia em que eles bateram em minha porta.-Eu e Carlie ficamos muito amigas, cúmplices, não pude deixar de notar como éramos parecidas. Então comecei a pergutar sobre sua família, ela sempre dizia que não tinha “mamãe” e que sua mamãe era uma estrelinha, um dia eu perguntei o nome de sua mãe e ela disse Victória Cullen. –Eu disse meio distante. -Então eu liguei os fatos. Ela era minha princesa. -Eu disse um pouco contente.-E Edward, eu amo vocês mas que qualquer outra coisa no mundo.  E me desculpe.

Enfim eu parei de falar e enterrei meu rosto entre minhas mãos.  Senti Edward se mover lentamente ao meu lado, e seus braços envolveram minha cintura me surpreendendo.

-Por que você nunca contou antes?-Ele Disse apoiando o queixo em minhas costas.

De repente uma sensação de alívio me dominou e as esperanças de que tudo iria dar certo voltaram.

-Eu pensei que você fosse me odiar. -Eu disse.

Edward me puxou para encarar seus olhos, ele me olhava com uma expressão que transmitia paz e ternura.

-Eu não poderia odiar você Bella, eu amo vocês demais, e. -Ele sorriu um pouco.-Carlie vai surtar.

Eu sorri um pouco.

-E se não formos compatíveis?-Eu disse meio desolada.

Ele respirou fundo.

-Eu também quero fazer este Tetê, mesmo... -Ele fez  uma pausa e um cara triste.-Não sendo pai biológico... Pai é quem cria não é mesmo?-Ele perguntou rindo um pouco.

Eu sorri para ele.

-Isso mesmo, pai é quem cria. E Carlie não poderia ter tido pai melhor. -Eu disse.

-Eu amo você. -Ele disse colando sua testa na minha fechando os olhos, eu fiz o mesmo.

-Eu amo vocês. -Eu disse.

Edward sorriu um pouco e me beijou. Então eu percebi que tive tanto receio atoa, agora tínhamos que comunicar a família e torcer para salvarmos nossa pequena, nossa Carlie.