Ai Ai No Mi escrita por Takehime


Capítulo 8
A cura


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora e por qualquer erro de português que passou despercebido por mim.



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*toc toc*


O velho ouve a porta bater, surpreso. Não esperava por visitas. Estava tão isolado do resto da cidade. E já era final de tarde. Levantou-se de sua cadeira de balanço deixando sua xícara de chá sobre uma pequena mesinha ao seu lado. Abriu a porta apenas o suficiente para ver quem estava lá.

– Ah, garoto! – O velho ficou surpreso e contente com a visita. – E dessa vez você trouxe um amigo também – disse enquanto olhava para Zoro.

– Olá, Haruki-san – Sanji dizia com um pequeno sorriso. – Podemos entrar?

– Claro que sim! Fico feliz por receber visita dois dias seguidos – O velho deu um pequeno sorriso, abrindo a porta toda para os dois passarem. – Eu não recebo muitas visitas por aqui - A casa do velho continuava arrumada como no dia anterior. Havia um bule na mesa de madeira da cozinha. – Querem chá? Eu fiz agora – Haruki fez um gesto indicando o bule. Saía um pequeno vapor de seu bico.

– Não, obrigado – Apenas o cozinheiro respondeu. Zoro estava olhando curioso todos os detalhes daquela pequena e estranha casa.

– Tudo bem – O velho sentou-se novamente em sua cadeira de balanço com um longo suspiro - E o que os trouxe aqui dessa vez?

– Viemos resolver o problema dessa maldita fruta – Zoro respondeu rapidamente antes que Sanji explicasse o que queriam, parando de olhar a casa e prestando atenção agora no velho sentado na pequena cadeira que gemia enquanto balançava. O velho ainda estava com uma pequena dúvida expressa no rosto, o que fez o cozinheiro completar a explicação do maior.

– Essa fruta, a Ai Ai no Mi, tem como anular esse poder dela?

– Ora, existe kairouseki pra isso – Haruki continuava confuso sem entender onde o loiro queria chegar.

– Não... Não é bem isso que eu quero dizer. Existe algum jeito de reverter essa situação? Anular permanentemente essa influência que a fruta causa sobre as damas, como se eu nunca tivesse a comido.

– Hm... Entendo – Haruki pegou sua xícara e tomou alguns goles do chá ainda quente enquanto pensava

– É melhor pensar em alguma solução, velho – Zoro falava com um tom intimidador, mas não provocou mudanças na expressão de Haruki. Apenas ganhou um olhar feio do cozinheiro. Sanji tirou um cigarro do bolso, acendeu com um fósforo e o colocou na boca, soltando uma grande quantidade de fumaça. Estava nervoso. E não ter um cigarro entre os lábios numa situação como aquela o deixava mais nervoso e apreensivo ainda. Haruki tomou mais um gole, pousou a xícara e olhou o espadachim antes de perguntar.

– Você não está aqui por acaso, está? – Haruki olhou com desconfiança para o espadachim, que desviou o olhar, envergonhado. Sanji também havia ficado surpreso com a pergunta.

– Não é da sua conta, velho de merda – Zoro falava enquanto olhava para um outro ponto qualquer da casa.

– Então é por isso que vocês estão interessados numa solução? - Haruki deu uma pequena risadinha. – Muitos homens iriam adorar comer a Ai Ai no Mi no seu lugar, garoto – Olhava agora para o cozinheiro que corou levemente com todas aquelas insinuações. Zoro ficou sem jeito, corado e irritado.

– Olha aqui, seu velho! Se você não sabe de nenhuma solução a gente pode ir embora agora mesmo! – Zoro teve vontade de usar umas das katanas para ameaçar o velho, mas se segurou. Haruki agora estava com a expressão séria e fechou os olhos para dar o último gole de chá. Pousou a xícara novamente na mesinha lentamente antes de continuar.

– Garoto, você encontrou essa Akuma no Mi naquela árvore rosada da caverna, certo? – Olhou para o cozinheiro esperando a confirmação.

– Sim – O velho já sabia disso, Sanji já havia lhe contado a história na última vez que esteve lá. Mas o que aquela árvore tinha a ver com a situação atual?

– E ela ficou cinzenta quando você retirou a fruta de seu galho, certo?

– Sim... Onde você quer chegar?

– E a árvore, depois de ficar desse jeito, ficou meio... farelenta? Quero dizer, ela ficou como se estivesse petrificada, mas com uma espécie de pó caindo de seus galhos e tronco? – Sanji parou um pouco para pensar. A imagem da árvore cinzenta chegou até sua mente e com um pouco de esforço pôde confirmar o pensamento do mais velho.

– Sim, sim, você está certo. Mas como sabe disso?

– Eu desconfio de que esse “pó” seja o que vocês procuram – O cozinheiro e o espadachim se olharam com dúvida até olharem novamente para o velho.

– Como assim? – Zoro perguntou curioso.

– Esse pó talvez seja um tipo especial, pouco conhecido, semelhante a kairouseki – deu uma pequena pausa para ajeitar-se na cadeira. Parou de a balançar antes de continuar, acabando com o pequeno gemido irritante. – Se a pessoa que comeu a fruta dessa certa árvore engolir esse pó, eu creio que os poderes concedidos por ela ao usuário serão anulados eternamente, como se a fruta nunca tivesse existido. Apenas até a árvore se recuperar, quando crescerá essa mesma Akuma no Mi nessa mesma árvore daqui a muitos anos – Sanji e Zoro olhavam para Haruki com os olhos abertos, espantados com a estranha solução que o velho lhes oferecia. Não parecia ser tão difícil assim, só precisavam voltar até onde a árvore estava. Os dois nakamas se olharam permanecendo com a mesma expressão ambos os dois, até Sanji ir abrindo um sorriso lentamente até começar a gargalhar. Zoro olhou para o loiro, confuso.

– O que deu em você, cook? – A cena do menor rindo tanto assim até que era divertida.

– Sua cara! – O cozinheiro falava devagar tentando respirar no meio de tantas gargalhadas e retomar o fôlego para terminar a frase. – Seus olhos ficam super engraçados quando você abre eles tanto assim! – E voltava a rir novamente. Era verdade. Os olhos do espadachim eram tão pequenos e estreitos que quando fez cara de espanto se abriram de certo modo estranho e engraçado. Zoro imaginou a cena em sua mente rapidamente. Balançou a cabeça de leve mandando a imagem embora. O cozinheiro tinha razão, pensar em sua própria expressão o deixou meio constrangido. Olhou para o loiro que ainda ria. Seus olhos lutavam para permanecer abertos em meio a tantas risadas enquanto suas bochechas ganhavam um tom rosado. Era uma cena tão linda. Não queria brigar com o menor agora por ter rido de sua cara. Queria participar daquilo. Queria se entregar àquela alegria contagiante e se juntar àquela risada tão gostosa e espontânea. Começou a rir também até o riso se tornar uma gargalhada. Seus pequenos olhos castanhos chegavam a se fechar algumas vezes contra sua própria vontade. Até Haruki não conseguiu resistir e deu pequenas risadinhas semelhantes às de Robin, juntando-se àquela cena tão feliz e convidativa. Mas não estavam rindo somente da cara do espadachim. Com certeza esse não era o único motivo. Tinham conseguido. Havia uma solução! Poderiam fazer com que tudo voltasse ao normal novamente. Nami, Robin e todas as outras meninas poderiam voltar a agir normalmente e Sanji passaria a ser somente seu. Era o que o espadachim mais queria no momento. E era o que o loiro queria também, apesar de não deixar isso tão claro. Se não, não estaria rindo de tal forma. Se Haruki não estivesse ali naquele momento, Zoro poderia ter avançado no loiro. Ou talvez não. Não queria interroper uma cena tão linda, divertida e rara como aquela.


~*~*~


– Muito obrigado, Haruki-san! Por tudo! – Sanji acenava para o velho enquanto fechava a porta de madeira da pequena casa.

– De nada, rapazes! Boa sorte! Espero que consigam ficar juntos! – Os dois nakamas coraram após o comentário, fazendo com que Sanji fechasse a porta mais rápido. Haruki deu um sorrisinho se divertindo com a cena.

“Como assim ficar juntos? O que aquele velho quis dizer com isso?” A menina que estava escondida atrás do arbusto olhava curiosa para os dois que saíam da casa.

– E então? – Zoro perguntou logo após o menor fechar a porta. – Vamos direto atrás da árvore ou você quer voltar para o barco?

– Se voltarmos para o barco vamos ter que dar desculpas aos outros novamente, e eu queria resolver isso o mais rápido possível.

– Tudo bem então – Zoro notou que o céu já estava escuro, dificultando um pouco a visão. Sanji devia ter percebido isso, mas se estava certo do que tinha que fazer e quando fazer o apoiaria e o seguiria. Ele sabe o que fazer. E pra onde ir também, diferente de seu péssimo senso de direção.

– Vamos voltar àquela caverna, onde tudo começou, pegar o pó de kairouseki, e depois voltamos pro barco. Quando voltarmos eles já devem estar dormindo e talvez até já tenham encontrado a Nami-san. Depois vai tudo voltar ao normal. Nada de poderes de merda de akuma no mi, nada de não poder nadar novamente e...

– E nada de outras meninas roubarem você de mim.

“O que?! Como assim?! Akumas no mi?! Sanji-kun comeu uma Akuma no mi e está procurando por uma cura?! E Zoro?! Por que Zoro disse aquilo?!”

Sanji corou com o comentário do maior e desviou o olhar, sem perceber que o maior se aproximava para juntar seus lábios aos dele. Zoro segurava o queixo do menor com delicadeza. Enquanto sua outra mão o segurava por trás do pescoço, acariciando o cabelo loiro do menor. Sanji arregalou os olhos, mas logo se acostumou ao toque permitindo que suas línguas se tocassem enquanto ambos fechavam os olhos. As mãos do cozinheiro tocavam o peito musculoso do espadachim por cima da camisa, apertando o tecido. As bochechas de ambos ganhavam um tom rosado.

“O-o-o-o que?! M-m-mas como a-assim?? S-Sanji-kun e-e-e Zoro?!” A menina olhava confusa, assustada, chateada, com raiva, com ciúmes e mais um monte de sentimentos misturados que não conseguia identificar. Tinha vontade de correr pra longe dali, de se esconder e chorar em qualquer canto do mundo que não fosse aquele em que estava. Algumas lágrimas começavam a cair de seus olhos e passaram por sua boca enquanto olhava a cena sem conseguir desviar o olhar. Por que Sanji-kun estava fazendo aquilo com Zoro?! Ela tinha medo de que Robin o fizesse, mas não Zoro! Zoro é um homem, certo? Homens não podiam fazer essas coisas! A menina enxugou o rosto coberto de lágrimas e desviou o olhar. Não queria ver aquilo. E não choraria mais. Não deixaria Zoro, Robin ou qualquer mulher ou homem do mundo ficar com Sanji-kun. Ela não deixaria isso acontecer. Precisava evitar aquilo, só não sabia como. Talvez a conversa deles tenha tido algo a ver com isso, sobre esse seu desejo estranho e excessivo de querer o cozinheiro apenas para ela. Precisava saber mais, mas pra isso eles precisavam encerrar aquela cena tão pertubadora para seus olhos.


Interromperam o beijo para respirarem novamente. Sanji fez uma cara fofa de ‘quero mais’ que deixou Zoro cheio de desejo de beijá-lo novamente, mas não faria isso. Teriam tempo de sobra para aproveitar esses momentos quando já tivessem a cura da fruta nas mãos. Isso era a prioridade deles no momento.

– Você lembra como chegar até a árvore rosa? – Zoro perguntava para fazer o cozinheiro mudar de expressão antes que não resistisse e tomasse os lábios do menor para si novamente.

– É só ir na direção da caverna. Lá dentro dela tem uma espécie de labirinto, mas só alguém sem senso de direção como você se perderia lá dentro – O loiro deu uma risadinha provocante.

– Seu..! – Zoro ficou irritado e desviou o olhar envergonhado. Não era sua culpa que seu senso de direção era tão ruim. Zoro nem percebeu que o cozinheiro se aproximava dele novamente. As mãos do loiro passaram pela cintura do maior até chegarem às suas costas. Sanji apoiou seu queixo no ombro do espadachim, que olhava espantado o corpo do menor se juntando ao seu. O cozinheiro apertava delicadamente o tronco musculoso do maior. Zoro fez o mesmo segurando com seus braços a cintura do menor.

– Não se preocupe – Sanji falava quase sussurando ao ouvido do espadachim. – Não vou deixar você se perder – Zoro corou. Não sabia muito bem o que responder a ele. Normalmente era ele mesmo quem lançava esses comentários provocantes ao menor.

– Se eu me perder, vou esperar você ir me buscar – Sanji riu com a resposta do espadachim, que se afastou do menor para lhe dar um outro beijo. Para a sua surpresa, Zoro lhe dera um beijo em sua bochecha, o que o fez corar também. Essas coisas fofas não combinavam muito com o espadachim. Continuaram abraçados por mais algum tempo até se separarem novamente.

– Então vamos lá. Em busca do pó de kairouseki! – Sanji começou a caminhar animado para a floresta que começava bem ao lado da casa de Haruki. Estava indo em direção ao arbusto em que, mal sabiam eles, havia uma menina ouvindo toda a conversa entre os dois. O cozinheiro só viu o arbusto se mexer e um vulto passar ao seu lado. – O que foi aquilo...?

– O que foi, cook?

– Ah, nada não. Eu só pensei alto sem querer – Sanji continuou olhando a direção para qual o vulto fora e logo após olhou para o arbusto de onde ele saíra. Havia uma pulseira dourada e larga. O objeto brilhava à luz do luar. O loiro se abaixou para pegar o objeto enquanto Zoro o olhava confuso.

– O que é isso aí? – Zoro olhava a expressão confusa e assustada que surgia no rosto do menor.

– Uma pulseira dourada, parecida com a que Nami-san usa.



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Notas finais do capítulo

Esse capítulo me deixou com pena da Nami-san :'c
Vou escrever uma fic LuNa quando acabar essa pra não ficar tão chateada comigo mesma k