Ai Ai No Mi escrita por Takehime


Capítulo 5
Em busca de respostas


Notas iniciais do capítulo

Esse cap tem alguns spoilers..



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- UMA AKUMA NO MI?!! – Sanji berrava na pequena casa do velho Haruki, um dos mais velhos da cidade e que poderia fornecer as informações sobre a fruta. Sua pequena casa ficava próxima à entrada da floresta, longe do centro da cidade.

- Sim, uma Akuma no Mi – Sanji e o velho estavam sentados à mesa de madeira da sua pequena cozinha, com lugar apenas para quatro pessoas. Haruki enchia sua xícara com chá enquanto o mais novo apenas olhava assustado para a fruta nas suas mãos.

- M-mas não é possível! Eu decorei enciclopédia inteira das Akumas no Mi quando era mais novo! Nunca ouvi falar dessa Ai Ai no Mi!

- Provavelmente ela não estava lá – O velho tomou um gole de sua xícara de chá antes de continuar. – Este é um tipo especial de Akuma no Mi. Se você está preocupado porque acha que vai ganhar poderes ou algo assim, não é nada disso – Sanji olhou confuso na direção do velho, que estava ao lado oposto da mesa. – Este tipo de Akuma no Mi é mais raro. Não sabia que havia uma delas nessa ilha tão pequena – Levantou-se para pegar uma segunda xícara como a sua e começou a enchê-la com seu chá, deixando-a na mesa para o cozinheiro. Sanji apenas o ignorou.

- E qual a diferença desta pras outras?! – Sanji estava impaciente, nervoso e assustado. Queria respostas, não chá. O velho, vendo que o outro não iria se acalmar até que soubesse da resposta, sentou-se novamente.

- Essa não é uma Logia, Paramecia nem Zoan. É um tipo tão raro que ainda nem foi classificada formalmente. Mas, pelo que eu ouvi dizer, ela não dá poderes nem transforma o corpo de quem a comeu. Apenas muda a forma como certas pessoas vêem você – Sanji ainda continuava confuso, sem entender direito o que aquilo significava. Vendo a expressão de dúvida do menor, continuou, tentando ser mais claro. – Essa fruta vai fazer com que as pessoas te olhem de maneira diferente de antes. Se eu estiver certo e essa for mesmo a Ai Ai no Mi, então as pessoas do sexo oposto passarão a olhar você com certo interesse, como se estivessem apaixonadas.

Sanji ficou surpreso com a resposta de Haruki. Mas ele podia mesmo estar certo. Isso explicaria o estranho comportamento de Nami e Robin naquela manhã. Sem falar que enquanto andava pela cidade à procura de informação, varias damas ficaram cochichando enquanto olhavam coradas na direção do cozinheiro. Ele até gostara da atenção que elas deram a ele, mas sentia-se meio estranho naquela situação. Geralmente era ele quem ia atrás das meninas enquanto elas olhavam assustadas para ele. Não conseguia entender. As damas finalmente passariam a dar atenção a ele com ‘segundas intenções’. Isso não era tudo que ele sempre quis? Depois de perder a Suki Suki no Mi (Fruta da invisibilidade) para Absalom, pensava que nunca mais teria a chance de conseguir uma Akuma no Mi com a qual pudesse ‘se aproximar mais’ das damas de quem ele sempre gostou. Mas ele agora sentia-se como se isso não fosse o que ele realmente queria.

- E-então quer dizer que todas as meninas que cruzarem comigo por aí vão... se apaixonar por mim? Sem ao menos me conhecerem? – Sanji se sentia um pouco assustado imaginando a cena.

- Isso mesmo – o velho fechou sem olhos brevemente enquanto tomava mais um gole de chá. – Tem certeza que não quer o chá? Vai te ajudar a se acalmar – O velho olhava para o cozinheiro, que não respondeu sua pergunta. Levantou-se rapidamente, pegando a fruta que estava sobre a mesa e a jogando dentro da sacola, indo em direção à porta. Precisava pensar sobre tudo isso com calma, sozinho. Não sabia ao certo se aquilo era sorte ou azar. Estava quase girando a maçaneta da porta quando se lembrou de uma última pergunta.

- Ojii-san – disse sem se virar, para olhar o velho.

- O que foi, rapaz? – Haruki olhava o rapaz com uma expressão bem tranquila, enquanto bebia o último gole de chá de sua xícara.

- Kairouseki. Isso passará a me afetar? – Sanji estava um pouco preocupado com a resposta. Já desconfiava qual seria.

- Sim – O velho demorou um pouco para responder. – Cuidado pra não cair do seu barco a partir de hoje.

Sanji deu um pequeno sorriso irônico para si mesmo. Era tudo o que queria. Nunca mais poderia nadar. E como faria quando encontrasse o All Blue? Talvez nunca mais conseguisse realizar o seu sonho. Sanji segurou o choro. Não queria chorar e se sentia estúpido nessa situação. Mas também não queria perder o seu sonho. Também não queria que as damas passassem a gostar dele dessa forma. Gostava que as coisas acontecessem naturalmente. Não queria que fossem obrigadas a fazer isso por causa de uma estúpida fruta de merda. Engoliu tudo isso em seco, tomando forças para girar a maçaneta.


~*~*~


Zoro ouviu o barulho da maçaneta girando. Correu para trás de alguns arbustos que estavam ao lado da casa do velho, olhando por entre eles enquanto a porta se abria acompanhada por um longo gemido. Sanji estava saindo de lá. Estava com uma expressão confusa, assustada, derrotada. Como se estivesse se segurando para não deixar uma lágrima escapar. Zoro sentiu seu coração se apertar no peito com a cena. Nunca o vira de tal modo. Conseguiu ouvir algumas partes da conversa entre o cook e o velho, mas não muitos detalhes. Estavam falando sobre Akumas no Mi? E tinha algo sobre garotas também. Seja lá o que fosse, deixara o cozinheiro com uma aparência horrível, que de certa forma o deixava horrível por dentro também. Estava preocupado com seu nakama. Queria saber o que estava acontecendo com ele. Queria olhar em seus olhos e lhe perguntar, sem que o menor desviasse o olhar ou lhe insultasse como sempre acontecia. Dessa vez era diferente. Se ele estava mal por algum motivo, Zoro queria contornar a situação, queria vê-lo sorrindo de novo. Como seu nakama, como seu amigo. Porque por trás de tantos insultos e xingamentos, havia algo entre os dois, mas Zoro não tinha coragem para dar a iniciativa ou comentar sobre isso com o loiro. Pelo menos até agora.

Seguiu seu nakama na volta ao Sunny a uma certa distância, suficiente para que não fosse notado pelo cozinheiro, mas não muito grande, para não se perder pelo caminho.

Sanji chega ao barco pouco antes do espadachim e vai direto para sua cozinha. Zoro sobe no navio logo após Sanji sumir de sua vista. Nami percebe a presença do espadachim da cadeira de praia na qual estava sentada no meio da grama do Sunny. Estava de óculos escuros.

- Ah, Zoro – Ela tirou os óculos para olhar melhor para o espadachim. – Você sabe onde está o Sanji-kun? Vocês dois passaram o dia inteiro fora – No momento que Zoro ouve o comentário da ruiva, ele olha para o céu. Tinham passado mesmo o dia inteiro fora. Já era fim de tarde. O céu começava a ganhar um tom alaranjado. - Luffy, Chopper e Robin foram atrás de vocês. Mas eu acho que era só uma desculpa para os garotos irem atrás de mais comida – “E a Robin para ir atrás dele”, completou a frase no seu pensamento. Fechou a cara numa espressão levemente irritada e ciumenta.

- O cook acabou de chegar, um pouco antes de mim. Ele entrou na cozinha. Não viu ele subindo no barco ainda agora? – Quando Zoro acabou de falar, a navegadora fez uma expressão de desconfiada. Zoro percebeu que o que dissera era quase que uma confissão de que ele havia seguido o cozinheiro pela tarde inteira, como Nami já suspeitava.

- N-não é o que você tá pensando..! Eu cheguei agora por coincidência também... – Zoro estava um pouco envergonhado pela navegadora ter descoberto aquilo.

- Ah, sei... – Se fez de desinteressada pelas desculpas do espadachim, e começou a andar em direção à cozinha. Precisava falar com o cozinheiro. Antes que Robin voltasse ao navio. Entrou na cozinha e trancou a porta, impedindo que o espadachim a seguisse. Zoro não tinha outra escolha além de esperar do lado de fora, sem se conformar consigo mesmo por não ter segurado a porta a tempo, antes que a ruiva a fechasse. Sentou-se no chão, ao lado da porta da cozinha. Estava bem cansado. Havia andado o dia inteiro atrás de Sanji. O céu já começava a escurecer, com algumas estrelas já aparecendo no céu. Não demorou muito até cair no sono, mesmo que contra a sua própria vontade.


~*~*~


- Ah, então eles saíram? – Zoro ouvia vozes familiares, mas ainda não conseguia identificar de quem era pelo sono.

- Sim, um pouco antes de vocês chegarem – Parecia ser a voz de Brook agora.

- M-mas vocês sabem pra onde eles foram? E-eles não disseram nada? - A voz feminina parecia estar apreensiva e nervosa.

- Não.. Nami estava puxando ele tão rápido que não tivemos nem a chance de perguntar – Parecia ser Usopp falando.

- Eu vou atrás deles! – A voz feminina parecia determinada.

- Do que você ta falando, Robin? Nós acabamos de voltar! – Aquele era o Chopper? – Você não pode se esforçar tanto assim por nada!

- M-mas...! – Pela voz da arqueóloga podia-se notar seu cansaço. Chopper não estava brincando.

Zoro começou a abrir os olhos. Viu que todos estavam reunidos no Sunny, exceto Sanji e Nami. Olhou para a porta da cozinha ao seu lado. Estava aberta, e la dentro, vazio. Levantou-se em um pulo.

- Ah! Zoro-san, você acordou – Brook falava enquanto todos pararam de discutir para dar atenção ao espadachim.

- O que tá acontecendo aqui? – disse o espadachim seguido de um longo bocejo.

- Nami e Sanji saíram a pouco e ainda não voltaram – Usopp informou ao maior.

- O que?! E-e pra onde eles foram? – Tentou manter a calma para não desconfiarem, sem sucesso.

- Não sabemos, eles sairam bem rápido sem falar nada e... Ei! Pra onde você vai?! – Franky berrou confuso enquanto o espadachim corria para fora do navio.

- Vou beber sake! – E saiu bem rápido para evitar mais perguntas dos outros. Não conseguiria ficar no Sunny. Não sabendo que a ruiva havia levado ele. E ele ainda lembrava bem do jeito estranho e suspeito da navegadora naquela manhã. Não deixaria ela aprontar algo sem ele saber.



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Notas finais do capítulo

Haruki = árvore, primavera; segundo um site que tinha significados de nomes japoneses. Nenhum motivo especial para eu escolher ele, apenas achei que tinha um pouco a ver com a história.