#POVSasukeOn

                Vi ela entrar na casa e simplesmente sair do meu campo de visão. Tinha certeza de que queria isso para... Nós. Ela tinha me traído, eu poderia ter perdoado ela por isso, claro que a maioria dos homens diria ao contrario, mas eu a amo e não importa o que ela tivesse feito eu teria a perdoado para ficar ao seu lado. Mas ela espalhou para todos que eu era um corno, tinha feito isso por pua maldade, para me ver sofrer, para me humilhar, e isso eu não podia perdoar... Nunca.

                Eu escondi meu rosto nos joelhos e voltei a chorar, tinha pedido conselhos para meus pais, mas sabia que não iria responder por isso eu não sabia mais o que fazer.

                –Ah, finalmente... Te... Achei... – escutei uma voz feminina esganiçada dizer ofegante. Me virei e vi Karin tentando obter fôlego. Parecia que tinha corrido. – achei poderia estar aqui. –disse já com fôlego se aproximando de mim.

                -O que esta fazendo aqui? – perguntei um tanto rude. O boato dizia claramente que Karin que tinha espalhado isso, por ordens da Sakura claro.

                –Quero te ajudar...pensei que gostaria de saber a verdade, antes de ficar realmente bravo comigo. – Ela disse se sentando ao meu lado. Nossos corpos estavam colados, então eu me afastei meio desconfortável. Franzi a testa.

                –Olha, eu realmente agradeço que queira ajudar, e eu entendo que você quer limpar a sua cara, mas já esta feito okay, e não vou mais voltar com a Sakura e não vou guardar ressentimentos de você...prometo, agora eu agradeceria se você pudesse me deixar só...

                –Ela me ameaçou. – me interrompeu. Eu fitei-a sem entender e ela deu um longo suspiro. – Estávamos conversando por telefone...-começou com os olhos tristes. – Ela estava me dizendo que você não era homem o suficiente pra ela...dizia que era ótimo na cama, mas não conseguia satisfaze-la. Então, ela teve o plano...eu estava sem entender nada e ela começou a me explicar...-ouve uma pausa. – Ela disse que iria te trair. Que iria dormir com quantos caras fossem preciso, mas não deixaria que você soubesse...até pelo menos que vocês voltassem para São Francisco. Nós desligamos o telefone e eu comecei a ter um sentimento de culpa. Era alguma coisa realmente forte, eu não ia agüentar isso e ela sabia...por isso alguns dias depois ela me ligou, estava zangada com você, ela não quis me dizer o por que, mas estava pirando. Ela disse que ia se vingar, e foi então que ela teve a idéia de eu espalhar pra todo mundo que você era um corno, eu tentei mudar a cabeça dela, mas ela só pensava em como te ferrar. Eu disse que não faria isso e antes que eu pudesse desligar o telefone ela disse, que iria acabar comigo, literalmente se eu não fizesse o que ela mandou. – ela agora chorava, soluçava brutalmente em meus braços. Eu estava sem palavras, eu não sabia o que dizer. – N-Não conte pra ela...ela vai me matar se souber.

                Eu simplesmente coloquei minha mão em sua cabeça, tentando conforta-la. Ela se afastou de mim e me fitou com os olhos ainda cheios de lagrimas, por um lado eu tinha realmente pena dela. Era uma garota linda e fora enganada tão cruelmente pela idiota da Sakura. Percebi que seu rosto estava se aproximando do meu, mas eu estava tão entretido com meus pensamentos que eu nem me importei. Quando cai na real ela já estava com os lábios colados ao meu, aprofundou o beijo e eu não tive reação, a não ser corresponder, e assim fiz. Com todas as minhas forças, estava com raiva da Sakura e tirei toda a minha raiva com aquele beijo, que tenho que admitir não foi nada mal. Não mais doce do que da Sakura, mas mesmo assim foi bom.

                Nos separamos por falta de ar e eu fitei-a, que deu um sorriso tímido. Abri para falar algo mas as palavras não saíram de minha boca, por isso tornei a fecha-la. Depois de uns cinco minutos em silencio eu finalmente consegui dizer alguma coisa.

                –Olha...eu realmente acho que..

                -Não. – interrompeu-me novamente. – Eu sei...somos só amigos, tudo bem, foi só impulso mesmo, eu não sei o que deu em mim. – Ela deu um sorriso sincero – me desculpe...depois a gente se vê. – ela me deu um beijo na bochecha e se afastou.

                Estava novamente sozinho naquele imenso jardim, minha mãe e meu pai tinham visto tudo. Eu acho que eles não se orgulhariam de minha atitude. Suspirei fundo e estava prestes a ir embora quando escutei algo atrás de mim. Me virei assustado e vi que Sakura estava parada, parecia triste. Seus olhos revelavam tristeza.

                -Que bom saber que é só eu me virar pra você começar a se agarrar com outra. – ela disse em tom rude. Aquilo me afetou bastante. Ela que tinha me traído!! Era tudo culpa dela, era eu que deveria estar falando coisas assim para ela!!

                –A gente terminou...tenho meus direitos. – foi a única coisa que consegui dizer. Me virei para ir embora...dei alguns passos e senti alguém me segurar. Virei minha cabeça e vi Sakura agora chorando novamente.

                –Por que não acredita em mim?? Estou falando a verdade!! Eu não espalhei nada...foi tudo a...tudo a Karin!! Ela armou isso pra cima de mim. – balbuciou as palavras que mais me irritaram.

                –Como pode colocar a culpa nela?? Ela é vitima tanto quanto eu, você ameaçou ela!!! Sinceramente, você é terrível, agora eu finalmente pude ver quem você realmente é...e eu gostaria de não ter tido nada com você – as palavras saiam de minha boca milagrosamente, por que eu realmente não sabia o que fazer, por isso eu me virei e fui embora.

                Não sabia pra onde ir até que veio uma idéia em minha mente, não sei por que pensei nisso, mas a única coisa que eu queria era me vingar da Sakura, por isso eu mudei de rumo e caminhei até parar em frente a uma casa grande. Toquei a campainha e um senhor muito bem vestido abriu a porta.

                –Como posso ajudar o belo cavalheiro? – ele tinha óculos pequenos que ficavam na ponta do pontudo nariz. Tinha um paninho branco apoiado em seu antebraço e ele tinha um engraçado sotaque francês. Tudo indicava que era o mordomo.

                -A Karin se encontra?