Souji In Wonderland escrita por RecklessAngel


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

História feita pra minha amada Souji Seta, que ficou insistindo pra eu terminar logo e eu enrolando, desculpa >:
Enfim, aqui está :3
P.s: Não sei NADA de persona, por favor encaminhar as reclamações para a Souji Seta, obrigada. u-u
P.s²: Eu não sei fazer sinopses, no dia que descobrir alguém que sabe, me avisa que pra mim é novidade. q



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- Ok, vamos recapitular essa história. - Disse o garoto de cabelos grisalhos para si mesmo, ainda em um ligeiro estado de choque. - Onde eu estou pra começo de conversa?

 Até onde ele conseguia se lembrar, ele não havia sequer pensado em sair de Inaba. Mas aquele lugar nem de longe parecia com aquela cidadezinha aparentemente, mas na realidade nada, pacata. Na verdade, ele nem mesmo estava em uma cidade, pelo menos não em uma cidade normal. Olhou ao redor, tentando se localizar. O local se parecia muito com um mundo de conto de fadas. Grama muito verde, céu muito azul, arvores muito perfeitas, pássaros muito cantantes e flores muito falantes. Espera aí, flores falantes?

É, esse fato intrigou o garoto, que começou a recuar em um pânico contido para longe das flores. Elas pareciam até fofocar sobre ele, falando em sussurros e o olhando com cara de desaprovação. Que ótimo, nem sei onde estou e até as flores já me odeiam.

Apesar do fato ligeiramente estranho, ele se recuperou até rápido, pelo menos desse choque, pois logo outra coisa lhe chamou a atenção, mas dessa vez não era o ambiente estranho, mas algo nele mesmo. Orelhas, mas não orelhas como eu e você temos, não, isso não seria um espanto tão grande. Ele tinha orelhas de coelho e, como se não bastasse, um rabo redondo e felpudo para completar o conjunto também.

- Purrr, mas como o senhorrrr está elegantemente fofo hoje, senhor Coelho Branco, meu velho amigo. Purrr.  - Disse uma voz vinda de um galho à sua direita, onde ele jurava que não havia nada, nem ninguém, até alguns segundos atrás.

- Yosuke? O que você está fazendo ai em cima e... Isso são orelhas de gato? E um rabo? E que cores são essas, isso é realmente possível? - Perguntou o "coelho branco" estranhando ligeiramente aquilo tudo.

- "Yosuke"? Será que sua pressa habitual está começando a lhe causar delirrrr - De repente o ruivo estava do seu lado, brincando com suas novas orelhas de coelho com suas... patas? - rrios? Até parece que não me rrrreconhece, velho amigo.

- Bom, velho eu não sei mas, o que houve aqui? Melhor dizendo, o que é isso aqui? - Perguntou com uma aceitação até um tanto quanto indiferente. Já estava tudo estranho demais pra continuar se espantando.

- Purrrrr... Dar-lhe-ei um tempo para que explore mais o terrrreno. Depois encontre-me perrrto do castelo de copas, sim? Purrr. - E com um sorriso ligeiramente normal, pelo menos pra um mundo bizarro, claro, ele foi sumindo aos poucos até desaparecer quase completamente, deixando apenas o tal sorriso flutuando mais um tempo, tempo o bastante pra se conformar que não adiantava tentar entender mais nada. Desde quando o Yosuke é inteligente o bastante parar falar "Dar-lhe-ei"? Bem, não importa nesse momento.

Como não sabia o que no mundo seria o tal castelo e muito menos como chegar lá, resolveu andar a esmo por aí e realmente "explorar o terrrreno". O Yosuke já não parecia muito brilhante antes, mas o ronronar só piorava ainda mais as coisas.

Depois de andar um bom tempo, leia-se algo entre cinco minutos e três horas,  avistou uma casinha até que simpática. Um calafrio desceu por sua espinha, coisas simpáticas nunca eram boa coisa, nunca. Como não havia mais nada por perto e o cheiro inebriante de comida parecia chamar seu estomago vazio, que gritava com ele em protestos violentos naquele momento, resolveu se aproximar e averiguar o que haveria de interessante por lá.

Chegando mais perto viu que, em frente a casa, havia uma mesa arrumada para o chá da tarde, apesar de que parecia estar de manhã. Haviam bolos, tortas, quiches, biscoitos, algumas outras comidas com uma cara incrivelmente boa e é claro, chá. E também  haviam pessoas, afinal nenhum chá da tarde é um chá da tarde sem alguém para tomá-lo, não? Aparentemente não. Haviam três "pessoas" à mesa. Chie, Yukiko e mais alguém que, como estava dormindo com a cara no prato, ele não identificou, apenas notou que tinha orelhas  e um rabinho inquieto de rato também, além de ser bem pequenininha.

Começou a se questionar se alguém ali permanecia normal. Apesar de todos estarem com as roupas de sempre, uniformes e acessórios a parte, cada um era um animal, Yosuke era um gato,  Yukiko pelo visto era um coelho também... Ou no caso da Chie, simplesmente usava um chapéu pra lá de estranho, em conceitos "normais". Mas, o que era 'normal' naquela altura do campeonato? Bom, isso era algo para se discutir mais tarde.

- Chie? Yukiko? Bom, não sei bem se vou receber uma resposta digna ou que faça sentido mas, o que está acontecendo aqui exatamente? - Perguntou meio desanimado, sentando-se em uma cadeira sem ao menos ser convidado para tal e analisando alguns bolinhos que estavam ali perto.

- Exatamente estamos tomando o chá exato da tarde. Exato, exato. Sempre na hora, não é, Senhor Coelho Branco? Exemplar, isso sim é exemplar, exato, sempre exato. Exatamente exemplar!  - Gritou a chapeleira  -  Vamos Lebre de Março, acorde essa exata ratinha preguiçosa exatamente agora para que sirva com exatidão nosso bom e exato amigo, Senhor Coelho Branco. - A cada palavra um pouco do chá voava de sua xícara devido aos seus gestos digamos que, exatamente exagerados.

- Acalme-se, Chapeleira. Já é o quinto bule que se vai pelos ares. Ah como desperdiça, que sina! - Reclamou Yukiko, que pelo visto não era um coelho, mas sim uma lebre. Souji nem mesmo sabia pra que diferenciar um do outro, mas o que era, era e assim sempre seria até que falassem diferente, depois disso é outra história. - Vamos Rata, o Senhor Coelho Branco já chegou, levante seu pequeno rostinho desse prato ou vai amassar seu nariz, de novo!

A Rata que estava dormindo tranquilamente acordou com as sacudidas que a lebre lhe dera, ou pelo menos parecia um pouco mais desperta que antes. Levantou o rosto e deu umas piscadelas meio tontas e olhou para o novo convidado que não estava lá antes de ela dormir.

- Nanako?

- Olá, Senhor Coelho Branco Onii-chan, a quanto tempo!... "Nanako"? ...O que seria isso? ...Um doce de beber .... Ou um chá de comer? Ou mais um desses personagens de histórias loucas em outros mundos? ... Eu gosto de histórias... Se quiser me contar uma, eu acho que, aaah, eu posso até dormir com ela. - A sonolência da ratinha a fazia falar devagar, com algumas muitas pausas para bocejos ocasionais e para coçar seus olhinhos cansados com sua cauda.

-Hm... Vocês sabem me dizer onde é o tal "Castelo de copas" por acaso? - Ele até ia responder a ratinha, mas ela já havia caído no sono novamente, era melhor nem tentar acordá-la novamente.

- Você não ia exatamente encontrar o nosso exato Gato de Cheshire por aquelas exatas bandas? Excelente, maravilhoso, encantador... Exato! Me passe aquele bife por favor? Ah, sim, obrigada. Voltando. - Não se importou com o bife em sua boca e continuou a gritar. - Siga exatamente naquela direção, ou naquela, ou mesmo naquela - Começou a apontar para lugares totalmente diferentes com o garfo -  E estará exatamente onde precisa estar. A não ser que se perca, ai nesse caso estará apenas onde deve, mas não exatamente, me entende com a precisa exatidão exata?

 -Te entendo com a mesma precisa exatidão que entendo todo o resto por aqui, mas deve bastar. - Disse ao se levantar e começou a andar naquela exata direção que a Chapeleira Maluca lhe havia apontado, ou talvez naquela outra, nunca se sabe, pode ter sido naquela outra além da outra também, ou até quem sabe, aquela.

Andou por mais um bom tempo, se indagando se aquilo daria em algum lugar, quando sem aviso um muro apareceu bem na sua cara. E realmente doeu. Mas de onde saiu o muro? Ele se afastou um pouco, ainda meio zonzo, e percebeu que não era um muro simplesmente, haviam outros muros além desse, e eles cercavam o castelo de copas. Ou o que ele julgou ser o castelo de copas, já que era em primeiro lugar, era um castelo, e em segundo, cheio de corações em todo canto. Arbustos em forma de coração, janelas em forma de coração, porta em forma de coração, fonte de coração e ate biscoitinhos de coração em uma bandeja de coração que a Rise (usando um vestido ridiculo com corações e uma coroa... De corações.) comia alegremente.

Melhor nem perguntar. Pensou consigo mesmo. Naoto e Kanji também estavam ali, perto de onde a Rise devorava os biscoitinhos sem piedade, relevando seus pedidos de misericórdia,  pelo visto como Rei e servo, respectivamente, cada um com uma cara de tédio pior que a do outro. Vai entender. Preferiu passar reto, contornando o castelo para ver se o Yosuke voltava a aparecer.

Dito e acontecido, exatamente. Na terceira ou sexta volta eis que ele nota uma clareira que não existia ali naquele canto antes. Talvez por que nem ao menos existia uma floresta, mas detalhes são detalhes. Ele foi em direção ao novo local e viu em um canto, novamente em um galho, o 'Gato de Cheshire', ou como ele preferia, Yosuke.

-Purrrr. Como estava o chá, meu amigo? Agrrrradavél espero. 

- Não cheguei a tocar na comida, afinal, não da pra confiar na comida daquelas duas, você sabe... Mas não foi de todo mal. Agora, posso saber o que está havendo? Por favor? - O grisalho sentou-se na arvore em frente, de uma forma que ficava confortável na sombra e ainda via bem o "gato" sem precisar mover muito o pescoço.

Agora que ele tinha começado a reparar como o Yosuke ficava... Fofo com aquelas orelhas e a cauda, combinavam perfeitamente com sua personalidade mimada e preguiçosa, cheia de manha. Ele se movia lentamente, sempre com o sorriso tentador nos lábios, era quase pornográfico de tão provocativo.

- Purrrr, mas até parece que, - E mais uma vez ele estava logo ao seu lado, à esquerda, só que dessa vez se esfregando nele como um gato de verdade. Seu cheiro confundindo os sentidos do grisalho e seu toque lhe causando arrepios. - purrrr, perdeu a sanidade, velho amigo. Vai dizer que, purrr, não se lembra de nada? - Estava  agora a sua direita, olhando-o nos olhos com o sorriso ligeiramente mais largo que o habitual, fazendo-o quase perder o controle. - Nem, purrrr, de nós?

O garoto não sabia como entender aquela frase, afinal, sobre ele mesmo ele não estava confuso, não mais que o habitual. Quanto ao outro, até que estava bastante confuso, afinal, ele sempre fora folgado e sem limites de contato físico, mas não a esse ponto, ele estava literalmente sentado no seu colo, de frente para ele, o que era bem sugestivo se quer saber.

- Yosu... Gato de sei lá o que, o que você pensa que está fazendo... Exatamente? - Por mais estranha que a cena fosse, sua voz e expressão continuaram imutáveis, como sempre. Talvez uma gota de suor estivesse escorrendo pelo seu rosto, mas a expressão era a habitual, calma e inexpressiva, contida.

- Purrr, mas ele não lembra mesmo! Óh, caro Coelho Branco, como purrr pode se esquecer? Purrrr.- E ao dizer isso, o jovem risonho segurou o rosto de seu prezado amigo esquecido e lambeu-lhe os lábios.  - Assim vai me, purrrr, magoar. - E com um sorriso um pouco mais, digamos, pervertido, o beijou.

Aí a ficha caiu. Simplesmente, puf. Ele chegou a conclusão que deveria ter chegado desde o começo. Aquilo não fazia o menor sentido e nunca iria fazer. O grisalho então decidiu que, se não fazia sentido, não valia a pena pensar sobre aquilo também, e se deixou levar por seus instintos que, antes sufocados, gritavam no fundo de sua mente. Puxou o ruivo para si, aprofundando o beijo e subindo as mãos pelas costas dele, puxando sua camisa enquanto ia sentindo aquela pele quente e macia.

Suas orelhas estavam em pé pela excitação, e o outro ronronava como nunca ao receber suas caricias. Ao retirar a camisa e ver o corpo seminu do outro, sentiu o rosto corar levemente e resolveu voltar os beijos para a parte do pescoço do garoto, ocultando seu rubor e deixando marcas por onde passava.

Suas mãos percorriam o corpo do outro com um desejo insaciável e logo chegaram no zíper de sua calça, a qual foi rapidamente dispensada por estar no caminho, assim ele poderia...

- Souji! Souji? Ta aí? Acorda logo. - O jovem de cabelos brancos abriu os olhos devagar, sem entender nada. - Depois reclama de mim, eu durmo na aula e você vendo filme, ninguém merece. Nem me chama de novo pra sua casa se for dormir, ok? Muito menos em cima de mim.

Assim que conseguiu realmente ver alguma coisa o garoto se lembrou o que havia acontecido. Ele estava assistindo o filme da Rise que o Yosuke havia lhe obrigado a ver junto com ele em sua casa, alguma versão tosca de um clássico infantil com uma garotinha que... como era mesmo o nome dela? Alice, achava ele, quando caiu no sono. É, um sonho era uma explicação plausível para o que havia acontecido, não?

Tornou a olhar para o ruivo que corava enquanto lhe xingava por ter babado no ombro dele, e contava todas as cenas 'emocionantes' que havia perdido, toda a fofura da Rise e algumas outras coisas que ele nem se deu ao trabalho de ouvir. Seu olhar se prendeu nos lábios do garoto, que continuava a falar sem parar, como sempre, mas que se calou surpreso quando seus lábios encontraram o do amigo. Um sonho, hum? Interessante.


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Notas finais do capítulo

Don't kill me, don't kill me, don't kill me D: q



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