Todos de certa forma já sentiram um vazio dentro de si. Um vazio preenchido pela escuridão e pelos segredos, por que todo mundo possui uma parte triste e escura dentro de si, até as melhores pessoas, até as que se julgam puras e bondosas. Todos possuem a parte escura, as vezes é fácil de ser percebida, mas as vezes demora pra verdade aparecer, não importa, afinal todos temos e não importa quanto tempo demora, simplesmente surge.  Algumas pessoas conseguem simplesmente esconder a maldade dentro de si, mas outras pessoas não tem autocontrole suficiente para isso e são domadas pela parte não muito agradável de si. Geralmente isso acontece com pessoas de cabeça de cabeça fraca, ou naquele momento de fraqueza emocional. Quem nunca, em um momento de stress, acabou gritando com alguém que não tinha nada a ver com o que estava acontecendo?   Muitas vezes isso acaba ficando sério de mais e uma simples crise de nervoso, ou desespero, acaba atingindo muitas outras pessoas. A culpa de ferir, seja emocionalmente ou fisicamente, alguém sempre estará lá, não importa o tratamento caro, ou simplesmente a soneca que você tire.  Muitas pessoas acreditam que tratamentos médicos são a melhor forma de recuperação, mas algumas pessoas (como eu) sonhadoras acreditam que talvez o melhor tratamento pra cabeça, seja o coração.  Dizem que o amor é algo que machuca e algumas pessoas chegam a dizer que ele não vale a pena, mas pra alguns ele vem, mas vem com tudo mesmo. Muitas vezes o amor machuca sim, mas se for fácil, vai embora fácil. O amor é algo que realmente machuca, mas há sensação melhor do que suas pernas bambeando ao chegar perto DAQUELA pessoa, as tão faladas “borboletas” no estômago e os fogos que estouram em um simples selar de lábios ?

O amor machuca  nos momentos difíceis, mas e no dia-a-dia ?  A parte boa do amor está em cada segundo passado com a pessoa certa, ou a segurança passada por um simples olhar. Segurança esta que Finn passou pra Rachel em todos os momentos difíceis.

Ali estava a nossa vitima do amor, em um dos momentos difíceis e em que a dor é tudo que se sente, sentada na sala de espera do hospital. Suando frio pelo o que estava por vir e o que teria que enfrentar. Ela realmente não ligava no que os outros falariam, ou se a julgariam. O que realmente importava estava por vir, ou melhor quem. 

Já recebera a ligação do hospital há 2 horas. Esperara o tempo todo pensando em como seria a reação de Finn ao vê-la, após ele ouvir tudo de um estranho. Ela sabia que perdoar o que ela fizera seria difícil, mas ela tinha esperanças de o amor iluminar Finn assim como a iluminou.

“Rachel Berry.”

O seu nome foi chamado e junto com ele o coração acelerou e o suor frio era cada vez mais presente. Esfregava suas mãos à fim de eliminar o medo e a insegurança.

Seguia a enfermeira pelos corredores brancos e a cada passo que dava seu coração pulava mais forte.

A enfermeira abriu a porta do quarto , deu passagem para Rachel entrar. Ainda de cabeça baixa pôde ouvir o rangido da porta ao ser fechada.

Sentia sua bochecha corar só de lembrar tudo que passou. Criou coragem, se aproximou dando leves passos em direção a cama e parou. Ergueu a cabeça, fitando o rosto levemente machucado de Finn.

Seus olharem se fundiram e ambos conseguiam sentir uma explosão dentro de si mesmos. Naquele momento nada foi lembrado, segredos foram esquecidos e a paixão dominou os dois corpos e as almas ali presentes.

Finn deu um daqueles sorrisos tortos, fazendo o coração de Rachel acelerar mais ainda. Se ajeitou na cama fazendo caretas, meio que sentando na cama, dando espaço para um outro corpo. Fez um leve gesto com a cabeça indicando para Rachel se deitar ali.

Não pensou em nada, apenas o fez. Deitou na pequena cama de hospital, ainda dura e com medo. Finn passou um de seus braços por baixo dela e sentiu o corpo da pequena relaxar e se aninhar em seu peito. 

Finn sentiu sua camisa começar a molhar e logo viu Rachel chorando. Aquilo o machucava mais do que o tiro que tomara.

“Shhhhhhh, pequena. Eu to aqui, não precisa ter medo.”

A mão passeava pelos cabelos sedosos dela, fazendo o cafuné que ela sentia tanta falta. O amor de sua vida ali chamando-a da forma que fazia seu coração bater forte.

“Desculpa, Finny. Desculpe por não contar e eu não consigo viver mais sem você. Cada célula de mim clama pelo contato de nossas peles, cada parte de mim tem um sede insaciável de você. Desculpa por ter sido tola, Finn. Esse tempo todo com você aqui, me fez perceber o quanto você me mudou. E eu juro que não sou mais a mesma, eu mudei.”

Ela o olhava, com os olhos vermelhos e falava tão rápido. Os lábios vermelhos chamavam a atenção de Finn, mas ele não podia. Não ainda.

“Calma, pequena... Sh... Eu to aqui, não tem o que explicar, eu já falei e vou continuar falando sempre. Eu não ligo para o que você era antes, eu só... Não sei, meu coração fica chateado e senti raiva quando soube, mas ele não deixa isso ser permanente. Você não precisa ficar assim ok? Eu to do seu lado. Agora me conta tudo.”

Rachel o contou basicamente sobre TUDO.. Contou que os Hudson tinham voltado e que  agora eles eram como uma família. Contou que faltava apenas um mês pra formatura e nada era a mesma coisa sem ele.  Contou que estava indo ao psicóloga e que estava trabalhando em um projeto pra crianças carentes, tanto as com problemas familiares, quanto as envolvidas com drogas.

O que Finn pensava ser o mais encantador? Ela contava tudo com um sorriso no rosto e lágrimas descendo. Talvez fosse o recomeço de tudo.

Ali estava Rachel, sendo uma lutadora. Superando o passado e pensando num futuro próspero.

Primeiro deve-se enfrentar o passado, depois tentar superar a sua fase obscura. Mas antes de pensar no futuro, acima de tudo deve-se viver o presente, tentando recompensar o tempo perdido, já que alterar o passado não é uma opção.