Passagem De Ano escrita por NanamiUchiha


Capítulo 1
Passagem de ano


Notas iniciais do capítulo

Bem, é apenas uma one-shot que eu escrevi mesmo na noite da passagem deste ano. Acabada 5 minutos antes das doze badaladas =)



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– Sasuke, anda depressa. O fogo-de-artifício está quase a começar.

– Que exagerada, faltam quase vinte minutos.

Mesmo assim, praticamente corri a distância que separava a cozinha da sala, sempre a tentar abrir a teimosa garrafa de champanhe que teimava em não abrir. Faltavam dezoito minutos certos para a meia-noite.

Estava com a minha namorada, no apartamento que tínhamos alugado para nós dois fazia poucas semanas. A nossa relação já durava há quatro anos e não víamos qualquer entrave quanto ao porquê de não morarmos juntos. Sakura e eu completávamo-nos um ao outro. Ela era paciente, divertida, carinhosa, sabia ouvir. Eu, em contra-mão, era impaciente, rabugento, frio e perdia a cabeça à mínima coisa.

Opostos atraem-se, sempre ouvira dizer.

– Então amor? – Sakura virou os olhos verdes dela para mim, ainda empoleirada na varanda da nossa sala. Devo admitir que, a partir do momento em que os meus olhos captaram a visão dela, de roupão de linho branco, há janela, com o cabelo a ondular ao sabor da leve brisa, a última coisa de que me lembrei foi da garrafa. Reparando certamente no meu ar gazeado, ela veio ter comigo, sorrindo, retirando-me a garrafa das mãos. – Precisamos de ajuda de alguém mais competente é?

– É mais de alguém com mais paciência, para não atirar a garrafa ao chão. – Brinquei também, enquanto a abraçava pelas costas, apoiando o queixo no ombro dela.

– Ai tão impaciente que ele é. – Riu-se ela, enquanto conseguia retirar a rolha do champanhe, fazendo com que o tradicional “pop” se ouvisse. - É melhor ires começando a ganhar mais paciência, Uchiha.

– Ai, sim? E porquê?

– Ora, ano novo, paciência nova, não quero viver com um resmungão a minha vida toda.

– Mesmo que o resmungão seja eu?

Ela fez uma pausa, olhando inocentemente para mim, como quem pondera uma resposta.

– Bem, eu sou louca por ti, logo tenho de confessar que, por ti, eu faço um esforço. Mas não tolero mais ninguém.

– E quem disse que eu tolerava? – Atirei, antes de capturar os lábios dela com os meus.

Ficámos ali um longo tempo à janela, somente abraçados um ao outro, eu com o peito encostado às costas dela, pois sabia que era o sítio onde ela sempre esfriava primeiro. Ela ia passando as mãos pelos meus braços, em carícias constantes, que faziam a minha pele arrepiar-se.

Durante aqueles minutos finais daquele ano falamos de muitas coisas. De tudo o que tinha acontecido de bom: ambos tínhamos arranjado emprego, ela no hospital, juntamente com o meu irmão, eu na antiga firma do meu pai; O facto de o meu irmão, Itachi, ter sido promovido a chefe da equipa de cirurgia e, assim, a chefe da Sakura, bem como o facto de ter sabido, no mesmo dia, que ia ser pai. Neste momento, Kira, a minha cunhada, contava já com uns redondos oito meses.

Mas também os maus momentos: tudo o que correra mal durante o aniversário da morte dos meus pais; a discussão com os meus futuros sogros, que por eles eu nem sequer tinha conhecido a Sakura sequer; E a partida de um dos nossos melhores amigos do país. Naruto havia emigrado para os Estados Unidos a fim de fazer faculdade, mas acabando por desistir e arranjando trabalho lá. Pelo menos sabíamos, já tinha arranjado uma casa, bem como uma companheira, também emigrante do Japão.

Também falámos do futuro. O nosso futuro. Juntos. Não era ainda oficial, mas o facto de já estarmos a viver juntos parecia um preliminar para o casamento. Em segredo, eu já começara a tratar de tudo com o Itachi. Faltavam apenas tratar de alguns pormenores. Contava poder fazer o pedido dentro de poucos dias. Talvez estivesse a meter o carro à frente dos bois por já estar a planear tudo sem ter um “sim” da parte dela, mas eu sempre vivera dois passos à frente dos outros.

– Faltam só dois minutos! – Exclamou Sakura, num repente, puxando-me pela mão até à mesa que tínhamos preparada, diante da varanda. Observei os gestos delicados e suaves que ela usava para servir as duas taças de champanhe, correndo depois para a janela. Segui-a.

A multidão amontoava-se na pequena praça que existia em frente ao nosso condomínio, já preparados para receber o novo ano, praticamente cada qual com um balão transparente nas mãos. Todos olhavam para o grande relógio que demarcava o tempo, em compasso decrescente, para as doze badaladas.

Dez... Nove... Oito… Sete…

Sakura agarrou forte na minha mão, que eu mantinha levemente pousada sobre a barriga dela. Olhou fixamente nos meus olhos, verde para ónix, e sorriu como eu nunca a tinha visto sorrir antes. Entrelaçou o braço que tinha a taça de champanhe no meu, gritando os últimos segundos daquele ano, tal como as pessoas lá em baixo.

Três… Dois… Um…!

O fogo-de-artifício rebentou em nosso redor. Não consegui conter um sorriso ao ver Sakura pular como uma criança pequena antes de, em conjunto comigo, bebermos das nossas taças, sempre com os braços entrelaçados.

– Feliz ano novo, amor. – Desejou ela, colando depois os lábios aos meus por uns bons segundos.

– Bom ano, bebé. – Beijei a na testa, abraçando-a pela cintura. – Ano novo, vida nova. Contigo. É tudo o que eu quero.

Sakura levantou, lentamente, o rosto para mim. Tinha o sorriso mais terno que eu alguma vez já tinha visto em alguém. Acariciou o meu rosto com uma das mãos, indo depois em busca da minha. Virou-se de costas para mim, encostando novamente às costas ao meu peito. Um movimento completamente aleatório, tão normal como sempre era.

Contudo, quando falou, fê-lo com uma felicidade contida.

– Não podia estar mais de acordo. Ano novo, vida nova… E uma nova vida. – Todas as palavras de pareceram absolutamente normais. Apenas os seus gestos me deram a conhecer o verdadeiro sentido das palavras dela.

Ao falar, ela colocara a minha mão sobre a barriga dela.

Não foi preciso muito mais para a perceber. Apenas a beijei da forma mais apaixonada que sabia. Ela correspondeu e depois desmanchou-se em sorrisos, enquanto me abraçava pelo pescoço.

– Gostas-te da novidade?

– Adorei! – Pousei a taça, libertando a outra mão, passando-a também pela barriga dela. Ainda não se sentia grande avanço da gravidez claro, mas mesmo assim eu sentia que sempre havia de ter sabido. – Há quanto tempo sabes?

– Confirmei hoje. – Sorriu ela, penteando o meu cabelo com as mãos.

Ah… Dai ela ter saído de tarde, durante tanto tempo.

– Ino?

– Bem, tinha de te dar uma desculpa, não era? – Senti os leves lábios dela a beijarem-me o queixo com carinho. – Ficas zangado?

– Claro que não. – Abracei-a mais a mim, perdendo-me no mar de algas que pareciam os seus olhos. Naquele momento, senti-me como se tudo o que eu mais quisesse na vida estivesse mesmo à minha frente. – Mas para a próxima quero ser eu a ir contigo.

Para a próxima?? – O tom de voz era de surpresa mas também ligeiramente escandalizado.

– Achas que me vou ficar apenas por um filho? – Ela riu-se e abanou a cabeça, encostando-a depois ao meu ombro, pondo a mão dela por cima da minha, sobre a barriga dela.

– Este ano vai ser o melhor de sempre. – Divagou ela, olhando para o céu cravejado de estrelas. - Tenho-te a ti e tenho aqui o nosso mini-meu. Tenho tudo o que preciso. Amo-te, Sasuke-kun.

– Eu também te amo. – Sentei-a com carinho no meu colo, sempre a proteger as costas dela. Era assim que queria ficar. Para sempre.

FIM


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Notas finais do capítulo

E assim terminou a minha primeira fic aqui
Espero que tenham gostado =)
Reviews são aceites e prometo que tentarei responder a todas =)
**



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