- House... House, acorda. – disse, calmamente primeiro, até que uma raiva foi tomando conta de si. – HOUSE, É SÉRIO, ACORDA.

Eles estavam deitados no que parecia ter sido uma cama algum dia. Naquele momento, era só um colchão no chão, no centro de uma estrutura de madeira mais alta que a posição em que estavam.

Ao invés de acordar, House fez o seu ronco soar mais alto e virou para o outro lado.

Wilson esfregou a fronte em sinal claro de estresse. Se não fosse o problema na perna do companheiro, ele já teria jogado-o para o chão propriamente dito para que entendesse o problema.

Levantou-se, pulou o que deveria ser o suporte da cama e foi em direção à cozinha.Não adiantaria muita coisa tentar acordá-lo de qualquer forma.

Após uma hora, o cheiro de café preenchia todos os espaços da casa junto ao de pão quente.

O som da bengala contra o chão começou a ser ouvido.

- House, precisamos de uma nova cama.

- Não vejo problema na que está lá no quarto, tem cara de bordel ou motel. – falou, sentando-se na cadeira perto de si, pegando um pão e tirando um grande pedaço com os dentes.

- Como você pode ser tão irresponsável? Não temos uma CAMA!

- Eu não sou a Amber. Nós não vamos discutir por causa de cama. A|quela está ótima.

- Por que você sempre precisa fazer toda força do mundo para que nada mude na sua vida? A cama está quebrada há uma semana. SETE DIAS DORMINDO NO CHÃO!

- No chão não, em um colchão no chão.

- Minhas costas estão doloridas sabia?

- GAH, VOCÊ É UMA MULHER! Deve ser difícil para uma mulher viver presa no corpo de um homem.

Ele precisava criar coragem de arriscar algo para convencê-lo a comprar a nova cama... Não dava para seqüestrar novamente a guitarra dele, o piano era grande demais e, por mais que tentasse esconder os frascos de vicodin, ele os encontraria novamente.

- Então tá... Greve... De... Sexo. – falou balançando as mãos no ar como se estivesse atrapalhado consigo mesmo nas palavras e nos gestos.

House arregalou os olhos, mas não o suficiente para demonstrar que ficara preocupado, levantou-se após terminar de tomar o café e disse:

- Ok, então pode comprar a cama nova. – e saiu andando em direção à porta.

- Mas você não vai me ajudar a comprar? – ouviu-se o barulho da porta se fechando – House? House?... Você vai mesmo me deixar falando sozinho? House!

Sentou-se. Não adiantava, ele continuava sendo Gregory House.