When Youre Gone escrita por TaTa B-P, Babi


Capítulo 18
Capítulo 16




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/194086/chapter/18

-Carlisle! Carlisle! PAI! – Bella gritava enquanto descia as escadas, a fim de evitar que o pai saísse.

Quem a visse passar, veria apenas um borrão de cabelos castanhos disparado pela casa. Ele a esperava surpreso e curioso com a empolgação dela. Ela finalmente o alcançou e encostou-se no carro com um meio-sorriso. Finalmente Carlisle saiu de seu choque e sorriu para a filha.

-O que foi meu anjo? – Ele perguntou.

-Leve-me para o hospital! Eu quero aprender! E... E depois podemos comprar os livros! E... E... Eu vou ser médica como você!

Jasper apareceu assustado na porta e perguntou:

-Bella, você tem certeza que quer fazer isso? Quero dizer... É um lugar com muito sangue... – Ele sorriu encabulado e descrente.

-Está duvidando de meu autocontrole, Jasper Whitlock? – Ela desafiou-o, divertida e colocou ambas as mãos na cintura de modo teatral.

Jasper não entendia o que poderia ter provocado essa mudança repentina no comportamento de Bella, mas não podia deixar de se sentir feliz pela mudança.

-Não, mas desde aquele dia na escola eu achei que você não quisesse mais contato com os humanos e... – Jasper continuou confuso.

-Aquele dia é aquele dia, ou seja, passado. Assim como todo o resto! – Bella cortou-o.

Jasper suspirou e deu de ombros. Emmett saiu e disse acenando:

-Curta bastante Bells!

Todo mundo parou e olhou para ele, porém foi Bella quem fez a pergunta. Seu rosto estava distorcido em uma careta quando ela perguntou, estranhando o apelido:

-Bells?!

-É! Legal, não é? – Ele confirmou rindo da cara dela.

Bella balançou negativamente a cabeça e perguntou:

-Quantos anos você têm mesmo, Emmett?

Todos riram com a colocação dela. Mas Bella realmente aprovara o novo apelido. Era algo que mostrava o carinho de Emmett e isso a deixou feliz. Logo o silêncio voltou a reinar na garagem e todos olharam para Carlisle esperando o que ele iria decidir. Ele olhou fixamente para Bella antes de sorrir e dizer:

-Então vamos, antes que eu chegue atrasado.

Bella entrou rapidamente no carro e acenou timidamente para todos que presenciaram a cena. Carlisle lutava para conter sua empolgação. Bella seria sua primeira aprendiza e ele se sentia orgulhoso que aquela a quem considerava uma filha estar seguindo seus passos.

Enquanto o carro rapidamente saía do terreno da casa, Edward observava silenciosamente da janela de seu quarto e viu perfeitamente o que se passara na garagem pelos pensamentos dos outros. De repente ele se pegou pensando novamente em Bella e se repreendeu pensando que ele não deveria pensar nela, quando ela nem pensava mais nele. Porém, todo o mistério que a rondava, envolvendo Jasper e os outros Cullen, deixava-o intrigado demais.

-Hey, Emmett, posso sequestrar Rosie por um momento? – Jasper disse assim que perdeu a Mercedes de vista.

-Claro! –Ele disse. – Não quero desagradar o cunhadinho. – Sorriu desafiador.

-Inho?! – Jasper ergueu uma sobrancelha.

Emmett então cruzou os braços flexionando os músculos e respondeu:

-Exatamente. Vai discutir comigo, cunhadinho?

Jasper estreitou os olhos e Alice deu risada murmurando:

-Dançou Emmett.

Emmett franziu o cenho em descrédito quando ouviu Alice e então o desafio veio:

-No jardim dos fundos, meio-dia.

-Feito! – Ele estendeu a mão e Jasper a segurou sem hesitar. – Ao vencedor?

-Um carro novo. – Jasper completou. – Ao perdedor?

-Quem perder entrega o carro ao vencedor.

-Ótimo, vou ganhar dois carros! – Jasper disse virando as costas e puxando Rosalie que encarava os dois, irritada.

-Há! Essa eu quero ver, cunhadinho! – Ele ouviu Emmett exclamar convencido.

Eles haviam se afastado o bastante, quando Rosalie explodiu e esbravejou:

-Mas o que diabos vocês dois tem na cabeça?!

-Relaxe, Rosie! Vai ser só uma brincadeira, aliás, eu tenho certeza que posso ganhar de Emmett. Uma coisa útil que aprendi quando saí de casa, foi a lutar, irmã. Não há com que se preocupar. – Ele piscou.

-Vou acreditar em você. – Ela murmurou, desistindo. Em seguida, ela ergueu a cabeça e fitou dentro dos olhos do irmão. – Vamos aproveitar esse momento a sós e me diga o que aconteceu depois que sumiu.

Jasper suspirou e começou a contar tudo par a irmã, sem omitir detalhes. Ao final, Rosalie está pensativa e isso deixa Jasper apreensivo, pois não desejava que a irmã o julgasse. Por fim, ela suspirou e disse sorrindo:

-Ainda bem que encontrou Bella.

Jasper não pôde fazer nada a não ser rir. Mas logo o clima voltara a ficar tenso, já que ele passou a buscar um jeito de indagar à irmã sobre o que acontecera a ela quando ele partira. Rosalie provavelmente já previa a pergunta, pois se adiantou:

-Sei que quer saber o que aconteceu comigo, Jazz. Apesar das suas mudanças ainda conheço-o o suficiente para saber de sua curiosidade insaciável. Mas eu não estou pronta para contar a você e espero que desta vez respeite minha vontade.

Jasper não queria ceder, mas sabia que devia isso a gêmea, então apenas assentiu contrariado. Isso apenas fez com que Rosalie risse mais uma vez e deixasse o clima mais leve.

-Continua revirando os olhos e fazendo o mesmo bico quando é contrariado. – Inevitavelmente ele sorri com ela. – É bom saber que ainda não o perdi completamente.

-Mas eu perdi você, não é Rosie? Espero um dia poder ser perdoado por ter abandonado você. – Jasper murmurou.

Rosalie pôs a mão em seu ombro e se levantou dizendo:

-Não totalmente, Jazz. – Ela suspira. – Eu realmente ainda culpo você. Afinal aqueles foram tempos difíceis, mas você deu um grande passo cuidando da Bella. Há algo nela que me incomoda um pouco, talvez seu drama exagerado... Apesar de eu simpatizar – me pouco com ela e fico feliz que vocês se protegeram nesse tempo todo. – Depois de uma curta pausa, ela encerrou a conversa dizendo. – Vamos voltar para casa.

Quando voltaram, Emmett e Alice conversavam junto de Esme e Edward. Assim que Jasper entrou, Edward saiu e isso fez com que Esme suspirasse, pois rapidamente se apegara aos, obviamente, novos membros da família, mesmo depois de tão pouco tempo em companhia deles. O coração dela se abria facilmente e não fora diferente com os três vampiros que entraram em sua vida desta vez. Apesar de tudo, no momento a sua preocupação maior era com as maiores fontes de desarmonia na casa: Edward e Bella.

                              ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~**~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Em menos de dois meses, Bella tinha aprendido o suficiente para poder trabalhar como médica ao lado do pai, mas ela era insistente e queria estudar a fundo a medicina, assim como Carlisle fizera. Por fim, depois de muita busca, Bella e Carlisle acharam uma boa escola de medicina para ela em Nova Iorque.

Só que Alice e Jasper estavam totalmente contra a viagem de Bella e isso criou um atrito entre eles. Carlisle e Rosalie apoiavam a vontade de Bella, Esme e Emmett diziam que sentiriam muito a falta dela, mas apoiavam também a decisão que ela tomara. Isso formava os dois extremos de argumentação e só Edward se absteve, mas Bella sabia que ele queria que ela partisse.

-Bella, você não precisa ir! Você pode fazer a faculdade aqui mesmo quando terminarmos ou então eu posso conseguir um diploma para você! Eu posso falar com J. Jenks... – Jasper disse tentando convencê-la.

Ela olhou-o mortificada antes de responder:

-Mas é claro que não, Jasper! – Ela pronunciou o nome dele inteiro e ele soube que ela estava irritada. – Como pode achar que conseguiria trabalhar sabendo que meu diploma é falso?! E todos nós sabemos que eu não conseguiria entrar na faculdade aqui, porque eu nem terminei a escola com vocês, então desista, Jasper. O que aconteceu com você?! Por que não apóia a minha decisão?!

-Nós não queremos que fique sozinha Bella. É apenas isso. – Alice disse olhando para o chão.

-Mas é a vontade dela que vocês estão pondo abaixo. – Emmett disse, defendendo Bella.

Rosalie estava sentada no sofá quando deu um suspiro alto e se levantou bruscamente, chamando a atenção de todos para si. Ela olhou para todos os presentes na sala e seu olhar se demorou em Jasper. Então ela disse com a voz firme:

-Ok. Vamos parar com essa encenação toda. Todo mundo sabe muito bem porque Bella está agarrando esse curso em Nova Iorque com tanta força, então por que estamos tentando convencê-la do contrário? Se ela acha que é melhor assim, deixem ela!

Jasper olhou acusadoramente para Bella e ela abaixou o olhar. Rosalie voltou a se sentar e a conversa parecia estar encerrada, mas Bella levantou seu olhar e disse:

-Não é como vocês pensam.

Então ela saiu da casa e correu para a floresta. Rosalie revirou os olhos e disse:

-Eu não tenho mais paciência com ela. Garota dramática!

-Não fale assim de sua irmã, Rosalie! – Esme ralhou com ela do escritório, onde estava com Carlisle.

Jasper suspirou e resolveu que era melhor dar um tempo a ela, porém Alice arrastou-o e levou-o com ela para floresta e foram ambos atrás de Bella. Nesse momento Edward desceu as escadas e reclamou:

-Não sei por que se preocupar tanto com ela. Deixe-a fazer o que ela quiser.

-Ela é importante para todos nós, Edward. – Rosalie disse.

-E como ela vai retribuir toda essa atenção preciosa que vocês dispensam para ela? -Ele disse sarcástico e irritado. – Ela vai embora! Ela vai deixar todos vocês. Grande pessoa que ela é.

-Isso é o que você pensa. – Rosalie rosnou. – Pois saiba que ela só está partindo por sua causa. – Ela empurrou-o com o dedo indicador. – Por que você não olha na mente dela e pare de nos aborrecer?

Edward desviou o olhar de Rosalie, confuso e irritado e então respondeu em um murmúrio:

-Eu não posso ler a mente dela.

Rosalie encarou estupefata:

-Como é? Desde quando? Como ela faz isso?

-Eu não sei! Desde aquela primeira vez eu não consigo, mas parece que nem ela sabe. É algo inconsciente que ela faz. – Ele resmungou contrariado. – Deixe-me em paz, Rose.

-Ah, vocês dois. Só me dão nos nervos. – Ela suspirou. – Vamos, Emmett, eu quero ir ao shopping.

Emmett revirou os olhos, mas foi com ela. Toda vez que tinham de sair Emmett resmungava, já que perdera a luta com Jasper e perdera o carro dependendo de Rosalie, o que deixava o vampiro musculoso terrivelmente possesso. Depois de Rosalie mandar o marido ficar quieto pela milésima vez, eles saíram e deixaram Edward na sala sozinho que, por sua vez, resmungou mais alguns impropérios e passou a assistir alguma coisa na televisão.

                      ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

-Você acha que a gente não sabe que você só quer ir por causa do Edward, Bella? – Alice perguntou.

-Você quer fugir dele, para se poupar, Bella. Acha que eu não sei disso? Acha que não sabemos que você acha que se partir, vai dar mais privacidade para nós e que vamos sofrer menos por não ver você sofrendo? Você só vai se focar nos estudos como uma válvula de escape para seus sentimentos por Edward.

Bella se retraiu com a menção de Edward, mas não se abalou.

-E o que isso iria mudar no fato de eu querer estudar medicina em Nova Iorque? Eu vivi mais de 600 anos sozinha, nunca precisei de ninguém. Por que eu vou me remoer por causa de alguém agora? – Ela repetiu o mesmo mantra que repetia para si mesma.

Alice suspirou e foi acompanhada por Jasper. Eles se convenceram de que não havia nada que eles podiam fazer, e que talvez, aquilo faça até bem para ela.

-Tudo bem, Bella. Faça o que bem entender, mas saiba que eu e Alice não concordamos com essa sua fuga estúpida.

-Jazz, você tem de entender que...

-Não precisa se explicar, Bella. Você tem toda razão. Além do mais, já passou muito da hora de você ocupar sua cabeça com alguma coisa. Eu vou sentir muito a sua falta. Eu nunca fiquei mais de uma semana longe de você e qual vai ser meu hobby agora, já que não vou poder cuidar de você vinte e quatro horas? -Jasper disse tentando melhorar o clima entre eles.

Bella sorriu animada com a mudança de opinião de Jasper e olhou esperançosa para Alice. Esta apenas balançou a cabeça enquanto dizia:

-Espero você todos os fins de semana e datas especiais.

Bella apenas sorriu mais e abraçou Alice agradecida. Ainda eram contra, mas como eles a conheciam, sabiam que era melhor deixá-la ir. Afinal, ela não desapareceria de suas vidas para sempre. E o tempo não era nada para quem vivia eternamente.

As semanas se passavam rapidamente. Jasper já conseguira os documentos falsos para Bella poder cursar a escola de medicina de Nova Iorque e ela já tinha todos os seus objetos mais essenciais guardados e prontos para serem levados.

Era a manhã do dia de sua partida. Carlisle estava no hospital, Esme estava fazendo um projeto em uma das casas da cidade, e o restante estava na escola. Alice também matriculara os novos membros da família na escola e a história criada era que Rosalie era a irmã gêmea de Jasper que havia sido separada dele no orfanato, antes de Esme encontrá-lo e agora que ela era órfã de novo, ela conseguiu encontrar Jasper. Emmett era sobrinho de Esme, cujos pais faleceram em um acidente de carro e agora ele estava sob a tutela dela. Bella estava em seu quarto secreto e observava fixamente um quadro onde ela tocava violoncelo enquanto Edward a acompanhava no piano. Ela se lembrava bem daquele dia. Eles queriam tocar juntos, mas não sabiam o que tocar. Finalmente, Edward sugerira “Serenada”, de Schubert, e Bella concordara prontamente grata que eles finalmente haviam escolhido algo decente e que concordavam.

Ela se perdera nas memórias daquele dia e então, quando voltara a si, sua família já estava de volta e ela tinha de se despedir, pois o momento de sua partida se aproximava. Ela desceu rapidamente as escadas e encontrou todos reunidos na sala de estar, esperando por ela.

-Ai! Eu não acredito que meu anjinho já está indo embora de casa! – Esme exclamou enquanto abraçava Bella com força.

-Mãe, assim você a sufoca! – Jasper disse rindo. – Ela só vai ficar fora por um tempo, além disso, ela vem nos visitar, não é mesmo? – Ele olhou interrogativamente para ela.

-Sim, sim, eu venho! – Disse ela pela milésima vez enquanto revirava os olhos.

Esme fungou, mas soltou Bella que olhou ternamente para a figura que representava uma mãe para ela e disse:

-Eu nunca vou deixar você, mãe. Eu estarei aqui, ó! – Bella apontou o coração de Esme, que sorriu.

Então ela se dirigiu até Carlisle. Este a abraçou com igual força e desejou-lhe sorte e sucesso nessa sua nova empreitada. Um a um, Bella se despediu com o coração na mão. Até mesmo se afastar daqueles que entraram a tão pouco tempo em seu coração como Emmett e Rosalie lhe causava uma angustia sem tamanho.

Edward não estava lá quando ela se despedia. Seu coração se apertou dolorosamente, mas ela fingiu não sentir, mantendo sua máscara de frieza, que manteve durante tanto tempo. Com um suspiro, ela disse:

-Eu vou conferir as minhas coisas e vou embora. Espero que suas aulas de direção propiciem o efeito desejado, Jasper!

Ele riu com as palavras dela. Bella subiu as escadas e foi novamente para seu quarto secreto. Ela olhou para todos os quadros e suspirou. Depois ela se dirigiu até o baú ao lado da porta e o abriu. Olhou todas as edições ali encadernadas e retirou o mais antigo.

- Je vais être différente de celle que j'étais.  – Ela murmurou em francês para o livro em suas mãos. (Serei diferente do que fui.) (N/A: perdoem-me se estiver errado. Eu não falo francês, então o tradutor que me deu essa forcinha.)

Ela devolveu o livro no lugar e começou a cantarolar “Serenada”, quando começou a ouvir as notas dessa música ser tocadas no piano, como se tivessem adivinhado sua vontade.  Rapidamente ela abriu o alçapão e desceu as escadas até ficar ao lado da porta escondida que dava na sala de música.

Ele não sabia o porquê tinha ido até aquela sala e começara tocar precisamente aquela música. Edward também não sabia o porquê de a partida de Bella o afetar tanto parecia que novamente uma parte de si estava indo embora deixando um buraco novamente. As notas saíam ligeiramente confusas, porém seguindo a ordem em que foram criadas. Serenada, que deveria trazer paz e conforto, se tornara confusa nas mãos do vampiro, que exprimia seus sentimentos naquela música que significava tanto para ele e para seu passado.

As emoções que ela tentava há tantos dias dominar para não causar preocupações a ninguém pareceram explodir naquele momento. O ódio, a incerteza, a raiva, o amor e o sofrimento lhe escaparam. Soluços audíveis e ininterruptos irromperam por sua garganta e seu coração em pedaços começou a sangrar novamente. Aquela era a maneira que ela se lembraria de sua despedia silenciosa para ele. Então, com a cabeça encostada à parede, ela deu vazão aos seus sentimentos enquanto ouvia a melodia.

Edward ainda tocava quando começou a ouvir soluços, aparentemente descontrolados, por perto. Porém tocou a melodia até o fim esperando que o choro cessasse. Só que não cessou. Curioso, ele tentou desvendar de onde os soluços saíam e, surpreso, notou que estes provinham da parede.  Assustado, ele se aproximou lentamente da fonte do ruído e aos poucos notou um padrão que se distinguia do restante da parede e que só um vampiro notaria. Parecia o desenho de uma porta, muito pequena.

Bella, de repente, ouvira o som de passos em sua direção e então subiu rapidamente as escadas, fugindo, com medo de ser descoberta. Edward ouvira passos apressados em degraus, escada a cima e então ficou ainda mais curioso. Ele analisou atentamente o arredor da porta e encontrou uma saliência na parede. Ele a pressionou e um “cleck” foi ouvido quando a porta foi destravada. Coberto de expectativas, Edward abriu a porta e olhou para as escadas que se estendiam a sua frente. Sem pensar duas vezes ele as subiu, ergueu o alçapão em seu fim e adentrou o aposento escuro.

Nesse momento, ela dava a partida no carro e saia acelerando o máximo que podia e partindo.

Edward estava paralisado no lugar. As únicas coisas que se mexiam eram seus olhos, que percorriam, sem acreditar, o ambiente ao seu redor. Ele não soube o que pensar ao ver todos aqueles quadros reunidos ali. Vestidos antigos pendurados em um suporte, o cheiro de Bella em todo o lugar. Quando retomou o controle de seu corpo, ele se sentou no divã que ficava no meio do aposento e passou a observar melhor o que estava ao seu redor. Não precisava de luz para enxergar tudo com precisão. Exatamente à sua frente estava uma pintura de seu rosto. Feita tão fielmente que poderia ser uma fotografia. Ele fechou os olhos, lembrando.

FLASHBACK ON

Bella revirou os olhos e repetiu pela décima vez:

-Edward, fique parado!

-Mas Bella, eu estou parado! – Respondeu ele bufando.

Com um suspiro Bella deixou as coisas de pintura de lado e disse:

-Esqueça. Não é possível! Você se mexe demais! – Ele pode notar, comicamente, o sotaque francês vindo à tona na voz dela como nos momentos em que ela ficava indignada.

Edward começou a retrucar, mas quando viu os olhos vidrados de Bella, ele soube que ela estava tendo alguma ideia e que provavelmente o surpreenderia. Sem dizer nada, Bella pegou Edward pelo braço e acompanhou-o até a porta da frente. Então ela chamou um coche e fez com que ele entrasse. Ele estava confuso.

-Mas o que...? – Ele começou a perguntar, mas então desistiu balançando a cabeça em negativa.

Logo Bella voltava e um criado trazia junto com ela todos os objetos que ela usava para pintar. Edward a olhava sem acreditar que ela era realmente capaz de fazer tantas coisas absurdas. Onde ela iria pintá-lo se estava ventando um absurdo naquele dia?!

A carruagem seguiu até o parque, onde Bella pediu para que o cocheiro parasse. Depois de pagá-lo, ela fez Edward levar todas as suas coisas para a colina mais alta daquele lugar. “Manter as aparências.” Ela havia dito.

-Você estava querendo se mover, não é mesmo? Esse será meu mais novo desafio: pintar Edward Masen em um dia de vento! – Ela disse e riu da expressão de pasmo total do rapaz.

O assunto logo tomara o rumo de amenidades, então, logo eles estavam descontraídos e Bella começou a pintá-lo. Edward não poderia estar mais radiante do que naquele dia. Ela olhava fixamente para ele, mesmo que sua memória aguçada tornasse desnecessária a observação, e tentava captar todos os detalhes. O vento açoitava o cabelo dele e suas bochechas estavam coradas. O sorriso torto favorito de Bella estava ali faiscando para seus olhos. Os olhos. Aquelas duas esferas mais brilhantes que esmeralda tinham de ser perfeitamente retratadas.

-O mais lindo de todos, eternizado nessa pintura e no meu coração. – Disse ela quando terminou e mostrou o resultado final para Edward.

-Bella! – Ele exclamou estupefato. – Parece... É tão real! Parece um espelho!

Bella soltou uma risadinha tímida e agradeceu o elogio à sua pintura. Edward se aproximou e se prensou em Bella em um beijo apaixonado. O amor deles parecia explodir em faíscas.

-Eu te amo. – Ele disse quando se separaram em busca de ar.

-Eu te amo mais.

-Não tente comparar uma árvore com uma floresta. – Edward disse olhando profundamente nos olhos de ouro derretido de Bella.

-Então nosso amor é igual e infinito. – Bella concluiu puxando-o para mais um beijo.

-Pare Bella! Estão todos olhando! – Edward se separou dela rindo.

Porém a resposta de Bella o surpreendeu:

-Ao inferno com eles!

Então ambos se beijavam fogosamente em um parque público, ignorando todos os olhares, quebrando todas as regras.

FLASHBACK OFF

Ele correu os olhos novamente pelo ambiente ao seu redor. Bella ainda mantinha tudo o que era da época em que estavam juntos, mas ele não entendia o porquê de não ter queimado tudo junto com a cabana deles. Ela havia o abandonado no momento que achava que ele estava morto. O abandonara sem pensar na possibilidade que havia. Olhou mais uma vez para os quadros a sua volta.

Finalmente, o baú antigo, no canto do quarto, chamara a sua atenção. Ele se levantou e se agachou em frente ao compartimento. A curiosidade queimava dentro dele. Ele abriu o baú e se surpreendeu com a quantidade de coisas que estavam ali. Entre tantas coisas antigas ele reconheceu a bíblia que Bella recebera de presente no século XV e o livro em francês que ela o proibira de mexer em Chicago. Mais curioso ainda ele abriu o livro desejando entender os mistérios ali escondidos. Finalmente pôde agradecer silenciosamente Rosalie por ter lhe ensinado o francês.

“Nuit Monstre-1360” – O Monstro Noturno- 1360

Quando ia começar a ler a primeira página, o alçapão se abriu repentinamente e um Jasper furioso surgiu seguido de Alice. Edward escondeu rapidamente o livro atrás das costas e fechou o baú. Apenas Alice percebeu, pois Jasper estava furioso demais para perceber, porém ela não disse nada.

-O que pensa que está fazendo aqui seu abusado?! Não basta o que você já fez? O que mais você quer?! Causar mais desgraça do que já conseguiu?!

Ele avançou até ficar frente a frente com Edward, que era poucos centímetros mais baixo do que ele. Edward se recuperou do choque inicial e disse se sentindo pouco culpado:

-Eu escutei... Escutei um ruído e quis saber quem estava me espionando. Não tenho culpa que Isabella é enxerida.

-Ora seu! – Jasper pegou Edward pelo pescoço e ia arremessá-lo na parede se Alice não tivesse segurado sua mão.

-Jazz, vai estragar os quadros de Bella. Não faça isso. – Ele rosnou, mas soltou Edward relutante. Então Alice se voltou para ele. – E você não tinha o menor direito de estar aqui. Se for escondido, então é porque você não deve entrar. Vamos, Jazz. Eu sei que você vai ter a sua oportunidade de ensinar-lhe algumas coisas e você vai fazer isso por todos nós.

Jasper se afastou de Edward lentamente, olhou ao seu redor e balançou a cabeça negativamente, como se não conseguisse acreditar como Bella conseguia manter tantas coisas velhas por um passado, uma pessoa que ela não merecia. Finalmente se virou para as escadas novamente e desceu-as rapidamente, portanto, logo estava na sala de música. Alice, porém, ficou para trás e disse para Edward:

-Você me deve uma. – E pelos pensamentos: “Eu não sei se vai gostar do que vai descobrir. Mas vou deixar como um teste para você. Agora vamos, antes que Jasper perca a paciência e jogue você na primeira fogueira que ele conseguir fazer.”.

Eles desceram silenciosamente as escadas e Alice fechou a porta sem olhar para Edward ou para Jasper, que se encontrava de pé, numa posição rígida de braços cruzados e sua expressão era de uma fúria controlada. Seus lábios eram apenas duas linhas firmemente pressionadas uma com a outra enquanto ele tentava, em seus pensamentos, controlar a vontade insana de matar Edward.

Com um suspiro, Edward apenas saiu do cômodo rapidamente e se dirigiu para seu quarto, um andar abaixo do quarto de Bella, fugindo dos olhares acusadores que o casal lhe mandava o tempo inteiro, exatamente como uma acusação constante. Ele só conseguia ficar com mais raiva ainda de Isabella, por ela ter manipulado e convencidos todos os membros de sua nova família para o lado dela. Ele fechou a porta de seu quarto com outro suspiro consternado. Os pensamentos de sua irmã, que estava confortavelmente aconchegada em sua cama, fizeram com que ele desistisse da ideia de expulsá-la para poder começar a ler o livro de Bella, que ainda estava com ele, em paz.

Ele colocou o livro no criado-mudo e então se virou para a irmã. Aquela definitivamente seria uma longa conversa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi queridos leitores. Hoje não temos muito para falar... Esperamos que vocês gostem do capítulo. Logo postaremos o próximo... Comentem! Beijos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "When Youre Gone" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.