Os Melhores Anos De Nossas Vidas escrita por Carol Bandeira


Capítulo 12
Por que não eu?


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus leitores!
Depois de muito tempo resolvi que já havia deixado essa historia no limbo por muito tempo. Foi mal, mas a monografia de curso toma minha criatividade... :(
Enfim, este capitulo eu preparo o terreno para o desfecho da aposta de Warrick e Nick. Quem será que fica com o prêmio?Torçam para seus shippers por reviews! :)
Boa leitura!



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CAPÍTULO XII

Por que não eu?


A quarta-feira amanheceu cinzenta e fria, deixando os alunos do Instituto Batista com muita preguiça e pouca vontade de sair da cama. Mas Nick Stokes estava muito ansioso para ficar quieto e já enchia a cabeça de seus amigos com sua incessante ladainha.

–Cara, se você não calar essa boca vou enfiar tua cabeça nessa tigela de sucrilhos!- Esbravejou Brass.

–Ih, relaxa! Parece até que alguém roubou o seu brinquedo favorito! Ou será que você já sabe o resultado dos testes, e sabe que eu ficarei no seu lugar como a primeira estrela do time!

–Com certeza é isso mesmo!- Brass ironizou- Ou não seria o fato de que um calouro muito chato não sabe quando calar a boca?

– Tá, foi mal. Não tá mais aqui quem falou!

–Nick, meu caro, você devia ser como eu – Rick comentou- Saber como não irritar seu veterano e futuro companheiro de equipe é um talento muito requisitado entre os alunos de Ensino Médio.

Warrick arrancou mais gargalhadas de Brass com essa fala. O jovem saudou o calouro e continuou a conversa.

–Então, falando em talentos... Qual dos dois aí está mais próximo do objetivo? Afinal, já é quase sexta-feira.

–Vou te dizer, a Catherine está doidinha por mim- Nick completou sua cara a de um sonhador.

Warrick riu alto e alfinetou:

–Só se for doida pra te encher de porrada!

–Acho que está mais pra isso mesmo, amigão!- James concordou.

–Ah, cara....vocês não me dão uma chance! Quer saber, perdi a fome!

Nick se levantou e foi embora enquanto os garotos continuavam a rir. Ninguém ligou para a saída abrupta do amigo, sabiam que era só cena, e terminaram o café com calma.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*


Catherine acordara cedo. Algo a havia acordado. Olhou pela janela do quarto e viu a chuva cair, mas sabia que esse não era o culpado. Virou seu rosto para o quarto, os olhos tentando se acostumar com o escuro e então descobrira o culpado. Sara estava saindo do banheiro e, tentando não fazer barulho, pegou sua mochila e se dirigiu para a porta. Cath não conseguia entender o porque da garota sair tão cedo da cama num dia daqueles, mas ao ver Sara abrir a porta ela pode entender o motivo. Do lado de fora estava Gil, com um sorriso no rosto. Cath revirou os olhos e tentou voltar a dormir, mas não conseguia parar de pensar na cena que vira.

Inquieta, ela resolveu começar seu dia mais cedo. Enquanto tomava seu banho seus pensamentos voaram novamente para o mais novo casal do colégio e seu coração se apertou. Não porque estava com ciúmes de Gil, não gostava dele desse jeito. A loira sabia que o problema, na verdade, era que desde que conhecera seu amigo sempre imaginou que começaria a namorar antes dele. Gil era tão antissocial e não parecia pensar em garotas tanto quanto os outros meninos de sua idade, logo era uma conclusão fácil de se chegar. Então, como era possível que ela, Catherine Flynn, a garota mais popular do colégio ainda estava solteira?

Catherine sabia muito bem a resposta. Nenhum garoto parecia ter um interesse real nela, como pessoa. Ou estavam preocupados demais com o que o pai dela poderia fazer com eles ou então preocupados no que Sam Braum pudesse fazer por eles, caso namorasse a sua filha. Eram todos covardes ou um bando de interesseiros. A única exceção era Gil, mas ele se tornara mais que um amigo nesse último ano. Catherine tinha 2 irmãos por parte de pai mas eles nunca quiseram saber de sua existência, então Gil acabou por suprir a falta que eles faziam.

Catherine saiu do chuveiro e foi pentear seus cabelos. Olhando para o espelho, se perguntou:

–Por que eu não posso ter um amor desses? Será que caras como Gil só existem para garotas como a Sara?

–Falando sozinha, garota? Sabe que isso é um dos primeiros sinais de loucura?

Catherine deu um pulo e um grito, quase deixando a toalha cair no chão.

–Droga, Wendy! Não me assuste desse jeito, quase tive um enfarte!

A morena , que estava encostada na porta começou a rir.

–Acho que você tá muito nova para ter um enfarte. E se qualquer forma, se não quiser se assustar deveria trancar a porta do banheiro.

Catherine bufou e continuou seu ritual de beleza.

–Tá, mas o que você quer aqui?

–Eu ouvi você reclamando e falando sozinha... parece bem triste, então eu vim ver se estava tudo bem.

Catherine deu um sorriso fraco para Wendy.

–Desculpe se te acordei com a minha ladainha...

–Não foi você. A Sara acha que é quietinha, mas aquela garota não sabe o conceito de sair de fininho.

As duas riram do comentário, tendo sido acordadas pela mesma garota de passos barulhentos.

–Mas e ai. Não vai me contar o porquê dessa cara triste?

–Vai se arrumando que eu te conto.

As duas então começaram a se aprontar enquanto Catherine abria seu coração.

–Eu me sinto muito sozinha aqui, Wendy. A última vez que tive um namoro sério foi na 8ª série... que me parece há uma década atrás! Eu só arranjo perdedores aqui! Será que é pedir muito encontrar um cara legal? Assim, como o Gil.

–Você e o Gil já... cê sabe?

–Não, Deus me livre. Seria como beijar meu irmão! Argh! Mas eu digo, do jeitinho dele. Eu sei como meu amigo é, ele vai tratar a Sara como se ela fosse uma princesa... e eu to me sentindo tão carente... tipo tô naquela fase que o primeiro que aparecer eu pego, só para matar a vontade!

–Cruzes Catherine! Você é uma menina linda, não precisa sair se jogando aos lobos não!

–Ao que me parece é o que me sobra, Wendy.

–Não é verdade.

–Como não? Então vamos lá, me diga um cara direito que me dá atenção?- Catherine desafiou.

–Bom... se você quer mesmo saber... tem o Warrick.

–Warrick, o calouro?

–Sim, esse mesmo. Ele é um doce. Faço todas as minhas aulas com ele. É muito educado. E inteligente... sem falar que é um Deus grego... ai aqueles olhos!

Catherine riu da expressão sonhadora de Wendy.

–Do jeito que você tá falando parece que é voce quem quer um pedacinho dele!

–A, se não quero...- Wendy suspirou- Mas isso não vem ao caso. Ele só tem olhos pra você, Catherine. E não tente me enganar que eu sei que você tá balançando pro lado dele!

Catherine ficou com vergonha. Era verdade que aquele jovem mexera com ela desde a primeira vez que interagiram... mas isso também era verdade com Nick Sotkes, apesar deste último despertar nela mais uma vontade de dar umas belas porradas do que qualquer outra coisa.

–Pode até ser, Wendy... mas ele é mais novo... é estranho...

–Só é estranho se você quiser que seja... e não há uma diferença muito grande...ele deve ter o que... no máximo uns dois anos a menos que você.

–Ah, eu não sei...

–Você que sabe, Cath. Mas acredite no que to te falando...se você der uma chance para o Warrick eu garanto que não vai se arrepender. Nem que seja no mínimo para matar a vontade.

–Tá legal Wendy- Catherine não queria dar o braço a torcer- Vou pensar no seu caso, mas vamos logo tomar o café da manhã antes que acabe.


~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*


Aquela manhã se arrastou muito para os estudantes. Os segundos pareciam durar horas, os professores pareciam não ter nada de interessante a dizer. Afinal, não era assim que deveria ser o início do ano letivo. O professor nunca dava matéria nova no primeiro dia, o que fazia a teoria de Greg Sanders, a seu ver, muito certa: para que se dar ao trabalho de ir para a escola na primeira semana de aula quando seu tempo seria muito melhor ocupado descansando. Uma pena seus pais não concordarem com ele!


Por isso, quando o sinal tocou sinalizando o horário de almoço, o garoto de cabelos espetados foi o primeiro a sair porta a fora, segurando a vontade que tinha de gritar: liberdade! Não queria parecer um panaca.


–Ei, Greggo! Espera aí, tá com tanta pressa por quê?- Warrick pergunta, enquanto caminha ao lado de Nick e Sara.

–A fome é negra! E se não corrermos logo os veteranos vão comer a comida boa toda.

–Ok, vamos logo.


O quarteto se dirigiu ao refeitório conversando sobre o qua acharam do professor de geografia.


–Eu juro, ele parece que engoliu o globo terrestre da sala dele. Repararam no tamanho da barriga dele!- Foi o comentário sem noção de Greg.

–Shii, Greg! Imagina se ele ouve?- falou Sara enquanto dava um tapa no ombro do menino.

–Imagina se ele ouve o que?-


Uma voz saiu de trás do grupo, fazendo com que todos gelassem por um instante, antes de se virarem para encarar o dono da voz.


–Droga, Jim! Quase que você me mata de susto!- Greg reclamou.


– Tá devendo para quem, hein Greg? Só existe essa explicação para sua reação.- Ele comentou bem humorado.


–Greg aqui estava zoando certo professor e ficou com medo de ele ouvir- Sara explicou


–Ah, não se preocupem- Cath logo interviu- Os professores nunca vem para essas bandas. Eles têm uma ala própria para o almoço. E falando em almoço, vamos logo que o meu estômago tá colando.

O grupo se dirigiu para a fila, mas não antes de Warrick se oferecer para carregar a bolsa de Catherine. A jovem enrubesceu, lembrando-se da conversa que tivera naquela manhã com Wendy. Querendo tirar o assunto da cabeça teceu logo um comentário.

–Tá vendo, Gil? É assim que um cavalheiro trata uma dama. Não vai oferecer nem um braço para a Sara?

–Catherine!- Gil e Sara falaram juntos, não querendo a atenção toda que agora os amigos dispensaram a eles.

–Peraí, Cath!- Exclamou Jim- O que você quer dizer com isso!?

–Ah, então vocês ainda não sabem?-Warrick e Nick somente balançaram a cabeça, enquanto Jim teve que se expressar

–Saber do que? Gilbert, o que é que não anda nos contando, seu danadinho!- Jim falou, achando tudo aquilo muito divertido.

Já Gil e Sara não acharam nada engraçado na situação. Gil não contara nada aos amigos não por vergonha, mas conhecia Jim e tinha certeza de que ele agiria como um crianção quando soubesse disso. Muito a contra gosto, olhou de canto de olho para Sara, querendo saber como ela estava encarando tudo isso. Ao ver sua namorada muito vermelha e olhando para o chão resolveu tomar o controle da situação. Puxou Sara pela cintura e deixou seu braço ali, a envolvendo.


–Eu não sei, James. Não tenho nada a esconder.

–Do jeito que você tá possessivo com a morena aí, não sei não. Diga-nos Sara, o que ele não está nos contando- Nick perguntou.

Sara só enfiou o rosto no ombro de Gil, implorando para que eles parassem logo com a palhaçada.

–Gente, já chega. Eu e a Sara estamos namorando. Satisfeitos?

–Não muito- Jim respondeu, fingindo uma cara de magoado- Eu sou seu melhor amigo e você nem pra me contar um negócio desses!

–A, por favor, Jim! Vê se cresce e aparece!- Sara reclamou e puxou Gil pelo braço- Vamos logo comer.

A base de gargalhadas o grupo seguiu a deixa de Sara e foram comer. Catherine foi a última a segui-los. Apesar de sua tática para mudar de assunto ter funcionado, mais uma vez sentiu uma dor e um vazio no coração ao ver Gil e Sara tão apaixonados e juntos.

“Ah, por que não eu?”


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