A Mensageira escrita por Becca Armstrong


Capítulo 10
Capítulo 10 -Tentando não ficar caidinha por ELE


Notas iniciais do capítulo

gente, foi mal pelo atraso, mas aí está. Não me matem depois, ok?



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Acordei e vi que Thiago não estava na cama. Olhei o relógio... Meio dia! Eu dormi quase doze horas! Tomei banho e me troquei, descendo para o café. Café não. Almoço. Na cantina todos os olhares se viraram para mim. Cam veio ao meu encontro.

–Oi Ellie! Arrasou ontem, hein? A camisola era muito sexy, e aquela voz em outra língua... Fiquei excitado só de pensar...

–Chega Cam. –Thiago veio e pegou minha bandeja. –Fica longe da Ellie. A última coisa que ela precisa é você agindo como um tarado.

Isso me deu um pouco de satisfação. Saber que o Thiago tem inveja de mim. Fomos a mesa com Will e Lizzie, e ouvimos Joe falando ás caixas de som.

“Quero lembrar a todos que os Jogos começam então eu sugiro que as casas treinem, uma vez que os Grandes estão completos. E quero dizer que Max está bem, graças a Ellie. Boa tarde.”

Se nem todos estavam me encarando, agora estavam. Isso porque as duas notícias se referiam a mim. Concentrei-me em meu almoço. Eu não sabia nem por onde começar a treinar para lutar com Caçadores super-desenvolvidos.

–Ellie, eu só não te acordei hoje porque você parecia muito cansada. Eu quis te deixar dormir. Fiz mal? –Thiago sussurrou no meu ouvido, me distraindo de meus medos. Não pude deixar de notar que uma mão dele estava em minha cintura, me acariciando levemente.

–Não. De forma alguma. -Tentei mudar de assunto, para disfarçar minha timidez. -O que vamos fazer hoje depois do almoço? –Perguntei a ele, com um pouco de dificuldade. As mãos dele começaram a exercer uma leve pressão em minha pélvis.

–Treinar. Amanhã nos juntamos a Will e Lizzie. Quer trocar a roupa agora? Vestidos não são exatamente as melhores peças de roupa para lutar.

–Claro. Já vou, gente.

–Tchau, Ellie. –Disseram Will e Lizzie, meio ocupados em meio a beijos.

–Eu te acompanho... –Thiago se levantou, pegou nossas bandejas e deixou-as no local designado.

Fomos até meu quarto, ele me olhou como se quisesse fazer algo a mais, mas entrou no próprio quarto para se trocar. Eu fui ao meu closet e tentei escolher uma roupa confortável e bonita, tentando impressionar Thiago. Eu queria muito que ele me olhasse como mais do que a garota com quem ele ficou. E exibir meu corpo de Grande super em boa forma era um auxiliar interessante nesse processo.

Acabei optando unicamente por um top preto e um short pequeno e preto. O short tinha a cintura baixa e cobria apenas o alto de minhas coxas. Coloquei uma jaqueta por cima, até que chegássemos a quadra de treino eu me recusava a mostrar tanto do meu corpo.

–Pronta? –Thiago apareceu na varanda, apenas com uma bermuda branca.

–Pronta. –Vou em direção a ele e pego sua mão de leve.

–Você não vai sentir calor com essa jaqueta? –Ele me exerce uma leve pressão em minha palma.

–Não. A roupa de baixo compensa. Vamos? –Eu não queria perder tempo com discussões assim. Talvez durante os treinos o Thiago até pensasse em... Espantei esse pensamento e pulei da varanda. Thiago caiu ao meu lado.

Ele não perguntou e puxou meu braço, iniciando uma corrida.

–Vamos a uma sala de treinos mais afastada. Convenci Joe a me dar a chave.

Thiago estava preparado para correr grandes velocidades, o que me impressionou. Eu raramente encontrava alguém que representasse um desafio em algo assim para mim.

–Corre mais rápido Ellie. Desse jeito eu não vou treinar com você...

Avancei mais e cheguei ao lado dele, parando em frente a uma porta gigante. Thiago abriu-a e entramos.


Era uma sala enorme, com equipamentos de todos os tipos. Um local perfeito para um treino.

–Uau! Impressionante. –Eu me aproximei dele.

–Só do melhor para os Grandes, Ellie. –Thiago se aproximou mais de mim. –Bom, agora nós vamos começar os treinos. Fique a vontade.

Eu tirei o moletom e olhei para Thiago. Ele fez uma cara que me encheu de vaidade. Nos olhamos, cada um admirado com o que via no outro. Thiago cortou o clima, tentando desviar minha atenção.

–Você está em boa forma. Agora é hora de colocar esse corpinho pra suar. Vem. Vamos aquecer.

Alongamo-nos e corremos ao redor da quadra. Thiago me indicava os exercícios com perfeição, exatamente como meu antigo professor de academia fazia. Mas meu professor não era nem de longe tão gato quanto o Thiago.

–Sabe usar alguma arma? –Ele perguntou, se assentando no chão e me puxando para o lado dele.

–Spray de pimenta conta? –Pergunto.

–Não conta. –Ele riu e eu acompanhei. Thiago pega minha mão novamente, com naturalidade. –Alguma coisa a mais?

–Bom, eu sei usar facas de cozinha, porque tive aulas de culinária desde os dois anos. Eu sempre joguei paintball no clube que eu freqüentava e fiz parte de um clube de competição de arco e flecha. Além disso, eu fui iniciada em algumas lutas, mas não desenvolvi nenhuma. Também tem o taco de golfe e o bastão de baseball, mas isso não deve contar. –Thiago pensou um pouco.

–Muito bom. Vamos começar com as facas? –Ele me puxou e me levou a uma sala com uma variedade imensa de artigos de luta. Escolhi umas facas pequenas e Thiago me levou ao tiro ao alvo. –Tente acertar o alvo.

Cortar legumes era uma coisa, atirar facas era outra completamente diferente. Minha primeira faca foi no alvo ao lado do que eu mirava, o que me fez ficar bem desanimada.

–Deixe-me te ajudar. O segredo está no pulso. Ao invés de mandar na vertical, experimente na horizontal. Seu pulso ganha mais firmeza assim...

Ele segurou minha mão e mandou a faca, que foi bem no centro do meu alvo.

–Agora tente sozinha.

Eu ainda precisei de mais uma vinte tentativas antes de atingir meu alvo, mas quando consegui não parei mais. Treinamos por mais algumas horas, até Thiago determinar que já estava bom o suficiente.

Com as armas foi mais fácil, uma vez que eu já sabia mais do que o básico no paintball. Mas, realmente, a parte na qual eu me sobressaí foi com o arco e flecha. Eu simplesmente peguei o arco, posicionei a flecha e atirei. Sem o menor esforço, eu atingi aquele ponto vermelho que vinha zombando de mim há horas.

–Impressionante Ellie. Acho que descobrimos a arma perfeita para você. –Thiago retirou o arco da minha mão. –Agora, lutas corpo a corpo.

Na hora seguinte eu só ouvi teorias e vi desenhos de movimentos. A hora da ação chegou depois do que me pareceram anos.

–Tente me bloquear. –Disse Thiago.

Ele me deu socos, chutes, tapas... E eu desviei correndo dele para o mais longe possível.

–Ellie, correr não vai te ajudar em nada no dia da luta.

Isso fez com que eu voltasse e desviasse dele, bloqueando-o na maioria das vezes. Mas estava fácil demais. Muito aquém de Thiago.

–Thiago, você não está dando seu melhor. O que você prefere: Que eu aprenda agora ou apanhe nos Jogos? –Eu tentei convencê-lo. Eu nunca me defenderia do Thiago se ele não quisesse.

Ele dificultou um pouco, mas ainda era fácil demais. Ficamos em uma espécie de dança que me cansou depois de muitos minutos. Hora de pedir uma pausa.

–Thiago...

–Ellie, eu estou suando caso você não tenha notado. Não estou exatamente me contendo nos golpes. –Ele bebeu água. Realmente, ele estava mais suado do que eu havia pensado que estaria. –Chega de defesa. Agora vamos nos atacar. –Ele nem me deu chance de desfazer o desentendido. Quem imaginaria que eu, Ellie, poderia ser um desafio para um armário como o Thiago?

Essa luta foi boa. Eu comecei tentando ganhar o máximo de distância possível dele, porque ele já estava cansado e me perseguir só o esgotaria mais rápido. Ele percebeu minha estratégia e ganhou impulso, me prendendo pelo pulso. Eu dei um chute na bochecha esquerda dele com um pouco mais de força do que queria. Ele me jogou no chão e eu tentei empurrá-lo.

–Essa doeu, Ellie. Você tem força nas pernas, isso é bom.

Eu aproveitei essa distração dele para girar nossos corpos e sair de cima dele. O que se seguiu foi uma série de golpes que nem eu calculei, mas terminou com Thiago e eu no chão, ao mesmo tempo.

–Você tem certeza de que não era faixa preta ou qualquer coisa assim em alguma luta? –Thiago arfava. O peito dele, sem camisa há muitas horas, tinha um brilho de suor parecido com o do meu.

–Tenho certeza. –Eu também estava arfando.

–Chega por hoje. Amanhã treinaremos com Will e Lizzie. Mas, enquanto isso, podemos sair para comer pizza. Você quer?

–Quero. Vamos. –Levantei-me e ele também.


Falamos com Will e Lizzie. Eles concordaram e cada um foi para seu quarto se arrumar.

Entrei em meu banheiro e fui direto ao chuveiro. Pensei em Thiago o tempo todo, obviamente. Como ele conseguia ser tão perfeito? Treinamos a tarde toda e, durante a tarde toda, eu resisti ao desejo de beijá-lo. Ou socá-lo com mais força. Por que ele não havia dado nenhum passo adiante? Ele não gostava de mim? Eu quero ficar bonita essa noite para ele, para ver se assim consigo alguma coisa. Um abraço, um beijo, um gelo. Qualquer coisa. Desliguei a água e saí. Depois de escovar os dentes, passar creme, perfume, desodorante e maquiagem, olhei para meu cabelo. Que tal fazer um coque frouxo?

Quando terminei o coque, fui ao closet e escolhi uma saia preta tubinho que eu tinha. Não era indecente, mas era mais sexy do que a maioria das roupas que eu usava. Uma blusa roxa de cetim acompanhou-a, e o sapato de salto deu um toque a mais na produção. Peguei uma bolsa-carteira e arrumei minhas coisas. Para finalizar, um sobretudo preto.

As pessoas chegaram ao meu quarto bem na hora em que eu estava passando o batom. Lizzie estava com um vestido vermelho de costas nuas lindo. Will e Thiago estavam com calças jeans e camisas com peças em sobreposição.

–Ellie! Você está linda! –Lizzie veio ao meu lado. –Vamos arrasar essa noite, amiga.

–Você está mesmo linda, Ellie. –Thiago acrescentou meio tímido. Timidez? Será que era isso?

–Obrigada, você também. –Dei mais uma olhada no espelho. Tudo parecia em ordem

Saímos do quarto. O que será que eu poderia fazer essa noite para que Thiago reparasse em mim? Saí com um pressentimento de que algo iria acontecer. Só não sabia se seria bom ou ruim.



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Notas finais do capítulo

Não me matem, mas comentem!!!!!!!!!!



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