O Azul dos Olhos Dela escrita por Irgendwas


Capítulo 4
Sushi


Notas iniciais do capítulo

Em fim o encontro dos nossos queridos *-* Pessoas, desculpem a demora, certos problemas técnicos me impediram de postar antes! Tentarei não demorar pro cap 5 ;D



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Capítulo 4 - Sushi -

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Às vezes eu paro e penso. O que seria de mim sem o Bill? Pois apesar de tudo, eu amo o imbecil do meu irmão. E às vezes, tenho grande vontade de abraçá-lo.

Mas isso passa.

O imbecil, para se redimir comigo por ter sido o idiota de sempre, me levou para a cidade grande com o Georg e o Gustav. Passamos o dia todo lá e só voltamos para casa de madrugada, depois de beber muito e depois, claro, de eu ter ficado com um monte de minas.

Espera, eu preciso repetir isso…

FICAR COM UM MONTE DE MINAS! Aê! Depois de quase uma semana, uma longa semana com os seus intermináveis sete dias e não sei quantas horas. Enfim, Tom Kaulitz pegou umas gatas.

Sim, eu estou extremamente orgulhoso e satisfeito. E sim, eu amo o meu irmão.

Mas isso passa.

Lembrem-se crianças, sempre há um lado ruim na historia, e é agora que chega a parte ruim da minha.

Deixe-me repetir aqui uma parte importante que pode ter passado despercebida:

Passamos o dia todo lá e só voltamos para casa de madrugada, depois de beber muito e depois, claro, de eu ter ficado com um monte de minas.

Percebeu a parte ruim?

Não?

Então, me deixa ser mais claro: ‘depois de beber muito

Adivinhem a dor de cabeça que estou sentindo agora.

E para completar o meu ‘perfeito’ humor, graças aos planos do meu irmão, eu acabei me esquecendo de ligar para a Nina para pelo menos avisar que eu não poderia sair com ela.

É, eu amo o meu irmão e às vezes tenho vontade de abraçá-lo, mas como eu disse antes: essa vontade acaba passando.

Agora estou deitado no sofá com uma bolsa de gelo na testa para ver se essa dor de cabeça insuportável passa. E o Bill acaba de bater a porta da cozinha. Puta que…

Sim, eu amo o meu irmão.

Mas isso passa…

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Georg empurrou as pernas do Kaulitz mais velho e sentou-se no sofá.

- EI! - exclamou Tom tirando a bolsa de gelo do rosto. - Eu cheguei primeiro! XISPA!

- Rá, não mesmo hein? - disse e lançou-lhe um sorriso safado.

- Imbecil. - reiterou o guitarrista e colocou as pernas de volta no sofá.

- Nossa, que mau humor.

Tom não se deu o trabalho de responder, apenas colocou a bolsa de gelo de volta no lugar onde ela estava antes de Georg vir encher-lhe a paciência.

- Ei, Gê. - chamou o Kaulitz depois de um longo tempo pensando em silêncio.

O baixista mexia no celular do amigo e distraído, nem notou que este falava com ele.

- GEORG! - berrou Tom fazendo o citado levar um susto.

- Que foi?

- Preciso de um conselho. - disse ele um pouco tímido.

- Ihhh, tem mulher no meio? - quis saber Georg desconfiado.

- Tem.

- Hum, então é grave. Pode falar.

- É que eu fiquei de ligar e sair com uma menina e como saímos ontem, acabei esquecendo.

- E daí?

- E daí que eu quero saber o que eu faço agora?

- Fica com outra menina e esquece essa fulana.

- GEORG! Eu não fiquei com essa menina e não quero ficar com ela.

- Por quê? Ela é lésbica, feia, gorda? Se for, não procura ela e pronto.

- Georg, ela não é lésbica, nem feia e muito menos gorda!

- E porque você não quer ficar com a mina então?

- Por que… - ele pensou um pouco. - Não sei por que não quero ficar com ela. - concluiu por fim, parecendo um pouco confuso.

- Pera aí Tom… Você faz sexo com praticamente tudo que se mexe…

- HEY! - ele jogou a bolsa de gelo no amigo. - Também não exagera, okay?

- Tá, tá, mas o que essa garota tem afinal? Ela tem AIDS ou coisa do tipo?

- Não. Na verdade ela é cega, mas…

- Ah, então você não quer ficar com ela porque ela é cega? - perguntou ele interrompendo o Kaulitz.

- Sim, quer dizer…- gaguejou. - Eu não ligo dela ser cega pra ser sincero, mas eu não quero ficar com ela…sei lá…isso é estranho.

- É muito estranho. Mas e aí? Ela é feia?

- Eu já disse que não!

- Será que você ta virando gay?

Tom pulou para fora do sofá e deu um tapa na cabeça do Listing.

- Não duvide da minha sexualidade! - gritou.

- Foi mal. - suspirou Georg. - Mas essa sua historia é estranha.

- Eu, por incrível que pareça só quero ser amigo dela. - explicou Tom.

- Tom, onde está aquele papo de ‘não existe amizade entre um pênis e uma vagina’ que você vivia dizendo pro Bill?

- Infernos! - disse Tom exasperado. - Esqueça essas merdas que eu falei, apenas me diga o que eu devo fazer pra ela não me matar!

- Cara. - Georg riu. - Apenas ligue pra ela, peça desculpas educadamente e convide a pra sair com você hoje ou sei lá quando.

- Ah. Boa idéia! Passa o meu celular! - mandou quase arrancando o aparelho das mãos dele e saindo correndo para o seu quarto.

 

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- Desculpa mesmo por não ter te ligado. - Tom desculpou-se pela milésima vez enquanto dirigia. E Nina, que estava ao seu lado, sorria divertidamente.

- Já disse que não fiquei chateada, eu acabei ficando na loja pra ajudar minha mãe e só me lembrei que você não ligou à noite.

- É…foi mal. - disse ele meio sem jeito.

- Tudo bem. - disse ela movendo a mão em um gesto de descaso. - Mas e então, onde você ta me levando, Lonely Boy?

- Tou te levando pra comer Sushi. - disse ele e sorriu.

- Peixe cru? - disse ela fazendo uma careta.

- Você já comeu?

- Na verdade, não. - respondeu ela sincera.

- Você vai gostar. - garantiu o Kaulitz.

- Seja o que Deus quiser. - disse ela.

Depois de alguns minutos dirigindo, chegaram ao restaurante onde Tom queria comer.

O Kaulitz saiu do carro, e foi ajudar Nina a descer junto com o seu labrador.

- Qual o nome dele? - perguntou Tom enquanto fazia carinho no cachorro da menina.

Nina apoiou uma mão no carro e não conseguiu evitar uma crise de risos.

- O que foi? - perguntou o Kaulitz confuso. - Porque você ta rindo desse jeito?

O labrador de Nina tinha quatro anos, os pelos negros como seus olhos e era extremamente esperto e carinhoso.

- O nome dele…- disse e riu mais um pouco. - É Tom.

- Ah ta…- disse Tom e continuou brincando com o cachorro e de repente a ficha caiu. - Pera aí, o que você disse? Qual o nome dele?

- Tom.

Tom olhou para o cachorro e depois para Nina e voltou seu olhar novamente para o cachorro.

- O nome dele é Tom? - perguntou ele horrorizado.

- Sim. - a voz dela saiu aguda porque tentava controlar os risos.

- Nossa, você mal me conhece e já me ama tanto, que até o meu nome você colocou no seu cachorro?

Ela riu, uma risada leve e infantil.

- Oras, não seja convencido, Lonely boy, Tom era Tom muito antes de eu te conhecer.

- Hum, sei não viu? Isso é muito duvidoso. - disse brincalhão e cutucando as costelas dela, fazendo-a rir mais alto.

- Licença, vocês desejam comer aqui fora ou dentro? - perguntou o recepcionista do restaurante.

- Aqui fora mesmo. - respondeu Tom.

- Sigam-me. - disse o recepcionista.

Os dois seguiram-no até o terraço do restaurante japonês e Tom ajudou Nina a sentar-se, enquanto seu cachorro deitava perto de seus pés.

Fizeram os pedidos e enquanto esperavam conversavam animadamente.

- E tipo: aquela morena tinha uma bunda linda, era toda gostosinha, mas o beijo dela. - Tom fez uma careta de reprovação. - Até o Tommy deve beijar melhor. - riu ele referindo-se ao cachorro.

Nina riu divertida.

- Então, na noite toda, a única menina ‘boa’ foi a tal da loira? - quis saber ela.

- É, as outras não eram lá essas coisas. - disse ele e sorriu.

- E você pegou o telefone dela?

- Peguei, porque com aquela mina pode rolar bis.

- Tom, você é muito mulherengo mesmo. - disse ela rindo.

O Kaulitz surpreendeu com o jeito que ela falou aquilo. Não foi com um tom de deboche ou repreensão. Foi um tom divertido.

A maioria das pessoas o julgavam por isso, mas ela simplesmente o ouvia e achava tudo aquilo engraçado. Conversar com ela às vezes era como bater papo com o Bill.

Por alguns segundos, enquanto um agradável silêncio se fazia entre eles, Tom deixou seus pensamentos de lado e apenas observou-a. Os cabelos ruivos puxados em um coque frouxo, a blusa social preta com mangas até os cotovelos, a calça jeans apertada e os olhos azuis.

Aqueles olhos azuis marcantes.

- Aqui os seus pedidos. Bom apetite. - declarou o garçom ao trazer os pedidos e interrompendo os pensamentos do Kaulitz.

- Então, posso comer isso com as mãos? - perguntou ela sorrindo debochada.

- Não. - disse ele fingindo irritação. - Claro que não, tem que comer com os hashis. - explicou colocando-os nas mãos dela.

- Tom. - choramingou. - Por favor, isso não vai dar certo. - disse ela desanimada.

- Tudo bem. - resmungou ele. - Abra a boca então.

- O quê? -exclamou.

- Não seja fresca. - riu ele.

- Tom, eu não sou mais bebe pra comer com a ajuda de outra pessoa. - reclamou ela.

- Você é uma bébe sim. Vamos lá, não vai te matar.

Ela suspirou, cedendo.

- Tá okay. - e abriu a boca.

Tom pegou um sushi com os hashis e colocou-o na boca dela.

Nina mastigou diante da expectativa do Kaulitz.

- E então, gostou?

- O que tinha nisso? Morango e o que?

- Morango, arroz e alga.

- É…não é tão ruim quanto eu pensava.

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Aquele clima descontraído permaneceu durante todo o almoço e também na volta para Molondin enquanto conversavam no carro.

- Temos que marcar isso mais vezes. - comentou Tom passando o braço em volta do ombro dela, ao saírem do carro, caminhando em direção a casa dela.

Tommy andava ao lado deles calmamente.

Nina passou seu braço em volta da cintura dele e repousou a cabeça no ombro dele.

- Pode ser, lonely boy, mas dá próxima vez podíamos comer comida italiana. - propôs ela.

- Pizza mama mia?

- Pizza mama mia, definitivamente.

Os dois riram e quando deram por si já estavam na frente da casa dos Grabers.

- A moça está entregue. - disse ele desvencilhando-se dela, ficando a sua frente, segurando seus braços e fitando seus olhos.

- Obrigada, cavalheiro. - disse puxando os cantos dos lábios para cima em um meio sorriso encantador. - Quando é que o senhor vai dispor-se a ler mais alguns capítulos de orgulho e preconceito para mim?

- Isso seria um pedido, senhorita?

- Não, meu caro, isso é uma ordem.

- Hum…sua ordem será atendida, senhorita. - disse e sorriu.

- Acho bom. - respondeu ela fazendo um bico mimado.

Ele riu do jeito dela.

- Até logo, Nina. - despediu-se, beijando suavemente a bochecha dela.

- Até, lonely boy. - sorriu ela.

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- Que cara é essa? - perguntou Bill assim que viu o irmão mais velho.

- É, Tom que cara é essa? Realizou seu sonho? Ficou com um homem? - provocou Georg.

- Minha cara oras. - respondeu dando um sorriso de canto. - Vou tomar banho. - avisou e subiu, deixando os dois outros pasmos para trás.

- Será que ele virou gay mesmo? - disse Georg pensativo.

- Você é um idiota. - suspirou Bill revirando os olhos.

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Enquanto Tom vestia-se depois de tomar um demorado banho percebeu que descobrira mais coisas sobre Nina.

E também descobriu porque ela riu quando ele disse que se chamava Tom, já que seu cachorro tinha o mesmo nome.

De repente reparou que ele queria conhecê-la melhor, saber mais sobre sua vida. Seus sonhos, medos, angustias, sua infância, suas alegrias e tristezas…

‘Isso é normal?’ - pensou um pouco confuso.

Normalmente não fazia nem questão de saber o nome de uma menina, contanto que fosse bonita, gostosa, beijasse bem e fizesse outras coisas bem feitas. [N/A: Tom perva]

Balanço a cabeça, afastando aqueles pensamentos, não pensava em Nina dessa forma. Nem ele sabia explicar o que era esse sentimento que tinha por ela.

‘É amizade.’ - pensou. ‘Pela primeira vez na vida, tenha uma amiga mulher’-  e sorriu vitorioso.


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Notas finais do capítulo

Ahhhh pessoas *-* Muuuuuito obrigada pelos comentários >.< Fico muito feliz em saber que estão gostando das merdas que eu escrevo *leva tiro* E ae como ficou esse cap? :3
Kuss no coração ;*