Curando Feridas escrita por vieesoares


Capítulo 46
Extra I


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bem, essa cena estava na minha cabeça há uns dias, então resolvi passá-la para o word e postá-la aqui como um extra para vocês. Tenho certeza de ninguém vai reclamar, né? hahahahahahaha Bem, boa leitura e nos vemos lá embaixo!
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Claire Cullen:http://www.facebook.com/photo.php?fbid=404129302994461&set=oa.295660017212317&type=1&theater
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Anthony Cullen:http://www.facebook.com/photo.php?fbid=404129159661142&set=oa.295660017212317&type=1&theater
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Sophie Cullen:http://www.facebook.com/photo.php?fbid=404129222994469&set=oa.295660017212317&type=1&theater



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   Isabella pov.

   Acordei com os fracos raios de sol que entravam pela janela do quarto e batiam no meu rosto. E mais uma vez Edward foi dormir e se esqueceu de fechar a cortina. Virei para o lado, tentando escapar da luz, e encontrei o corpo de Sophie esparramado na cama. Suas perninhas e um de seus braços estavam em cima do pai, o outro, estava abraçado com a girafa que ela tinha ganhado de presente dos seus padrinhos no seu aniversário de um aninho.   

   Minha filha era uma verdadeira princesa. Com quase dois anos já falava tudo, mostrando que tinha puxado a inteligência dos irmãos mais velhos. Já a personalidade, era uma mistura minha e do pai. Quando queria alguma coisa que era do seu interesse, insistia até que cedêssemos, não deixava se intimidar por Claire e por Anthony, era tímida e carinhosa... Uma criança doce e feliz, como toda criança de fato deve ser.   

   Quando contei aos meus filhos mais que velhos que estava grávida, as reações foram diferentes. Enquanto meu menino ficou super animado por ter mais um irmão, minha filha já se mostrou enciumada, totalmente diferente da sua reação há anos atrás quando descobriu a existência de Anthony. Esse ciúme aumentou ainda mais quando descobrimos que era uma menina. Claire achava que perderia o seu posto de “princesa do papai” para a irmã mais nova. Tornou-se um pouco mais agressiva, não se importava tanto assim com as novidades que eu contava sobre a minha gravidez e por diversas vezes chegou a falar que preferia que eu perdesse o bebê.   

   Como toda mãe preocupada com os filhos, isso me deixava extremamente triste. Edward me pegava por vezes chorando em nosso quarto, eu me recusava a chorar na frente das crianças, e isso o deixava enfurecido com a filha mais velha. Para ele, não tinha o menor cabimento todo esse ciúme, mas eu a entendia. Claire sempre foi insegura em relação a mim... Nunca escondemos dela o fato de sua mãe biológica ter morrido, mas também nunca escondemos o fato de que eu amava demasiadamente e que não tinha nenhuma diferença do amor que eu sentia por ela e pelo Anthony. E de repente aparece em sua vida outra menina, era normal que na cabeça dela, ela imaginasse que Sophie a substituiria em minha vida e na de seu pai.   

   Novamente tivemos que colocá-la na terapia e dessa vez, eu fiz junto com ela. Por sorte, antes mesmo de Sophie nascer, Claire já tinha aceitado a irmã e estava mais do que contente com o fato de ganhar uma “boneca com vida”, como ela mesma chamava. Lógico que depois dessa fase revoltosa dela ter passado, houveram choros e intermináveis pedidos de desculpas, mas como poderia ficar com raiva da minha bebê? Não tinha a menor possibilidade de isso acontecer.   

   Claire continuava a mesma criança, quer dizer, pré-adolescente agora – não suportava a ideia de a chamarmos de criança. – doce e meiga que eu conheci. Estava cada vez mais linda e alta, a menina estava quase da minha altura. Definitivamente tinha puxado isso do pai. Eu não tinha do que reclamar dela. Suas notas eram ótimas e ela se esforçava ao máximo pra sempre melhorar nos estudos. Eu não precisava mandá-la ir estudar para um prova, minha filha tinha responsabilidade de sobra para perceber o momento de parar com as brincadeiras e se dedicar aos livros e cadernos.   

   Já Anthony, bem, ele era um caso a parte. Quase todos os dias ia para a diretoria... Seja por conversa em sala de aula, por ter aprontado uma das suas ou por não ter feito o trabalho que era pedido. Edward e eu tentamos absolutamente tudo. Brigamos, o colocamos de castigo, tiramos video game e computador, o proibimos de brincar... Fizemos de tudo, mas nada resolveu. No final, Esme falou que Edward agia da mesma forma quando criança, inclusive já tinha sido expulso de um colégio uma vez por ter trocado o remédio de pressão da professora. Mas fora a isso, meu filho continuava sendo um príncipe. Super amável e cavalheiro, mais uma característica puxada do pai.   

   Aliás, eu só servi de incubadora, porque tanto Anthony como Sophie, vieram a cópia exata de Edward. A mesma cor de cabelo e olhos. Isso me deixava muito frustrada.   

   Suspirando, resolvi levantar da cama e ir preparar o café da manhã do meu marido. Ele estava completando trinta e quatro anos hoje, então nada mais do que justo agradá-lo nem que seja um pouco.   

   Coloquei meu travesseiro ao lado de Sophie, evitando, se caso ela virasse, uma possível queda. Saí do quarto timidamente, tentando não fazer qualquer tipo de barulho.    

   Cheguei à cozinha e, aparentemente, eu não tinha sido a única que teve a ideia de preparar um café da manhã para Edward.

   - Mas que bagunça é essa aqui? – parei ao lado da pia, colocando as mãos na cintura.

   - Ai, mãe, que susto! – Claire colocou a mão sobre o peito, respirando fundo. – Estamos preparando o café da manhã para o papai, não é, Thony?

   - É, mamãe, quer ajudar a gente? – respondeu de cima da cadeira que tinha arrastado para a pia com o objetivo de ajudar a irmã.

   - Já não falei que não quero vocês perto do fogo quando estou longe? – tomei a frente das coisas, organizando tudo que ela já tinha preparado na bandeja.

   - Mãe, não sou nenhuma criança. – cruzou os braços, bufando. – Sei muito bem como preparar o café e algumas panquecas.

   - E o ovo mexido com bacon que o papai gosta, Claire, não se esqueça.

   - Eu sei, Anthony.

   - Sim, sei que você não é mais nenhuma criança, mas mesmo assim não quero que mexa no fogão enquanto não estou por perto. Tenho medo de que vocês se queimem.

   - Tá, mãe. – concordou, tirando o irmão de cima da cadeira em que ele estava e arrastando a mesma para o lugar. – O meu pai ainda está dormindo, né?

   - Sim. Ele e Sophie. Aliás, vocês sabem por que ela misteriosamente foi parar na minha cama? – comecei a preparar os ovos com queijo, presunto e bacon que Edward tanto gosta. Nunca entendi porque tanta gordura de manhã cedo.

   - A gente tava vendo filme ontem à noite quando ela acordou, aí o papai foi pegar ela e a Sô não queria voltar a dormir de jeito nenhum, aí o papai mandou a gente dormir, aí eu não sei mais o que aconteceu... – deu de ombros, me fazendo rir.

   - Pára de falar igual criança, Anthony.

   - Não começa, Claire. É isso que ele é, uma criança. – coloquei os ovos em um prato e comecei a preparar as panquecas.

   - Desculpa, mãe. – me deu um pequeno sorriso. – Ela acordou com medo e não quis voltar a dormir sozinha, então papai resolveu deixá-la dormir com vocês.

   - Ah sim... – agora tudo fazia mais sentido.   

   Terminamos de organizar rapidamente as coisas e fomos para o quarto. Ao abrir a porta, a cena que vi aqueceu meu coração imensamente. Sophie estava praticamente deitada em cima do pai, um dos braços em volta do pescoço dele e o outro jogado em cima de seu peito, já Edward, abraçava a filha protetoramente, como se temesse que alguma coisa pudesse machucá-la.   

   Eram esses momentos que me faziam ter certeza de como eu era feliz. Nunca tomei uma decisão tão certa em minha vida como a de voltar para os Estados Unidos há quase nove anos atrás.

   Edward pov.

   Ouvi meu nome ser chamado pela voz doce de Bella, mas meu sono estava tão gostoso que resolvi continuar dormindo. Entretanto, nem tudo são flores... Fui obrigado a acordar quando senti Sophie saindo de meus braços. Meu maior medo quando as crianças dormiam com a gente, era de eu rolar e me deitar em cima delas ou então de elas caírem da cama e eu não perceber. Acho que nunca me perdoaria se um dos meus filhos se machucasse por minha causa.

   - Bom dia, papai. – Bella sorriu docemente com uma Sophie preguiçosa e com carinha de sono em seu colo.

   - Oi, bom dia. – pigarreei, tentando espantar minha voz rouca.

   - Feliz aniversário, pai! – de repente um vulto de cabelos escuros estava em cima de mim, enchendo meu rosto de beijos. – Eu amo muito você!

   - Obrigado, minha princesa. – sorri, dando um beijo no topo da sua cabeça.

   - Feliz aniversário, papai! – Anthony também me abraçou, disputando espaço com a irmã. – Eu também amo muito você.

   - Valeu, carinha. – sorri, bagunçando seus cabelos. – E você, boneca? – puxei o pé de Sophie, que estava mamando distraída no seio de Bella. – Não vai dar parabéns para o papai, não?

   - Deixa eu acabar de mamar, papai. Aí eu falo com você. – Isabella imitou uma voz infantil, nos fazendo rir, e parece que isso chamou atenção de Sophie, que imediatamente largou o seio da mãe e sentou em seu colo. – Pronto. – deu alguns tapinhas nas costas da menina para ela arrotar. – Sophie, hoje é aniversário do papai. Você não vai dar parabéns pra ele, não?

   - Papai? – esticou os bracinhos gordinhos em minha direção e eu prontamente a peguei no colo.

   - Bom dia, minha boneca. – dei um beijo estalado em sua bochecha, fazendo ela se encolher com o contato de minha barba por fazer com sua pele fininha.

   - Epeta. – tocou meu rosto, rindo.

   - Sophie, dá parabéns pro papai. – Claire segurou uma de suas mãozinhas e a levou a boca, dando um pequeno beijo.

   - Paiabéns, papai! – passou os bracinhos por meu pescoço, me dando um abraço desajeitado. Um dos melhores abraços do mundo.

   - Obrigado, boneca.

   - Parabéns, meu amor. – Bella se inclinou sobre as crianças, depositando um leve beijo em meus lábios. – De noite eu te dou teu presente. – sussurrou em meu ouvido, me fazendo rir.

   - Cobrarei, Sra. Cullen.

   - Papai, a gente preparou seu café. – apontou para uma bandeja, que eu não tinha reparado até esse momento, que estava em cima do criado mudo. – E tenho que pegar seu presente. Onde você colocou, Claire?

   - Tá em cima da minha estante.

   - Tá. – desceu da cama em um pulo, saindo do quarto correndo.

   - Já desisti de mandar esse menino andar ao invés de correr. – pegou a bandeja com comida, sentando ao meu lado. – Acordei e as crianças já estavam preparando seu café.

   - Verdade? – olhei para Claire, que estava sentada do meu outro lado. – Obrigado, princesa. – dei outro beijo nela.

   - Não foi nada, pai. – deu de ombros.

   - Voltei! – me estendeu um pacote médio. – Foi a gente que fez, papai. A mamãe só ajudou no final.

   - Tenho certeza de que vou gostar, carinha, independente do que seja.   

   Rasguei a embalagem, me deparando com uma camisa branca, estampada com as impressões das mãos dos meus filhos marcadas a tinta no tecido. A de Claire, que era a maior, foi usada tinta rosa, a de Anthony, azul e a de Sophie, lilás. Na parte da frente da camisa, bem no meio, identifiquei a letra de minha esposa, onde estava escrito: “Melhor pai do mundo.”.

   - A gente sabe que você não vai ter coragem de usar isso na rua, mas queríamos te dar um presente feito por nós mesmos e que a Sophie pudesse participar. – sorri.

   - Eu adorei, princesa! Pode ter certeza de que você não poderia ter me dado presente melhor! E é claro que eu vou ter coragem de usar isso na rua. – dei um beijo em cada um.

   - Pai, você não vai sair com uma camisa toda manchada por aí, né?

   - Claro que vou! Claire, quando você tiver seus filhos, vai entender o que eu estou sentindo nesse momento.

   - Eu falei que ele ia amar o presente de vocês. – Bella piscou para ela.

   - Ainda não acabou, papai! – Anthony me entregou outro pacote, dessa vez menor.   

   Rasguei a embalagem novamente e me peguei olhando para um porta-retrato grande. A foto era composta por Bella segurando Sophie em seu colo, Claire ao lado da mãe e com um dos braços em volta da cintura da mesma e Anthony na frente das duas. Me lembrava perfeitamente bem do dia em que essa foto foi tirada. Era a primeira vez que levávamos Sô ao zoológico.

   - Eu amei, crianças! Muito obrigado! – sussurrei, emocionado.

   - A mamãe quem deu a ideia.

   - Obrigado. – sorri para ela, que balançou a cabeça negativamente, indicando que não precisava agradecer.

   - Eu ainda não te dei o meu.

   - Bella... – censurei.   

   Claro que ela já tinha me dado o meu presente. Nossos filhos e ela em minha vida era a melhor coisa que eu poderia ganhar. Enquanto eu tivesse ela e as crianças comigo, eu seria presenteado todos os dias.

   - Ora, é só uma lembrança. Aqui, filha, entrega para o papai. – entregou a menor caixinha a Sophie, que tentou levar o objeto a boca. – Não, bebê, é do papai. Dá a ele, sim?

   - Atí, papai. – me estendeu a embalagem. – Abe. Qué vê. – ri de seu vocabulário peculiar e incorreto.

   - O papai vai abrir, pequena curiosa. – rasguei a embalagem de presente, me deparando com um estojo de veludo. – Não é uma joia, é?

   - Abra logo, Edward. – respondeu, revirando os olhos.

   - Ok, ok. – abri o estojo, vendo o relógio que eu tanto queria há meses, mas nunca tinha tempo para comprar, acomodado ali dentro. – Bella, obrigado!

   - Eu sei que você queria comprar esse relógio há meses, mas nunca se lembrava ou então não tinha tempo... Percebi que era o melhor presente que eu poderia te dar.

   - O melhor presente mesmo. – selei demoradamente meus lábios com os dela.

   - Ah, não tem graça! Você gostou mais do presente da mamãe do que do nosso, pai?

   - Ai, Anthony, claro que não! – deu um tapa leve na testa do irmão.

   - Gostei de todos os presentes, carinha. Acredite quando falo que não poderia ter ganhado nada melhor.

   - Ok, senhores, vamos comer que eu estou morrendo de fome.   

   E não foi preciso ser dito mais nada. Passamos a manhã quase toda na cama, assistindo desenho com as crianças. Bella se acomodou entre minhas pernas, com as costas apoiadas em meu peito, já Claire deitou ao meu lado, deixando Sophie entre ela e o irmão. Eu me limitei a ficar observando minha família e pensando no quão sortudo eu era.   

   Em pensar que há dez anos trás, quando Tanya morreu, eu achei que minha vida não tivesse mais sentido algum. A única coisa que me mantinha de pé era Claire. Minha filha era a única razão para eu não ter desistido de mim mesmo. E agora, eu tinha quatro razões para continuar lutando e vivendo. Sabia que independentemente do que acontecesse em minha vida, eu sempre teria Bella e meus filhos por perto.   

   Claire, com toda a sua personalidade doce e cativante. Ganhava qualquer pessoa com um sorriso. Nem era preciso conhecê-la há muito tempo, bastava ver seu sorriso meigo ou sua alegria, que já gostavam dela de primeira. E quanto mais velha ela ficava, mais parecida com Tanya estava. Ao contrário do que eu imaginei um dia, isso não me causava mais dor, pelo ao contrário, me deixava orgulhoso. Era importante para mim saber que, de alguma forma,  minha filha sempre se lembraria da mulher que a trouxe ao mundo. Bella era importante na sua vida? Logicamente. Mas Claire jamais poderia se esquecer de Tanya.   

   Já Anthony... Bem, Anthony era Anthony. Bagunceiro e levado, mas completamente carinhoso e protetor com a mãe e as irmãs. Cuidava delas com tanto zelo que quem visse, diria que ele tem muito mais do que seis anos. Era apaixonado pela mãe. Fazia o que Bella pedisse sem nem pensar duas vezes. Venerava-a e idolatrava de uma forma encantadora, e devo confessar que tenho uma imensa parcela de culpa nisso.   

   Sophie. Sophie era minha boneca. Assim como Anthony, uma Xerox minha, mas uma mistura perfeita de mim e sua mãe quando o assunto era personalidade. Assim como Isabella e Claire, conseguia o que quisesse de mim com um simples bico. Era risonha e alegre, mas decidida, determinada e corajosa. Brigava com Anthony como se tivesse a mesma idade dele e quando o irmão não cedia, jogava o que quer que estivesse ao seu alcance em cima do mesmo. Ou seja, com nem dois anos já ficava de castigo constantemente. Isabella não suportava a ideia de ter uma filha violenta em casa.   

   E por falar em Isabella, minha mulher continuava cada vez mais linda. A maturidade estava fazendo muito bem a ela. Com seus vinte e oito anos, esbanjava por aí sensualidade e beleza. Seu corpo, depois da segunda gravidez, ganhou muito mais curvas. Não que ela tenha engordado, mas estava muito mais gostosa. Suas coxas e bundas estavam maiores e seus seios também tinha crescido. Ok, ela ainda estava amamentando, mas eles definitivamente estavam maiores. Nosso casamento também ia muito bem. Brigávamos, claro, como qualquer casal. Algumas noites eu dormia no sofá, mas não demorávamos muito a nos reconciliar. Com sexo, obviamente.   

   Não sei se era possível, entretanto, o meu amor por essa mulher só aumentava com o passar do tempo. Muitas pessoas falam que depois de alguns anos de casamento, a relação esfria, mas com a gente isso nunca aconteceu. Cada dia era uma novidade entre nós dois. Tentamos sempre modificar, justamente para não cair na rotina. Pelo menos duas vezes ao ano viajamos sozinhos, seja para fora do país ou não. Pelo menos uma noite ao mês saímos para jantar, ir ao cinema, ou então fazer qualquer programa bobo de casal. Isso sempre era renovador.

   - Edward? – me tirou dos meus pensamentos.

   - Oi.

   - Vou fazer o almoço. Vai ficar aqui no quarto com as crianças? – olhei para o lado, vendo que Claire não estava ali.

   - Cadê Claire?

   - Foi entrar na internet. – murmurou, levantando. – Ei, Sophie? – atraiu a atenção da pequena, que já dava indícios de que ia dormir. – Não pode mimir agora não. Tem que ficar acordada, bebê.

   - Tô cum soninho, mamãe. – resmungou.

   - Eu sei, querida. Mas não pode dormir. – deu um beijo em sua bochecha. – Por que você não vai pra sala com eles?

   - Tudo bem. – fiquei de pé. – Para a sala, crianças. – peguei Sophie no colo, ajudando Anthony a descer da cama alta. Saí do quarto, deixando Bella sozinha lá, terminando de arrumar algumas coisas.

   - Qué pintá, papai. – pediu, segurando meu rosto com as duas mãozinhas.

   - Vamos jogar video game, pai?

   - Faz assim, Thony: vai ligando tudo lá na sala que eu vou pegar o caderno de pintura da sua irmã e já desço, tá?

   - Beleza.   

   Peguei o que tinha que pegar no quarto excessivamente lilás que minha mãe e irmã tinham montado para Sophie e depois desci. Alguns minutos depois, Bella também desceu, indo direto para cozinha preparar o almoço. Eu e Anthony iniciamos o jogo enquanto Sô estava sentada ao meu lado, em silêncio, pintando e rabiscando.

   - Pai? – Claire apareceu de repente na sala.

   - Oi.

   - Posso ir na festa da Melany hoje?

   - Onde ela mora? Que horas é essa festa? Quem vai?

   - West Side. De noite. Meus amigos.

   - Que amigos? – desviei minha atenção do jogo, olhando para ela.

   - Grace, Oliver, Greg, Laura, Thomas... – sentou ao lado da irmã no chão. – Vai ser legal, pai, deixa, por favor. – brincou com o cabelo de Sophie, ganhando um sorriso da mais nova.

   - Você não tem idade para ficar indo a essas festas, Claire.

   - O quê?!

   - Isso mesmo, mocinha. E não adianta me olhar com essa cara.

   - Pai –

   - Não.

   - O quê foi? – Bella entrou na sala, segurando o prato de comida de Sophie. – Vem papar, filha.

   - Mãe, meu pai não quer me deixar ir na festa da Melany hoje.

   - Que horas é essa festa?

   - De noite.

   - Onde é?

   - West Side.

   - E quem vai? – acomodou a bebê em seu colo, entregando em suas mãozinhas o copinho de tampa com o suco de laranja dentro.

   - Grace, Oliver, Greg, Laura, Thomas...

   - Qual o problema de ela ir, Edward? 

   - Isabella, Claire não tem idade para ficar indo nessas festas sozinha.

   - Ah, pelo amor de Deus, não é como se ela fosse nessas festas e voltasse grávida.

   - A Claire vai ter um bebê?

   - O quê?! - gritei.

   - Não, Anthony, sua irmã não vai ter um bebê, meu filho. – explicou pacientemente, com um sorriso doce nos lábios. – Edward, eu andava sozinha por Nova Iorque quando tinha a idade dela.

   - Tá vendo, pai? – cruzou os braços.

   - Não, não e não.

   - Pai. – gemeu.

   - Não, Claire. Não é não.

   - Mãe.

   - Edward, se você ficar proibindo a menina de sair e se divertir, quando ela tiver mais velha, vai fazer escondido de você e eu te garanto que vai ser bem pior.

   - Maisi, mamãe. – Sophie exigiu mais comida quando percebeu que a mãe tinha parado de alimentá-la por um momento para falar comigo.

   - Mamãe vai dar mais, querida. – deu um beijo na pequena cabeça loira. – E então? Vai deixar a menina ir ou não?

   - Eu te levo e te busco. – me dei por vencido. – Às dez da noite já quero você dentro do carro. E não estou aberto a negociações.

   - Ai! Você é o melhor, pai! – deu um beijo estalado em minha bochecha. – Por isso eu amo tanto você!

   - Claro, claro... – resmunguei.

   - Vou escolher a roupa que vou usar essa noite. – e simplesmente sumiu pelo corredor.

   - Anthony, vai lavar as mãos e chamar sua irmã para almoçar. Fala para ela escolher a roupa depois.

   - Tá, mãe. – largou o controle do video game, indo fazer o que a mãe tinha mandado.

   - Me ajuda aqui com ela. – me entregou o pratinho da bebê, ficando de pé com a criança em seu colo.

   - E você, mocinha, nada de deixar seu pai com cabelos brancos como sua irmã tem feito, tudo bem? – pedi, a fazendo rir. – Por favor, papai ama muito vocês e enlouquece com a possibilidade de perdê-las.

   - Por Deus, Edward, um dia você terá que dividi-las com outro cara, aceite isso.

   - Me deixe achar que isso nunca vai acontecer, tudo bem?

   - Bobo super protetor. – ficou na ponta dos pés, me dando um beijo demorado, que foi interrompido pela gargalhada de Sophie. – Papai é um bobo, não é, boneca?

   - Papai bobo. – riu.

   - Sim, papai é completamente bobo pela sua mãe. – puxei Bella para perto de mim, encostando minha testa na dela e a envolvendo com meus braços, consequentemente envolvendo Sophie também, já que ela estava no colo da mãe. – Eu amo muito você, nunca se esqueça disso.

   - Como me esquecer, Edward? – passou a mão livre por meu rosto. – Você me lembra disso toda a manhã quando acordamos e todas as noites quando vamos dormir. – me beijou mais uma vez e outra. – Eu também amo você, detetive. Com toda a minha alma. Você, definitivamente, curou qualquer ferida que eu tivesse aberta.

   - Obrigado por tudo. – agradeci. – Obrigado por tudo que você me deu. Obrigado por simplesmente me amar, Bella. Obrigado por ter desistido de Paris.

   - Bem, acho que temos que agradecer ao Juan, então. – ri.

   - Sim, pelo menos alguma coisa de bom ele nos fez. – voltei a beijá-la.

   - Qué beso também, papai. – nos separamos as gargalhadas.

   - Você quer beijo também, boneca? – a tirei do colo da mãe, enchendo de beijos seu pescoço cheio de dobrinhas.   

   É, definitivamente, eu teria que agradecer ao Juan eternamente.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Muito fofa essa Sophie, né, gente? Dá vontade de morder e esmagar tanta gostosura assim, hahahaha Uma boneca mesmo *-*
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Bem, espero sinceramente que vocês tenham gostado. E como o Edward falou, alguma coisa de bom o Juan fez pela Bella, né? Até porque, se não fosse pela canalhice dele, ela ainda estaria na França, rs.
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Comentem, hein, gente? Quem sabe isso não me motiva e eu posto outro extra... Quando vier outra cena na minha cabeça, claro, rs.
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Beijos e até a próxima :)
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