Isabella pov.

9 meses depois.

Pouca coisa tinha mudado durante esses 9 meses em nossas vidas. Digo, na minha e na de Edward, porque na das nossas famílias muita coisa mudou.

A única coisa que nós gostamos de nos lembrar daquele dia foi o fato Anthony ter nascido, do resto, tentamos esquecer tudo, principalmente Claire. No início as coisas foram muito difíceis para ela, não queria sair de casa para nada, mesmo que Edward e eu estivéssemos com ela, tinha pesadelos a noite e eu sentia que ela estava distante de mim. Pensei até que ela estivesse com ciúmes do irmão, mas depois Edward me falou que ela se culpava pelo que tinha acontecido. Depois disso, tive uma conversa séria com ela, onde expliquei que nada daquilo tinha sido sua culpa, que o importante era nós estarmos juntos. Acho que isso, somado ao tratamento com o psicólogo infantil que ela estava fazendo, surtiram muito efeito, pois ela voltou a ser a minha Claire.

Depois do nascimento de Anthony nossa rotina tinha mudado completamente. Edward tinha finalmente saído da polícia, por isso tinha mais tempo em casa conosco. Eu também tinha me afastado da faculdade, iria voltar a estudar somente quando Thony já estivesse com 1 aninho. Falando nele, meu filho era uma criança muito calma. Nos primeiros meses dele em casa, pensei que fosse surtar. Não estava acostumada a isso, ele era tão frágil. Mas Edward me ajudou em tudo, sempre me orientando no que eu deveria ou não fazer, justamente por ele já ter passado por isso. No fim, tudo deu certo.

Meu pai que estava insuportavelmente babão com o primeiro neto. Enchia meu filho de mimos, presentes... Não só a Anthony, mas como Claire também. Chegou a um ponto que eu e Edward tivemos que interferir. Mas Charlie estava feliz, parece que depois de anos, ele finalmente resolveu seguir sua vida sem minha mãe, resolveu dar uma nova chance para o seu coração. Durante uma investigação, ele conheceu Sue Clearwater, uma mulher muito bonita e que não aparentava ter a idade que tem. Eles começaram e se envolver e hoje estavam namorando. Sue tinha uma filha, Leah.

Leah Clearwater era uma menina doce e tímida, era mais velha que eu. Tinha 23 anos. Ainda estava na faculdade. Eu e ela nos tornamos grandes amigas, principalmente depois que ela e Jacob começaram a namorar. Por falar nele, Edward e Jake se tornaram grandes amigos depois que ele ajudou meu noivo a me salvar. Claro que às vezes ainda rolavam implicâncias entre os dois, mas nada que não se resolvesse depois. E isso realmente me surpreendeu bastante.

Com relação aos Cullens tudo estava na mais perfeita paz. Esme tinha decidido se afastar terminantemente da empresa, deixaria tudo nas mãos dos diretores, que ela inclusive confiava muitíssimo. Segundo a mesma, seu tempo seria dedicado único e exclusivamente aos netos. Iria me ajudar a cuidar das crianças, principalmente quando eu voltasse a estudar e a trabalhar. Carlisle também estava babando nos netos, sem contar que estava muito orgulhoso da decisão do filho. Alice e Jasper estavam de casamento marcado. Eu estava tão feliz por ela!

Emmett e Rosalie também estavam tão bem! Cada dia mais felizes. Rose inclusiva me confessou que achava que Emm ia pedi-la em casamento. Eu estava tão feliz pela minha amiga! Ela merecia ser muito feliz!

- Bella? – Edward entrou no quarto com Anthony no colo.

- Oi.

- Se arrume, nós vamos sair.

- Hã? – franzi a testa, sem entender sobre o que ele falava.

- É. Nós vamos sair. – tentou segurar o bebê, que se inclinava em minha direção.

- Oi, meu amor! – o peguei no colo. – O quê, hein? Quer mamar, bolinha? Hum? – tirei minha blusa e abaixei o sutiã, logo Anthony mamava.

- É por isso que ele está gordo desse jeito. – sentou atrás de mim, me puxando para apoiar minhas costas em seu peito. – Mama toda hora.

- Aonde nós vamos?

- Não vou te falar. É uma surpresa, baby. – bufei.

- Você sabe que eu odeio surpresas.

- Eu sei. E é exatamente por isso que eu as faço, você fica tão linda irritadinha. – passou a mão pelo cabelo loirinho do bebê.

- Eu te odeio, Edward!

- Não foi isso que você disse ontem à noite. – beijou meu pescoço.

- Mãe? – Claire entrou no nosso quarto. – Prende o meu cabelo, por favor?

- Prendo, querida. Deixe só o seu irmão acabar de mamar, tá?

- Arrã. – subiu na cama em um pulo, sentando ao lado do pai. – Aonde você vai levar a gente, papai?

- Até você, Claire?! – tive que gargalhar com essa. – Só falta Anthony me perguntar aonde nós vamos. – como se ele entendesse que o pai estava falando dele, ergueu a cabeça, olhando para Edward. – É isso aí, rapaz. Você tem que ficar do meu lado, entendeu? Não pode se render aos encantos da sua mãe e da sua irmã. – resmungou alguma coisa na sua língua de bebê. – Muito bem, garotão. Tem que dar razão ao papai mesmo. Não pode cair na chantagem emocional delas.

- Tudo bem. Chega de farra. – decretei. – Coloque uma roupa nele enquanto eu tomo um banho. Ah! Antes de fazer isso troque sua fralda.

- Já fiz isso, Bella! – levantou, pegando o bebê do meu colo e girando-o no ar, arrancando gargalhadas e gritinhos dele.

- Edward, não faça isso! Ele acabou de mamar! – ralhei.

- Sua mãe é chata, né, campeão?! – resmungou, saindo do quarto.

- Vem aqui, querida. – bati em minha coxa, onde Claire logo sentou. – Vai querer que eu faça um rabo-de-cavalo?

- Sim. – assentiu. – Queria saber para onde o papai vai levar a gente.

- Eu também, meu anjo. Ele não comentou nada com você, não?

- Não.

- Acabei. – terminei de ajeitar seu cabelo.

- Obrigada, mamãe. – ficou de pé, dando um beijo em minha bochecha. – Vou esperar você lá na sala com o meu pai, tá?

- Tudo bem, amor. – sorri.

Levantei da cama, pegando uma blusa branca de alça no armário e uma calça jeans. Tomei um banho bem rápido, quanto mais rápido eu estivesse pronta, mais rápido nós iríamos aonde quer que Edward queria nos levar e mais rápido chegaríamos em casa. Desde que Anthony nasceu, eu evitava ficar até muito tarde com ele na rua.

Depois de vestida, coloquei uma bota de cano baixo, peguei minha bolsa e um óculos de sol. Estava pronta.

- Vamos? – perguntei, entrando na sala.

- Mamãe tá linda! – veio para perto de mim, segurando minha mão.

- Ela está sempre linda, filha. – sorri, corando.

- E você sempre me deixa com vergonha. – peguei Thony de seu colo.

- Vamos logo! – colocou Claire em seus braços e sua mão livre envolveu minha cintura.

- Cadê a bolsa do bebê?

- Bella, nós não vamos demorar muito.

- Mesmo assim, Edward! – bufou.

- Vou pegar. – sumiu pelo corredor, ainda com a filha no colo. – Pronto. – já estava de volta com a bolsa azul com um monte de bichinhos desenhados. – Será que agora podemos ir?

- Claro.

Thony foi o caminho todo resmungando em sua cadeirinha. Achava engraçado que Claire conversava com o irmão o tempo todo, mesmo sem ter a menor noção do que ele falava. Ficava muito feliz ao ver meus filhos se dando tão bem. Não só eu, mas Edward também ficava feliz e orgulhoso. Claire era a princesinha dele, tenho certeza de que se ela sentisse ciúmes do irmão, isso o magoaria muito. Mas graças a Deus nada disso aconteceu.

- Chegamos. – estacionou o carro em frente a uma casa branca de madeira, com um telhado meio cinza. O jardim era muito bem cuidado. Resumindo: a casa era linda. Bem no estilo americano de ser.

- O quê é isso, Edward? – desci do carro, ajudando-o a soltar as crianças.

- Isso é tão legal! Essa casa é nossa, papai?!

- Acho que sua filha é mais esperta que você, Bella! – pegou o bebê do meu colo. – Essa casa é nossa, amor! – escancarei a boca, incapaz de falar qualquer coisa. – Minha mãe ia nos dar somente quando nos cassássemos, mas comentei com ela que você estava achando o apartamento pequeno para as crianças, então ela resolveu apressar as coisas.

- Edward, eu... Eu não posso aceitar isso! Por Deus, essa casa deve ter sido uma fortuna! Seus pais devem ter gastado uma grana com isso.

- Bella, não foram meus pais quem compraram a casa. Quem comprou fui eu, minha mãe somente reformou e me ajudou a decorar.

- Mas você falou que ela só ia nos dar depois do nosso casamento. – olhei para ele, sem entender nada.

- Claro, ela só ia deixar que nós morássemos aqui depois do nosso casamento. – passou o braço por meus ombros. – Vamos conhecer a casa, hum? Claire já deve estar explorando o quintal de trás. – fomos seguindo para onde ele falou que nossa filha estaria.

- Mamãe, você não vai acreditar! – seu rosto estava vermelho. – Tem uma piscina enorme lá trás! – seus olhos azuis estavam arregalados de empolgação. – Vem ver! – me puxou pela mão, me arrastando para onde ela mencionou.

- Ah. Meu. Deus! – realmente a piscina era enorme e havia várias espreguiçadeiras em volta dela. Sem contar que o quintal era enorme. – Isso é... Isso é maravilhoso, Edward! – me virei para ele, que me olhava sorrindo. – As crianças terão tanta liberdade aqui!

- Eu sei. Foi por isso que eu escolhi essa casa. Que bom que você gostou, amor! – se abaixou, dando um beijo em minha boca. – Vamos conhecer lá dentro?

- Arrã.

- Claire? – chamou a filha, que estava correndo pelo quintal. – Eu e sua mãe vamos entrar. Não quer conhecer o seu quarto?

- Depois, papai. Posso ficar aqui?

- Pode. Mas fique bem longe da piscina, entendeu?

- Arrã.

- Vamos? – tocou de leve a base das minhas costas, me impulsionando a andar.

- Não tem problema em deixá-la aqui fora sozinha?

- Não, Bella. Você sabe que ela nos obedece. Ela não vai ficar perto da piscina. – destrancou a porta de trás, que dava acesso à cozinha. – Então, o quê achou?

- Deus...

- Minha mãe quis fazer uma coisa meio antiga, sabe? Ela sabe que você gosta. Não sei se você vai gostar... – deu de ombros.

- Isso é simplesmente incrível! – a cozinha era em tons claros, com os armários todos em madeira. Parecia a cozinha de uma casinha de boneca. Era a coisa mais linda que eu já vi no mundo! – Deus, isso é perfeito! – sorria feito uma criança que tinha acabado de ganhar o brinquedo preferido do pai. – Obrigada! – pulei em seu colo, esquecendo por um momento que ele segurava o nosso bebê. – Eu te amo!

- Eu sei, amor. – sorriu. – Vamos conhecer a sala agora? Ela já é mais moderna que a cozinha.

- Não importa! Isso tudo é tão mágico!

E realmente era. A casa toda era perfeita. Não sabia como agradecer Esme por tudo que ela tinha feito. Ela tinha conseguido combinar o meu estilo retro com uma coisa mais moderna. Por exemplo, nossa sala era em um estilo bem moderno, em tons claros também, o que nos passava uma ideia de calma e aconchego.

A sala de jantar era simplesmente magnífica. Também em tons claro, porém os móveis eram em madeira, o que nos dava um ar luxuoso. O banheiro social, que também fica no andar de baixo, era pequeno e simples, mas nem por isso feio. Era bem a nossa cara. Nada muito ostensivo.

No andar de cima ficavam os quartos. O quarto de Anthony era lindo. Em dois tons de azul, um azul bem clarinho e um azul mais escuro. Seu berço era branco, assim como a poltrona de amamentação e sua cômoda. No chão tinha um tapete listrado. O quarto de Claire também era lindo. Tenho certeza de que ela adoraria. A parede era listrada, em um tom de lilás claro e escuro. Havia uma mesinha, onde ela podia brincar e desenhar e uma estante, onde ela poderia guardar os seus livros de pintura. O banheiro das crianças também era lindo. Todo do Mickey, desde o espelho até as toalhas. Era uma coisa bem infantil, super a cara dos meus filhos. Mas o que eu mais gostei de toda a casa foi o meu quarto. Era todo branco, grande, bem simples, mas ao mesmo tempo tão aconchegante... Tinha uma varanda também, onde dela dava para ver toda a parte de trás da casa. Nosso banheiro também era lindo, todo de madeira escura e bem grande.

- Gostou? – perguntou hesitante.

- Tá brincando? – sorri. – Eu nem tenho como te agradecer, Edward! Isso é muito mais do que eu um dia cheguei a sonhar pra mim! – olhei Claire correndo atrás de uma borboleta lá embaixo.

- E o quê você sonhou? – me abraçou por trás somente com um braço, já que o outro ainda segurava Anthony.

- Em me casar, ter filhos, ter uma casa aconchegante, me formar em Letras e abrir minha livraria... Mas isso aqui, isso que nós dois construímos juntos é melhor do que qualquer futuro que eu tenha planejado pra mim um dia. – apoiei minha cabeça em seu ombro. – Você me deu as pessoas mais importantes da minha vida, que são nossos filhos, e me fez perceber o que é amor de verdade.

- E você me ensinou que por mais problemas que nós tenhamos, sempre há esperança no final. – me virou de frente para ele. – Eu amo tanto você, Bella. Quando eu... Quando eu percebi o que tinha acontecido com vocês naquele dia –

- Shiii. Não vamos falar sobre isso. – coloquei meu dedo sobre seus lábios.

- Não. Eu quero te falar isso. – suspirou. – Quando eu percebi o que tinha acontecido com vocês fiquei desesperado. Não podia perder nenhum de vocês três. Vocês são a minha vida, entende? E eu me senti tão inútil, tão impotente de não ter lhes protegido... Queria a todo custo descobrir onde estavam. E tinha jurado para mim mesmo matar quem ousou cogitar a possibilidade de machucá-los, mas quando cheguei lá, a única coisa que passava pela minha cabeça foi sair com você e Claire de lá. Meu instinto de proteção gritava que eu tinha que sumir com vocês dali. – acariciou meu rosto. – Eu amo muito você, Isabella. Amo tanto que chega a doer aqui dentro. – colocou a mão no peito. – Obrigado por tudo.

- De nada. – sorri. – Eu também amo você, amor. – Anthony resmungou, nos fazendo rir. – Perdão. Eu também amo vocês três. – fiquei na ponta dos pés, encostando meus lábios nos dele.

Problemas todo casal enfrentava. Ciúmes em um relacionamento era mais do que normal, brigas mais ainda. E eu e Edward não seríamos a exceção. Passaríamos por tudo isso, mas eu tenho certeza, depois de tudo que já enfrentamos, que com o nosso amor, com o amor que nós tínhamos aos nossos filhos, seríamos capazes de vencer tudo. Seríamos capazes de enfrentar o que quer que venha pela frente, porque ele tinha me ensinado a ser forte, a lutar pelo o que eu acreditava e amava. Independente do que falassem, eu tinha certeza de que nosso amor era maior do que qualquer coisa porque simplesmente tínhamos um ao outro, simplesmente tínhamos os nossos filhos e, claro, como em qualquer família, tínhamos Summer. E isso bastava.

Fim.