Isabella pov.

- Talvez seja melhor nós não nos casarmos!

- O quê?! – balançou a cabeça negativamente. – Do quê você está falando, Bella? Aliás, por que chegamos até esse assunto?

- Porque você não me ama mais! – sentei na cama, soluçando.

- De onde você tirou isso, Bella? – sua voz saiu divertida.

- Você me chamou de Isabella. – cruzei os braços, emburrada. – Você sabe que eu odeio quando me chamam assim!

- Meu amor, – se aproximou de mim, sentando ao meu lado. – pare de pensar besteiras. – tentou me abraçar, mas eu me esquivei. – Bella... – sussurrou docemente. – É claro que eu te amo, você sabe disso. Não foi porque eu te chamei de Isabella que isso signifique que eu não te ame mais. – tentou me abraçar novamente e dessa vez eu permiti.

- Desculpe... – murmurei baixinho. – Não sei o que me deu para agir daquela forma. – abaixei a cabeça envergonhada. – Eu sei que você me ama. Desculpa, Edward. – afundei minha cabeça em seu peito, aspirando seu perfume.

- Tá tudo bem. – deu um beijo na minha cabeça. – Mas me prometa que se você passar mal novamente e eu não estiver por perto vai me avisar. Isso não é brincadeira, Bella. Pode realmente ter sido só um enjoo, mas também pode ser alguma coisa mais grave.

- Tudo bem. – levantei a cabeça, sorrindo. – Eu prometo. – abaixou a cabeça, deixando um beijo em meus lábios. – Será que podemos voltar a dormir agora?

- Claro que podemos. – voltamos a nos aconchegar na cama, nos cobrindo com o edredom. O clima em Nova Iorque estava frio, não tanto quanto no fim do ano, mas estava frio.

- Desculpe, Edward. – pedi novamente, deitando minha cabeça em seu peito.

- Durma, Bella. – murmurou em meus cabelos, deixando um beijo em minha testa.    

Não foi muito difícil voltar a dormir com ele cantarolando uma melodia suave em meu ouvido.

[...]

- Sério que você chorou por que ele te chamou de Isabella? – gargalhou.

- Rosalie! Não ria de mim! – murmurei, envergonhada. – Não sei o que me deu. – suspirei.

- Bella, você sempre chorou a toa, amiga, mas daí a chorar porque seu namorado, opa, noivo te chamou de Isabella é demais.

- Eu sei! – cruzei os braços. – Eu tô me sentindo tão estranha ultimamente, sabe? – sentamos na nossa mesa habitual, esperando Emmett e Alice se juntarem a nós.

- Não, não sei. Explique-se melhor.

- Não sei, Rose. Sinto alguma coisa estranha dentro de mim... Não sei explicar.

- Posso te fazer uma pergunta? – assenti. – Você pode estar grávida? – engasguei com o suco que estava tomando.

- O quê?! Claro que não, Rosalie! Não pira! Eu tomo anticoncepcional, lembra? E de mais a mais minha menstruação não está atrasada.

- Então eu fico mais tranquila. Não estou pronta para ser tia agora.

- E nem eu pra ser mãe. – vi os dois que faltavam se aproximando da nossa mesa. – Morreu o assunto.

- Sim, senhora.

- Oi, gente! – Alice me deu um beijo na bochecha, fazendo o mesmo com Rose. – Como vocês estão? E você, Bellinha? Feliz?

- Claro que sim, Ally! – sorri. – Muito feliz!

- Só quero ver se eu vou ser o seu padrinho de casamento.

- É claro que vai, Emm. Você e Rose serão meus padrinhos, assim como Alice e Jasper serão os de Edward.

- Vocês já começarão a planejar as coisas para o casamento?

- Bella, você vai deixar a Alice e eu desenharmos o seu vestido?

- Vai deixar a mamãe redecorar o apartamento de vocês?

- Ou vão comprar uma casa?

- Gente, uma pergunta de cada vez! – voltei a sorrir. – Eu e Edward ainda não começamos a ver nada, a não ser que decidimos que nosso casamento será no dia 8 de junho de 2013. E sim, você e Alice poderão desenhar o meu vestido. Não sei se vamos comprar uma casa ou se vamos continuar no apartamento, mas de qualquer forma Esme vai nos ajudar.

- Mas vocês só vão se casar ano que vem?! – as duas falaram ao mesmo tempo.

- Gente, eu quero estar perto de me formar quando for casar. Edward apoiou minha decisão.

- É claro que ele apoiaria. Ele apoia tudo que você faz ou fala, Bella. – Emmett se pronunciou.

- Não é verdade, gente. – dei uma mordida no meu sanduíche natural. – Ele me apoia quando sabe que eu estou certa.

- Que seja. – deu de ombros.

- Mas vocês já decidiram aonde vão passar a lua de mel?

- Não, gente. Foi como eu falei: ainda não decidimos nada.

- Mas você não tem nenhuma ideia de onde ir?

- Ah, acho que tenho. – dei de ombros. – Tenho vontade de passar a minha lua de mel na Grécia, já até comentei isso com Edward uma vez.

- Então pronto, se eu bem conheço o meu irmão, ele com certeza vai te levar para passar a sua lua de mel na Grécia. – sorriu eufórica.   

Passamos o resto do intervalo conversando sobre meu casamento. As meninas estavam tão empolgadas que até parecia que elas quem se casariam, mas o que realmente me surpreendeu foi ver a empolgação de Emmett também. Quem diria que aquele grandalhão de quase 2 metros de altura também gostava de casamentos? Assim que o sinal bateu, nós fomos obrigados a voltar as nossas salas, Emmett teria aula no outro prédio, então Alice, Rosalie e eu fomos juntas para as nossas aulas. 

- Mas você quer que seu vestido seja tomara-que-caia?

- Tanto faz. – estava me sentindo enjoada novamente, mas dessa vez era algo muito mais forte. – Não tenho preferência com o modelo de vestido. Confio em vocês duas, sei que vão fazer um bom trabalho.

- Já estou imaginando os detalhes! – Rosalie exclamou animada.

- Eu também, Rose!

- Meninas, eu vou ao banheiro. – nem dei tempo delas responderem, logo estava correndo para lá.

- Bella?! – estavam atrás de mim quando ajoelhei e coloquei todo o meu lanche para fora. – Ai meu Deus! Eu também vou vomitar!

- Alice, não é hora para as suas frescuras! – segurou meu cabelo.

- Rose, ela está ficando sem cor. – não conseguia falar nada, toda vez que eu tentava pronunciar alguma coisa, vomitava mais.

- Bella?! – de repente comecei a ver tudo preto. – Bella?! Bella, tá me ouvindo? – queria responder, mas não achava voz. A única coisa que me lembro antes de desmaiar foi o grito de Alice e o chamado insistente de Rosalie.

[...]

Ouvi um barulhinho irritante ao fundo, tipo uma máquina apitando. Tentei me lembrar o que havia acontecido, mas só me lembro de estar conversando com as meninas sobre meu casamento e depois de mais nada. Parecia que minha memória tinha apagado. Mas que horas deveriam ser, hein? Será que estou há muito tempo nesse lugar? Aliás, onde estou? Tentei abrir os olhos, mas a claridade me incomodou, então preferi deixá-los fechados. Senti uma mão grande segurando a minha, sabia muito bem quem era. Senti também alguma coisa machucando meu braço, como se estivesse me furando... Logo a compreensão me inundou. Eu estava em um hospital. Abri os olhos assustada. O quê diabos eu estou fazendo aqui?

- Bella? – sua voz estava rouca, como se tivesse chorado.

- Oi... O que aconteceu?

- Você não lembra? – se aproximou de mim, apoiando o braço em minha cama.

- Não.

- Você passou mal na faculdade, desmaiou no banheiro. Rosalie e Alice te trouxeram para cá. Você quase me matou do coração, Isabella. Tem noção de como eu fiquei quando minha irmã falou que você tinha desmaiado? Não só eu, mas como seu pai também. Isso tudo por teimosia sua, se já tivéssemos vindo ao hospital antes, isso poderia ter sido evitado.

- Me perdoa... – murmurei envergonhada. – Não queria assustar vocês dois. – e lá estavam meus olhos cheios de lágrimas novamente.

- Vou ter que me acostumar com isso. – sua voz estava mais feliz, alegre. Franzi o cenho, não entendendo nada.

- Se acostumar com o quê?

- Com as suas constantes mudanças de humor. – sorriu.

- Quê?!

- Você está me fazendo o homem mais feliz do mundo, Bella! – se inclinou em minha direção, dando um beijo em meus lábios.

- Edward, você está bem? – fiz um carinho em seu rosto, sentindo sua barba por fazer me arranhando. Mas por incrível que pareça, eu gostava dessa sensação.

- É claro que eu estou! Muito bem, até! – seu sorriso se alargava cada vez mais.

- Edward, o que está acontecendo? Por que você está assim? Aliás, o quê eu estou fazendo aqui? Eu quero ir para casa! – tentei ficar de pé, mas ele me impediu.

- Ei, calma aí! Você precisa ficar aqui por mais algum tempo, tem que fazer mais alguns exames, ver se está tudo bem com vocês...

- Ver se está tudo bem com a gente? Edward, o que está acontecendo aqui?

- Você está grávida, Bella! – seus olhos brilhavam intensamente, de uma forma que eu nunca havia visto.   

Meu Deus! Eu não podia estar grávida. Não tinha como. Minha menstruação não está atrasada. Eu... Eu não podia. Simplesmente não podia! E minha faculdade? E minha vida? Eu só tinha 20 anos! Tinha acabado de fazer aniversário! Mas ao mesmo tempo eu estava tão feliz! Um filho meu e de Edward. Nosso! Não que Claire não fosse nossa, mas eu não havia ficado grávida dela, não tinha sentido seu primeiro chute, não tinha sentido as dores do parto, não tinha decidido junto com ele a decoração do quarto, não tínhamos escolhido o nome dela juntos, não tinha presenciado seu primeiro passo ou sua primeira palavra... Com esse bebê as coisas seriam diferentes, eu estaria presente em todos os momentos. Mas isso não faria que Claire fosse menos amada, muito pelo ao contrário, eu a amaria cada dia mais.

- Bella? Fale alguma coisa, por Deus!

- Perdão. – pisquei, saindo do meu transe. – Eu... Eu não sei o que dizer. – percebi que seu rosto estava molhado pelas lágrimas que escorriam de seus olhos. Eu não estava muito diferente.

- Você não está feliz? – agora ele estava apreensivo.

- É claro que eu estou feliz, Edward! – sorri. – Mas também estou confusa, com medo... – admiti.

- Eu estou aqui, amor. – me abraçou. – Não vou deixar que nada aconteça com vocês.

- Eu sei que não. – apoiei minha cabeça eu seu peito. – Mas e se eu não for uma boa mãe? Se eu não souber lidar com isso? Tem minha faculdade. Deus, eu não posso parar de estudar! E tem meu pai, seus pais e –

- Bella. – segurou meu rosto entre as mãos, assumindo um tom de voz muito sério para o meu gosto. – Fique calma, por favor. O médico falou que você não pode se estressar. Sua gravidez é de risco.