Edward pov.

2 meses depois.

Nesse tempo poucas coisas mudaram. Eu e Isabella continuamos juntos, mas ainda não tínhamos nada sério. Ela e Claire que estavam cada vez mais juntas, tanto que tinha dias que Isabella quem ia buscá-la na escola e passava a tarde com ela em meu apartamento. Não posso negar que eu ficava muito feliz ao ver a minha filha e a mulher que eu amo cada vez mais próximas. Sim, a mulher que eu amo. Demorei a perceber, mas vi que amo muito Isabella. Não gosto muito de comparações, mas acho que a amo muito mais do que amei Tanya.   

A única coisa que me deixava preocupado era o fato de Isabella e Charlie ainda estarem sem se falar. Ele até que tentou uma reaproximação, mas Isabella alegou ainda estar muita magoada com ele para se quer cogitar a hipótese de perdoá-lo, mas eu sei que tem muito mais por trás disso. Bella é orgulhosa demais para aceitar desculpar o pai por enquanto.

- No que você está pensando, detetive? – apoiou a cabeça em meu peito nu.

- No quanto a senhorita é orgulhosa. – passei a mão suavemente por suas costas.

- Fala sério, Edward! Nós acabamos de transar e é nisso que você está pensando? – bufou, me fazendo gargalhar. – Ora, não ria! – virou de costas para mim.

- Desculpa. – passei meu braço ao redor de sua cintura fina.

- Eu estou preocupada.

- Com o quê? – apoiei minha cabeça em seu ombro.

- Eu ouvi uma conversa de Rosalie com seus pais hoje de manhã, a mãe dela dizia que não tinha mais condições de me deixar morando lá, que eram muitas despesas e eu não ajudava em nada. Mas poxa, não é porque eu não quero, só que eu não consigo arrumar um emprego nem um estágio.

- Venha morar comigo. – propus, sem nem pensar duas vezes.

- Não é tão fácil assim, Edward.

- Por quê?

- Nós temos um relacionamento, sabe? E também tem Claire, ela já acha que nós vamos nos casar e que eu vou ser a mãe dela, se eu vier morar aqui é mesmo que a garota vai pirar.

- Nós podemos explicar a situação a ela.

- Eu não quero ser sustentada por você, Edward. – falou baixinho enquanto se virava de frente para mim.

- O quê é isso? – passei a mão em seu rosto. – É só provisoriamente, até você achar um lugar para morar. Até porque, se você não morar aqui, você terá de morar nas ruas de Nova Iorque. – tentei fazer piada.

- Edward? – chamou depois de uns minutos em silêncio.

- Oi.

- Posso te falar uma coisa?

- Claro que pode.

- Eu... Droga, eu não sei como falar isso. – seu rosto estava vermelho, e eu achava isso adorável nela. – Ok, Bella, vamos lá... Eu acho que amo você. – fiquei estático, incapaz de pronunciar uma palavra. – Droga! Não era para eu ter dito nada, não é? – levantou rapidamente da cama, pegando suas roupas que estavam jogadas no chão. – Eu... Me desculpe, Edward. Esqueça que eu falei isso, Ok?

- Ei! Espera! – segurei seu braço, impedindo que ela saísse. – É claro que era para você ter falado isso, sabe por quê? – ela negou. – Porque eu também te amo, garota. Eu te amo, Isabella.

- Isso não é nenhuma piada, não é? Você não está mentindo nem nada do tipo, não é mesmo? – pela primeira vez eu vi aqueles olhos verdes que eu tanto amo cheios de medo. – Você não está falando essas coisas para amanhã de manhã me largar, não é?

- Claro que não, Bella. – a puxei para meus braços. – Eu realmente te amo, garota. – a peguei no colo, arrancando uma gargalhada dela. – Agora me beija.

- Mandão. – murmurou antes de seus lábios se encostarem aos meus.   

Aquelas três palavras que saíram de sua boca me fizeram o homem mais feliz do mundo! Era exatamente tudo que eu queria ouvir. Saber que Isabella me amava assim como eu a amava era muito bom. Não esperava que fosse ela quem fosse dar o primeiro passo, que fosse ela quem iria de declarar primeiro, mas ela, como sempre, me surpreendeu. Eu fiquei tão surpreso que nem tive reação na hora... Mas agora, a única coisa que eu consigo fazer é cobrir cada pedaço do seu corpo com beijos. Eu quero provar para ela que posso fazê-la a mulher mais feliz do mundo, que a amo incondicionalmente e que sou completamente diferente daquele idiota do Juan. Ela tem que saber que pode contar comigo para tudo, que eu sempre vou estar ao seu lado.

- Você ainda vai me matar, garota. – estava deitado de barriga para cima, tentando controlar minha respiração.

- Que culpa eu tenho se você não consegue acompanhar o meu ritmo, detetive?

- Não é que eu não consiga, só que você é insaciável.

- Eu não sou insaciável. – rolou na cama, até estar deitada sobre o meu peito. – Você que não consegue acompanhar uma garota de 19 anos, está ficando velho, Edward.

- Cala a boca, Bella! – ficamos alguns segundos em silêncio, porém logo sua gargalhada o quebrou. – Do quê você está rindo, maluca?

- De você. – falou entre uma risada e outra.

- De mim? – ergui as sobrancelhas.

- Da sua cara. Você precisava ver como estava, Edward. Parecia até que eu tinha te contado que estava grávida ou alguma coisa do tipo.

- O quê eu posso fazer se eu não esperava receber uma declaração de amor hoje? – nos rolei, ficando deitado por cima dela, mas apoiando meu peso em meus braços.

- Eu te amo.

- Eu sei. – passei meu nariz por sua bochecha. – Eu também te amo. – dei um beijo em seus lábios.

- Eu quero dormir. – envolveu meu pescoço com seus braços.

- Me deixa ir ao banheiro. – fiquei em pé, entregando minha camisa para ela vestir. – Que horas você está pretendendo ir até a casa de Rose amanhã?

- Não sei, amanhã é sábado, podemos ir no fim da manhã. – voltei do banheiro, já com minha boxer no corpo. – Tem certeza de que é isso que você quer? Nós vamos viver como um casal, sabe?

- E o quê nós somos, Bella? – deitei ao seu lado, a puxando para meu peito.

- Tudo bem. Corrigindo: nós vamos viver como marido e mulher.

- É isso ou você está voltando para sua casa.

- Tudo bem, acho que posso conviver com isso. – murmurou.

- Vamos dormir, emburradinha. – apertei de leve o seu nariz.

- Edward, amanhã é sábado, você não vai trabalhar, não precisamos dormir cedo.

- É aí que você se engana, amanhã cedo Claire vai bater aqui na porta. – dei um beijo em sua testa. – Vamos dormir.

- Ok. – bocejou. – Boa noite. – deu um beijo em meu peito.

- Boa noite, meu amor. Eu te amo. – não me respondeu, já tinha dormido.

[...]

- Papai? – senti um leve cutucão no meu braço, mas meu sono estava tão pesado que eu não queria abrir os olhos. – Papai, acorda. – outro. – Pai? – dessa vez foi no meu rosto, me assustando.

- Oi, Claire. – cocei os olhos, mas esse movimento fez Bella resmungar e virar de costas para mim. – Já acordou, filha?

- Já, papai. – esticou os bracinhos para eu pegá-la no colo.

- Bom dia. – dei um beijo em sua bochecha rosada.

- Bom dia. – olhei no despertador que ficava ao meu lado, vendo que ainda não eram nem 7 da manhã.

- O quê você acha de nós dormimos mais um pouco, hein?

- Eu vou podê dormí aqui?

- Claro que vai. – a coloquei entre mim e Bella, e como se ela tivesse sentido a presença de Claire na cama, Bella virou de frente para ela, a abraçando.

- Boa noite, papai. – colocou o polegar na boca, voltando a dormir.

- Boa noite, amor. – abracei os dois amores da minha vida, me permitindo voltar a dormir.   

Acordei algum tempo depois, ouvindo os sussurros de Bella e Claire.

- E agora você vai morá aqui, tia?

- Acho que vou. – soltou um riso pelo nariz. – Eu posso?

- Pode sim. – falou um pouco mais alto.

- Shiii. Você vai acordar o seu pai. – a repreendeu, me dando vontade de rir.

- Desculpa. – achei que era hora de eu “acordar”.

- Bom dia. – murmurei, com a voz rouca.

- Papai! – subiu em cima de mim, enchendo meu rosto de beijos.

- Oi, querida. – ri. – Que animação toda é essa?

- Sabia que a tia Bella vai morar, aqui? – passou a mão em minha barba que estava por fazer.

- Sabia, querida. – tirei a franja de seu olho. – Bom dia, amor. – dei um selinho em Bella, ouvindo o risinho de Claire.

- Bom dia. – respondeu, corada.

- São que horas? – me espreguicei.

- 10:30. – bocejou.

- Você quer ir à Rose agora?

- Queria.

- Então vamos logo. – levantei da cama com Claire no colo. – Filha, vamos tomar um banho?

- Vamos, vamos.

- Eu vou dar um banho nela e depois tomo o meu, tá?

- Arrã. – ficou na ponta dos pés, me dando outro beijo. – Enquanto é isso eu vou tomar meu banho.

- Tá. – saí do quarto com Claire.   

Definitivamente, hoje começava uma nova fase na minha vida.

Isabella pov.

Não sei o que me deu para eu simplesmente me declarar para o Edward, a minha sorte é que, diferentemente do que eu pensava, ele também me amava. Não sei explicar, mas eu me sentia segura com ele, como se nada no mundo pudesse me atingir. Edward era diferente de qualquer cara que eu já tenha ficado, ele me respeitava, me valorizava e, acima de tudo, ele me transmitia segurança. E eu aprendi que para se estabelecer um relacionamento é necessário que ambas as partes se sintam seguras, assim como eu me sentia segura ao lado dele.   

Tentei me arrumar o mais rápido possível. Peguei minha roupa de ontem, que estava jogada em um canto do quarto, e voltei a vesti-la. Provavelmente a mãe de Rosalie falaria alguma coisa sobre isso, ainda mais quando eu falasse que ia vir morar com Edward... Eles eram meio conservadores, até hoje não sei como Rose conseguiu ir morar na França.

- Vamos? – chamei os dois, que estavam na sala vendo desenho.

- Vamos. – pegou Claire no colo e veio até mim.

- Ela já tomou café?

- Já, tia, papai me deu mamadeira.

- Viu? Sou um excelente, pai! – enlaçou minha cintura, me guiando para fora do apartamento.

- Claro, Edward. – balancei a cabeça negativamente, rindo.

- Nós vamos almoçar na casa dos meus pais hoje, tudo bem? – entramos no elevador e Claire apertou o botão do térreo.

- Como assim na casa dos seus pais?!

- Enquanto você estava tomando banho minha mãe ligou e nos chamou para almoçar lá, não vi problema em aceitar.

- Edward... Olha, eu não estou pronta para conhecer os seus pais, ok? – passei a mão no cabelo, nervosa.

- Bella, você já conheceu os meus pais no hospital.

- É diferente. – saímos do elevador e fomos em direção ao seu carro. – Naquele dia a situação era completamente diferente, eu não estava namorando com o filho deles.

- Nós estamos namorando?

- Vocês estão namorando? – me perguntaram ao mesmo tempo.

- Quer dizer... Eu... Hã... Não sei. Estamos?