Á Partir Desse Momento escrita por Mayara Rabelo


Capítulo 1
E isso era uma promessa...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. A música é "From This Moment On - Shania Twain". Fiz com muito carinho.



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- Esse caso foi comovente. Não acha?

- Sempre me comove quando o crime é por amor. – Eles conversavam á caminho do laboratório. Saindo da cena do crime que foi á duas horas de Vegas.

- Ela se matou quando viu o amado ser assassinado inocentemente. – Parou um pouco e pensou um pouco. – Eles se amavam tanto. Acho que eu queria alguém que me amasse assim. Á ponto de se matar por mim. Ás vezes eu sinto necessidade de alguém. Você não sente?

Grissom olhou pra ela assustado. Mas não tirou a atenção da estrada, que por essas horas da noite estava deserta naquele lugar. Depois disso, ele ficou em silêncio. Disperso. Ela pensou que o irritou, de alguma maneira.

- Não me leve a mal, Grissom. Não quero que pense que estou com segundas intenções com essa frase.

- Imagina, Sara. Você e eu. Juntos.

Sara o olhou completamente incrédula. Ele realmente disse o que ela acaba de ouvir? Sinceramente, parecia um sonho. Tanto que seu coração batia diferente. Em um ritmo descompassado.

- O que você disse?

- Acho que poderíamos tentar.

- Tentar o que?

- Por Deus, Sara! Está muito distante. Está se sentindo bem?

Não sabia se estava em um mundo real. Só sabia que estava a ponto de gritar. Gritar de tanta alegria. Era tão irreal, que custava acreditar que aquelas palavras estavam saindo realmente da boca de Grissom.

- Você me deixa confusa.

- Eu sei o que você está pensando.

- Sabe é? – Ela fez um bico de lado e o olhou engraçada. – E o que eu estou pensando?

- Está se perguntando o porquê que eu estou fazendo isso agora. – Sem tirar o olho da estrada.

- Bem... Era quase isso. Eu estava pensando se isso é mesmo real. – Pensava em outra coisa também. Mas não vinha ao caso.

- Eu também. – Ele sorriu.

- Olha Griss eu... Eu realmente não te entendo! Te chamo pra jantar umas cinco vezes e recebo um “não” como resposta em todas as vezes. Tento me aproximar só que... Você se afasta cada vez mais.

- E...?

- E que agora você vem me perguntar se poderíamos tenta sabendo muito bem da minha resposta. Isso é confuso.

- Desculpe... Só acho que já estava na hora, sabe? Eu perdi tanto tempo. Queria muito que você aceitasse. – Continuava a olhar para a estrada.

- Grissom, eu preciso me alimentar. Por favor, pare em algum lugar. – Sara necessitava de um tempo para colocar seus pensamentos em ordem.

- Você está mesmo bem, Sara?

- Sim, só estou com fome. – Lançou um sorriso tímido.

Grissom dirigiu mais uns dez minutos e encontrou um restaurante pequeno. Achava que ela estava com desgosto. Desgosto de tanto sofrer. E que era difícil de aceitá-lo agora. Simplesmente pelo fato de não saber se ele irá mesmo amá-la. Se ele tem mesmo sentimentos por ela. Grissom tinha total consciência que poderia estar pagando pelo erro de não ter ido antes.

Seria tarde demais?

Sentados um de frente para o outro, Grissom tentava decifrar o que aqueles olhos chocolates estavam tentando dizer. Sara ia dizer sim. Mas com a condição de fazer uma promessa. De que ele a amaria e a faria feliz.

A partir deste momento a vida começa

A partir deste momento você será o único

Ao seu lado é onde devo estar

A partir deste momento em diante

- Sim, Grissom.

- Sim o quê? – Grissom disse sem tirar os olhos do cardápio simples que o restaurante tinha á disposição.

- Vamos tentar.

Agora seus olhares foram unidos. Ela estava sorrindo. Sentiu seu coração quase saltar quando aquele sorriso foi em sua direção. Sim, ela aceitou, e aquilo parecia mágico.

- Eu estou muito feliz por isso.

- É, e eu também.

- Bom... – O sorriso não saia dos lábios dele. – Posso sentar do seu lado?

- Err... Claro! Sente-se.

Sara afastou um pouco e ele sentou ao lado dela. Colocando seu braço em torno dela. Deu um leve beijo na bochecha dela, fazendo-a corar.

Nesse momento os pedidos chegaram, e eles comiam tranquilamente. Era muito diferente a sensação que estavam sentido. Um tipo de vergonha que, normalmente, são os adolescentes que sentem ao terem seu primeiro amor. Grissom nem tanto, mas Sara tremia e suava frio.

- Está com frio, Sara?

- Não...

- Está tremendo. Sente alguma dor?

- Tem certeza que é isso que você quer fazer Grissom? – Sara disse não dando a mínima para o que ele havia perguntado antes.

- Foi a melhor decisão de toda minha vida. Você entende isso?

- Então quer dizer que á partir de agora... – Muito próximos.

- Somos namorados e... – Bem mais próximos.

- Podemos nos beijar... – Respiração com respiração.

Os lábios se encostaram e não tinha mais volta. O beijo foi forte, intenso e demorado. Sara jamais poderia imaginar que o beijo dele fosse tão bom assim. Queria mais. E teria mais.

- Seu beijo é bom.

- Eu digo o mesmo pra você. – Disse ainda com seus rostos colados.

- Só pode ser um sonho, meu Deus! – Acariciando a barba dele.

- Então não vamos acordar, ok?

Sara sorriu muito contagiante. Grissom amava aquele sorriso de um jeito que ele não tinha como explicar. O jeito que falava, a maneira que mechia no cabelo. Ah! A amava por completo.

A partir deste momento eu fui abençoada

Eu vivo somente para sua felicidade

E pelo seu amor eu daria meu último suspiro

A partir deste momento em diante

- É inacreditável. – Sara colocava mais uma garfada na boca e o olhava sorrindo.

- Por quanto tempo você vai ficar dizendo isso? – Ele riu.

- Não sei, Griss! Sinto que estou sendo abençoada! De alguma maneira. Alguém ouviu meus tão persistentes pedidos! – Grissom gargalhou.

- Pra uma mulher nem tanto religiosa... Você se superou!

- Você não sabe as diversas coisas que eu poderia fazer pra ter você comigo. Daria meu último suspiro pelo seu amor. – Ela sorriu e ele viu a sinceridade nos seus olhos.

- De agora em diante, agente vai ser muito feliz.

Grissom tocou seu rosto levemente e encostou seu nariz no dela. O cheiro que ela tinha era exalante. Explêndido. Algo que ele poderia ficar cheirando por dias. Por uma eternidade.

- Não tenho dúvidas. – Sussurrou ainda com os rostos colados.

Ele beijou o topo de sua cabeça, e voltaram a comer silenciosamente. Escutando somente alguém de dentro do restaurante reclamar de algo, e um garoto no canto jogar video game fazendo um barulhinho irritante. Mas ali, juntos, nada importava.

Eu dou-lhe minha mão com todo meu coração

Mal posso esperar para viver minha vida com você,

Mal posso esperar para começá-la,

Você e eu nunca nos separaremos,

Meus sonhos tornaram-se verdadeiros por causa de você.

- Estou imaginando como vai ser nossa vida daqui em diante.

- Vamos começar um vida nova. Porque assim... – Ele pegou sua mão, com delicadeza. – Eu mal posso esperar para ter uma vida. Viver com você será uma vida nova. Eu não tinha uma vida. Só rotina.

- Nem eu. – Ela suspirou. – Meu sonho se tornou realidade por que você era o sonho. E por sua causa, estou mais que realizada.

- Isso está virando um conto de fadas! – Eles riram.

- Porque diz isso?

- Olha como agente está falando um para o outro? Parecemos dois adolescentes românticos que descobriram o que é o amor agora. – Gargalharam.

- Eu descobri quando te conheci. – Sara sorriu tímida.

- Err... De alguma maneira acho que nunca vamos nos separar. Houve tantas coisas para fazer nós seguirmos caminhos diferentes e nunca conseguimos nos distanciar.

- Como assim?

- Em São Franscisco. Pensei que só fosse uma atração de vista. Nós nem chegamos a nos beijar. Tive que ir embora. Tentei esquecer. Mas algo aconteceu para eu te chamar pra vir trabalhar em Vegas. – Explicou sem soltar a mão dela.

- Bom, e tem os nossos relacionamentos.

- Era isso que eu ia te dizer. Percebeu que, por mais que nós tentassemos...

- Nunca conseguimos. – Completou.

- Acho que... Fomos feitos um para o outro.

- É... Fomos. – Sorriram. Um encontro perfeito de olhares, tímidos e envergonhados, mas brilhantes e apaixonados. Voltaram a comer.

A partir deste momento e enquanto eu viver

Eu vou te amar, isto eu prometo.

Não existe nada que eu não daria

A partir deste momento em diante.

- Sabe o que eu estava pensando naquela hora?

- Em quê?

- Eu já estava certa de que iria aceitar. – Sorriu. – Mas eu tinha um medo. Você me ama mesmo?

- Você sabe? Eu também tinha um medo. – Se virou um pouco e deixou o prato de lado. – Medo de você não acreditar que te amo á ponto de te dizer que... – Segurou as duas mãos dela em seu coração. – Que enquanto eu viver, eu vou te amar.

- Você promete? – Com seus olhos marejados pela declaração ela pede a promessa.

- Te prometo.

- Não preciso nem dizer nada. Você sabe que te amo. – Deu de ombros e sorriu. Ele ficou observando ela sorrir. E quando ela notou, sorriu mais ainda.

- O que foi?

- Não existe nada que eu não daria por um sorriso teu, Sara.

Sara corou. Colocou uma mecha de seu cabelo que teimava em cair na frente de seus olhos, evitando de encarar os lindos azuis á sua frente. A mecha voltou, mas quando ela foi voltar pra trás da orelha, uma mão grande e quente foi na frente e fez esse trabalho por ela. Como era carinhoso!

- Você é um doce.

- Ah! Você ainda não viu nada. – Sorriu se gabando.

Você é a razão por eu acreditar no amor,

Você é a resposta do Céu às minhas preces

Tudo que precisamos é um do outro

Meus sonhos se tornaram realidade por sua causa.

- Eu adorei essa comida. Você sempre está certo quando diz que não podemos julgar pela caixa e sim pelo conteúdo.

- Eu também gostei muito. Principalmente a companhia. – Ele sorriu de lado.

- Sabe Griss, antes de conhecer você, eu não acreditava em amor.

- Como é? – Ele riu.

- É sério. Vivi toda minha infância com meu pai gritando bêbado dizendo que não amava minha mãe e prometi pra mim mesma que não iria me apaixonar.

- Bem, os céus não atenderam as suas preces! – Grissom olhou com um olhar divertido.

- Mas atenderam as que eu fiz depois que passei a acreditar no amor. – Sorriu maliciosa. – Agora são reais.

- Você não sabe o quanto eu preciso de você. – Tocou o rosto dela.

- E eu de você.

- Acho que está na hora de irmos. Terminamos o caso mas... Estamos cansados. Depois tiramos um tempo pra nos encontrarmos.

- Claro. Não vejo a hora.

Grissom pagou a conta e eles se levantaram. De repente, para a surpresa de Sara, Grissom pegou em sua mão e caminharam de mãos dadas até o carro.

Entraram na Denalli e partiram rumo á Vegas. O rádio ligado passava uma música boba, então Sara desligou. Sem saber porque, adorava escutar a respiração dele.

A partir deste momento e enquanto eu viver

Eu vou te amar, isto eu prometo

Não existe nada que eu não daria

A partir deste momento

Eu vou te amar enquanto eu viver

A partir deste momento em diante.

- Como vai ficar, Sara? – Quebrando o silêncio.

- Oi? – Estava dispersa em seus pensamentos.

- Como vamos ficar em relação ao pessoal?

- Segredo? – Sugeriu.

- Eu iria te propor isso. É melhor não é?

- Com certeza. Não quero desordenar a equipe. Está perfeito como está. E se Ecklie ficar sabendo de algo como esse, mudaria na hora.

- Realmente.

Minutos depois estavam em Las Vegas. Grissom parou em frente a casa dela e retirou seu cinto. Se virando e entrelaçandos suas mãos.

- Está entregue.

- Err... Não quer entrar?

- Pode ser outro dia? Estou um pouco cansado.

- Claro. Nos vemos no turno de amanhã? – Sara sorriu de lado.

- Com certeza.

Grissom passou sua mão pelo pescoço dela e a trouxe para junto dele. Dando um beijo forte. Poderoso. Depois, encostaram testa com testa e ficaram assim por um tempo.

- Eu sei o que você está pensando agora, Griss.

- Ah, agora é você que sabe? – Ele riu. – Vamos, me diga então.

- Você queria tornar esse momento eterno.

Grissom ficou em silêncio diante daquela resposta. Abriu a boca para falar algo e nada saiu. Por um tempo ficaram se encarando. Mas ele tentou dizer algo agora.

- Acertou.

- Sabe? Agente ainda tem uma vida inteira pela frente. Não se preocupe, teremos mais momentos como esse á partir de agora.

- Ou melhores.

- Isso está virando um conto de fadas! – Eles riram.

- Essa frase é minha! – Gargalharam. – Mas é verdade. Nunca disse essas coisas.

- Nem eu. Somos muito parecidos.

- Como eu disse antes... – Encostaram nariz com nariz e ele terminou. – Fomos feitos um para o outro.

- É... Fomos.


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Notas finais do capítulo

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