Já era tarde quando Kumi pôde finalmente deitar-se em uma cama macia. Ela estava feliz por ter sido encontrada por Rin e InuYasha, e pelos dois terem sido tão bondosos com ela a ponto de deixá-la ficar com todas aquelas pessoas maravilhosas na vila. Estava deitada ao lado de Rin, que penteava seus longos cabelos negros.

~Flash Back POV KUMI~

Entrei em uma casa simples onde InuYasha e Rin haviam me levado. Eu estava abatida, a imagem do cão gigante devorando meu amado Kazume não saia da minha mente!

Na casa estava uma senhora com um tapa-olho que logo apresentou-se, era Kaede-sama. Também havia uma garota humana, companheira do InuYasha, a Kagome. Apresentaram-me a Miroku, um monge, e Sango, uma ex-exterminadora de yokais. Sem falar nas filhinhas dos dois! E também Shippou, um yokai kitsune como eu e uma gatinha kawaii chamada Kirara (mais tarde descobri que ela era uma raposa gigante). Ah, e Rin fez questão de me mostrar Kohaku, um grande amigo dela. Contei minha história e todos ficaram bastante comovidos.

–InuYasha, tem certeza que o Sesshoumaru não tem nada a ver com isso?

Perguntou a humana.

–Claro que não, Kagome! O cão não possuía o cheiro do Sesshoumaru.

–De qualquer modo – Disse Kaede – O cão sentiu algum cheiro em Rin, que fez com que a atacasse.

Me aproximei de Rin, na esperança de sentir algum cheiro suspeito.Só então senti algo que chamou a minha atenção.

–Rin-chan, você andou com algum inu yokai ultimamente?

A garota pareceu um pouco triste quando foi me responder.

–Não, Kumi-chan. É claro que eu ando com o InuYasha ... Mas Sesshoumaru-sama nunca mais veio me ver!

Ela parecia meio distante, como se pensasse em algo. Eu queria ajudar a solucionar esse mistério, afinal foi o cachorro que matou Kazume!

–InuYasha, vá ver se o cheiro do kimono é do Sesshoumaru. Kumi não sabe se é, porque nunca o viu.

Disse Miroku apontando para Rin. Mais precisamente para o kimono dela. Todos presentes observavam com atenção enquanto InuYasha cheirava o kimono. Falou com seu tom sempre alto:

– Desvendei o mistério: O cachorro sentiu no kimono da Rin o cheiro do Sesshoumaru, pois foi ele que deu o kimono a ela! O inu yokai quer algo com o Sesshoumaru!

Exitei. Se o cachorro queria algo com esse Sesshoumaru de que todos falavam tanto, porque ele teria me atacado? Apenas para se divertir um pouco e treinar suas habilidades? Talvez sim, talvez não...

–Enfim... – Disse Kaede – Devemos dar um jeito nesse yokai, ele pode atacar nossa vila!

–Mas se ele estiver atrás do Sesshoumaru-sama – Disse Rin – Não há razão para atacar esse lugar.

–Rin está certa.

Falou Sango.

–Hm, mas não vamos ficar tão preocupados com isso agora! Comam algo, acho que o cozido já está bom.

Disse Kagome com um sorriso. Era ela muito simpática, não sabia se todos os humanos eram assim, pois nunca tive muito contato com eles. Comi como nunca, embora eu não estivesse chorando, meu corpo estava encharcado por dentro.

~Fim do Flash Back~

Rin, que já havia parado de pentear os cabelos, virou-se na direção de Kumi.

–Você deveria amar muito o Kazume, não é?

–Sim – Respondeu Kumi entristecida – Nós éramos namorados. Ele me amava e eu o amava... passamos pouco tempo juntos, mas nosso sentimento era verdadeiro.

Rin ficou calada, pensativa. Kumi fez o mesmo. Apoiou o queixo com as duas mãos e mergulhou em seus pensamentos. Rin deitou-se na cama ao lado da de Kumi e cobriu-se até o busto com o lençol.

–E você sente algo por esse tal de “Sesshoumaru-sama” ?

Perguntou a yokai, virando-se para Rin com um sorrisinho no rosto.

–Hein?! - Parecia que alguém havia jogado um tijolo em Rin do que ter feito uma pergunta – Quer dizer... Eu viajei ao lado do Sesshoumaru-sama quando era pequena. Como ele era um yokai muito poderoso e eu era apenas uma menininha que quase não tinha contato com humanos, me deixou aqui na vila da Kaede-Sama e voltou a viajar. Eu o admiro.

–Admiração? Só isso?

–Eu também me preocupo com ele! – Rin ficou corada – Sei que é um yokai muito poderoso e tudo o mais ,mas mesmo assim tenho medo de que se machuque. Quando o vi pela primeira vez lembro que ele estava ferido.

–Qual foi a última vez que encontrou-se com ele? - Kumi parecia está entrevistando uma princesa de conto de fadas que estava contando suas experiências com um príncipe encantado rebelde.

– Sesshoumaru-sama sempre vinha me visitar, mas faz tempo que ele não vem. E sempre trazia kimonos para mim, como este, que estou usando agora pela primeira vez.

O semblante de Kumi ficou sério.

–Tenho certeza que ele deve ter motivos para nunca mais vir aqui.

–É, eu espero que ele tenha sim. Agora vou dormir. Boa noite, Kumi-chan.

–Boa noite, Rin.

Porém, Rin não conseguiu dormir. Em sua mente havia flashes de vários episódios de sua viagem com Sesshoumaru. Ela montada em Arurun, Jaken correndo atrás deles e Sesshoumar na frente, andando tranquilamente com toda a sua elegância e perfeição. Com a imagem de Sesshoumaru na mente, conseguiu finalmente dormir.

* * *

Rin dormia tranquilamente quando sentiu que alguém apertava seu ombro. Abriu os olhos vagarosamente, deveria ser umas 6:30 da manhã. Era Kaede.

–Rin, a pessoa que está lá fora disse que não era para lhe acordar. Mas como eu sei que você iria ficar muito zangada se eu não acordasse agora, então...

Kaede não pôde acabar a frase. Kumi ainda dormia e ressonava baixinho quando Rin levantou-se com um salto. Ela correu silenciosamente pela pequena casa, saiu no frio da manhã. Só podia ser uma pessoa. Ao longe, viu longos cabelos prateados e uma figura alta com uma armadura.

–Sesshoumaru-Sama!

Rin deu um grito. Estava tão feliz em revê-lo que nem importava-se com a relva molhada em seus pés e com a areia que sujava suas pernas. Ela corria na direção dele.

–Olá, Rin.

Disse Sesshoumaru com a mesma calmaria de sempre, mas foi surpreendido por uma abraço inesperado da garota, que agarrava com força sua cintura.

–Fico tão feliz em revê-lo, Sesshoumaru-sama!

Ele não respondeu e colocou a mão na cabeça dela. Depois de alguns segundos Rin parou de abraçá-lo e endireitou-se diante dele.

O pequeno Jaken saiu de cima de Arurun, o monstro de duas cabeças.

–Rin-chan! Que bom vê-la de novo! Nossa, você cresceu! - Disse o yokai sapo dando pulinhos em volta da garota.

Rin soltou um sorriso.

–Ah, Jaken-sama eu nem percebi isso! Na minha cabeça continuo a mesma!

Jaken riu.

–Rin, ouvi alguns camponeses dizendo que viram InuYasha atacar um Inu Yokai.

Disse Sesshoumaru ignorando Jaken.

–Ah, é verdade! O inu yokai devorou o parceiro de uma yokai kitsune. E ainda tentou me atacar! Tudo por causa de um kimono que possuía seu cheiro...

Por um segundo uma expressão de surpresa passou no rosto de Sesshoumaru.

–Meu cheiro? O que ele quer comigo?

–É isso que estamos tentando descobrir! – Disse Rin – O senhor poderia falar com a Kumi-chan, que também quer vingar a morte de seu companheiro e provavelmente vai atrás do cachorro.

Sesshoumaru pareceu pensar por um momento.

–Sesshoumaru-sama, o senhor não vai atrás desse cachorro, vai?

Disse Jaken agarrando-se a um dos pescoços de Arurun.

–Creio que sim. – Disse Sesshoumaru calmamente – Ele deve ser algum aliado de minha mãe.

Rin estremeceu um pouco. Jaken berrou.

–Está falando daquela senhora que o levou para o Inferno? Sesshoumaru-sama, não meta-se com ela!

–Eu tenho que ir, Jaken. E nem pense em me acompanhar, Rin. Você pode se machucar...

A expressão de Rin mudou. Ela ficou vermelha de raiva. Seu grande sonho era voltar a viajar ao lado de Sesshoumaru!

–Sesshoumaru-sama, lembre-se de quando eu era apenas uma criança e viajava ao seu lado! Eu me machuquei? Sim, eu me machuquei. Morri duas vezes!

–Rin...

–Não, eu sei do que estou falando! Por favor, deixe-me ficar ao seu lado dessa vez novamente, porque eu sei que enquanto estiver com o senhor, estarei segura.

–Pensarei nisso. Mas por enquanto volte a sua casa,vou falar com a kitsune que foi atacada e depois partiremos.

–Não fique feliz, Rin - Disse Jaken - Sesshoumaru-sama ainda não disse se você poderia ir ou não.

Sesshoumaru, Jaken, Arurun e Rin dirigiram-se a velha casa de Kaede.

Continua ...