Ele me deu outro beijo e já estávamos passando para o próximo estágio quando a Sammi bateu na porta. Fui até lá e a abri.

A Sammi estava chorando no coredor.

- Ah Sammi, o que aconteceu, amor?

- Minha mãe acabou de me ligar. O Boy morreu. – Boy era o cachorro da Sammi.

- Ai Sammi, eu sinto muito. Coitadinho. – Ela assentiu com a cabeça e me abraçou. Tadinha. Ela tinha o Boy desde sempre. – Vem aqui. – Comecei a puxá-la pelo braço. Nós tínhamos nos tornado muito amigas. Tipo, que não se desgrudam mesmo. O Jake começou a vir atrás, mas eu só fiz um gesto pra ele ficar, e ele entendeu.

Levei a Sammi até o quintal de casa. Eles não conheciam os fundos, só a varanda. Bem lá atrás, no fundo do fundo, tinha um canil. Meu irmão,  Murilo, era apaixonado por cachorros, e ele pegava os chachorros da rua e punha no canil gigante.

- Meu irmão adota cachorros, e como sei que você adora, acho que ele não vai se importar se levarmos um cachorrinho pra casa. – Falei piscando para ela.

- Ah jura?

- Claro. Pode ficar aí, eu vou tomar banho e volto daqui a pouco ok? Vou mandar o Jinxx vir aqui quando ficar pronto.

- Tá bom. – Ela gritou já correndo em direção aos vários cachorros.

Subi e avisei Jinxx sobre a Sammi e fui para o meu quarto

- E aí? – Perguntou Jake.

- Ela está bem. Agora tem uns trinta cachorros pra escolher.

- O Jinxx vai comer seus órgãos... – Comentou rindo, provavelmente imaginando a cena.

- Você não deixa.

- Eu não me meto.

- Bobo.

- Mala.

- Chato.

- Idiota.

- Acabaram meus xingamentos melosos.

- Então para de me xingar e me dá... – Pausa. - Um beijo.

- Otário. – Falei beijando-o em seguida. – Já tomou banho?

- Não, tava te esperando.

- Fofo.

Não vou descrever o que aconteceu no banheiro. Nem preciso né? Todo mundo, principalmente que estava na casa e ouviu, sabe que o negócio foi bom e ponto. Acho que exageramos na empolgação.

Saímos do banho e nos aprontamos. Com as devidas maquiagens descemos e fomos até a sala de mãos dadas.

- Caramba, Manuela. O Jake é tão bom assim? Quem me dera hein, deu pra ouvir daqui!

Todos riram e eu corei. Ah, quer saber, foda-se.

- O Jake é ótimo! – Falei e o menino só faltou dar mortal pra trás de felicidade. E mudei de assunto. – A Sammi tá lá no quintal com o Jinxx, vamo lá.

- Ei, - Jake começou. – Ash, San, como vocês dividiram o banheiro? Só de curiosidade.

- Nem te conto. – Falou Sandra com uma expressão de sedução, enquanto dava os braços para Ashley e os dois saíram da sala de braços dados e nariz empinados. Nós quase rolamos no chão de ver aquela cena.

Seguimos atrás deles. Andy jogando charme na Laura sem descanso, e ela tava odiando sabe, tipo, muito.

Quando chegamos lá no fundo, a Sammi tinha nas mãos um filhote de pastor alemão que deveria ter mais ou menos 5 meses, o que quer dizer que já podia ser levado pro Estados Unidos, o que quer dizer que a casa da Sammi e do Jinxx vai ter um cachorro grande, o que quer dizer que o Jinxx vai me matar por ter causado tudo isso. Ah, eles moram em uma casa, o menino tem que ser menos egoísta, e começar a ajudar cachorrinhos inocentes! Tá, parei.

Enfim, Sammi veio com ele nas mãos. E, por incrível que pareça, Jinxx parecia tão feliz quanto ela. São tão fofinhos juntos.

- Qual vai ser o nome? – Começou Ash. - Só não põe Boy Junior porque vai ficar gay e ele tem que ser macho alfa porque cachorro gay não dá e...

- Ashley, é fêmea. – Sammi comentou sorrindo malvada.

- Dã, toma essa, otário. – Tá, essa fui eu. Já falei que amo acabar com a paciência alheia? Quando a zuação toda com o Ashley parou, e todos paramos de rir da cara dele, voltei a falar. – Sammi, é melhor deixar ela aqui, porque a gente vai tomar um porre pesado, e ninguém vai cuidar dela lá dentro.

- Sim, sim. Mas primeiro eu quero falar o nome. Manu, é em homenagem a você ok? – Emoção e fofura mode on. – O nome dela vai ser Senna.

- Senna? Por que Senna? – CC falou com cara de pensador. A criatura ficou quieta por horas e só falou agora. Saiu do além, meu filho?

- É o sobrenome dela, lesado. – Andy fofo e delicado.

- Aaaawn, amei. Obrigada casal fofo da minha vida. Posso ser a madrinha? Deixa, deixa.

- Ela vai ser afilhada de todos, não tem documento mesmo.

- Tive uma ideia.

Entramos em casa e eu peguei minhas antigas canetas coloridas e eu fiz uma certidão de nascimento falsa. Eu sempre fazia relatórios e fichas médicas imaginárias quando criança. Só com o nome dos pais, da Senna, e dos oitocentos padrinhos da coitada. Sorte dela, vai ganhar vários presentes bons de aniversário.

Todos assinamos e logo devolvemos ela para o canil. Ficamos na sala, bebendo e comendo chocolate, barras de cereal, e doritos. Amo.