Remember December escrita por Anne Masen


Capítulo 16
Décimo Sexto Capítulo. – parte 1.


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas cheguei, rs.
Desculpem a demora, espero que gostem o
Boa leitura!



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Ponto de vista Isabella;

Se eu tinha consciência de Edward discretamente chamando minha atenção? Sim.

Se eu conseguia me mexer? Não.

O homem me fitava, e por um momento eu esperei ele sumir, como na primeira vez que o vi. Mas isso não aconteceu. Amanda percebeu nossa presença e correu para nos abraçar, o homem fechou a cara diante da cena, como se a reação de Amanda estivesse errada.

Edward se abaixou para pegar no colo a criança que abraçou suas pernas, mas não tirou os olhos de meu rosto. Com uma mão ele sustentou Amanda e com a outra envolveu minha cintura, cada movimento seu era protetor.

- Sr. King? – chamou a governanta no momento em que o homem pareceu ter a intenção de deixar o local, se dirigindo a escadaria ao sul – Não gostaria de conhecer a srta …

-Não é necessário – interrompi. Minha voz saiu fraca, há quanto tempo eu não a usava? – Já estamos de saída, preciso ir para casa. – sussurrei, a frase final foi mais dita para Edward do que para a senhora.

- Vocês já vão embora? – o rosto de Amanda desmoronou um pouquinho.

- Voltaremos em breve – prometeu Edward.

Olhei novamente para o homem, – sr. King – ele assentiu em algum tipo de cumprimento e se foi. Explicamos a governanta que logo estaríamos de volta para cuidar do caso e que manteriamos a nossa vontade de adoção.

A volta para casa foi silenciosa até a metade do caminho, Edward não me bombardeou com perguntas do tipo o que diabos aconteceu naquele orfanato? Mas eu sabia que a curiosidade o torturava. De repente ele puxou o celular do bolso do casaco e discou o número rapidamente.

- Larissa. – falou – Você já está trabalhando aqui em Londres? Começou hoje? Ótimo, vou precisar de você em um caso.

***

- Essa foi a primeira vez que o vi, no jardim do orfanato. – eu disse a Edward – Não sei não, Edward, não vou com a cara desse homem. Você viu o jeito que ele a olha? É de uma forma quase doentia!

Estávamos deitados no sofá, o único móvel que havia no nosso novo apartamento.

- Eu também achei isso bem estranho, amor. Quer dizer, eu não o conheço, mas tem alguma coisa nele que me incomoda. Um certo dia, Amanda me contou que ele a chamou de Sophie, e não foi só uma vez.

Eu levantei a cabeça de seu peito e franzi a testa para ele.

- Sophie? – repeti – Quem pode ser? Quer dizer, não pode ser um mero engano, “Amanda” e ”Sophie" não são nomes parecidos em sentido nenhum.

- Não faço a mínima ideia. Uma filha talvez? – chutou Edward, dei de ombros.

O celular de Edward vibrou em seu bolso. Ele atendeu e colocou no viva-voz antes de colocá-lo em minha coxa.

- Você está no viva-voz, Larissa – avisou Edward.

- Bella, Edward – cumprimentou ela – desculpem atrapalhar a visita ao apartamento novo, mas é por uma boa causa. Ouçam isso: Eu andei estudando o caso de Amanda que vocês me falaram e descobri que vocês tem grandes chances de conseguir a guarda da pequena.

Me sentei, puxando Edward comigo.

- Estamos ouvindo – incentivei ela a continuar.

- Não quero criar grandes expectativas mas … Mas nada! O que eu estou dizendo? O que eu quero dizer é que não é preciso uma grande analise pra saber que vocês tem condições de criar uma criança, e que ela cresça saudável e feliz. – Larissa fez uma pausa – King também tem seus pontos positivos, mas ele tem algumas dividas, e já teve passagem na polícia por alguns assaltos de bebidas em bares.

Processei aquela informação. Ok, eu achava o cara sinistro, havia alguma coisa nele que gritava PERIGO, mas nunca imaginei que ele realmente fosse algum tipo de alcoólatra que roubasse para manter seu vicio. Senti meu estômago dar voltas ao considerar a possibilidade de perdemos aquele caso, e Amanda ir morar com sr. King. Ela se tornaria como ele? Afinal, ela era apenas uma criança, com a bebida, ele poderia adquirir um comportamento violento, fora de si, doentio...

Senti Edward tomar meu queixo entre o polegar e o indicador, procurando meu olhar. Eu sabia o que ele via, minha expressão deveria ser no mínimo de pânico. Mordi o lábio e balancei a cabeça, tentado lhe passar uma tranquilidade que eu não sentia.

- Você pegou a ficha dele? – perguntou Edward.

Larissa tossiu.

- Uhum.

Eu ri.

- Boa ideia, é bom conhecer com quem estamos lidando – eu disse. Franzi o cenho ao perceber como aquilo soou. Não era como se eu estivesse começando uma guerra.

Edward também franziu a testa, porém tinha um sorriso relaxado nos lábios.

- Acho que por hora é tudo o que eu tenho – concluiu Larissa – Qualquer coisa eu volto a ligar, até logo – despediu-se.

- Até.

O celular foi deixado de lado e os braços de Edward voltaram a me envolver. Ele beijou meus cabelos.

- Bella guerreira – sussurrou, seu corpo tremeu em uma risada, eu o acompanhei.

- Você sabe que eu não quis dizer daquele jeito! – rebati.

- Hum… – seus lábios desceram sobre os meus antes de seguirem trajeto até meu pescoço – Será que devo dizer para o sr. King andar com um colete a prova de balas?

Joguei uma almofada em seu rosto antes de puxá-lo para um beijo.

Semanas Depois.

– Declare seu nome, por favor.

– Kevin Levine.

Kevin parecia extremamente relaxado no banco das testemunhas. A calmaria o acompanhava desde o dia que Larissa o convidou para depor a nosso favor diante do juiz, é como se ele dissesse: Ok, vamos fazer isso. Tudo vai acabar bem.

Eu deveria estar como ele, não tinha nada a temer. Mas a ideia de tudo parecer fácil simplesmente não se fixava em minha mente. Era como se eu estivesse esperando algo dar errado.

Talvez seja porque tudo em minha vida tendesse a desmoronar de uma hora para a outra, pensei.

Percebi o quanto eu estava sendo pessimista, afastei aquela linha de pensamento e tentei a me concentrar na audiência que eu assistia.

– Há quanto tempo o senhor conhece o sr. Cullen e a srta. Swan? – perguntou Larissa.

– Somos amigos de infância.

Sorri ao ao constatar que aquilo era verdade. Kevin estava presente em todas as minhas lembranças de criança, Edward chegou em nossa vizinhança três meses depois. Nossas famílias se deram muito bem desde o começo, logo nossa amizade permaneceu por vários anos. Edward e eu começamos a namorar, e três meses depois de nosso relacionamento Tanya veio para Londres. Estava, então, assinada a separação entre Kevin, Edward e eu.

Kevin e eu continuamos juntos, mas nossas vidas – principalmente a minha – nunca mais foi a mesma após Edward ir embora. Era até cômico nos ver juntos novamente.

Um bolo havia se formado em minha garganta durante o tempo que eu fiquei perdida em lembranças. Edward, sentado ao meu lado, apertou minha mão em uma pergunta muda para saber se eu estava bem. Sorri e assenti para lhe tranquilizar.

– É verdade que o senhor e a srta. Swan dividem uma residência aqui em Londres?

– Sim, é verdade. – respondeu Kevin. Larissa pediu para que ele explicasse como era esse nosso esquema de moradia – Moramos juntos há mais ou menos quatro anos. A casa era de parentes de Isabella que foram morar no Brasil, e como não queríamos ficar na casa de nossos pais por muito tempo, concordamos de morar só nós dois. As despesas seriam divididas entre nós.

Senti meu rosto ruborizar quando algumas pessoas viraram para ver a pessoa na qual Kevin se referia. Larissa começou a perguntar sobre nossas condições de vida, particularmente sobre nossas condições financeiras.

– Felizmente nunca tivemos problemas com dinheiro. Nunca adquirimos dívidas, e sempre conseguimos nos manter. Nossos pais nos ajudaram financeiramente com as dívidas da casa, pelos menos até algumas semanas atrás. Começamos a trabalhar, e agora parece que cada um está seguindo seu caminho. – Kevin fez uma pausa – Isabella está se mudando para um apartamento onde irá morar com Edward após o casamento deles.

Pelo canto do olho vi Edward sorrir.

Primeiramente pensei que fosse pela menção do nosso casamento, uma vez que qualquer coisa relacionada a esse evento o fazia ficar radiante. Mas não fora esse o motivo, se eu não estivesse prestando atenção não teria notado quando o juiz meneou a cabeça, aprovando fato de morarmos juntos, talvez significasse que a criança não teria dificuldades para se acostumar com a família nova, uma vez que estaríamos juntos.

– O senhor e os meus clientes parecem ser amigos bem íntimos. – disse Larissa, ficando parcialmente de lado, onde poderia tem uma visão de Kevin e o juri. – Você poderia dizer se o casal tem algum vício?

– Sem vícios.

Não ouvi o que se seguiu. Um pequeno movimento ao canto da sala prendeu minha atenção. O pequeno corpo estava tenso, parecia ansioso e impaciente. Amanda tinha os cabelos negros presos em um rabo de cavalo, e vez ou outra lançava um olhar raivoso para a mão do guarda apoiada em seu ombro, a fim de mantê-la no lugar.

Quando seu olhar encontrou o meu ela pareceu relaxar. Sua testa se enrugou, e ela deu um passo para frente, mas logo o guarda a impediu de continuar, vendo que eu não interferi na ação do homem seus olhos foram suplicantes na direção de Edward. E ele desviou o olhar da audiência para assentir para Amanda, deixando claro que era melhor ela o obedecer o guarda naquele momento.

Depois, eu movi os lábios para a criança, tentando tranquilizá-la. Amanda suspirou, e permaneceu quieta.

Eu dei um pequeno pulo quando o juiz bateu o martelinho, anunciando o final da audiência. Todos se levantaram, prontos para deixar o local.

– E então? – perguntei a Larissa assim que ela parou ao meu lado.

– Fomos bem. – assegurou-me ela – Kevin causou uma boa impressão sobre vocês e o tipo de vida que levam, e mostrou ser uma pessoa de confiança para falar sobre vocês, por ser um amigo de longa data.

– Que bom – eu sorri. Mas Larissa percebeu o nervosismo em minha voz.

– Teremos que voltar aqui daqui a algumas semanas para as alegações finais. Vamos Bella, relaxe, vamos estar preparados. – Larissa sorriu e afagou meu braço.

Senti-me um pouco mais tranquila, e tentei me prender ao seu tom cheio de confiança.

– Não! Eu quero falar com eles, por favor! – a voz infantil soou alta demais. E eu me vi suspirando enquanto observei Amanda se debater nos braços do guarda que tentava gentilmente levá-la para fora da sala. – Edward!

No segundo que o guarda se distraiu Amanda correu. Edward parou de conversar com Kevin e se virou quando sentiu o pequeno corpo de Amanda se atracar em sua perna.

– Ei, o que houve, pequena? – Edward perguntou segurando-a pelos ombros.

– Eles queriam me levar embora, mas eu quero falar com vocês. – os olhos de Amanda pararam em mim quando eu cheguei perto do dois.

– Eu entendo, querida. Mas não era necessário gritar com o moço daquele jeito, ele não fez por mal. – eu disse calmamente – Eu não disse que iria falar com você?

– Disse. – respondeu ela, constrangida.

– Tudo bem – eu sorri – Desculpe-se com o moço mais tarde, ok?

Amanda meneou a cabeça e olhou rapidamente para o guarda que esperava por ela a alguns metros de distancia, ela sorriu docemente para ele. O rapaz alto e loiro não pode deixar de corresponder ao gesto.

– Eu estava com saudades – a pequena mudou de assunto – Vocês não foram me ver essa semana.

Edward sorriu e acariciou o rostinho de Amanda.

– Sinto muito por isso – disse ele – Estivemos muito ocupados esses dias.

Amanda meneou a cabeça, mostrando que compreendera a nossa ausência. Ela chegou mais perto de Edward e fez com que ele se abaixasse para ficar na direção dela. Então ela o abraçou, escondendo o rosto no não de seu pescoço.

– Eu vou morar com vocês, Edward?

Fiquei surpresa pelo tom sério de sua voz, e notei que Amanda substituiu o tio Edward por somente Edward.

Edward ficou em silencio por alguns instantes.

– Não sei, pequena. – respondeu por fim – Descobriremos em breve.


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Notas finais do capítulo

Bom, essa foi a primeira parte do capítulo. Comentem para que a segunda venha em breve.
Beijos!