Eu Não Me Importaria escrita por Breathe


Capítulo 11
Capítulo 11 - Alegria de pobre dura pouco.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês gente! Queríamos agradecer a 'Emy' por sua recomendação, também gostamos muito da sua fic Emy, parabéns. Enfim, esperamos que gostem.



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Manu POV

Tudo estava indo tão bem, até o dia em que eu tinha marcado de ir ao médico ver as coisas sobre meu bebê.

Cheguei lá, e fui chamada, depois de um tempo, o médico disse:

-[...] Então você está gravida?

-Sim, estou - eu disse um pouco envergonhada.

-Sinto muito querida, mas você não irá aguentar fazer a quimioterapia e uma gravidez ao mesmo tempo. Você vai ter que abortar esse filho.

- Espera, o que? Não! NÃO! Eu não vou tirar meu filho daqui, não vou matá-lo! Eu já aprendi a amá-lo então não!

- Emanuelle, você não vai aguentar, você deve pensar em você primeiramente.

- Não! NUNCA! Eu morro, mas não o tirarei daqui de dentro - coloquei a mão na barriga.

- Emanu...

-Não! NÃO! - eu disse com os olhos lacrimejados.

-Eu consigo, minha quimioterapia já está quase acabando. Sou bem forte, eu consigo! Já estou quase curada, não vou abortar meu filho!

- Tudo bem. Eu como médico, devo alertá-la sobre o que está acontecendo e o que vai acontecer, não posso obrigá-la a nada. Mas as chances de você perder seu filho são...grandes.

- Não importa, não vou tirá-lo daqui de propósito! Não, não, não e não!

-Tudo bem então, você já pode ir.

Saí correndo do hospital, e liguei para o Will, contei tudo à ele.

Quando cheguei em casa, comecei a pensar no que havia feito. Será que isso seria realmente o certo a fazer? Eu não quero que meu filho morra, mas será que arrisco minha vida por ele? Afinal, eu só estava grávida há um mês, não sei nem se ele já é um bebê...

Resolvi conversar com Will e ver o que ele achava, me troquei e fui.

O sol estava muito quente, e comecei a soar. Percebi que comecei a ficar enjoada e com mal estar também. Andei o mais rápido que pude para chegar logo e ver se melhorava, afinal eu saíria do sol. Então, me vi de frente à porta de Willian, a última coisa de que me lembro, é de ter apertado a campainha e caído ali mesmo.

[...]

Acordei em um hospital, percebi isso pois estava em um quarto completamente branco, e tinha cheiro de soro, que vinha do meu braço. Olhei para o lado e vi minha mãe dormindo com um terço na mão. O que será que aconteceu comigo? Fiquei pensando nas ultimas coisas de que me lembrava e tentando decifrar o motivo de eu estar ali.

Fui interrompida de meus devaneios, pelo médico que entrava na sala acompanhado de uma enfermeira e de Will, que parecia ter pânico nos olhos. Ele sorriu ao me ver acordada, e minha mãe desperto de seu sono.

Quando reparei no médico, o reconheci imediatamente, era o médico que havia dito que eu deveria fazer um aborto. Ele me olhava com uma cara de 'eu bem que te avisei'.

-Olá, Emanuelle! - disse ele.

- Me chame de Manu - eu disse irritada.

- Sim, Manu. Eu te avisei não foi?

- Que merda que aconteceu comigo? - perguntei, eu realmente estava muito irritada de ser justamente ele a me atender.

- Bom - começou Will - eu fui atender a porta, e vi você desmaiada na soleira da minha porta. Entrei em desespero, e gritei a minha mãe, ela sem saber o que fazer, só ficou perguntando o que aconteceu a primeira coisa que me ocorreu foi te pegar no colo e sair correndo com você pro hospital mais próximo que eu conhecia, que por sorte era esse - revirei os olhos ao olhar pro médico - agora o médico vai e explicar o resto.

- Bem, você chegou aqui desmaiada e com os pulmões quase parados. Pode me dizer o que você estava sentindo até chegar à casa de Willian?

- Eu sentia tontura, enjoo e mal estar. - respondi impaciente.

- Bom, provavelmente o fato de você estar grávida e o sol muito forte fez com que você ficasse fraca devido à quimioterapia. E mais uma coisa...

- O quê? - Eu começava a ficar preocupada.

- Você tem Endometriose.

- Hã? - eu olhava confusa.

- Seus endométrios, ou seja, as paredes do seu útero são extremamente fracas, quando a mulher está grávida essas paredes ficam mais fortes para poder suportar esse bebê, e as suas não se fortaleceram. Você não pode fazer esforço, e raramente você vai conseguir andar ou fazer qualquer coisa além de ficar deitada. E pela sua quimioterapia, você não vai aguentar. O melhor seria você...

- NÃO VOU ABORTAR MEU FILHO! - gritei, que merda, ele não entende isso.

- Manu - minha mãe disse, nem percebi que ela estava ali - tudo bem, pode fazer isso. Isso é o melhor pra você, minha querida.

Coitada de minha mãe, assim como eu não quero perder meu filho, ela não quer me perder. Eu a entendia.

Olhei para Will, e ele parecia que tinha o mesmo pensamento que eu: não queria que nosso filho morresse, mas também não queria que isso acontecesse comigo. Então só conseguiu dizer:

- Te apoio na sua decisão.

Senti a pressão com aquela afirmação. Tentei mudar meu pensamento mas eu não consegui. Meu filho era tudo agora, não parecia, mas eu o amava, muito.

Por fim, eu disse:

- Não irei matar meu filho, morro, mas não o mato - disse séria.

 Minha mãe enfiou o rosto nas mãos e começou a chorar, chorei com a cena. Eu não sou uma boa filha, primeiro engravido aos 16 anos, depois decido quase me suicidar. Deve ser difícil pra ela.

Will apertou minha mão, e eu chorei ainda mais.

[...]

Eu estava sentada na cadeira de rodas que compraram pra mim, indo para mais um dia do meu pesadelo de quimioterapia, digamos que só faltavam 25% desse inferno para acabar, o que era bom porque além de estar curada, acabaria no meio da gravidez, e meu filho não correria mais tanto perigo.

Já havia se passado um mês desde que descobri mais uma doença em meu corpo. Eu já tinha dois meses de gravidez, um dos meses de mais risco na gravidez. Todos os dias da minha quimioterapia, Will e minha mãe me acompanhavam na ida, na volta e durante a sessão.

Eu já havia parado de ir pra escola há muito tempo, provavelmente ninguém além de Will, sentia minha falta naquele lugar. Ele continuava indo, mas havia mudado o horário para poder me acompanhar nas sessões e ficar comigo pelo dia. Eu estava atrapalhando à todos, principalmente a mim mesma. Eu me fazia de forte, mas não aguentava mais. Eu chorava todos os dias, nos braços de Willian. E me sentia cada vez mais fraca. Minha quimioterapia, por estar quase no fim, ficava cada vez mais pesada. Não via a hora de pelo menos isso acabar.

Enfim, fiz a sessão, voltei pra casa, e como sempre chorei muito, muito.

E assim, nessa rotina infernal, segui durante um bom tempo. Sofrendo, chorando, e atrapalhando a vida todos à minha volta. O tempo passava. Graças a essas malditas doenças, perdi o aniversário de Clare, a festa de aniversário de casamento dos meu sogros e minha mãe teve que se afastar de seu serviço para poder cuidar de mim, me sentia muito mal com tudo isso. Parecia que eu era um bebê recém-nascido, eu não fazia nada sozinha. Minha mãe tinha que me dar banho, comida na boca, nisso ela e Will revezavam às vezes, ir ao banheiro era muito difícil, eu tinha que segurar minha mãe a todo o momento para não cair. Isso tudo, sem falar no meu filho, a cada semana o Dr. Moraes vinha até a minha casa para ver se estava tudo bem, comigo e com meu filho, e eu tomava várias injeções para engrossar às paredes de meu útero, soro, transferência de sangue, era uma internação dentro de casa. 


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Notas finais do capítulo

Eae, gostaram? não? diga - nos o que achou^^