Porquês escrita por Anny Andrade


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Baseada na música da Avril - Why



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Por quê? Eu não deveria utilizar tanto essa palavra. Por um simples fato, essa palavra não traz absolutamente nada de bom, normalmente as respostas são evasivas e completamente erradas. E isso não é obvio? Nós esperamos uma resposta e todos aparecem com as outras. E agora eu me pergunto, por que tanto por que? Oh Céus isso está me deixando completamente maluca.

E o pior de tudo é que o motivo dessa palavra e dessa dúvida é ELE. Ou seja, se eu ficar maluca minha família pode culpa-lo e processa-lo pelo meu terrível incidente escada abaixo. Sim eu sou um pouco exagerada, e sei que estão dizendo isso, mas... Por que ele faz isso comigo?

Sempre aparece do nada.

Sempre está sorrindo.

Sempre com aquela voz tranquila e segura, mesmo que esteja ansioso.

Sempre fazendo com que minha pergunta retorne.

Por quê? Por que ele precisa me envolver mesmo quando está só de passagem?

Por que ele faz isso comigo?

Não, eu não sou louca. O que sou? Não é nítido? Sou uma garota, sou completamente ansiosa, e tenho medos absurdos, eu sou descontrolada, e alguns dizem mimada. Mas deveriam me perguntar como eu estou, porque eu estou simplesmente apaixonada. E vou contar um segredo para vocês, se apaixonar é o que piora todos os porquês da vida.

Eu me lembro perfeitamente como tudo isso começou. Nós estávamos sentados no balanço no fundo da minha casa. Nós estávamos nos lembrando em como tinha sido engraçado o jantar. Ele imitava um desengonçado namorado tentando conversar com um sogro muito antipático, e eu apenas ria. Sabe eu queria saber por que ele tem essa facilidade me de fazer rir. Tá vendo? Sempre existe um por que. Lembro-me de minhas palavras escapando da minha boca enormemente grande, depois que ele finalmente se pôs atrás de mim e começou a me empurrar fazendo o balanço ganhar movimento.

— Como você pode agir dessa maneira? — Eu perguntei sentindo meus cabelos voando para trás.

— Cheiro de Melancia. — Ele disse suspirando o ar em volta. Eu já disse que odeio o fato dele ser completamente apaixonado por melancia? Tá... Eu não odeio... Eu amo o fato dele amar melancia e esse ser o cheiro do meu shampoo desde os quatro anos.

— Você deveria responder minhas perguntas. — Digo ignorando a vontade incrível que eu tenho beijá-lo ali mesmo, no quintal da minha casa, enquanto todos estão lá dentro comendo deliciosas sobremesas.

— Suas perguntas não fazem sentido...

Ele sorriu.

Eu me emburrei.

Uma única ação.

Nós dois no chão entrelaçados, esqueci que o balanço estava em movimento e sai dele. Resultado: Me enrolei inteira e ele se desesperou ao ver meus lábios sangrando levemente. Ou seja, o mal educado, grosso e desastrado do Hugo Weasley caiu sobre mim. Vocês estão esperando um beijo agora né? Eu até acho que nós esperávamos o mesmo, mas tem um fato sobre mim que talvez vocês não conheçam. ODEIO SANGUE. Estão se perguntando como a filha de Gina Weasley e Harry Potter pode ter medo de sangue, mas eu me pergunto isso todos os dias também. Enfim, eu deveria ter ficado quieta, mas quem consegue fechar minha boca em momentos importantes? Sério, ninguém consegue. Então eu continuei a falar.

—  Como pode agir dessa maneira como se não se importasse totalmente? — Eu perguntei indignada. Sério ele era totalmente insensível, estava por cima de mim e nem mesmo tentou me ajudar, ou me beijar? Pode ser mais incompetente? Nesse momento escutei a voz da tia Hermione suspirando em meu ouvido “é de família” e eu entendi que sim é possível. — Que gosto é esse? — Eu sei que parece drástico, mas eu disse que ODEIO SANGUE, com letras garrafais enormes para mostrar o quanto o meu ódio é gigantesco. — Sangue? Sangue? Isso é Sangue... Eu vou morrer... — Disse empurrando Hugo de cima de mim e ouvindo aquela risada idiota dele.

Mentira. Eu amo essa risada, mesmo quando ela é disparada contra mim, e isso acontece com tanta frequência que tenho vontade de nunca mais falar com ele, como se isso fosse possível. Por que se engana Lily querida? Por que? E vejam como o porque é uma palavra que me persegue. E eu sou tão legal com todos, menos com a Brown, aquela garota tem problemas e eu não tenho culpa que ela não puxou os cabelos loiros da mãe e eu puxei os ruivos da minha. Totalmente estranha. E totalmente apaixonada pelo Hugo. Desprezível, eu sei. E ele continua rindo, e acho que estou começando a rir junto.

— Calma, é só um arranhão. Um floreio com a varinha e o sangue para na hora. — Ele disse e tocou meus lábios com as pontas dos dedos, e eu senti um arrepio tão intenso que ele percebeu. — Calma Lily, eu estou com você. — E sorriu de novo. — Estou sempre com você.

Já sentiu a respiração de alguém completamente ligada a sua? Não? Eu senti, e naquele momento e quase desmaiei realmente. Mas eu disse que falo demais quando estou ansiosa ou nervosa, ou sempre... E eu falei. Falei sem pensar, e revelei o que eu não deveria ter revelado. Sou uma idiota.

— Isso me faz querer saber de uma coisa. — Eu disse me afogando nos olhos mais azuis que já vi na vida. E olha que já vi muitos olhos azuis.

— Você precisa sempre falar Lily? — Ele perguntou me fazendo suspirar.

— Você espera que eu acredite que eu fui a única a me apaixonar? — Sim eu disse isso.

Eu simplesmente me declarei para meu primo, com minha boca sangrando, meu cabelo cheio de folhas secas, e meu rosto totalmente inexpressível. Ele me olhou assustado e a mão que nem tinha percebido e estava na minha cintura caiu pesadamente ao lado do corpo dele, assim como aquela que estava sobre meus lábios parecia muito mais interessada em mexer nos cabelos flamejantes dele. Por que eu fui dizer isso? Definitivamente ele não está apaixonado por mim. Por quê? Por quê? Eu odeio tanto essa palavra.

E eu corri. Sim eu fugi.

Passei como um relâmpago por meus pais, meus tios, meus primos e o namorado de Rose. O namorado imitado por Hugo era Scorpius, e agora ele como os outros estavam olhando para minha pessoa correndo pela escada. Cheguei no quarto e fechei a porta antes que um deles tentasse invadir o meu momento de Porquês. Eu senti minha moeda esquentar e as palavras “FALAR VC” brilhar.

Odeio quando Rose inventa de colocar em pratica ideias de sua mãe e aprimora-la. E assim foi criado o sms bruxo, acreditem se quiser. Eu sei que é o Hugo. E nós voltamos ao começo de tudo isso.  Por quê? Não queria sentir nada por ele, não queria ter dito que sinto. Não queria ter tantos por quê rondando minha cabeça, meu coração e fazendo com que meus olhos arderem por causa de lágrimas que nem sabia que estava derramando.

Me joguei na cama e abracei minha bruxinha de pelúcia, só ela me entendia. E sempre foi assim, não sei por que minha mãe quis jogá-la fora ano passado. Ela está linda com o olho em x e o vestido rasgado. Ela é minha e não vai ficar abandonada em um lixão qualquer por uma Londres trouxa. Imagina.

— Não acredito que não ia falar comigo.

Eu não acredito que ele fez isso de novo? Escalou minha escada enfeitava de tulipas e destruiu anos de trabalho para invadir meu quarto pela janela. Nossa, pode ser mais romântico? Eu acho que não. Meu Romeu é ruivo, como eu. Oh, que lindo o fato dele está arranhado por causa dos espinhos. Mas gente, o amor dói, sempre ouvi isso.

— Estou machucado, e você odeia sangue... Ótimo. — Hugo disse chateado.

Me esqueci do sangue, mas é que ele estava encantador ali parado na minha janela completamente estabanado, machucado e com uma carinha triste que com toda certeza me faria pegar no colo e consolar. Uma lindeza. estávamos falando do que mesmo?

— O que quer Hugo? — Eu disse ignorando a expressão surpresa dele quando usei minha varinha e fiz todos os arranhão sumirem. — Rir da engraçada Lily apaixonada? Se for isso pode ir embora. — Sim eu falo demais, e quero que ele fique, mas ele não deve saber disso. Vocês entendem né? Questão de princípios.

— Que bom que você me deixa falar. — Hugo disse com a expressão mais linda dele, a de bravo.

Ele está se aproximando.

E está vindo na direção da minha cama.

E estamos trancados sozinhos no meu quarto.

Reparem no SOZINHOS no MEU QUARTO.

— Eu posso sentir, eu posso sentir você perto de mim, mesmo você estando muito longe. Eu posso sentir, eu posso sentir você, porque? — Ele está me perguntando isso mesmo? Como se eu soubesse responder, eu faço a mesma questão todas as noites e nunca obtenho uma resposta. Hugo o que você está fazendo? Eu não estou te entendendo, e mesmo assim sinto meu coração tão rápido que talvez minha caixa tórax não suporte a pressão. — Isto não era para ser assim... Eu preciso de você, preciso de você, mais e mais a cada dia... Isto não era para machucar desta maneira. Eu preciso de você... Me diga, eu e você ainda continuamos juntos? Me diga, você acha que poderíamos durar para sempre? Me diga, porque?

Já esperou tanto por palavras que quando alguém as disse não teve reação nenhuma? Então né...

— Hey, Escute o que nós não estamos dizendo... Vamos jogar, um jogo diferente deste que estamos jogando... Tente, olhar pra mim e ver o meu coração de verdade. Você espera que eu acredite que eu vou deixar nós nos separarmos? — E ele continuou e eu realmente estou olhando nos olhos dele, e eu nunca acreditei que um dia pudéssemos nos separar, ainda quando não era amor  e sim amizade. Agora então. Me separar dele seria como me separar de mim mesma. Porque sem ele não existe Lily Luna Potter. E não é incrível quando respostas que procuramos por toda nossa existência, ou parte dela, pode ser respondida tão rápido e simplesmente. Por que sentir tudo isso? Porque ele é parte de mim. — Lily? Não quer falar comigo né?

Eu vejo o meu porque se virando para se afastar, mas minhas mãos são rápidas ao grudar no pulso esquerdo dele. Eu eu sinto um choque, e sei que ele sente o mesmo. Acho que meu lábios ainda estão machados de sangue, porque ele me toca exatamente onde arde. E sorri ao ver meus olhos fecharem ligeiramente. Eu já disse por que sinto tudo isso? Porque ele faz parte de mim. Abro a boca varias vezes e as palavras parecem prezas. O que me resta? Bom, repetir as palavras dele, e acrescentar a minha verdade!

— Eu posso sentir, eu posso sentir você perto de mim, mesmo que você esteja muito longe... Eu posso sentir, eu posso sentir você, porque? — Ele sorriu. Doce, Do jeito que sorria a cada manhã, a cada noite, o jeito que sorria sempre que me via. — Isto não era para ser assim... Eu preciso de você, preciso de você, mais e mais a cada dia... Isto não era para machucar desta maneira. Eu preciso de você... Me diga, eu e você ainda continuamos juntos? Me diga, você acha que poderíamos durar para sempre? Me diga, porque? — Eu suspiro. — Não é incrível termos as mesmas dúvidas?

— Eu não tenho dúvidas. — Hugo respondeu e sentou-se a minha frente. — Eu tenho medo.

— Eu não tenho medo Hugo. — Sorriu. — Perto de você me sinto corajosa, até esqueço da dor, do sangue e de todo o resto. Mas eu tenho dúvidas. — Vejo o seu sorriso sumir e sinto que não vem coisa boa pela frente.

—  Então vá e pense sobre o que quer que você precise pensar... Vá e sonhe com o que quer que você queira sonhar... E volte para mim quando você souber como você sente... — Já sentiu nas palavras de alguém uma dor que para você mais pareceu uma facada? Então, eu estava sentindo facadas em minha alma.

— Isto não era para machucar desta maneira... Preciso de você, Mais e mais a cada dia... Me diga... Por quê? — Eu digo segurando em sua mão. Ele não entende que eu preciso só de três palavras? Elas são tão simples, mas ele não entende. Solto a mão e me recolho para junto do meu travesseiro.

— Não sabe a resposta? — Hugo pergunta e não sei como ele chegou tão perto de mim tão rápido. Mas ele está na minha frente, e sinto nossa respiração combinando. E eu fecho os olhos esperando pelo melhor. — Porque eu te amo. — E o melhor vêem, da maneira mais inusitada.

Nossos beijos se uniram e eu até senti minha boca arder por causa do corte e o gosto do sangue se misturando com a saliva é totalmente ruim, mas eu realmente não me importo. E aparentemente ele também não. Porque nosso beijo se aprofundou tanto que mesmo sobre a cama senti minhas pernas desmancharem como se fossem sorvete no verão. E suas mãos me prendiam contra ele, e nossos perfumes se misturaram. E eu simplesmente me esqueci de todos os “porquês”. Agora era tão nítido, eu me apaixonei por ele porque ele é a metade que falta em mim.

— Agora sei como um vampiro se sente. — Hugo disse quando nos separamos.

— Já li que sugar sangue para eles é uma imitação das sensações que sentimos em relações bem intimas... — Digo rindo.

— De repente o gosto do sangue me parece incrivelmente excitante. — Hugo disse voltando a me beijar.

E quer saber? Talvez eu não odeie nem sangue e nem o “porquês”.

The end


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem...



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