Cinco Momentos escrita por Chiisana Hana


Capítulo 14
Capítulo XIII


Notas iniciais do capítulo

Início da quarta parte. Shiryu e Shunrei.
Oi, povo!
Semana passada não consegui logar aqui no Nyah pra postar esse cap e acabei esquecendo de tentar durante a semana. Aí hoje vim postar o XIV e percebi que faltava esse! O_O
Obrigada a todos que acompanham essa e as outras fics!
Beijãooooo
Chii



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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

Setsuna pertence a Nina Neviani.


CINCO MOMENTOS

(QUE DEFINEM UM RELACIONAMENTO)

Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani


PARTE 4

A PRIMEIRA VEZ


Grito a Deus que você é meu

E em um momento você está chegando dentro de mim

Até que nos tornamos um corpo só, eu e você.(1)


Capítulo XIII


– Mais que amada pelo Shi – Shunrei começou a dizer –, eu fui acolhida pela família dele. Foi como ganhar de repente um o homem dos meus sonhos e uma família.

Shiryu sorriu.

– Às vezes – ele disse – eu acho que a mãe gosta mais da Shunrei que de mim.

– Que coisa mais meiguinha vocês dois – ironizou Ikki. – Tá certo, Shunrei foi pra lá com você e tal, mas eu quero saber é de sexo. Aposto um dedo do pé que só rolou depois de muitos, muitos meses.

Shiryu e Shunrei coraram.

– Bom – Shiryu começou, totalmente embaraçado –, demorou um pouco sim.

– Eu sabia! – Ikki gritou. – Um pouco quanto, Shiryu?

– Algum tempo, ora essa!

– Porra, Shiryu! Você é devagar mesmo! – Ikki prosseguiu.

– É que nós...

– Aconteceu quando tinha de acontecer, gente – Shunrei disse, interrompendo as justificativas envergonhadas do marido, e ainda completou: – E foi incrível. Mas nada de falar sobre isso, né, pessoal?

– Ah, pô, por que não? – lamentou-se Seiya. – Adoro esse assunto!

– Porque não interessa a ninguém – Saori cortou.

Minu completou:

– E porque aqui não é lugar, por muitos motivos, ora essa!

– Tá, então só vamos dizer onde e quando foi a primeira vez, que tal? – Seiya insistiu. – Sem detalhes, ok?

Com a concordância de todos, ele prosseguiu:

– Está bem... Vamos lá, Shiryu e Shunrei, comecem vocês já que são os mais envergonhados. Onde e quando?

– Vocês são terríveis... – resmungou Shiryu.

– Bom... – Shunrei começou, tentando soar natural. – Foi na estufa da casa dos pais do Shiryu.

Todos voltaram olhares espantados para os dois.

– Ah, mentira que vocês transaram na estufa! – disse um incrédulo Ikki. – Duvido! Conta outra, Shunrei!

– Pois foi exatamente lá – Shiryu disse.

– É, foi – Shunrei continuou. – Bom, e quando? Sete meses depois que começamos a namorar.

– E chega desse assunto! – Shiryu cortou, mas lembrou-se muito bem do que tinha acontecido há cerca de nove anos atrás...

Shiryu e Shunrei tinham sido aprovados em seus respectivos vestibulares, ele no de Medicina, ela no de Pedagogia. Shunrei tinha conseguido moradia estudantil com um bom desconto e também tinha arranjado um emprego numa lojinha perto de casa. Seu Hirotaka tinha presenteado com Shiryu com um pequeno apartamento, comprado com as economias que o casal tinha feito durante toda a vida.

Com todas as obrigações da faculdade, os dois tinham pouco tempo para se encontrarem durante a semana, mas todas as sextas-feiras Shiryu ia buscar Shunrei no trabalho para que passassem algum tempo juntos.

A cada quinze dias, dona Mitsuko ia visitar o filho, levando frutas, verduras e flores para alegrarem o apartamento. Dessa vez, porém, ela trouxe também um presente inusitado.

– Uma caixa de preservativos, mãe? – ele perguntou num sussurro constrangido, terrivelmente envergonhado.

– Claro! – ela respondeu naturalmente. – Afinal, você e Shunrei têm que se cuidar! Eu já devia ter feito isso, eu sei, mas só agora criei coragem. Lógico que eu quero ter um netinho lindo, mas não nesse momento, não é, meu bem? Você tem que se formar primeiro! Mas também não quero que você fique sem se divertir, não é? – disse e deu uma piscadela marota que deixou Shiryu ainda mais envergonhado.

– Mãe, pelo amor de Deus, ainda não aconteceu nada...

– Como não? – indignou-se dona Mitsuko. – Vocês já namoram há meses! Você está com algum problema, querido? Se for isso, mamãe arruma um médico, um psicólogo, um terapeuta sexual, qualquer coisa. Não se acanhe, conte pra mamãe.

– Mãe! Eu não tenho problema nenhum. Apenas ainda não é hora de fazer essas coisas.

– Então há algo muito errado com você, meu bem! Nessa idade e não pensa em sexo? Mamãe vai marcar um psicólogo agora mesmo!

– Mãe! Eu penso! Eu só... não faço.

– E qual é o problema afinal? Ai, eu ainda pergunto. Já vi que você é igualzinho ao seu pai, viu? Nem se fosse filho de sangue seria tão parecido!

– É? – surpreendeu-se Shiryu.

– É. Seu pai sempre ficava com uma história de "só casando, só casando" e eu praticamente tive que forçá-lo a fazer alguma coisa! Engraçado lembrar isso, filho. Eu e seu pai fizemos amor pela primeira vez ali mesmo, no campo de flores atrás da casa onde moramos. Eu estava morrendo de medo de que minha mãe visse, mas ainda assim foi tão bom.

– Sério? Assim, ao ar livre?

– É. Se já seria um escândalo hoje, imagine há trinta e tantos anos atrás! Mas eu queria porque queria dar logo para o seu pai!

– Ô mãe, isso é jeito de falar?

– Ora, mas não é mesmo? Dei, pronto! E foi ótimo! Ainda é ótimo, se quer saber! Por isso quero que você e a Shu façam logo, meu bem! É bom, é saudável.

– Vamos fazer quando for a hora, mãe... – Shiryu tentou argumentar.

– Que negócio de hora, meu bebê? A hora é quando a vontade vier. Fazendo com responsabilidade, não tem problema. Claro que na minha época não tomei precaução nenhuma. Mas nem deu em nada... Nunca consegui engravidar. Já estava até conformada em não ter filhos, depois de tantos anos de casamento. Até aquele dia em que esbarrei em você.

Mitsuko deu um sorriso terno e segurou a mão do filho.

– Na hora em que toquei sua mãozinha – ela disse –, eu soube que você era o filho que eu estava esperando. Você é meu tesouro, filho. Você é a coisa mais preciosa que eu tenho e é por isso que eu desejo que seja feliz em todos os aspectos.

Poucas semanas depois, Shiryu e Shunrei foram passar o aniversário dele em Saitama. Depois de comemorarem com um almoço, os dois foram dar uma volta pela plantação de flores.

– Foi aqui que a minha mãe e o meu pai fizeram amor pela primeira vez – Shiryu comentou envergonhado, lembrando-se do que a mãe tinha contado semanas atrás. Desde a conversa que tivera com ela, vinha amadurecendo a ideia de fazer amor com Shunrei e realmente achava que a hora tinha chegado.

– Uau! – Shunrei exclamou, mais pela surpresa de Shiryu ter tocado nesse assunto do que pelo fato em si. Estavam perto da estufa e naquele domingo nublado de outubro, Shunrei tomou uma decisão: queria que fosse ali sua primeira vez com Shiryu. Já vinha pensando em dar esse passo há algum tempo, mas sempre havia alguma coisa ou outra que a impedia. Ela olhou Shiryu nos olhos e comunicou sua decisão:

– Eu também quero que a nossa primeira vez seja aqui... Eu estou pronta.

Encantado, Shiryu voltou-se para ela. Foi a deixa para se enroscarem entre as flores, trocando beijos e carícias apressadas. Mas logo um trovão ressoou ao longe e quando começou a chover, correram até a estufa onde, ensopados, recomeçaram a trocar carícias.

Shunrei despiu-se lentamente, enquanto Shiryu deleitava-se com a visão do corpo pequeno e esguio da amada. Demorou-se admirando a namorada, até que, num movimento fluido e sinuoso, ela se aproximou dele e foi-lhe abrindo a camisa muito devagar, botão por botão. Era quase uma tortura para o rapaz, que quis se ver livre da camisa desde o momento em que Shunrei abriu o primeiro botão. Quando ela finalmente tirou-lhe a camisa, beijou e mordiscou o peito definido do rapaz, provocando-o, torturando-o com o calor de seus lábios, enquanto as mãos passeavam nas costas dele, onde ele ostentava um imenso dragão tatuado. Ele tomou-a nos braços, erguendo-a do solo, e sugou-lhe os seios com um desespero alucinado. Costumava ser paciente e, quando pensava em fazer amor com Shunrei imagina que não teria pressa, mas sentia justamente o contrário. Havia uma urgência, uma vontade desenfreada de enveredar-se pelo corpo dela, tornar-se um só com aquela mulher a quem ele tanto amava. Já não lembrava mais do conselho da mãe, nem de nada. Pousou Shunrei no chão gentilmente, entre um canteiro e outro, e desvencilhou-se do resto de roupas que ainda tinha sobre a pele, para em seguida se embrenhar no corpo dela. Tinha planejado ser extremamente cuidadoso, mas a paixão febril que percorria seu corpo fez com que fosse mais impetuoso do que gostaria. Porém, Shunrei, que experimentava a mesma sensação de urgência, apreciou a intensidade. O movimento poderoso que Shiryu fizera proporcionou-lhe um misto de dor e prazer indescritível e ela sentia como se fosse derreter sob aquele corpo que se movia sobre o seu.

Ela ergueu um pouco o quadril para que ele pudesse ir mais fundo e ficaram nisso por um tempo que lhes pareceu infinito, mas que não era mais que alguns minutos, até que ela explodiu num prazer assombroso. Sentiu os músculos retesados relaxarem pouco a pouco.

Ele continuou movendo-se sobre ela até que, carregando-a consigo, deu um impulso e colocou-se de joelhos, mantendo-a sobre si. Conduziu-a com os braços, impeliu-a a mover-se para frente e para trás, num balanço enérgico. Ela agarrou-se ao pescoço dele e firmou os pés no chão, facilitando o movimento cadenciado que levou Shiryu a um gozo descomedido, que finalmente serenou toda aquela tensão que o consumia.

Permaneceram unidos um ao outro. Estavam sujos de terra, molhados da chuva e de suor, e havia pétalas de flores coladas na pele e nos cabelos de ambos, mas não se importaram porque era como se fossem parte da natureza, como se vibrassem em uníssono com ela.

Continua...


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Notas finais do capítulo

(1) Laura Pausini, Due Innamoratti Come Noi.



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