The Wrong escrita por Rafaella Livio


Capítulo 24
ASSUNTO: Happy Birthday


Notas iniciais do capítulo

Quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Boa noooite, esse é o último do dia.
Espero que gostem e leiam bem, tá? Tá bem bunitinho *u*
Ah, a música nem precisa comentar, né?
Ok, boa leitura.



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Depois de uma semana e meia, eu já tinha visitado Edward mais duas vezes e, realmente, eu tinha visto a melhora.

Na terça-feira tirei o gesso. (Graças a Deus, aquele negócio é quente, viu?!) Na quarta-feira seguinte foi o meu aniversário. De 16 anos. Aquele aniversário que as meninas normais dos E.U.A. falem os pais por pagar "muitos mil" em uma festa gigantesca. Minha mãe até quis fazer uma festa, mas eu não quis, óbvio. Primeiro que eu não queria uma festa e segundo que eu não iria me divertir (festas são para se divertir, não são?), porque a pessoa que eu mais queria que comparecesse estava internada sem falar, sem andar e sem raciocinar direito.

Meus pais fizeram uma festinha com meus tios, primos, amigos (deles), mas eu não chamei ninguém. Fizeram um bolo, apaguei as velinhas e ganhei alguns presentes comuns. Bolsas, roupas, sapatos, nada muito extraordinário.

Depois da festa, me despedi das pessoas e subi para o meu quarto. Entrei nas redes sociais e no Messenger, mas ninguém me deu parabéns ou pelo menos se lembrou. Ah, claro. Mais familiares. E o doutor Ron.

Tomei um banho e coloquei uma roupa comum (http://fashion.me/looks/2064068/um-dia-comum), porque meus pais já tinham dito que iríamos para o Ollie's (Ollie's Noodle Shop - Restaurante Chinês no Times Square). Dei uma secada rápida no cabelo, deixei-o solto e fiz minha maquiagem com pó, lápis e rímel.

Estava mexendo no meu IPOD verificando minhas músicas da Adele, quando minha mãe abriu a porta.

– Filha, vem ver quem está aqui.

– Quem? - Tirei os fones.

– Vem logo!

Fui para a sala e me deparei com Emy, Spencer, Antorelo e Brenda, que gritaram "Surpresa!" quando me viram. Abracei um por um e peguei o pacote que estava na mão de Emy.

– Seus bobos!

– Você acha que iríamos esquecer do seu aniversário? - Perguntou Emy.

– Preferia que tivessem esquecido...

– O quê? - Emy me fuzilou com os olhos e eu abri um sorriso abraçando todos novamente.

– Que bom que vocês vieram! - Forcei.

– Melhor assim...

Sentamos no sofá e eu abri o presente. Era um elefante de pelúcia. Não, mil perdões. Era um DUMBO de pelúcia!

Gritei a mil decibéis e todos se assustaram. Emy sabia que meu animal favorito era elefante. E o Dumbo...! Ai ai, o Dumbo... Sem palavras.

Abracei-os novamente e dessa vez Antorelo se aproveitou para abaixar sua mão da minha costela para outro lugar. Tirei-a e fitei-o com cara de má.

– Desculpe - falou baixinho.

Peguei a mão dele e virei-a, fazendo cair no chão.

– Repete!

– Me desculpe!

– Ótimo.

Soltei-o e ele continuou no chão.

– Mas agora vocês vão ter que ir! - Comentei com todos, menos com Antorelo que gemia no chão.

– Por quê? - Spencer perguntou. Ele não tinha falado nada até então, só "surpresa".

– Eu e meus pais vamos ao Ollie's.

– Do Times Square? - Perguntou Emy, com olhinhos brilhantes. Apesar de ser japonesa e o restaurante, chinês, ela amava qualquer comida da Ásia.

– Filha, por que você não chama seus amigos? - Minha mãe passou pela sala para pegar as chaves e ficou olhando para um menino jogado no chão, segurando a mão, rolando de um lado para o outro. Todos rimos (menos ele, lógico).

– Esquece ele. O que você disse?

– Por que seus amigos não vão junto com a gente?

– Eba! - Gritou Emy, mas viu olhares desprezivos a sua volta (Spencer e Brenda) - Qual é? Eu amo a comida do Ollie's.

– Já comeu lá? - Brenda perguntou, ajeitando a blusa que estava com o decote muito baixo.

– Nunca.

Nos levantamos com preguiça e todos fomos ao Ollie's. Brenda foi no colo de Antorelo, porque fomos na Grand C4 Picasso preta do meu pai (que tinha cinco lugares).

Chegando ao Ollie's, a maioria pegou bolinho primavera (ué, marca registrada dos chineses) e algumas outras coisas.

Depois de comer, cada um falou um pouco sobre mim. E o meu pai cafona resolveu filmar tudo. No meio do restaurante! (S.O.S., pai louco envergonhando a filha na frente de várias pessoas!)

Spencer: "Ah, a Vic é especial. Eu a conheço desde pequena quando nós corríamos pelo jardim para molhar Emy, que tinha medo de água [cotovelada de Emy]. Nós entrávamos e deixavamos-na lá fora, se molhando com a mangueira. Rolávamos de rir. Lembro de quando eu fiz aniversário e Emy apagou minhas velinhas, e a Vic chorou porque o meu pedido não ia se realizar. A Vic é muito importante, e vê-la crescendo foi um privilégio."

Você deve imaginar, mas de qualquer jeito eu vou falar: eu já estava chorando rios.

Brenda: "Eu conheço a Vic há pouco tempo, mas já vejo que ela é especial. E um pouco maluca também. Tá, muito maluca. A gente se conhecia de vista, mas nunca tinha se falado. E na primeira vez que conversei com ela, já gostei dela. A Vic é uma grande amiga."

Antorelo: "Essa maluquete aí? Ela quase quebra a minha mão! E tá doendo, viu? [Risos dos outros] É sério! Não, de verdade, a Vic pode ser louca, mas é a minha louca. Ela achava que eu era um riquinho, que era metido, que era safado e que era como qualquer um... Mas ela sabe que eu não sou como qualquer um. [Mais risos alheios] Ela me chama pelo sobrenome como se eu fosse o presidente, me respeita como se eu fosse um delegado, mas ela é uma grande amiga e eu a respeito por mais que não pareça."

"Não parece mesmo", comentei.

Emy: "Preciso falar? Ai, acho que eu vou chorar. [Engolindo o choro] A Vic? Eu conheço a Vic faz um longo tempo e no começo a gente não se dava bem, porque eu era louca e ela era tímida. Mas como a minha loucura é supercontagiosa, com o tempo ela pegou e a gente foi falando de loucuras juntas. A Vic é minha melhor amiga, mas não é só isso. É minha confidente, minha terapeuta, minha irmã. É minha mãe quando eu preciso de uma."

Quando ela deu ênfase na palavra "mãe", eu desabei. Depois de muita choradeira - filmada -, chegou a vez dos meus pais e meu pai passou a câmera para o Antorelo. Péssima ideia. Por causa da mão machucada, ele ficava tremendo a câmera, mas tudo bem, foi lindo do mesmo jeito.

Mamãe: "A Vic além de ser louca e tudo isso que vocês falaram é teimosa. Pior que uma mula! Acha que sempre está certa e grita como uma gralha. [Olhar sério meu e risos dos outros] E apesar de ser muito chata, é minha filha. É bonita, claro, essa parte ela puxou de mim. [Risos do meu pai e tapa da minha mãe no ombro dele] E é muito criativa. Só que ela é muito ingênua e às vezes acredita demais nas pessoas. Mas é minha filha querida e..." [Praticamente chorando]

Eu: "Ah, mãe, não vai chorar, né?!"

Mamãe continua: "Me deixa!... É minha filha querida e eu a amo muito."

Todos fizeram "Awn!" e meu pai começou.

Papai: "A Vic é tudo isso e ainda é desastrada. Sempre caía de bicicleta e me chamava para ajudá-la. Mas o pior era quando ela caía no box e pedia para eu ajudar, mas mandava eu fechar os olhos. Como eu ajudava eu não sei, mas era um esforço para conseguir. [Risos exagerados dos outros e meu olhar sério novamente] Minha pequenina princesa da Suécia* está crescendo e eu tenho que me conformar. Dezesseis anos. Parece que foi ontem que ela falou papá antes de mamã."

Todos sentimos que foi uma provocação para a minha mãe, até ela, - e o olhou feio -, mas foi lindo.

Agradeci a todos com um abraço e fomos embora. Levamos meus amigos em suas respectivas casas e cheguei na minha. Tomei uma ducha, coloquei uma camisola e deitei pensando que por mais que não houvesse a pessoa mais importante na minha "festa" no restaurante, tinham muitas outras que fizeram-no mais do que especial.


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Notas finais do capítulo

*Tem (ou tinha, sei lá) uma princesa na Suécia chamada Victoria.
Beijossssssss,
Espero que tenham gostado *----*
- Rafa



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