PDV Diogo

Ela quer por-me doido, só pode! Sentei-me no sofá e passei as mãos pelos cabelos, ouvi a chave a rodar na porta e levantei-me. Ela entrou pos as chaves na mesinha e olhou para mim.

-Onde estiveste margarida? Fui te buscar, tive imenso tempo a tua espera e depois disseram já tinhas saído! Andei preocupado, feito louco a tua procura! – Ela não teve qualquer tipo de reacção, continuava a olhar-me a espera que continuasse a gritar, mas eu calei-me.

- Desculpa, fui dar uma volta! Vou tomar banho para ir trabalhar! – Fiquei estático a olhar para ela a tirar a mala e ir para a casa de banho. Ouvi o chuveiro a ser ligado, passei mais uma vez a mão no cabelo, o que é que eu faço com esta miúda. Nem vale a pena dizer seja o que for, porque ela já tinha o discurso preparado, para tudo. Bastou um pedido de desculpa, para eu me calar… Tem calma Diogo, ela foi só passear, ela está bem, está aqui contigo, não há razão para preocupação e muito menos para discussão.

Fui em direcção a cozinha aquecer o jantar, ia me distrair a fazer alguma coisa para não gritar com ela de novo. Antes do desaparecimento da margarida tive tempo pra fazer o seu prato favorito, lasanha, fiz em dose extra e a Clara levou para o jantar dela e do Tiago, neste momento só tinha vontade de mandar aquilo tudo a parede.

Margarida PDV

O jantar correu em silencio depois do meu longo duche, era lasanha ele tinha feito lasanha para mim, sorri para a mesa quando vi e por mais pouca vontade tivesse de comer, acabei por repetir duas vezes, estava divinal.

Ele levou-me ao trabalho depois de termos arrumado a cozinha rápido e em silencio, ele deve ter percebido que não queria conversar e fez esse favor.

No bar estava tudo igual, nada tinha mudado, a não ser as duas empregadas que estavam de volta.

- Estou tão contente por ter voltado, nem sabes o bem que estar a trabalhar me faz, queres beber alguma coisa Diogo? – Disse a Clara, excitadíssima.

- Uma cerveja, o Tiago ficou em casa? –Perguntou o Diogo.

- Ele deve vir já ai, teve a tratar de uns papeis e disse que já cá passava! Entao e tu, aqui a menina conseguiu convencer-te a vir trabalhar? – Ela perguntava aquilo como eu não tivesse ali, fui levantar umas mesas para não ouvir o resto da conversa.

Um rapaz sentou-se na mesa que estava a levantar.

- Queres alguma coisa? – Perguntei-lhe, ele sorriu desanimado.

- Queria o teu numero mas não me quiseste dar! – Mandou a piadinha, e depois e que lembrei do engraçadinho do grupo de há meses atrás. – Tenho vindo cá sempre, nunca cá estas!

- Pois tirei umas ferias… - Sorri – o que queres que traga?

- Uma caipirinha e a tua companhia!  - Riu-se, tendo mandar o seu charme.

- Trago já a caipirinha! – Ri-me e afastei-me, o rapaz até que era engraçado, dizia as suas piadas para ver se colava, mas coitado, não estava a ter sorte nehuma.

O tiago chegou entretanto e pos-se ao balcão a conversar com o Diogo, tanto eu e a clara não podemos prestar atenção neles, porque o trabalho era muito.

Chegou um grupo enorme e sentou-se nas mesas ao lado do rapaz que continuava ali a olhar para mim sempre sorridente.

- Aquele tipo não tira os olhos de cima de ti! – Disse me a Clara.

- Coitado, conheci-o da outra vez, ele até e simpático! – Respondi-lhe indo em direcção a mesa do grupo, fizeram o pedido e voltei ao balcão, o Diogo olhava o rapazinho emburrado.

Levei a caipirinha ao rapaz e as imperiais para o grupo, ao voltar  ele agarrou-me a mão.

- Senta-te aqui um pouco! – Quase suplicando. Olhei para o balcão tanto o Tiago como o Diogo lançava olhares de morte na direcção da mesa.

- Não dá! – Sorri. – muito trabalho e o meu namorado está ali e daqui a pouco mata-te com os olhares. – Ele desviou a cabeça em direcção ao balcão.

- Ah! Pronto não sabia… -Disse desgostoso. – Mas podemos ao menos conversar, sou cliente!

- Claro! – Sorri-lhe. – Se quiseres mais alguma coisa é só pedir. – Afastei-me para cortar o mal pela raiz.

Fui ao armazém buscar vodkas, e voltei… O Tiago e o Diogo estavam os dois sentados com o miúdo, a conversar.

- Mas que é que ele está a fazer!? – Perguntei, soltando um suspiro furioso.

- Eles foram marcar terreno – Riu-se a Clara. – Não fiques com essa cara!

- O rapaz não fez nada! Não há necessidade de fazerem isto! – Respondi emburrada, da mesma forma que fiquei o resto da noite.

Quando cheguei a casa, estava tao cansada que atirei-me de cabeça na cama. Não falei nada ao Diogo, mesmo que tenham todos acabado a conversar todos animados, mantive-me em silêncio e o que me apetecia era zangar-me a séria com ele, isso só iria piorar as coisas, mais uma vez as palavras de Lilith não me saiam da cabeça.

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