Diogo (PDV)

Quando abri os olhos sentia-me leve, tão leve como quando eu era simplesmente. Estava ajoelhado, as minhas asas batiam e nos meus braços a margarida.

Toquei-lhe, ela não estava a dormir, oh meu deus! O pânico instalou-se.

-O que é que eu fiz? Margarida! – Eu abanava-a, mas ela não respondia, o seu pulso estava fraco, tão fraco que a qualquer momento poderia a perder, peguei a nos meus braços. – Não, não e não! Não morras! Não… - Gritava e soluçava juntamente com as lágrimas que corriam na minha face, não conseguia racionalizar direito, não tinha poder para a salvar materializei-me com ela no hospital o mais rápido que pude, e a ultima imagem que tive foi ela a lutar pela vida, com os médicos e enfermeiros todos de volta dela.

O que é que eu fiz? Pensava para mim próprio, enquanto esperava na sala por notícias. Era um fraco, ela lutara por mim, ela sacrificou-se para eu voltar a ser o que era, tudo por mim! A culpa era minha…

- A culpa não é tua Azazel! – A sua voz calma ecoou pela sala de estar vazia. – Ela vai ficar bem, poderias ter-me chamado!

- Miguel? Perdoa-me… Fui um fraco não a consegui proteger.

- Tu protegeste-a Azazel, mesmo depois de tudo, eu sei que sempre a tentaste proteger, mas agora tas limpo, ela conseguiu, renovou-te a alma. – Ele sentou-se ao meu lado e passou-me a mão nas costas. – Vou deixa-la descansar, depois de amanha já estará boa. Estamos muito orgulhosos dela, é uma lutadora. – Sorriu-me – Vou andando, se precisares chama-me.

Assenti e ele como sempre desapareceu, estava mais descansado, ela ia ficar bem.

Os médicos voltaram logo de seguida confirmar o que Miguel me disse, disseram-me que ela tinha tido um colapso físico e que lhe tinham dado uns sedativos fortes, para o organismo não sofrer outro esgotamento.

Liguei a Clara e ao Tiago, eles deviam saber, são amigos dela, e comigo por perto eles poderiam voltar, estavam seguros.

Eles chegaram umas horas depois, tentavam convencer-me ir a casa descansar, mas pra mim era indiferente, eu não precisava disso precisava de a ver bem.

Estávamos todos lá no hospital, ela estava a dormir a 2 dias tal como Miguel me dissera teria que acordar hoje, não tardou muito a enfermeira chegar e dizer para os amigos entrarem, esperei.

- Diogo, temos que ter cuidado com o que lhe dizemos ela esta muito sensível! Estava em pânico a dizer que tínhamos que fugir daqui porque estávamos em perigo, o medico esta lá a por os cateteres no sítio que ate isso ela tirou! – Ela estava assustada.

-Eu vou lá – A Clara assentiu e sorriu-me, o que me deu muita força.