As Duas Faces Do Meu Anjo escrita por MS Productions


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

No inferno...



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Diogo (PDV)

- Como é que é possível? – Eu andava as voltas na sala, tinha deixado a Margarida supostamente em segurança com o Beliel, saberia que ele não lhe ia fazer nada, mas quando acabo de chegar vejo o Beliel sozinho desesperado a procura dela. – Não viste ninguém?

- Só o rasto! Foi ele, foi Samael! Ela estava tão divertida, tão animada….- Fez uma pausa longa e levantou-se – Vou ao inferno!

- Eu vou contigo! – Disse-lhe decidido e ele olhou para mim confuso – Que foi?

-Tens a certeza?

- Absoluta! Mas prepara-te, porque quem se meter a frente…

-Eu sei…- Disse-me, mas notava-o receoso. Ele sabia perfeitamente que quem se pusesse a minha frente era morto – Vamos!

No inferno

Beliel entrou sozinho a frente, deixei-o ir, ele ia ter mais complicações do que eu, enfrentar a ira do pai para ele ia ser novo, mas para mim já estava mais que habituado a não ser bem-vindo ali. Tinha dado conhecimento ao Miguel e aos outros arcanjos, que me tinham dado luz verde para actuar a minha maneira desde que não pusesse a vida da margarida em perigo.

Os anjos negros ficaram de novo chocados com a minha presença, mais uma vez ninguém impos problemas a minha entrada, pelo contrário todos que nos viram chegar se aproximaram do grande altar, onde se encontrava o meu pai.

Pareciam estar no início de um ritual, ao longe já via a Margarida sentada presa num cadeirão, olhava para nos ao entrar, ninguém a tinha magoado, ainda.

-Beliel? Diogo? Ele trouxe-me para aqui… - Ao seu lado estava Samael, a minha fúria saia pelos poros da pele, ele tocou-lhe suavemente no braço. Antes de lhe dizer fosse o que fosse, Beliel atacou Samael, este caiu no chão uns metros atras de nós. O meu pai ergueu-se da poltrona, aproximei-me da margarida, nem ele próprio se impos a tal ultraje.

-Beliel? – A sua voz ecoou – O que pensas que estas a fazer? Atacares o teu próprio irmão?

- Desculpa meu pai. – Beliel saudou-o – Mas não posso pactuar com isto!

- Acreditam meu povo, meus próprios filhos se revoltam contra mim, a razão? Uma humana, uma misera humana! – Os anjos negros provocavam um burburinho – Azazel, ela não vai sair daqui!

Os anjos guerreiros chegaram perto de nós, como se fossem bloquear a passagem.

- Ela vai comigo! E se alguém se intrometer ira sofrer as consequências! – Ri-me, a minha gargalhada ecoou tal como a voz de meu pai.

Margarida (PDV)

Se algum dia me tinha sentido realmente triste e deprimida era mentira, porque aquilo que estava a passar naquele momento era a sensação pior que alguma vez tinha sentido. O Diogo tinha-me desamarrado as mãos e os pés, vestiram-me com um vestido de cor preta comprido, a senhora que me o entregou, parecia diferente quando olhou para mim, os seus olhar pareceu-me ser familiar e pesaroso, acabei por não conversar com ela, porque quando as perguntas circundavam a minha cabeça, ela retirou-se. Não a vi mais, eu conhecia-a, mas não me lembrava de onde…

O pai dos infernos, Satanás, belzebu como lhe quiserem chamar, já tinha dado a sua sentença, não me ia deixar ir, nestes momentos é daqueles que gostaríamos de já estar mortos.

- Ora, Azazel, sabes como tudo funciona, tem que haver uma troca, sabes que ela é a única capaz de destruir as nossas crenças, é importante para mim, não a por de parte. Provavelmente já não terás cura, mas não deixarei nenhum dos outros se entregarem ao olhar puro desta menina.- Desceu uns passos do seu altar e veio até Beliel, este olhava para mim, indeciso se deveria acatar as ordens de seu pai ou seguir as suas próprias regras, lamentei o facto, porque julguei que ele já estava confuso.

- Falhaste meu filho, 2 decepções na minha família, que ultraje! Vais ser castigado! – Ele ia-lhe fazer mal, magoar o seu próprio filho, Beliel ajoelhou-se perante o pai, ele ia deixar as coisas assim? Não ia lutar? Não queria isto, corri e pus me em frente do Beliel.

-Pare! Ele não merece ser castigado! – Todos se sentiram incomodados com a minha coragem – Ele fez-me muito mal, ele chegou a quase me matar, se Azazel não me tivesse protegido, neste momento ele seria um herói! Mas ele foi um a mesma, a sua maneira ele não foi de acordo as suas regras estupidas e mudou a sua vontade! Por amor de deus – vários exclamaram por usar o nome do senhor – Não é você que se acha o maior por não cumprir as regras?

- Não gosto da tua insolência, és um pedaço de carne andante sem poder! Agora sai da frente!

- Não! – Fiz me ouvir mais alto de novo – Nem pensar!

Atrás de mim, Beliel levantou-se e suavemente falou comigo,

- Margarida, vai com o Azazel – sorriu-me – Obrigada!

- Beliel, nos não te vamos deixar aqui! – Ele segurou-me a mão.

- Tu mostraste-me um pouco do amor, mas foi como eu te disse, eu não sou igual a ele!

- Tu és capaz! Tu és um bom amigo protegeste-me, soubeste-me animar, mostraste muito mais do que um anjo mau! Eu não vou sair daqui, não vou deixar que te façam o que não mereces. Eu sou capaz, deixa-me tentar!

- Vocês merecem morrer os dois desgraçados! – A ira do grande mal, se abateu sobre nos, tal como já disse antes não tenho medo de morrer. – Arderão os dois…

- Não! – Uma voz feminina, ouviu-se atras de nós, era ela, a senhora que por algum motivo me era familiar - Não irás tocar em nenhum dos meus filhos!

- Lilith? Como ousas? – Se isto fosse uma novela, diria que iam começar todos a discutir e nós pisgávamos, mas não, isto é a realidade, infeliz realidade.

 A senhora ficou no mesmo local, Lilith, li o nome dela num site, era um anjo bom, mas a rebeldia e o pecado a fez ficar no inferno. – Volta para onde vieste, que isto não se volte a repetir! Não admito a ninguém que me contrarie! Beliel! – Meteu-se em frente dele – Olha para mim meu filho! Mata-os os dois! – Aquele momento foi de choque, não sei que poder tinha ele sobre beliel, mas era muito mais do que eu pensava, ele olhou para mim, como nunca tivesse visto.

- Beliel? Não faças isto! Faça-o parar! – Olhei para o pai, voltou para a sua poltrona, pra assistir ao que o filho ia fazer.

Há má-fé como os anjos maus costumam actuar, os guerreiros atacaram o Diogo, ia até ele, mas nesse momento fui puxada com violência, arremessada melhor dizendo, Beliel.  

Levantei-me com esforço, uma ou duas costelas partidas já tinha de certeza, o Diogo precisava de mim, o ataque desprevenido tinha sido um golpe muito baixo, eram uns 20 contra um, ele não ia ser capaz.

- Ahhhh! – Puxaram-me os cabelos. – Beliel, pára! Vai ajudar o Diogo, ele precisa!

- Não! Prefiro torturar-te até morreres! – Riu-se exageradamente.

- Margarida! – O Diogo gritou – Margarida…Cuidado! – O Beliel mandou-me contra a parede mais próxima, de novo no chão!

Continuava a ver o Diogo, mas a imagem distorcida, a pancada tinha sido grande, comecei a sentir Beliel aproximar-se, os passos cada vez mais próximos, ainda com mais esforço levantei-me, ele ficou frente a frente.

- És difícil tu! Vamos fazer uns joguinhos! – Riu-se maleficamente, olhei bem nos olhos dele, senti uma força que nunca antes tinha sentido, raiva e fúria imergiam num turbilhão de sensações, das minhas mãos surgiram uns focos de luz branca, brilhantes. Fixei o meu olhar nelas e perdi total controlo nos movimentos. – Mas…?

-Não! – Um flash de luz foi direito ao peito do Beliel assim que lhe respondi, o seu corpo foi atirado para longe, aos poucos afastei cada anjo negro que atacavam o meu Diogo, todos olhavam chocados e eu não entendia, não sabia explicar, todos os que se viravam a mim, tornaram-se cinzas, aproximei-me do Diogo. – Azazel?

-Margarida…Os teus olhos? Estão… - Eu não sabia como estavam os meus olhos, nem pretendia saber, encostei os meus lábios nos dele, e naquele momento todas as feridas, marcas de luta que ele tinha pelo corpo, desapareceram, a sua asa branca reluzia, irradiava luz por todo aquele espaço.

Afastei-me, ele continuava perplexo a olhar para mim, não sabia o que se estava a passar comigo, virei-me foquei o meu olhar em belzebu.

-Eu pedi para deixa-los em paz! Tu não o fizeste! – A fúria acumulava-se dentro de mim.

- O que és tu afinal? Um anjo? – Senti o verdadeiro receio a correr no seu olhar.

-Eu posso mudar a ordem do mundo, eu sou a única capaz disso! Agora quero voltar, quero voltar a minha vida normal sem me preocupar com o que possas fazer, quero que me deixem em paz! Diogo? – Voltei costas daquele ambiente imundo – Leva-me para casa!

Diogo assentiu, a luz que imanava das minhas mãos desaparecera, a força que a pouco me penetrara puf, evaporou-se, agora era realmente eu, abracei-me ao Diogo, fechei os olhos e segundos depois estava em minha casa, na minha sala, todas as minhas coisas que tinham ficado na outra casa estavam agora no sofá.

- Anda, senta-te ai! – O Diogo ajudou-me a sentar no outro sofá, estava fraca. – Vou fazer algo para comeres!

- Espera, que horas são? – Ele olhou para o relógio do DVD.

- 19h45! Porquê? – Perguntou-me sem perceber quais as minhas intenções.

- Encomenda pizza e vem para o pé de mim!

Ele sorriu, procurou telemóvel na mesinha de centro e discou um número, fez uma encomenda super gigante, aposto que ele também estava esfomeado.

- Enquanto tivemos lá quantos dias passaram? – Perguntei-lhe quando ele se veio sentar ao pé de mim.

- Um dia, margarida?

- Sim? – Cheguei-me para o pé dele deitando-me no sofá pousando a cabeça no seu peito.

-Tens a noção do quanto o teu poder é grandioso?

-Tenho! Mas, não quero falar disso. Como será as coisas a partir de agora? Vais continuar comigo?

- Não sei, mas sabes que o meu pai não se vai ficar por esta, não sabes? – Ele puxou-me suavemente e tocou meu rosto.

-Eu não tenho medo, só te quero aqui comigo, mais nada! Tentar ser normal, mesmo que seja complicado! – Ele sorriu-me, devolvi-lhe o sorriso. Estava um momento tão bom, tao calmo que não queria deixa-lo por nada! Era como se tivesse num filme e que depois da turbulência toda o casalinho finalmente pudesse ser feliz, sabia que no meu caso ia ser diferente, não iria poder estar o tempo todo assim, mas tinha que conciliar tudo com a minha nova vida!

- Ficas linda nesse vestido – Ah o vestido, tinha-me esquecido completamente!

- Quem é lilith, diogo? E porque me é tao familiar?

- E minha mãe, minha criadora! É te familiar? Provavelmente nunca a conheceste, mas não te preocupes daqui a pouco irei falar com Miguel, explicar-lhe toda a situação e pergunto-lhe o que queres saber. – Sorriu-me. – Vamos descansar e esperar pelas pizzas, deves estar com fome!


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Notas finais do capítulo

Para a semana há mais... :D



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